sexta-feira, novembro 18, 2022

Maravilhosa constância de Deus

      “Tem misericórdia de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados. Até a minha alma está perturbada; mas tu, Senhor, até quando? Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua benignidade. Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará? Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas” “O Senhor já ouviu a minha súplica; o Senhor aceitará a minha oração.” 
Salmos 6.2-6, 9

      Passamos uma parte significativa do tempo de nossas vidas sofrendo, sofremos por causa de nossas inconstâncias, enquanto isso Deus permanece sempre o mesmo. Não temos a paciência que Deus tem conosco, nem com os filhos mais amados e corretos. Como deve ser para o Senhor ter que repetir para nós sempre as mesmas coisas? Como deve ser para ele, tantas vezes, ver-nos desanimados, incrédulos, ainda que ele já tenho dito para nós que está tudo bem, que tudo vai dar certo, que ele já recebeu o que entregamos e a ele confiamos e que podemos ficar em paz? Isso deve ensinar-nos sobre o que somos, inviáveis para reter neste mundo a vida, assim como sobre o que podemos ser, vasos constantemente cheios com unção a de Deus, possível se tivermos vidas diárias de oração. 
      Às vezes me entedio, não com Deus, mas comigo, nessas horas novamente me vem à mente aquela possibilidade de pecado que não pode ser perdoado, não por Deus, mas nosso pecado não perdoado por nós mesmos. Mas não precisamos estar sujos com um pecado para nos sentirmos mal, basta estarmos vazios do presença do Senhor. Salmos 6.9 me consola porque diz que Deus não se cansa de mim, falta de paciência, tédio, sentir-se enfadado e desanimado com coisas repetitivas, principalmente as ruins, são experiências que o Espírito Santo nunca tem. São sensações de morte, de fim, de desesperança e Deus é sempre vivo, seu Espírito sempre tem esperança, Deus nunca se cansa ou se enjoa. Glória a Deus, o que seria de nós, criaturas inconstantes, se não fosse a maravilhosa constância de Deus?
      O versículo 9 do salmo 6 parece fazer uma diferenciação entre súplica e oração. Súplica é algo que fazemos quase que inconscientemente, é um gemido íntimo, mais uma intenção emocional que frases racionais verbalizadas. Quando estamos com um problema, que pode ser só o desânimo de viver, o ácido perfume de morte que a matéria sempre leva, não temos forças para nada, mas ainda assim nosso espírito murmura. O Espírito Santo, em sua elegante graça, toma esse murmúrio e o leva a Deus, isso é o suficiente para que gotas de esperança sejam derramadas dos céus sobre nossas almas. Tocados pela misericórdia do Senhor, temos forças para orar, com certeza de sermos ouvidos, as vozes de morte se calam, sentimos o tranquilo silêncio, onde a vida eterna novamente volta a fazer sentido. 
      Meus queridos, viver é esperar em Deus, o tempo todo, quem não entende e não aceita isso se cansa, se enfada, se entedia, e fica andando em círculos, repetindo provas, duvidando do que já tem e sabe, desacreditando de Deus e da vida eterna. Não pense que você precisa estar com um pecado muito grave sem perdão para sentir o gosto da morte, neste mundo sem o melhor de Deus sentimos isso naturalmente. Por isso não fiquemos “viajando” no desânimo, mas busquemos a Deus. Se somos infiéis, Deus é fiel, se carregamos a morte no corpo físico, o Espírito Santo é vida eterna, se nosso coração é inconstante, Jesus é constante, sempre nos coloca diretamente em comunhão com o Altíssimo. Nossa fé precisa ser renovada todos os dias, e será assim até nosso último suspiro neste mundo, ânimo, amados!

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