domingo, setembro 03, 2023

Sofrimento além deste mundo

      “Porque vocês receberam a graça de sofrer por Cristo, e não somente de crer nele.Filipenses 1.29

      Sofremos porque pecamos. Essa é um das primeiras assunções que temos que fazer para iniciarmos nossa caminhada em Deus e para Deus. Culpa não é fraqueza ou problema psicológico não resolvido, é consequência de estarmos fora do melhor de Deus para nossas vidas. Ainda que “nos lavemos no sangue de Cristo”, que tomemos posse da paz com Deus por Jesus, continuaremos a sofrer, assim nossa aliança com o evangelho deve ser renovada todos os dias à medida que anexamos virtudes morais ao nosso espírito, e isso até o fim de nossas passagens neste mundo. Amadurecer não torna-nos mais frios, mas mais sensíveis ao pecado, assim poderemos sofrer mais, mas uma dor que nos leva mais perto da luz do Altíssimo.
      Sofremos porque vivemos. Na verdade existir na matéria é sofrer, pois é tentar harmonizar o não harmonizável, corpo com espírito, mas é nesse desafio difícil que nos tornamos mais humildes e mais tementes a Deus. Enquanto o corpo quer companhia, quer se casar, quer prazer, quer honra, o espírito sabe que é só, que só poder ser satisfeito em Deus, o pai de todos os espíritos. Por isso fazer morrer a carne é o que traz vida espiritual, negar o ego é o que dá liberdade ao Espírito de Deus, perder é ganhar, suportar é crescer. Quem nega o sofrimento, tentando agradar os homens, colher suas aprovações e honras, sofrerá mais, mas quem foca na eternidade e nos seus valores será servido pelos servos de luz do Senhor. 
      Sofremos porque somos luzes no mundo. O mundo é lugar onde os seres humanos podem escolher estarem fora da melhor vontade de Deus e ainda assim terem algum prazer, alguma posição de honra, por isso o mundo jaz no maligno e está em trevas. Isso não ocorrerá na eternidade, lá as trevas trazem agonia e tormento, já a luz alegria e glória. No plano espiritual os das trevas se unem e se separaram dos da luz, enquanto aqui os da luz vivem nos mesmos locais que os das trevas, como nos ambientes de trabalho e de estudo. Ser diferente é ser luz, mas resistir nessa luz num ambiente onde há trevas não é fácil, há perseguição, há desconfiança, por isso os filhos da luz sofrem no mundo, por isso Jesus foi crucificado. 
      Sofremos porque somos luzes do universo. Mundos espiritual e físico interagem entre si, espíritos das trevas entram em consonância com intenções e obras más dos homens, assim como o Espírito Santo, anjos e outros seres espirituais de luz, harmonizam-se com intenções e obras feitas na luz pelos homens. Confrontos são travados no plano espiritual, entre exércitos de luz e das trevas, não para disputarem vitória, a vitória sempre é da luz, a luz vence só por ser luz. A vitória não se dá quando seres de luz atingem seres das trevas com “armas” espirituais e os ferem ou os aniquilam, seres espirituais não podem ser danificados ou destruídos. A vitória existe quando um ser das trevas se rende às virtudes da luz por livre arbítrio.
      Nenhuma treva é eterna, só a luz é. Se a luz age na velocidade da luz, instantaneamente, a demora das trevas em aceitarem a luz pode levar um tempo, por isso bênçãos podem demorar para se manifestarem no plano físico. Em suas providências Deus usa todos os seres, de trevas e da luz, para cumprirem seus propósitos nas existências de todos os seres, principalmente nos que vivem no plano material provações, expiações e missões. Por isso muitas vezes enfrentamos sofrimento estranho, não causado por culpa, pela solidão, por confrontos de homens ao nosso testemunho, mas pela demora na solução de conflitos espirituais no outro plano. Esse sofrimento deve ser vivido ainda com mais vigilância e temor a Deus. 
      “O servo do homem de Deus levantou-se bem cedo e, ao sair, eis que tropas, cavalos e carros de guerra haviam cercado a cidade. Então o moço disse a Eliseu: — Ai, meu senhor! Que faremos? Ele respondeu: — Não tenha medo, porque são mais os que estão conosco do que os que estão com eles. E Eliseu orou e disse: — Senhor, peço-te que abras os olhos dele para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor de Eliseu.” (II Reis 6.15-17) Se pudéssemos ver o plano espiritual, se soubéssemos o que ocorre nele, se crêssemos que não estamos sós em nossas lutas, mas muitos lutam por nós, assim como nossas vitórias aqui dão testemunho a muitos no outro plano. 
      Meus queridos irmãos católicos, protestantes e evangélicos, homens como Abraão, Jacó, José, Moisés, Samuel, Salomão, Ezequiel, Daniel, Elias, Eliseu, João o evangelista, sabiam muito mais que imaginamos, que se Deus lhes tivesse permitido registrar, ou se Deus tivesse permitido que esses registros chegassem a nós hoje, não seríamos tão fechados no cristianismo, demonizando tantas coisas, achando-nos donos da verdade, mas ainda assim deficientes em tantos dons espirituais. Mas convinha à providência divina ser assim, pelo menos por alguns séculos. Hoje, contudo, eventos cósmicos importantes e singulares estão prestes a acontecer, assim, é tempo de termos os olhos abertos como teve o servo do homem de Deus.

José Osório de Souza, 28/03/2022

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