terça-feira, agosto 23, 2022

Jesus diz a verdade (23/92)

      “E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade. E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me. Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico.” Lucas 18.18-23

      Por várias vezes tenho me surpreendido com discursos de maus políticos, por mais que saibamos que são fatos seu crimes, envolvendo corrupção e no governo atual desprezo à ciência, falando em palanques tentam dar argumentos convincentes e emocionados que não erraram. Pegam a exceção e tornam regra, e mesmo que tenham acertado só depois de terem sido muito cobrados, dizem que faziam isso desde o início. É mau caracter ou insanidade? Ambos, falam tanta mentira que acabam acreditando que é verdade.
      Algo que nos protege de egocêntricos gananciosos é não cairmos na armadilha do carisma e da oratória. Não só políticos usam esses dons, advogados e líderes religiosos também podem usar. Essa armadilha foca na forma e não no conteúdo, em como é dito e não no que é feito, na sedução de mostrar e falar o que queremos ver e ouvir, e não aquilo que quem mostra e fala realmente faz. Carisma e oratória em si nada têm de errado, o problema é usa-los para vender mentiras, que beneficiam quem fala, não quem ouve. 
      No texto bíblico inicial, o homem que se apresenta a Jesus é claramente alguém que queria viver religião para se exibir aos homens, não por amar a Deus. Sua intenção errada, assim como uma possível idolatria por Jesus, são delatadas quando ele bajula o mestre, que prontamente discerne isso e o repreende, não se deixando envaidecer pelo elogio do príncipe. Bom, só Deus! Se Cristo não aceitou bajulação, mais ainda nós e mortais que idolatramos podem aceitar. Amemos mais a Deus e deixemos para lá os fakes
      Jesus não foi deselegante com quem parecia querer honra-lo, mas ele conhecia o coração do homem, e naquele momento a verdade precisava ser dita porque ela era importante para resolver o principal problema do homem. A clareza de Jesus é certeira, ele foi no ponto e sem perder tempo, o Espírito Santo age assim conosco hoje. Quem tiver ouvidos espirituais, após perguntar a Deus ouvirá uma palavra, ela será imediata e atingirá o alvo, responderá, não necessariamente o que queremos ouvir, mas o que precisamos.
      Não foi Jesus quem procurou o homem, foi o homem quem tomou a iniciativa, mas penso que ele não queria uma orientação, ele queria um reforço para seu comportamento, uma aprovação para seu modo de vida, no fundo ele achava que fazia o suficiente para ser bom. Mas quem quer agradar o homem faz tudo, menos o principal, ele obedecia a lei porque isso os religiosos aprovavam, mas ele tinha um ponto fraco, suas riquezas. O Senhor é especialista em trazer à tona o que escondemos no fundo de nossos corações. 
      Sou a favor de elogio pelas boas ações, penso que ele incentiva as pessoas a seguirem fazendo as coisas certas, ainda que muitos digam que elogio envaidece e pode ser arma do mal. Mas creio que é melhor administrarmos a vaidade, que um elogio legítimo pode trazer, que carência e insegurança, que a ausência do elogio deixa, principalmente em crianças e jovens. Mas na passagem bíblica, o elogio do homem a Jesus revelava algo que não era simplesmente dar honra a quem merece, era algo que não era verdadeiro. 
      Quem elogia inadequadamente quer elogio ilegítimo, o príncipe elogiou Jesus porque queria “confete”. Mas como aprovar modo errado de vida? Jesus não fez isso, ele sempre age com verdade com quem o busca, ainda que isso doa. Jesus não aceitou ser chamado de bom pois quem o disse queria ser chamado assim sem merecer, eis a intenção atrás do elogio do príncipe. Jesus não creu na aparência, nas palavras, nem no elogio, não havia verdade nisso, só na verdade existe o bem e Jesus só queria o bem do homem.

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

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