segunda-feira, maio 16, 2022

Pecar é fácil, se arrepender, não

      “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” 
      “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.” 
Tiago 4.1-4, 7-10

      O contexto do texto bíblico inicial é simples e direto: pecado. Quantas vezes nos vemos sem vontade de orar, sem prazer em buscar a Deus, nos achando mesmo sem fé? Em situações assim nossas cabeças podem fazer longas viagens, tentando achar o motivo de nosso intenso desânimo, mas a razão é uma só: pecado. O que é pecado? Você e eu sabemos muito bem o que é, tudo que nos afasta de Deus. O texto começa justamente fazendo a pergunta cuja resposta explica o motivo de nos vermos muitas vezes sem disposição para sermos espirituais, “de onde vêm as guerras e pelejas entre vós?”, a resposta é, “não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?”. 
      Não adianta inventar moda, nos afastamos da luz de Deus quando pecamos, pecamos porque gostamos de pecar, ninguém peca porque é ruim, mas porque é prazeroso, ninguém bebe, usa drogas ou comete adultério porque é desagradável, mas porque agrada o corpo. A mesma coisa com iras e invejas, agredimos com ações ou palavras e expressamos desejo pelas coisas dos outros porque é gostoso, melhor que reprimir é desabafar. Isso que estou dizendo parece óbvio, mas mesmo inconscientemente muitas vezes nos portamos negando isso, somos amigos do mundo e inimigos de Deus, por isso demoramos para assumir o pecado, confessa-lo, deixá-lo, e só então termos vitórias em tantas coisas. 
      Acontece o que o texto descreve, “cobiçais e nada tendes, matais e sois invejosos e nada podeis alcançar”, a questão é simples, só um prazer pode ocupar nossas almas de cada vez, se adquirimos o prazer do corpo não há espaço para termos o prazer do espírito, nossa alma não comporta os dois ao mesmo tempo. Mas o pecado, mesmo depois que seu passageiro prazer passa, ainda permanecerá ocupando nossa alma enquanto não for devidamente tratado, tratar o pecado, contudo, pode não ser tão rápido como foi adquirir o prazer que ele entrega. O texto diz “senti as vossas misérias e lamentai e chorai”, é preciso esforço paciente para limpar nosso interior para que o Santo Espírito esteja à vontade nele. 
      Uma vez impressionado pelo pecado nosso mundo interior inverte os valores, para mudar isso temos que nos convencer que a paz que o pecado deu é enganosa, tem que haver libertação de vício, vício dá mais que prazer temporário, cria um caminho errado para o prazer, é esse hábito que tem que ser desfeito dentro de nós. Por isso o texto diz “converta-se o vosso riso em pranto e o vosso gozo em tristeza”, temos que inverter a “chavinha”, sentir profundamente o pecado e buscar intensamente uma nova disposição mental. Se isso não ocorrer nosso arrependimento será só de boca para fora, não nos convencerá e não permitirá que tenhamos uma experiência espiritual real que nos dê a paz maior.
      “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós, alimpai as mãos, pecadores e vós de duplo ânimo”, isso resume o ensino. Se nos sentimos distantes não é porque Deus se afastou, mas porque nós nos afastamos, Deus nunca se afasta de alguém. Nos purifiquemos, com profundidade e intensidade, com lágrimas, não com alegria ou frieza. Contudo, aprendamos com a lição, duplo ânimo (a N.V.I. diz mente dividida, a versão Nova Almeida Atualizada, indecisos) é característica de homem imaturo, que acha que pode ficar pulando de um lado para outro, que não leva a sério o tempo de sua passagem no mundo, nem a Deus e seu plano para nos fazer seres humanos que amem e pratiquem virtudes eternas. 

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