sexta-feira, novembro 04, 2022

Amar é paciência para ouvir

      “O coração do sábio instrui a sua boca, e aumenta o ensino dos seus lábios. As palavras suaves são favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos.Provérbios 16.23-24

      Se você gosta de explicar as coisas seja professor, jornalista, ou então crie um blog como este aqui e compartilhe textos. Se tuas palavras encontrarem olhos ou ouvidos acharão quem as leia ou as escute, e você encontrará utilidade para teu talento. Contudo, nas relações interpessoais normais, entre familiares e amigos, explicações poucas vezes ajudarão alguém, as pessoas não são facilmente abertas para explicações. Na maior parte das vezes teremos que ser mais ouvidos que bocas, amando em silêncio e esperando pacientemente o momento certo para nos aprofundarmos em certos assuntos. 
      Ainda que saibamos que alguém está com um problema e entendamos que podemos ajudar com respostas, respostas legítimas que já provamos para nossas próprias vidas em Deus, as pessoas dificilmente são convencidas por explicações dos outros. Só elas mesmas podem se convencer, quando escolhem isso, assim é melhor sermos facilitadores de oportunidades para que elas mesmas se ouçam e encontrem as soluções. Amar é ter paciência para ouvir, isso pode não ser fácil, principalmente para pessoas que, com eu, gostam de explicar as coisas, mas amar também é sacrificar prazeres pessoais. 
      A maneira como Deus trabalha no tempo, quem entende isso acha paciência e consegue amar. Somos apressados, queremos convencer as pessoas e já, e muitas vezes bem intencionados, por sabermos que o que temos a dizer realmente funciona. Mas a vida só acaba quando termina, é certo que pode acabar antes que achamos, por isso temos que estar vigilantes em Deus para não deixar para depois uma urgência. Muitas pessoas precisarão ser confrontadas ainda que não queiram, porque o tempo urge, mas na maior parte das vezes precisamos aguardar, orando por elas e as ouvindo com calma.
      A glória é de Deus, não nossa, e é mesmo quando usamos palavras verdadeiras de Deus. Muitas vezes nossa pressa em falar as coisas, é muito mais por vaidade que por amor, muito mais para mostrarmos às pessoas o que sabemos e somos, que sermos instrumentos de bênção de Deus nas vidas das pessoas. A cura maior é espiritual, nela nós muitas vezes nem necessitaremos aparecer, as pessoas nem precisarão saber que tivemos algum papel em sua cura, às vezes só precisaremos exercer um papel indireto e secreto. O importante é a pessoa ser abençoada e o nome de Deus ser glorificado, não o nosso.
      Uma característica do amor é procurar nos diálogos pontos em comum, que constróem pontes entre as pessoas. Alguns, contudo, parece sempre buscarem pontos de discordância, estão mais interessados em estabelecer vaidosos conflitos, não pagam os preços de conterem, ao menos um pouco, seus argumentos, para que haja, não sua derrota, mas empates elegantes. Quem quer se conectar joga luz sobre o outro, e mesmo quanto se coloca o faz de maneira a não ofuscar o outro. Essa atitude planta antes para poder ser ouvido depois, já que se preparou terreno com atitudes abertas e amistosas. 

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