terça-feira, maio 03, 2022

Na guerra, a verdade morre primeiro (1/6)

      “Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite na nossa terra. A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas.Salmos 85.9-13

      Uma rede de televisão de linha evangélica, exibiu filmagem de tanque russo sendo atingindo por coquetéis molotov, conforme a rede, lançados por ucranianos. Outra rede de televisão, a poderosa do Brasil, exibiu outra filmagem, essa de caça russo sendo atingido, conforme essa rede, por míssel ucraniano. Ambas as filmagens não se referiam de fato à narração dos telejornais, assim, ambas eram fake news. Em alguns casos uma rede de televisão até faz retratação, mas enquanto a primeira exibição é feita de forma espetacular, a retração é feita rapidamente e fica perdida, o que fica gravado na cabeça das pessoas é a fake news. Confira no texto deste vídeo links de alguns vídeos exibidos como fake news e algumas retratações. 
      Na guerra, a primeira coisa que morre é a verdade. Numa guerra híbrida, termo mais atual que significa guerra física mesclada com guerra virtual, que usa a internet para disseminar informações, manipular verdades é ainda mais efetivo. Ninguém se assume como vilão, todos querem ser heróis, ninguém gosta dos bandidos, assim, procura-se convencer a opinião pública que se luta pelo lado certo através de uma guerra de versões. Isso não é novo, governos democráticos capitalistas, para terem apoio do povo para fazerem guerras que dão lucro a empresários, fizeram isso no século XX nas guerras mundiais. Extensas campanhas publicitárias, justificando a entrada de países na guerra, foram feitas para vender uma agenda bélica. 
      Um exemplo mais recente é a invasão do Iraque pelos E.U.A em 2003, a justificativa que o governo americano deu ao povo e ao mundo, para se vingar do ataque às Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center na cidade de Nova Iorque, foi um suposto programa de desenvolvimento de armas de destruição maciça pelo Iraque e uma alegada colaboração de Saddam Hussein com a Al-Qaeda, facção terrorista responsável pelo ataque às Torres. Essas justificativas nunca foram comprovadas. Ingênuos os que acham que o lado em que se põem é o certo, e o outro lado é o errado, é certo que sempre há um lado mais certo que outro, mas diferenciar vítima de opressor não é algo tão fácil na geopolítica mundial. 
      Cristãos podem ter uma ideia utópica do que seja a verdade, quando transferem conceitos bíblicos e evangélicos sobre Deus e moral para o mundo dos homens. Levando também em conta o maniqueísmo com que gostam de interpretar a existência, bem contra o mal, Deus contra o diabo, projetam isso em tantas áreas da sociedade. Por isso cristãos podem ser mais fáceis de serem manipulados, principalmente quando não se dão ao trabalho de orarem mais a Deus e buscarem sua orientação, antes, limitam-se a compreender tudo de forma rasa e legalista. Quem outorga o direito pessoal de pensar e escolher aos outros é vítima mais fácil de controladores de mentes, que podem inventar mil justificativas só para terem poder no mundo. 
      A trágica ironia é que quanto mais o homem confia em si mesmo e na ciência, querendo viver pelo que tem comprovação no mundo material e não por fé, mais ele pode ser presa da mentira. Não, o problema não está na ciência, como não está em Deus, mas no coração do homem, se esse não tiver Deus estará em trevas morais, ainda que debaixo de potentes holofotes da ciência. O orgulhoso tropeça nas próprias pernas, nem precisa ser empurrado, ainda que obtenha conhecimento e riquezas não alcançará a verdade que Deus graciosamente dá ao humilde. Os tempos são estranhos, o mundo tenebroso, não por falta de informação, mas por falta de temor a Deus, urge que nos humilhemos na presença do Senhor clamando pela verdade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário