terça-feira, novembro 29, 2022

Toma teu leito e anda (2/3)

      “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava.” 
João 5.9a 

      O leito do homem de João 5.2-9a pode conter uma simbologia importante, pode representar uma zona de conforto. Por incrível que pareça, podemos achar zonas de conforto mesmo em problemas não resolvidos, e o homem havia trinta e oito anos que estava em um mesmo lugar esperando uma solução. Com certeza os panos que ele arrumou para darem algum conforto a seu corpo enfermo, enquanto aguardava a cura, tinham se tornado, não um lugar temporário, mas sua morada, sua própria identidade. Depois de tanto tempo na espera ele já devia ter um lugar reservado perto do tanque Betesda. 
      A ordem não foi só levanta-te e anda, mas toma teu leito e anda, ele não tinha recebido só cura no corpo físico, mas tinha ganhado de Jesus uma nova identidade, um novo lugar na sociedade, mas mais que isso, se ele tivesse de fato entendido o que é Jesus, um lugar no reino eterno de Deus. Podemos ler a passagem e não nos atentarmos para o número de anos que o homem esperou por um milagre, será que foi porque confiava em coisas e seres errados? Deus sempre esteve pronto para curá-lo, mas Cristo teve um ministério de só três anos, diretamente por Jesus ele não poderia ter sido curado antes.
      Tudo acontece dentro dos planos de Deus, penso que a providência divina tinha um propósito, que talvez só entendamos na eternidade, de porque o homem ter tido que esperar por tanto tempo. Não foi para que o corpo físico sofresse, mas para que o espírito eterno pagasse seus preços e aprendesse uma lição específica que o homem, mais que os outros que conseguiram entrar no tanque antes, deveria aprender. Temos duas lições para aprender disso, a primeira é, não nos acomodemos, reavaliemos no que cremos e para quem olhamos, nossa cura pode não ter que esperar assim por tanto tempo.
      A segunda lição é, às vezes uma resposta pode, sim, demorar a chegar, e muito tempo, não porque Deus não possa responder, mas porque não estamos preparados para a resposta, ou ainda, porque ainda não aprendemos o que temos que aprender com o problema. Um problema não é um problema, mas uma oportunidade de aprendizado, uma vez que aprendamos o necessário, o problema pode ser resolvido. Eu tenho algo especial a dizer sobre porque e como relatei esse estudo. Não, eu não peguei uma passagem bíblica e me pus, com ajuda de comentários e outros apoios, a estudar o texto, não foi assim. 
      Nesta madrugada estava orando a Deus e me senti sem ânimo, até sem fé, pela misericórdia do Senhor tenho conseguido ter uma vida consagrada, assim não havia pecados pendentes e mesmo alguma questão maior pela qual eu clamasse. Mas ainda assim me sentia emocionalmente exausto, então, de maneira “aleatória”, o versículo bíblico inicial me veio. Fiquei assustado, no mesmo instante entendi que ele explicava exatamente minha situação naquele momento, eu procurava emoção para me motivar, algo sobrenatural que me iluminasse, como culpava alguns homens por não me ajudarem.
      Eu ganhei um milagre sobrenatural, não por ter sido curado no corpo, mas por ter “recebido”, dentre tantos textos bíblicos, um que definia em detalhes a minha condição. Esse é o milagre que Deus mais faz com os seres humanos hoje, não é material, mas mental, uma palavra racional de vida que cura, consola, deixa claro que não estamos sozinhos, que Deus é real e vivo, que sempre nos ouve e nos responde. Hoje a medicina é um milagre de Deus que cura o corpo, há dois mil anos não havia isso, mas sempre precisaremos de milagres morais, que nos façam melhores por dentro e para sempre.  

Leia na postagem anterior
e na próxima postagem as
outras duas partes desta reflexão
José Osório de Souza, 25/11/2021

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