segunda-feira, novembro 28, 2022

Água, anjo, homem e Jesus (1/3)

      Começando hoje, seis reflexões sobre o quinto capítulo do evangelho segundo João, um dos textos bíblicos mais significativos do cânone, que Deus te abençoe com o estudo. 

      “Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
      E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. 
      Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava.” 
João 5.2-9a 

      O homem queria o favor da água, do anjo, de outro homen, mas não percebeu que tinha o favor direto de Jesus à sua frente. No texto bíblico inicial uma passagem bem conhecida sobre um milagre físico, parece que havia em Jerusalém um tanque, se acreditava que um anjo vinha, agitava a água desse tanque e que o primeiro que entrasse nesse tanque seria curado da doença que tivesse. Um homem, há trinta e oito anos doente, não tinha condições de se mover com rapidez para dentro da água, assim dependia que alguém o ajudasse, como isso não acontecia outro sempre entrava no tanque antes dele. 
      Água, anjo, homem, podem ser simbologias para três áreas nas quais buscamos ajuda e não a ajuda de Jesus. Água pode representar uma condição emocional interior que achamos propícia para pedir e receber algo de Deus. Pensamos que Deus nos ouve porque estamos cheios de vontade, sentindo uma unção muito forte, convictos de fé. Mas será que nos achamos sempre assim? No início, quando somos mais jovens e cheios de paixão, nossa oração pode até ser mais passional, e por isso pensamos que ela é mais poderosa, contudo, à medida que envelhecemos, ficamos mais frios, secos, céticos.
      Nós mudamos, mas Deus não muda, que fé é preciso para ser atendida? A do tamanho de uma semente de mostarda (Lucas 17.6), nós seres humanos valorizamos quantidade, mas Deus só procura qualidade, sinceridade do bem, verdade individual que não se compara aos outros. Por outro lado, emoção deve ser sempre efeito, não causa, quem crê não precisa sentir ou perceber por outros sentidos, mas se crer de verdade sentirá, não necessariamente êxtases extremos, mas uma paz diferenciada. Não, meus queridos, o poder de cura não estava na água, nunca esteve, nem se fosse movida por um anjo.
      Anjo é um ser espiritual, quantos não querem ver anjos e espíritos, fantasmas e seres de luz, enfim, o sobrenatural, acham que esses têm mais poder e que vê-los também alia mais fê ao que vê. Nesse engano muitos acabam achando mais a “demônios” e esprito maligno, que enganam e fazem sofrer, que de fato servos espirituais do Altíssimo de elevada qualidade moral. Não é impossível ver anjos, Deus reserva isso aos humildes e santos, mas muitos querem vê-los só por vaidade, além do mais eles são só servos, o Senhor de tudo e todos é Deus. Não, meus queridos, o poder da cura não era do anjo. 
      Mas mesmo procurando igrejas cristãs, crendo em Deus, muitos acham que sua fé seja potencializada pela ajuda de homens carismáticos, que eles acham que possuem mais unção de Deus que outros. Outros, contudo, dependem de homens para receberem algo de Deus não por serem esses homens líderes, mas irmãos que se sentam nos bancos e cadeiras junto deles. Assim, se por algum motivo não são cumprimentados ou bem recebidos por esses, a fé e a vontade de buscarem a Deus mínguam. Não, o poder da cura não está em homens, mesmo nos que nos parecem mais famosos, mais consagrados.
      O milagre não está dentro de nós, no mundo espiritual ou nos homens, esses apenas recebem o milagre, o milagre está em Deus e esse o envia de um modo especial e exclusivo através de Jesus. Jesus não só faz milagres, Jesus é o milagre, maior e pleno de Deus, quem tem Jesus, tem o milagre. Isso é tão simples e tão óbvio, para nós em igrejas cristãs, católicas, protestantes ou pentecostais, que ouvimos ensinos sobre Cristo o tempo todo, que às vezes podemos banalizar esse conhecimento. Não olhe a água, o anjo ou o homem, veja Jesus, à tua frente, dizendo: levanta-te, toma o teu leito e anda

Leia nas próximas postagens as
outras duas partes desta reflexão
José Osório de Souza, 25/11/2021

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