22/01/20

Tenho achado vida nesse conhecimento

      "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste." João 17.3

      Nas igrejas cristãs, no cristianismo institucionalizado, eu conheci Jesus, achei o conhecimento de Deus, mas esses lugares, essas pessoas, não são o conhecimento puro de Deus, ainda que sejam, eu creio, os melhores guardadores desse conhecimento, os mais fieis, os mais puros. Nesse conhecimento tenho achado vida, tenho achado cura, tenho achado perdão, tenho achado paz e vitória. Isso não é ilusão, não é teoria, não é só religião, mas é verdade e prática, provada por mim durante muitos anos. Essa verdade e prática me fez o que sou hoje, me deu uma família e me trouxe até aqui vivo e lúcido. 
      Existe verdade em outras religiões, em outros “ismos”? Sim. Isso me interessa? Sim, todo conhecimento verdadeiro me interessa. Mas isso pode de alguma maneira desmentir as bases do cristianismo que eu provo? Não. Pode revelar algo que substitua e se eleve além do principal que aprendi com o cristianismo? Não, ainda que revele verdades periféricas que o próprio cristianismo não se aprofunde. Em Jesus eu recebi o principal de Deus, nisso há a melhor das vidas, aqui e na eternidade, e disso nunca abrirei mão. Só Cristo salva, só Jesus é o caminho direto para o Deus único e altíssimo.
      Esse conhecimento me leva a adorar a Deus, com todo o meu coração e com todo o meu entendimento. Adoração não é só verbalizar palavras lisonjeiras a Deus, não é só dizer frases de exaltação ao Senhor, também é muito mais que praticar as orientações de Jesus para as nossas vidas. A verdadeira adoração nos coloca em sintonia com o Altíssimo, harmonizados com ele conhecemos como somos conhecidos, ou pelo menos o melhor que se pode conhecer de Deus nesta existência encarnada. Adoração é vibrar com Deus, ser um com ele, e assim provar a eternidade ainda neste plano.
      O diabo imita essa harmonização, assim quando as pessoas cantam e dançam em rituais de afro-espiritismo, por exemplo, elas estão sincronizando-se com entidades espirituais. Na verdade o princípio está correto, nos harmonizamos com o mundo espiritual vibrando com ele, sentindo, pensando, crendo, colocando todo o nosso ser em sua “onda”, e isso é adorar. Os afro-espíritas exercem uma adoração profunda e verdadeira em seus rituais, ainda que com entidades espirituais do mal, demônios e diabos, e aqui não vai uma crítica, só uma constatação de acordo com a doutrina cristã. 
      Que todas as pessoas tenham liberdade para se harmonizarem e adorarem quem elas desejam, e que ninguém proíba ninguém disso, mas que todos também respeitem a interpretação doutrinária que outras religiões dão sobre o mundo espiritual e suas prioridades. Eu tenho achado vida no conhecimento de Jesus baseado no cristianismo, nesse conhecimento tenho adorado ao Deus altíssimo, e nessa adoração tenho achado harmonia com o mais alto dos espíritos, o Santo de Deus, que tem transformado minha vida de uma maneira inequívoca, isso nunca negarei e nisso persistirei até o fim. 

21/01/20

Bem em si mesmo

      “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.” Mateus 6.2-4

      O bem é um bem em si mesmo, significa que só fazê-lo já é colher uma recompensa, ele não necessita de qualquer outro retorno ou reconhecimento. Isso parece simples? Mas como nós temos dificuldade para aceitar isso, e desse entendimento depende qualquer experiência real com virtude e espiritualidade. A dificuldade existe porque não nos conhecemos de fato, e muito menos a Deus, pensamos de nós mais do que somos e de Deus muito menos do que é, ainda que digamos que cremos num Deus todo-poderoso.
      Toda a espiritualidade se resume a um princípio, fazer o bem sem precisar de motivação, só fazer e ficar em absoluta paz depois, experimentando a ausência de qualquer espécie de expectativa de ganhar algo por isso. Adquirir essa paz é provarmos a mais alta e pura das virtudes, é tocarmos o centro da vontade de Deus para as nossas vidas, é sermos libertos de vaidades e orgulhos, é entendermos a essência do evangelho, é colocarmos os pés nas pisadas de Cristo, é experimentarmos na carne o melhor da eternidade.
      Mas o segredo para entender isso é conhecer e aceitar de todo o coração que nós homens não podemos fazer qualquer bem, se fazemos é porque Deus permite e realiza o bem em nós. Assim, porque não somos nós quem fazemos, não temos direito de exigir nada por isso, e ainda devemos estar muito gratos a Deus, louva-lo muito, pelo bem que foi feito, como se não tivesse sido feito por nós. Para isso é preciso vigilância e exercício, nossa alma essencialmente egoísta não pratica o bem verdadeiro com facilidade.
      O homem é confrontado o tempo todo com um pecado, talvez o maior deles, a vaidade, assim o que pouco sabe é tentado a ser vaidoso, mas o que muito sabe é muito tentado para ser vaidoso. Na prática do bem também há essa tentação, e a maior das vaidades é se achar melhor que os outros por ser espiritual, por ser virtuoso. Fazer o bem mais alto requer a mais alta das vigilâncias para não cair no pecado da maior das vaidades depois, anjos do mais alto nível caíram justamente nesse pecado. 
      Dessa forma, talvez o maior dos trabalhos espirituais não seja fazer o bem, mas não se achar melhor que os outros e consequentemente se ver no direito de fazer exigências depois de fazer esse bem. Alguns podem até serem tentados pelo diabo não fazendo o mal, mas tendo a oportunidade de fazer o bem. A saída, o escape, a solução é louvar a Deus, sempre e por tudo, assim entregamos toda glória ao Senhor, anulando toda energia que possa existir em nós para nos gloriarmos. 

20/01/20

Deus é delicado

      “E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.” I Reis 19.11-12

      Deus é educado, elegante, os que têm ouvidos e sensibilidade saberão discernir a sua voz no meio de tantas outras, entenderão seu delicado falar e farão a coisa certa no melhor momento. Quanto aos outros, farão escolhas erradas ainda que na certeza que estão fazendo as melhores escolhas, trabalharão em vão, gastarão tempo e dinheiro, verão a vida passar sempre colhendo frutos estranhos, ainda que tenham se esforçado tanto. Por quê? Porque não tiveram paciência, não pararam um instante, para ouvir a voz educada de Deus. O que é viver de verdade? É aprender a discernir a voz de Deus em em meio a tantas outras que gritam conosco nesta vida, no trânsito, nos shopping centers e mesmo nas igrejas e em nossos lares, sem falar das milhares de vozes que falam e falam nas redes sociais da internet e na televisão. 
      Deus é delicado, manso, mas certo, direto, em sua voz não há dúvida nem confusão, quando ela fala o faz em nossos corações exatamente após nós questionarmos o Senhor sobre alguma decisão que precisamos tomar, e responde exatamente aquilo que precisamos ouvir, que nos levará ao melhor caminho. Como tenho provado esse Deus delicado, pela sua misericórdia tenho aprendido a ouvi-lo e a obedecê-lo, e graças a isso as coisas têm dado certo para mim e para minha família, minha esposa e minhas filhas, e ainda que eu, por um motivo ou outro, não tenha arrumado um tempo para ouvi-lo, ele tem protegido o meu caminho, reservado para mim o melhor, no tempo e no espaço, neste mundo e no plano espiritual. Deus é, sempre foi e sempre será delicadamente elegante comigo, toda glória ao Senhor por isso! 

19/01/20

Exercemos de fato livre arbítrio?

      “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.João 3.18

      Até que ponto fazemos escolhas na vida, enxergamos com atenção as opções, as analisamos com calma para no final fazer a escolha de fato melhor para aquilo que de fato somos? Acho que não fazemos, pelo menos não na maior parte das vezes, para escolher é preciso que se tenha liberdade e nós, muitas vezes, escolhemos o que nos “cativou”. A palavra cativo significa escravo, bem, o escravo não é livre assim não pode exercer livre arbítrio. Eu não disse que não temos livre arbítrio, temos sim, entregue a todos nós pelo pai eterno e altíssimo de todas as almas, contudo, nós não o exercemos porque somos escravos. 
      Somos escravos do quê? Dos falsos prazeres da carne e das verdadeiras feridas da alma, isso mesmo, os prazeres são falsos, mas as feridas são genuínas, assim outra questão se levanta, não exercemos livre arbítrio e na verdade isso não importa muito, talvez não seja isso o que nos defina. Podemos escolher o melhor para sermos de fato felizes? Não, não escolhemos o melhor e muito menos precisamos ser felizes, não o tempo todo, não na maior parte das vezes, e muitas vezes, nunca. A vida é longa, mas passa depressa, nós somos sempre escravos de algo, mas ainda assim não devemos desistir de querer ser livres. 
      Escolhemos a Jesus? Essa é a melhor escolha que podemos fazer na vida e na qual todas as outras boas escolhas se basearão? Sim e não, escolhemos porque Deus nos escolheu primeiro, mas quem escolhe parece que já nasce escolhido, e quem não escolhe para que toda a sua vida foi um engano. Sem entrar na questão de que se Deus escolhe ele não dá oportunidade para alguns o conhecerem e serem mais felizes, principalmente na eternidade, sem entrar na polêmica “teologia da predestinação”, parece que algumas pessoas, por mais erradas que andem, amam a Deus, sempre voltam a ele para pedir perdão, e não fazem isso por causa de religião, como instituição ou tradição humana. 
      Por outro lado outras pessoas, mesmo que sejam boas cidadãs, prósperas materialmente, e muitas vezes boas religiosas, sempre se mantêm intimamente distantes de Deus, nunca se entregam de fato totalmente. Seja como for, Jesus é sim a melhor e mais importante escolha, seja lá por qual motivo a fazemos, talvez isso também não importe tanto assim. O que importa é seguirmos insistindo no melhor, talvez o que nos defina não seja o que fazemos mas o que tentamos fazer na maior parte das vezes, talvez o que importe sejam nossas boas intenções, por mais que, como dizem, “o inferno esteja cheio delas”, mas isso é só um ditado popular. 

18/01/20

O mal está no controle, não no caos

      “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2.16-17

      A pior das opressões, das injustiças, das escravidões, não nasce da baderna generalizada, da liberalidade egoísta e irresponsável, da criminalidade, da ociosidade que tenta roubar para obter sem executar trabalho honesto em troca, mas ela vem de se tentar estabelecer à força uma sociedade justa e igualitária, impondo aquilo que alguns acham que é o melhor para uma maioria de pessoas sem que essa maioria queira de fato isso. Por incrível que pareça, neste mundo o mal maior está no controle, não no caos. 
      O pior dos males está num estabelecimento forçado de ordem, ainda que em nome do bem, porque uma pessoa ou um grupo delas achou que pode ditar para as outras pessoas aquilo que é bom, e que na verdade é bom, na melhor das circunstâncias, só para um ou para um grupo. No caos há tudo, inclusive liberdade para se fazer o bem, mas na ordem imposta só existe escravidão, bem imposto é mal. Neste mundo, contudo, há caos porque existe livre arbítrio, dado aos homens não por homens mas pelo altíssimo.
      Foi por isso que Deus só se revelou integralmente como Deus quando deu esse livre arbítrio aos homens, permitindo que o ser humano escolhesse o caos no lugar da ordem. Contudo, ainda assim, tendo do próprio Deus o melhor dos exemplos, muitos, principalmente religiosos e cristãos, e nem vou me referir a políticos e filósofos, buscam controle do mundo com aquilo que eles acham que é o melhor para mundo, para todas as pessoas. A escolha deve ser individual, e cada um escolhe e vive com as consequências disso. 
      Mas como já disse aqui outras vezes, minha crítica é para os de dentro da minha casa, nos aos das casas dos outros, e novamente vai para os cristãos que insistem em crer que podem se envolver com política exercendo cargos, apoiando e confiando em ditos cristãos que exercem cargos: o evangelho permite o estabelecimento do reino de Deus nos corações dos homens, não no mundo, o mundo jaz no maligno e será assim até o fim. Querer um mundo inteiro governado por princípios cristãos não foi plano de Deus. 
      Os querubins foram colocados no jardim do Éden (Gênesis 3.24) depois que o homem desobedeceu a ordem de Deus, eles não estavam antes guardando a árvore do conhecimento do bem e do mal (e a árvore da vida), assim o caminho até elas estava livre, para que o homem fizesse a opção que achasse melhor, comer ou não dos frutos, obedecer ou não a Deus, isso é livre arbítrio. Se as consequências são tão sérias, por que não colocar guardas nas árvores, ou melhor, por que colocar tais árvores no jardim?
      Depois da escolha pior, mais trabalhosa, mais dolorida, contudo, as coisas mudaram, e mudaram para sempre, não há mais volta somente um perdão por Jesus, perdão para a eternidade, que ainda assim não livra ninguém de continuar vivendo uma vida dura neste mundo, no plano físico. Uma vida sob controle? Não, ninguém tem nada sob controle, ainda que todos nós queiramos obsessivamente controlar as vidas alheias, de um jeito ou de outro. Alguns malucos, todavia, de tempos em tempos tentam dominar o mundo.
      O melhor que podemos fazer é seguir insistindo em tentar dar liberdade para que o Espírito Santo viva em nós, só Deus é de fato livre, o Espírito Santo é Deus em nós através de Jesus. Também temos que dizer não a qualquer espécie de controle humano, mesmo de igrejas e por pastores, dentro dos templos, mas também no mundo, controlar o mundo com o evangelho não é a maneira de Deus trabalhar, Deus não quer o mundo só quer eu e você, e isso se eu e você permitirmos. 

17/01/20

Quando o discípulo está pronto o mestre aparece

      “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” 
Provérbios 4.23
      “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” 
Mateus 7.6

      Quando recebemos algo muito importante, muito bom, é normal querermos compartilhar isso com os outros, normal e justo, o que é benção para nós também pode ser para os outros, principalmente quando os outros são pessoas próximas a nós, parentes, cônjuges, filhos. A maioria de nós não será cobrada pelo que fizemos a um grande número de pessoas, mas aos próximos, alguns têm chamadas para abençoarem até multidões, mas a maioria deve dedicar-se a um pequeno círculo de pessoas. Essas precisam de nós, mais que o mundo, para essas devemos dar nosso melhor, nossos tesouros.
      Contudo, há um limite em com quem compartilhar o que há de mais precioso em nossos corações, mesmo gente muito próxima da gente pode não estar preparada para algumas coisas, coisas que para nós custaram caro, que exigiram de nós trabalho, tanto físico, quanto intelectual, quanto espiritual, e estudar e orar, ler e falar com Deus, é tanto trabalho quanto é esforço físico de Sol a Sol. Os textos iniciais não necessitam de muita explicação, são claros com relação ao cuidado que devemos ter no compartilhamento de certas coisas.
      Um ditado antiquíssimo, que alguns dizem ser de origem chinesa, diz, “quando o discípulo está pronto o mestre aparece”, ele é muito usado pelos esotéricos e ocultistas, mas dando a ele uma leitura cristã podemos dizer que não temos que procurar gente para evangelizar, como se o trabalho fosse do evangelizador, do mestre. O professor já se deu ao trabalho de aprender, por isso é professor, aos que ainda não são é que resta o trabalho de se esforçarem para que possam aprender, assim quando alguém quer aprende de verdade, esse alguém procura uma escola, uma faculdade, um professor. 
      Só fazem isso, todavia, os quem adquiriram a consciência de que não sabem e precisam aprender, quem já acha que sabe nunca procura mestres. Por outro lado, quando temos um conhecimento podemos ficar tão ansiosos para compartilhá-lo que acabamos revelando-o a quem ainda não está pronto para recebê-lo, é preciso confiar em Deus, tanto para achar o mestre quanto para esperar o discípulo. Caso contrário poderemos desproteger os tesouros de nossos corações para porcos, que não querem pérolas, só qualquer resto de comida para matarem suas fomes. 
      Mas como o mestre aparece? Ele aparece porque percebe que alguém está precisando dele, assim o mestre deve estar sempre pronto, vigiando, com atitudes corretas, ainda que com a boca fechada, a ele se deve a responsabilidade de saber quando o discípulo está pronto para aprender. Olhando o ditado sob o ponto de vista cristão, confiamos na providência divina, nos olhos de Deus, que a todos vê e conhece, assim Deus dá ao discípulo certo o mestre adequado, Deus sabe o que cada um pode aprender e o que cada um deve ensinar, sem vaidade ou hipocrisia. 

16/01/20

Mentiras com caras de verdades

      “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” 
Mateus 6.33
      “Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos“ 
Romanos 12.16
      “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” 
Colossenses 3.2

      “Conquistem o mundo, vocês podem tudo, seus sonhos não têm limites, não deixem que os outros digam o que vocês devem pensar, dizer ou fazer”. Fui numa dessas formaturas de final de ano e a diretora da escola, na maior das boas intenções, com certeza, disse as palavras iniciais aos formandos. São palavras positivas, orientando fé em si mesmos, auto-confiança, enfim, coragem sem limites para conquistar o que se deseja e gosta. Repito, palavras positivas e com certeza bem intencionadas, mas será que são verdadeiras? Até que ponto elas fazem bem, principalmente aos jovens? 
      Filósofos e outros profissionais, muitos bem famosos e celebrados atualmente, e não cristãos, discordam desses incentivos e dizem que eles podem fazer mais mal que bem. Não tente inverter minhas palavras, o exatamente oposto às palavras iniciais também faz mal, e fez a muitas gerações passadas que não foram incentivadas, apoiadas, ao contrário, sempre receberam nãos e palavras que acabaram por construir feridas psicológicas que limitaram  muita gente que poderia ter sido muitos mais do que foi. 
      Como sempre, a sabedoria está no equilíbrio, contudo, no momento atual, vivemos, sim, polos de exageros, de liberdade demais, de direitos demais, de humanismo demasiado, e assim quando muitos, criados por esses ensinos extremados, veem a realidade, e sentem que não podem e nunca poderão serem tudo o que desejam e terem tudo o que querem, caem em depressão. Depressão é doença que encontra nos vícios, no prazeres fáceis, na marginalidade e em tantos outros escapismos, um jeito de conviver com a frustração. 
      O melhor seria dar todas as orientações iniciais mas EM Deus, o limite não está em nós, mas no universo, na missão que cada um pode cumprir por Deus. Sob esse aspecto, sim, não há limites, mas isso quando ninguém se compara a ninguém, quando ninguém usa outro homem como referência, mas só Jesus. Se isso for feito nos conheceremos de fato, saberemos quem somos e consequentemente o que devemos fazer de melhor, só somos nossa melhor versão quando a somos EM Deus. 
      Enquanto o humanismo diabólico prega superação humana, a verdade maior do evangelho ensina sobre humildade, simplicidade, espiritualidade verdadeira mostrando que qualquer grandiosidade nesse plano físico é pura ilusão. Ainda que todos devamos nos esforçar para sermos bons cidadãos do planeta, isso aqui tudo é passageiro, a verdadeira felicidade está nos valores espirituais. Contudo, espiritualidade não é negar a realidade, o corpo físico e viver como um monge, a verdadeira espiritualidade na carne nos foi revelada por Cristo, só nele não seremos presas das mentiras com cara de verdades do final dos tempos. 

15/01/20

Deus age quando permitimos que ele aja

      “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.” Salmos 127.1-2

      Deus faz para nós aquilo que nós permitimos que ele faça por nós, já o que não deixamos, nós mesmos temos que fazer, Deus é educado, ainda que nós não sejamos. Assim se a vida nos parece pesada ou é porque não estamos fazendo a nossa parte ou é porque não estamos deixando Deus fazer a parte dele. Cristãos, deixem o engano de achar que Deus só abençoa cristãos, isso não é verdade, Deus abençoa a todos e muitos, muitas vezes e em certas áreas, muito mais que aos cristãos. 
      Na área financeira muitos não cristãos experimentam uma bênção imensa de Deus, e é de Deus, não é do mundo nem do diabo, só Deus pode abençoar, esses experimentam mais que muito crente em igreja evangélica frequentador de culto, que faz jejuns e vai a vigílias. Por quê? Porque muitos ateus, espíritas, esotéricos, fazem suas partes, ainda que neguem que Deus faça a sua e ainda que não possam colher salvação espiritual, eles estudam, trabalham, investem com sabedoria, administram o plano físico com ciência e equilíbrio, e colhem o “karma” disso.
      Contudo, o pequenino, o humilde, aquele que muitas vezes faz sua parte no limite, mas que crê no Deus do impossível, experimenta algo especial, milagres, e milagres acontecem, não como muitos acham que acontecem, mas acontecem. Milagre é algo muito subjetivo e pessoal, o que é para um não é para outro, só a pessoa e Deus sabe de fato quando um milagre aconteceu, Deus age quando permitimos que ele aja. Qual o segredo, o “mistério”, como dizem alguns? É discernir quando é hora de Deus agir, não de nós agirmos.
      Isso só vê os humildes espirituais, os arrogantes seguirão fazendo e fazendo, se esforçando, ainda que inutilmente, correndo o risco de adquirirem enfermidades e de encerrarem seu tempo no mundo antes do momento melhor. Esforce-se, ao máximo, mas saiba quando parar, aí creia, com todo o coração, no Deus verdadeiro e só através de Jesus, isso permitirá que Deus aja e que você tenha consciência disso, para então louva-lo. Na verdade, se você não deixar, Deus agirá do mesmo jeito, mas você não colherá o fruto disso, a paz do que adora a Deus como o Senhor de tudo.

14/01/20

A cada um o que é de cada um

       “E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai.” Marcos 14.32-34

      Aprendamos a dar a cada pessoa a atenção que cada pessoa merece. Com todos, todos mesmo, ajamos e reajamos com educação, isso é ser civilizado. Com os trabalhadores, esforçados, que desempenham bem suas funções, entreguemos o respeito, mesmo que não gostemos deles, e com esses tenhamos cuidado, Deus vela pelos trabalhadores, Deus é justo. Aos amigos presenteemos o elogio e o incentivo, e isso nunca é esforço, já que amigo é aquele que nos parece sempre ter só virtudes, mesmo em seus lados ruins nós vemos coisas boas. 
      Contudo, aos que nos ouvem sempre, aos confidentes pacientes, aos melhores amigos, os especiais, honremos com o melhor, com a informação em primeira mão, com a intimidade, com tempo mesmo quando não temos tempo, com alegria mesmo quando estamos em angústia. Quem consegue discernir todos esses tipos de pessoas, de relacionamentos, de alianças, que os acha e os entende, será feliz, terá paz, encontrará as pessoas certas para todo tipo de situação, e aceite isso, todos nós, todos, precisamos dos outros, não podemos ser felizes sozinhos, não sempre. 
      Ninguém atua seu teatro cósmico sozinho, protagonistas precisam de coadjuvantes tanto quanto de antagonistas e de figurantes, aliás o melhor de nós é refletido não nos coadjuvantes, mas nos antagonistas (conhece-se o homem pela qualidade de seus inimigos). A cada um, contudo, sempre o que é de cada um, nem mais, nem menos, com afeto e cobrança adequados, Deus é bom o suficiente para saber que precisamos das pessoas, e em seu plano universal sempre dá um jeito para que no momento certo achemos a pessoa certa para nos abençoar.
      Jesus tinha muitos discípulos, mas escolheu doze para apóstolos e desses, três eram íntimos. Contudo, Jesus tinha amigos especiais, como Lázaro, Marta e Maria, assim como o apóstolo João. Preferências não são feitas de forma consciente, racional, existem pois de alguma maneira, por algum motivo que nem nós sabemos bem, algumas pessoas parecem compartilhar nossa parte mais íntima, nos entendem como outros não entendem. Essa ligação especial às vezes percebemos com gente que acabamos de conhecer, gente que parecem não terem uma ligação física conosco, mas espiritual e eterna. 

13/01/20

Quando a felicidade existe?

      “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Efésios 5.1

      Liberdade não é necessariamente ter sim para fazer tudo, mas é não sofrer com certos nãos, ser livre é ser feliz mesmo com algumas algemas. Entendemos isso quando deixamos de fazer certas cobranças, já que a existência de felicidade está intrinsecamente ligada à ausência de cobrança. Isso não significa aceitar tudo sem fazer exigências, mas é não cobrar de quem nada pode dar ou não exigir mudança de situação que definitivamente nunca vai mudar.
      Mas isso não é fácil, temos muitas vezes uma necessidade terrível de cobrar as coisas dos outros, de jogar culpa nos outros, de querer que as pessoas sejam diferentes para que nós sejamos felizes, assim baseamos nossa felicidade nos outros e não em Deus e em nós mesmos. Cobramos atenção, palavras, amor, culpamos para exigirmos dos outros responsabilidades que não queremos nós mesmos assumir, queremos que as pessoas sejam diferentes para não sairmos de zonas de conforto. 
      Cobrar uma vez até pode ser útil, mas não devemos insistir com isso e sofrer. Se a situação não muda ou a aceitamos e nos calamos, ou mudamos, seja de situação, de ambiente, de relacionamentos, e isso inclui, principalmente, o meio profissional e o ministerial. Já o familiar é mais complicado, amigos se troca, mas de família não, já disseram que amigos é a família que escolhemos, mas muitas vezes não temos amigos mesmo entre os familiares, que têm laços de sangue comuns conosco. 
      Assim, o que definitivamente não se pode mudar administra-se com educação e com certa distância, nunca achando que temos obrigações, ainda que sejam parentes. Temos obrigações, por assim dizer e essa palavra nem é a melhor para esse assunto, com Deus, com filhos e com cônjuge (veja bem a ordem que coloquei as coisas, tire você suas conclusões...), com os outros, mesmo com pais, tenhamos respeito, mas com sabedoria. 
      Para ser feliz é importante saber dizer não, muito mais que dizer sim, muitos são infelizes porque disseram sim demais, mas certos sins, ainda que pareçam desconfortáveis, são libertadores, nos mostram que podemos ser felizes apesar de certas coisas, nos mostram que certas algemas são só parte do vestuário, não de nossa alma, e que nós somos muito maiores que elas, ainda que sob o olhar alheio pareçamos presos por elas. Liberdade plena mesmo só na eternidade.