sexta-feira, abril 12, 2019

Amor, único jeito de ser igreja (“O cristão e a igreja” 9/10)

9. Amor, único jeito de ser igreja

      “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” I Coríntios 13.9-13

      O texto inicial fala sobre manifestações de dons espirituais, o contexto é a exortação de Paulo aos coríntios sobre buscar os melhores dons, o apóstolo defende a prática de amor como algo mais excelente que dons que não serão necessários na eternidade, assim como a fé e a esperança, visto que lá não precisaremos esperar nem crer, já estaremos na presença viva e plena de Deus. Contudo, me permita usá-lo para outro fim, enfatizando mais o objeto da metáfora que a metáfora em si, o objeto é a diferença que existe entre o menino e o homem, as necessidades e intenções diferentes de um e de outro. 
      Como cristãos precisamos crescer, mesmo que Deus nos use sempre, tanto como meninos tanto como homens, com certeza o homem será útil nas mãos de Deus para ensinar valores mais profundos e eternos. A principal diferença do homem é que ele entende de maneira madura o que é o amor, e esse dom é a manifestação mais pura do evangelho, do Espírito Santo, de Jesus. Muitos fazem sinais, mas não conhecem de fato o amor, outros entendem de teologia em seus detalhes bíblicos, mas não sabem amar, outros ainda trabalham esforçadamente na obra de Deus, e ainda assim não conseguem andar no amor de Deus. 
      O que isso tem a ver com o tema “O cristão e a igreja”? Simples, só em amor conseguimos viver em igreja e com a igreja. Infelizmente, muitas vezes, só entendemos isso depois de bater muito a cabeça, podemos fazer todos os sacrifícios possíveis, mesmo dentro do escopo das virtudes espirituais, assim como achar todas as desculpas teológicas, ou ainda jogar a culpa em tudo e todos, só para não amarmos, e com isso podemos nos afastar das igrejas, deixando de ser abençoados e de abençoar, inventando sempre desculpas para negar a essência do cristianismo, o amor. 
      É inacreditável os sacrifícios, mesmo virtuosos, que muitos fazem simplesmente para não amar, contudo, amar deixa a vida leve, não nos sentimos sacrificando algo, mas compartilhando com graça e em paz. Só ama quem se permite ser amado por Deus e por si mesmo, só podemos dar o que temos em abundância, amor verdadeiro não pode ser encenado ou inventado, ele é genuíno, sincero, fácil e ilimitado. Deus é amor e quem vive nele poderá amar em verdade e a todos, não conseguiremos viver em igreja se não experimentarmos de fato o amor. 

9ª parte do estudo “O cristão e a igreja

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