terça-feira, março 19, 2024

Ídolos e santos, a mesma coisa? (2/3)

      “Portanto dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Contaminai-vos a vós mesmos a maneira de vossos pais? E vos prostituístes com as suas abominações? E, quando ofereceis os vossos dons, e fazeis passar os vossos filhos pelo fogo, não é certo que estais contaminados com todos os vossos ídolos, até este dia? E vós me consultaríeis, ó casa de Israel? Vivo eu, diz o Senhor Deus, que vós não me consultareis. E o que veio à vossa mente de modo algum sucederá, quando dizeis: Seremos como os gentios, como as outras famílias da terra, servindo ao madeiro e à pedra.Ezequiel 20.30-32

      Talvez o principal motivo de protestantes e evangélicos condenarem tanto católicos por usarem santos como intermediários entre eles e Deus, seja a visão dos outros deuses e de ídolos que lhes é passada pela história de Israel no antigo testamento. Mas ídolos do antigo testamento e santos católicos são a mesma coisa? A diferença não está na forma do objeto usado para focar fé e espiritualidade, mas na intenção do coração do que foca. Uma criança no interior da Sibéria, que nunca ouviu falar de Jesus e que não recebeu a construção de nenhuma mitologia da tradição judaica-cristã, não pode, num momento de dor e solidão, orar ao Deus verdadeiro? Pode, e poderá achá-lo mais que muito evangélico em templos no Brasil. 
      Pode-se argumentar: “essa ignorância ingênua é válida para quem não tem conhecimento, no Brasil católico de hoje, o Cristo é apresentado como único caminho, se católicos não trilham por ele é por rebeldia”. Não necessariamente, a fé de cada ser é algo pessoal e fechado, católicos genuínos não abandonam suas crenças tanto quanto evangélicos não largam. Quando se quer crer, se acha motivos, obtém-se provas que a crença funciona, evangélico não duvide das experiências de fé que católicos têm crendo em Maria. Mesmo os chamados pelos judeus de falsos deuses e ídolos vazios construídos por outros povos, podiam receber boa intenção e estabelecerem contato com Deus, não com o diabo. Deus sabe do coração de cada um. 

segunda-feira, março 18, 2024

A todos fala de muitas formas (1/3)

      “Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? Sabei, pois, que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor ouvirá quando eu clamar a ele.Salmos 4.2-3

      Por que achar que Deus fala comigo e não fala com o outro? Por que devo me considerar mais espiritual ou mais digno por crer diferentemente do outro? Por que, como protestante ou evangélico, devo pensar que eu falo com Deus, enquanto que outros, incluindo católicos, falam com o diabo? Até que ponto é agradável a Deus achar que porque uso os protocolos protestantes, orando só em nome de Jesus, tenho um acesso privilegiado a Deus, que aqueles que falam através de homens e mulheres falecidos, ainda que canonizados por uma secular instituição cristã, os santos, ou mesmo por outros nomes e entidades, não têm? Será que Deus funciona assim, quem ora por Cristo ele ouve, quem não ora ele simplesmente desconsidera? 
      Você, evangélico, que olha com certa repulsa católico rezar para santo, tem na prática mais devoção, fé, frutos de amor, santidade e justiça, que o católico? Muitos protestantes e evangélicos têm pecado contra Deus, não por não viverem do jeito certo, mas por condenarem o jeito de viver para Deus dos outros. Deus me chamou no cristianismo protestante, depois me mostrou a intimidade dos dons espirituais, por nada abro mão de Jesus e do Santo Espírito, mas também, e isso a duras penas, Deus me ensinou a não condenar ao inferno católicos e outros religiosos. Ainda que no meu ponto de vista muitos percam por não usarem o caminho reto e exclusivo do Cristo, Deus chama pessoas em religiões diferentes por sábias razões suas.

domingo, março 17, 2024

O engano se repete (2/2)

      “Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.Mateus 26.53-56

      A igreja hoje comete engano semelhante ao que judeus cometeram quando Jesus homem veio. Os judeus interpretavam as profecias sobre a vinda de um messias como a vinda de um novo Davi, um rei liderando exércitos contra opressores de Israel, naquele momento, os romanos. Ao invés disso veio um homem comum, um professor, não um político ou militar, pregando amor aos inimigos. Hoje muitos evangélicos esperam uma segunda vinda equivocada do Cristo, e ainda que não esperem um messias físico liderando exércitos físicos, mas exércitos espirituais, creem que será uma vinda visível no plano físico, para fazer justiça contra inimigos, não só de Israel físico, mas do Israel espiritual, a igreja, “corpo de Cristo”. 
      Mesmo os apóstolos, selecionados dentre os discípulos, íntimos de Jesus, na maior prova não tiveram firmeza suficiente para enfrentar a situação corretamente. Penso que nos últimos anos o povo evangélico brasileiro, assim como outros cristãos, têm sido provados, mas infelizmente muitos têm sido reprovados nessa prova. O engano que existia, mas que restringia-se aos templos, veio a público quando um político se disse defensor da tradição judaica-cristã, ao invés de exercerem amor muitos preferiram usar espadas. Deve ser assim para que a verdade sobre o falso cristianismo venha à tona, que haja tempo para que arrependidos muitos possam provar o amor de Jesus, senão provarão a espada que eles próprios levantaram, oremos. 

sábado, março 16, 2024

Espada ou amor? (1/2)

      “Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a; porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento.” 
Lucas 22.36-37
       “Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
Mateus 26.50b-52

      As duas passagens acima, interpretadas ao pé da letra, vendo a Bíblia só como uma lista de leis morais, contradizem-se, numa Jesus parece mandar comprar espada para que fosse defendido dos que viriam aprisioná-lo, na outra ele recrimina o uso de espada para defendê-lo dos que o estavam aprisionando. Em Jesus nunca há contradição, já a religião cristã de homens neste mundo pode “forçar” a interpretação de muitos textos, para criar entendimentos que homens acham mais convenientes a seus propósitos egoístas e gananciosos. Sem o Espírito Santo o ser humano não tem equilíbrio e lucidez, é extremista, assim tanto pode achar na Bíblia argumento para usar armas e violência como para ser passivo e manipulado. 
      Quem com espada fere com espada é ferido, eis a lei de plantio e colheita, de causa e efeito, ou como prefiram chamá-la, novamente ensinada. O velho “olho por olho, dente por dente” pode dar uma sensação temporária de solução, mas é só vingança. O mal só é anulado pelo bem, a violência e a injustiça, pelo amor. Ao ser humano cabe amar, eis o principal ensino de Jesus, e não tenhamos dúvidas, o universo, instrumento de Deus, sempre faz justiça, mas do jeito e no tempo de Deus. A nós cabe anular o mal dentro de nós e crer em Deus, há propósito para tudo, há no final honra e crescimento espiritual para o que confia em Deus e em suas orientações, não em sua visão humana, limitada e materialista da existência.  
      

sexta-feira, março 15, 2024

Mude porque há mais (4/4)

      “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos. Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.Salmos 43.3-4

      Alguns não mudam de opinião por crerem que já receberam o melhor de Deus para o homem. A jornada espiritual da existência possui várias armadilhas das trevas, e uso o termo por falta de outro melhor, nem acho que sejam armadilhas, só encruzilhadas para que aprendamos a fazer escolhas cada vez melhores. A 1ª está nas tradições familiares, a 2ª está na ciência, a 3ª está no desencanto e a 4ª está no medo do desconhecido. Nada há de errado nas bases morais e religiosas que recebemos de nossos pais, não se forem do bem, muito menos nada há de errado na ciência, pudera todos os seres humanos pudessem ser graduados e pós-graduados em alguma área, e mesmo o desencanto e o medo do desconhecido têm bons propósitos.
      Essas coisas são armadilhas quando se tornam zonas de conforto que nos fazem parar de caminhar, nos acomodarmos com algo que a princípio não é ruim ou mal, só fim de uma etapa. No desencanto é onde pode haver a grande iniciação espiritual, pois nele acordamos para muitas ilusões e mentiras. Contudo, é após termos nossas primeiras experiências de fé que somos confrontados com o desconhecido sem véu do Altíssimo. Apesar de iniciais, muitos podem passar toda a vida nessas experiências, achando-se religiosos maduros por isso. Mas esse início é momento de escolha, ou paramos na religião do mundo ou seguimos em direção aos conhecimentos mais profundos de Deus. Não pare, ainda há muito mais para saber e viver. 

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

quinta-feira, março 14, 2024

Mude porque pode (3/4)

      “Deveras todas estas coisas considerei no meu coração, para declarar tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus, e também o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante ele. Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.Eclesiastes 9.1-2

      Alguns não mudam de opinião porque nunca tiveram opinião sobre algo e nem querem ter. Essa é uma disposição muito comum nos últimos tempos, niilista, o grau mais extremo da covardia, que não querendo ser hipócrita, o que é positivo, também não se aventura a crer. Crer não acerta de cara, nem é para acertar, e nem precisa, mas é pôr-se num caminho mais elevado que aquele que a ciência ilumina, o caminho eterno e espiritual. Há basicamente dois tipos de pessoas que se dizem ateias, as céticas que não creem no que a ciência não pode provar, e as revoltadas, que na verdade não são descrentes, mas opositoras aos crentes, assim não duvidam de Deus, mas do Deus dos outros, em grande parte, do Deus dos cristãos. 
      Eu disse pessoas que se dizem ateias, pois na verdade não creio que existam ateus, só quem não quer assumir qualquer crença por orgulho. O desafio do evangelista destes tempos, que se preferir pode chamar de “últimos tempos”, não é levar pessoas ao cristianismo, mas a Deus. O cristianismo do mundo, e que no mundo chegou a seu limite, permanecem nele os velhos covardes e hipócritas, que sabem que sua crença não funciona e não têm coragem de mudar, os loucos, que creem em qualquer coisa extremada para consolarem suas mentes doentes, e os materialistas, sim, há materialistas na religião, que querem usá-la para enriquecerem materialmente. Não adianta assistirmos tudo isso passivamente, temos que mudar.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022


quarta-feira, março 13, 2024

Mude ainda que não precise (2/4)

      “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?I Coríntios 1.19-20

      Alguns não mudam de opinião porque receberam o melhor deste mundo. Prósperos materialmente pode até parecer que mudam, mas muitos, por terem tido sempre do melhor, em estudo, em alimentação, em assistência médica, no lazer e em tantos outros privilégios, são materialistas. Não precisaram de fé no espiritual invisível para terem algo, o que sabem, veem e provam lhes basta. Se deixam uma vida hedonista é para celebrar a deusa do materialismo, a ciência, nessa acham um tipo de religiosidade que assegura-lhes vida mais saudável e cuidado com o planeta. Ciência é dádiva de Deus ao homem para administrar o ambiente físico de onde recebemos suprimentos para viver, mas é moralmente vazia e não livra da morte.
      Infelizmente muitos não acham na ciência o entendimento de tudo porque não conhecem religiões e espiritualidades, não é por não conhecerem outra coisa, mesmo porque o espírito invisível em todo ser humano clama pelo pai de todos os espíritos e pela eternidade, onde será libertado do cárcere do corpo físico. Muitos escolhem a ciência por comodismo, para não desagradarem pares, negando um Deus acham um ídolo para porem em seu lugar, um ídolo que podem manufaturar com as próprias mentes, que podem estudar e aperfeiçoar, sem a ignorância, conforme acham eles, da fé. Tragicamente esses terão que mudar de opinião num momento terminal, onde sua ciência não lhes dará a resposta que só há pela fé no Espírito.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

terça-feira, março 12, 2024

Mude por dentro (1/4)

      “E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.Jeremias 31.34

      Alguns não mudam de opinião porque não conhecem nada diferente da opinião que têm. Acredite, há muitos assim no mundo atual, gente que nasceu numa cidade, numa aldeia, e próximos a seus familiares continuarão até o fim de suas vidas. Desempenham profissões herdadas de pais e avós, amizades e crenças passadas a eles pela família, muitos moram numa mesma casa desde que se casaram, e se não se casaram, ainda permanecem no quarto das casas dos pais que os receberam quando eram recém-nascidos. Esse tipo de pessoa não precisa ser alguém com pouca formação intelectual, muitos até têm cursos superiores, mas sua visão de mundo é restrita ao que lhes foi passado na infância e adolescência, nada conhecem de diferente. 
      Pessoalmente não creio que alguém esteja totalmente preso, ainda que o corpo físico passe a existência limitado a uma área geográfica, e o emocional amarrado à visão de mundo de uma família, o espírito sempre pode ser livre, esse não precisa viajar pelo mundo para cumprir sua missão aqui. Os que vivem cerceados por tradições e bens familiares, têm nisso uma oportunidade, serem livres espiritualmente mesmo presos dessa forma, e como dizemos, limites não são restrições, mas proteções contra nós mesmos. Todos recebem livre arbítrio para poderem ir além de onde estão aportados, tradições familiares e estabilidade financeira que há em legados, desse direito ninguém é privado, todos podem mudar se desejarem de fato.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

segunda-feira, março 11, 2024

O nome de Deus

      “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.Êxodo 20.7

      Para espiritualidades ocultistas, não necessariamente “satanistas”, sob um ponto de vista mais técnico e não místico cristão, as pessoas dizem ter guias, espíritos ou entidades (ou “demônios”) que os orientam em suas investigações e conexões. Um dos pontos importantes de uma “iniciação” nesses espiritualismos é guardar segredo sobre o nome desses guias. Interessante que a religião israelita tinha atitude semelhante com o nome de Deus, raramente era escrito e pronunciado, não em sua integralidade (veja link). Era mais que obedecer a um dos mandamentos mosaicos, de forma exotérica, era guardar um poderoso segredo esotérico, o nome de Deus tem poder (refletimos sobre isso em “Esotérico ou exotérico?”). 
      E nós, católicos e protestantes hoje, que consideração temos com o nome de Deus? Ainda que com boa e sincera intenção muitos evangélicos usam o nome de Deus demais, deveriam viver mais amor e santidade em humildade ao invés de tentarem impor suas crenças. Mas quem liga para lucidez quando se vê em nome de Deus? Acha-se dono da verdade e com direito a muitas deselegâncias que facilmente descambam para discussões inúteis, polêmicas e até violência. Falta intimidade com o Espírito Santo, quando temos temor de Deus adquirido pelo conhecimento que nos é dado numa comunhão profunda com o Senhor, adquirimos um respeito que nos faz ter cuidado mesmo com a simples pronúncia de seu nome. Quem sabe, cala.

domingo, março 10, 2024

Agradeça por tua verdade

      “Julga-me, Senhor, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no Senhor; não vacilarei. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração. Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade.” Salmos 26.1-3

      Muitas coisas não devemos aceitar, devemos lutar, com todas as forças, e mudá-las. Relacionamentos tóxicos, se não puderem ser mudados, devem ser deixados, muitas vezes nem é útil mudar e permanecer por anos vivendo com quem não quer mudar, na esperança que mude, só sofrendo desnecessariamente. Em relacionamentos afetivos um tempo separado para que haja mudança, é sábio, ainda que muitos não tenham coragem para fazer isso, e se têm, acabam envolvendo-se com outras pessoas com a mesma pressa e superficialidade. Mas não estamos aqui para julgar, aprende-se com tempo, muda-se quando se quer, senão só serão desculpas para seguirmos errados, usufruindo prazer egoísta ou querendo agradar a homens. 
      Mas há coisas que não podemos mudar, essas devem ser conhecidas e assumidas. Muitos evangélicos, ainda que com boa sinceridade, achando que certas coisas são erradas, tentam mudar essência humana que não pode ser mudada, que é entregue por Deus ao ser quando esse vem ao mundo, com a qual o ser terá que conviver até o fim. Se Deus dá, mesmo característica sexual diferente daquilo que a tradição judaica-cristã acha normal, é porque só aceitando isso do jeito certo haverá felicidade e crescimento. Muitos, crendo em “cura gay” tentam impedir outros de passarem pela prova principal de suas vidas, evangélicos assim são rebeldes a Deus, não crentes em seu poder. Agradeçamos a Deus por nossas verdades e sigamos em paz, não tentemos mudar o que não precisa ser mudado. 

sábado, março 09, 2024

Agradeça pelas feridas

      “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.Isaías 53.6-7

      Antes de explicar o raciocínio desta reflexão vamos deixar claro alguns pontos. Não precisamos e nem devemos ficar embaixo de qualquer espécie de relacionamento abusivo, toda violência deve ser parada e informada, se for contra pessoas em estado de vulnerabilidade, como crianças, idosos e deficientes físicos ou mentais, autoridades devidas devem ser acionadas, assistente social, psicólogos e mesmo polícia. Mas o ponto desta reflexão não é administrar violências físicas que podemos sofrer de pessoas com as quais dividimos o teto, mas de outras, que ainda sem contato físico direto e mais permanente conosco, podem nos ferir por palavras e atitudes. Estamos sujeitos a feridas quando nada fizemos para merecê-las, que parecem gratuitas. 
      Mas sob o ponto de vista de Deus, há algo que ocorra em nossas vidas que não tenha propósito ? Penso que não, e na verdade o que mais nos faz crescer é administrarmos corretamente feridas injustas, para aceitarmos isso basta conhecermos a trajetória do Cristo homem na Terra. Se tentarmos revidar, ainda que de forma educada, ainda que tentando subjugar alguém não fisicamente, mas só intelectualmente, estaremos fugindo de oportunidade que Deus nos dá para deixarmos funcionar o mecanismo de justiça do universo, que não fazemos ideia do tamanho e da eficiência que tem. Por isso, agradeça a Deus pelas feridas injustas e siga humilde e com paz.

sexta-feira, março 08, 2024

Agradeça pelos fracassos

      “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.Lucas 14.11

      Quem errou muito no passado, por escolha, mas também por ter recebido pouca ajuda para fazer boas escolhas, assim errou por responsabilidade própria, ainda que outros tenham tristemente contribuído para isso, que seja, quem errou, mas se arrependeu, mudou, então acertou, aprendeu algo importante. Outros, por força de vontade, por características pessoais, por terem sido melhores preparados, que seja, erraram menos e construíram neste mundo e diante dos homens uma vida digna, moral e material, melhor, esses podem parecer seres humanos melhores, mas podem cometer um erro. São arrogantes, assim julgam os que erraram mais que eles como inferiores, nessa arrogância pode até haver religião, mas não há temor a Deus. 
      Só construímos vida com virtudes morais, de amor, santidade, humildade, tendo base para isso. Alguns, e no mundo atual são poucos, parecem já virem para cá preparados, trabalhados, com uma base de temor a Deus onde não precisam ser envergonhados para serem humildes. Contudo, a maioria precisa, eu faço parte dessa maioria, assim, por saber que se sou algo hoje é porque Deus teve muita misericórdia de mim, não porque fiz algo bom, sou sempre grato a Deus, devo ser sempre generoso com os outros, e sempre sinto que recebo muito mais que mereço. Glória a Deus! Se ter sido o que fui foi o preço para ser tão feliz hoje, com esposa e filhas tão honradas, valeu a pena minha passagem aqui, valeu a pena fracassar e reconhecer isso.

quinta-feira, março 07, 2024

Se a fé acabou, voe

      “Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” Isaías 40.30-31

      Você acha que está sem fé, que ela acabou? Então, creia. Não entendeu? Na verdade o que acaba são imaturas ou falsas bases para fé, uma expectativa ilusória, um sentimento frágil, mesmo uma racionalização elaborada. Ainda que tudo isso possa servir em alguns momentos como base para confiarmos em Deus, e Deus sempre nos trata conforme nossa maturidade, não exige de criança postura de adulto e responde a todos que nele creem, tudo isso acaba, expectativas, sentimentos, razões. Quando tudo isso acabar é que finalmente estamos preparados para exercer a fé mais reta e madura, aquele que confia sem ver, sem ouvir, sem sentir, sem saber, só crê e espera em paz. 
      Ainda não entendeu? A fé mais poderosa experimentamos quando estamos totalmente vazios, porque aí não há mais as ilusões da carne, as mentiras da alma, os enganos do mundo, só uma conexão pura entre nós e Deus pelo Espírito Santo. Sim, dá medo vivenciar essa experiência, é de fato um salto no escuro que nos parece em direção a um abismo profundo, mas é ao contrário. Quando der esse salto estará leve como nunca antes esteve, vazio se é mais leve que cheio, ainda que cheio de coisas aparentemente boas. Leve você não cairá, mas subirá, sentirá a paz como nunca sentiu, estará pronto para esperar Deus cumprir o que te prometeu, com uma pura e poderosa fé, então, você voará. 

      “Sobre todos os telhados de Moabe e nas suas ruas haverá um pranto geral; porque quebrei a Moabe, como a um vaso que não agrada, diz o Senhor. Como está quebrantado! Como gritam! Como virou Moabe a cerviz envergonhado! Assim será Moabe objeto de escárnio e de desmaio, para todos que estão em redor dele. Porque assim diz o Senhor: Eis que voará como a águia, e estenderá as suas asas sobre Moabe. São tomadas as cidades, e ocupadas as fortalezas; e naquele dia será o coração dos valentes de Moabe como o coração da mulher que está com dores de parto. E Moabe será destruído, para que não seja povo; porque se engrandeceu contra o Senhor.” Jeremias 48.38-42

quarta-feira, março 06, 2024

Incansável Deus

      “Por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus? Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.Isaías 40.27-28

      Interpretamos o mundo exterior baseados no ambiente emocional de nosso mundo interior, se dentro de nós estamos entusiasmados, animados, fora parece estar tudo colorido e vibrante, ainda que na verdade esteja frio e cinza. Podemos fazer a mesma projeção em Deus, porque nos sentimos desanimados e desmotivados, acharmos que Deus está distante e passivo, indiferente às nossas vidas, aos nossos problemas, a nossa impotência. Acredite, Deus nunca para de trabalhar, o combustível que move a máquina divina é o amor, se esse faltasse todos os universos, o visível e o invisível, colapsariam. Deus não se cansa, não se entendia, não desiste, não se surpreende diante de tanta maldade e injustiça humana e estaciona.
      O cristianismo deste mundo, nas vozes do catolicismo e do protestantismo, pode passar o entendimento equivocado de um Deus santo, mas por isso tão distante, que se torna inacessível, por ser tão melhor que o homem. Assim cria-se uma religiosidade de contemplação e medo, não de conexão e intimidade, nega-se a obra do Cristo e o ministério do Espírito Santo. Se nossos sentimentos estão amortecidos é por causa do nosso pecado, assim, a energia que usamos nos afastando de Deus pode ser usada para, pela fé, nos aproximarmos dele. Desse modo temos acesso à paz, ao bem, à esperança e ao vigor espiritual, e daí, emocional e físico, que o Senhor quer compartilhar conosco para seguirmos aprendendo e melhorando.