terça-feira, agosto 09, 2022

Experiência individual (9/92)

      “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei carne. Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para diante.
Jeremias 7.21-24 

      Ao conhecimento espiritual mais profundo temos acesso sem encantamentos ou êxtases, com muita santidade e serenidade, com tempo e trabalho mental que abre mão de preconceitos e imaginações para ouvir a voz de Deus pela fé e sem apoio de religiões. Sei que tanto as igrejas evangélicas como a católica, mesmo com todos os seus defeitos, têm desempenhado uma missão de auxílio aos homens, viciados em drogas, pobres e tantos carentes de paz e esperança acham nas catedrais e templos conforto e libertação. Creio que a maior parte da humanidade ainda necessita do trabalho dessas igrejas e denominações, e para a grande maioria é suficiente o que essas são, para que o amor de Deus aja a favor dos seres humanos. 
      A intenção deste espaço, entretanto, e ir além, se alguém quer uma palavra em consonância com as doutrinas tradicionais cristãs, aqui não é o lugar, nem perca tempo aqui se for esse seu interesse, não será bênção para você tentar entender muito do que aqui se compartilha. Não tenho interesse de escandalizar ninguém, só de falar a quem quer ouvir. O ir além que me refiro é simples, nele não há mistério ou novidade: ore mais! Fale mais com Deus, mas principalmente peça a Deus que você possa discernir sua voz. Depois você poderá saber de coisas que até agora não soube porque não buscou resposta em quem tem as verdadeiras respostas, o Espírito Santo, e isso não é só ter curiosidade saciada, mas receber vida eterna. 
      Muito significativo o texto bíblico acima, veja que o profeta diz de forma clara que o objetivo inicial de Deus para a nação de Israel não era que ela tivesse uma religião baseada em holocaustos e sacrifícios. Isso pode mudar a opinião que muitos cristãos e leitores habituais da Bíblia têm sobre a velha aliança de Israel, e mesmo sobre o papel da nova aliança de só substituir sacrifícios repetitivos e imperfeitos de animais pelo sacrifico único e perfeito de Jesus. A vontade principal de Deus, que pode “salvar” o homem, é que esse ouça sua voz e obedeça-a. Me atrevo a fazer uma suposição, será que Deus não permitiu o sistema de sacrifícios pelo mesmo motivo que permitiu um rei, porque Israel queria ser como as outras nações?
      Se for isso, é só Deus, mais uma vez agindo como um pai que cede à teimosia de filhos imaturos que invejam povos que não temem o Deus verdadeiro, que desejam ser o que não precisam ser. A palavra profética chega a ser dura, mesmo irônica, “ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne”, em outras palavras, “façam um churrasco com vossa religiosidade, isso é mais proveitoso para vocês, para mim nenhuma serventia tem”. Quando vamos entender que muitas coisas são só símbolos? Símbolos são necessários para os que não estão preparadas para a verdade, mas só para interpretações facilitadas dela. O homem tem dificuldade para entender que no mundo o plano espiritual se prova pela fé.
      Ainda assim muitos precisam de esculturas e imagens, assim como de rituais e dos chamados “atos proféticos” (encenações de eventos bíblicos) para crerem, hoje, no século XXI, quase dois mil anos depois que o Espírito Santo foi dado à humanidade. Queridos católicos, Deus aceita vossos símbolos porque ele ama vocês, e evangélicos, não confundam de maneira maldosa os ídolos construídos sobre imaginações de espíritos malignos do antigo testamento com os “santos” católicos, não são a mesma coisa. Contudo, quando todos nós vamos crescer? Deixarmos as interpretações facilitadas, os reforços físicos para fé, que é o que são esculturas e imagens católicas, e termos uma comunhão espiritual direta e pura com Deus? 
      É fácil nos sentarmos em bancos e cadeiras, em catedrais e templos, e “assistirmos” uma missa ou um culto, como quem assiste um filme, mas ainda que haja sinceridade e boa intenção para saber a vontade de Deus, é pouco, comparado com o que Deus tem para nós. Pode-se dizer, “tenho uma vida vitoriosa e em paz sendo religioso”, eu acredito nisso, mas e o resto, o mundo, o Brasil? Se essa religiosidade, que aceita calada o que de fato a Igreja Católica e tantas igrejas evangélicas fazem, ou pior, que não fazem, resolvesse, não estaríamos vivendo o momento que vivemos. Ninguém se iluda, as coisas vão melhorar, são tempos finais de uma era e decisivos para a humanidade, e mudará à medida que ouvirmos a genuína voz de Deus.

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

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