domingo, maio 01, 2022

Como o ar que respiro

     “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.“ Salmos 42.1-2a
 
      Não fazemos força para respirar, nem pensamos nisso, só inspiramos e expiramos, um gás invisível e inodoro que nem sabemos bem o que é, mas que basta alguns minutos sem ele para morrermos. Nossa vida espiritual deveria ser semelhante, simples e constante, não porque vemos ou sentimos, mas porque precisamos, com o ar que respiro. Esse é o conceito por trás do título desta página, falar de uma vida com Deus não como obrigação, não por medo, não como religião, nem por qualquer outro tipo de conveniência política ou afetiva, mas como parte do que fazemos para sermos o nosso melhor, e o nosso melhor é estarmos vivos, não só fisicamente no mundo, mas espiritualmente, nos dois planos. 
      Parece óbvio, mas não é, existem muitos “zumbis” interagindo com o plano físico, trabalhando, estudando, amando, mas que não respiram, por isso estão mortos, ainda que seus corpos sobrevivam materialmente. De vez em quando vão a igrejas ou outras reuniões, recebem jatos de ar nos rostos, até acham prazeroso, mas respiram por aparelhos, são incapazes de fazê-lo por si mesmos, seus pulmões espirituais estão paralisados. Como conseguem existir no mundo? No plano físico o corpo material ajuda os seres humanos a funcionarem, ainda que espiritualmente possam estar mortos, mas o corpo físico é só uma oportunidade para que o espiritual nasça, uma oportunidade curta a ser aproveitada. 
      A primeira morte, a do corpo físico, livra-nos das distrações, mas também tira de nós as possibilidades de fugas, os prazeres que no mundo nos ajudam a esquecer da morte do espírito, essa morte confronta-nos com a existência espiritual em sua pureza. Se o espírito estiver vivo seguiremos rumo ao Altíssimo, naquilo que cristãos chamam de “céu”, contudo, se nosso espírito estiver morto, porque não aproveitamos a oportunidade que tivemos no mundo para vivificá-lo, provaremos em toda a extensão a segunda morte (Apocalipse 2.11). Estaremos separados de Deus vivendo o chamado  “inferno”, na eternidade não existem aparelhos, religiões ou qualquer tipo de escapismo para falsificar vida espiritual. 
      O versículo bíblico inicial, tema da página “Como o ar que respiro”, refere-se a isso, respiração, só tem vida quem respira. Ele define o que é vida eterna, ela não é religião, ciência, mesmo moralidade, é conhecimento de Deus, conhece-se aprendendo, gradativamente, à medida que se respira. Morre quem limita conhecimento de Deus a entendimento do cânone bíblico de sessenta e seis livros, ou mais, no caso do catolicismo, onde se acrescentam dogmas, sacramentos, liturgias etc. Deus é bem mais que isso, Bíblia é o início, não o fim, o Esprito Santo é o início, o meio e o fim, ele é vivo. Quem respira Deus acha no Espírito o caminho para chegar a Jesus, a porta, então conhecer profundamente o Altíssimo. 

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