sexta-feira, abril 19, 2019

Bíblia do jeito certo (2ª parte)

      “E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os. E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” 
Gênesis 18.16-18

      “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” 
Tiago 2.23

      “E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” 
Gênesis 6.7-8

      “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.” 
Lucas 17.26-30

      Meus queridos, sei que muitos não querem entender isso, sei que outros até concordam, mas seriam incapazes de verbalizar, principalmente ministrando estudos bíblicos e pregando, mas precisamos de uma vez por todas entender certo o que Deus quer nos ensinar com os textos que são certamente os mais polêmicos da Bíblia, todos localizados em Gênesis: a criação e a queda do homem (capítulos 1 ao 3), o dilúvio (capítulos 6 ao 8) e o pecado em Sodoma e Gomorra (capítulos 18 ao 19), por favor, leia os textos bíblicos na íntegra para melhor entendimento. 
      Sobre Sodoma e Gomorra, o pecado não era a homossexualidade em si, mas a promiscuidade, e mesmo considerando a homossexualidade, lembremos de outros assuntos que eram considerados pelos textos bíblicos de maneira bem diferente que consideramos hoje. Naquela época pessoas feitas escravas eram consideradas posse de outras pessoas, como se fossem coisas e não gente, e isso não era pecado para o povo de Deus. Mesmo as mulheres, como já dissemos, não tinham o respeito que hoje têm, e isso, o considerado povo de Deus não recriminava. 
      As coisas mudaram, mesmo recentemente, há cento e poucos anos atrás dizer que mulher podia votar, fazer faculdade e ter certas liberdades, era considerado pecado pela sociedade em geral e por igrejas cristãs. Sodoma e Gomorra foram condenadas pela promiscuidade que inclui pecados sexuais contra pessoas do mesmo sexo, além de outros perversidades e devassidões, mas o texto não pode ser usado nos dias de hoje para demonizar todo tipo de expressão homoafetiva. Precisamos, como cristãos sérios e santos, assumirmos isso nos púlpitos, já que no dia a dia muitos já assumem, e pararmos de dar lugar ao diabo insistindo em legalismos que nada têm a ver com o ensinamento do Espírito Santo. 
      O dilúvio, se analisarmos o fato descrito por Moisés em Gênesis ipsis litteris, veremos que cientificamente é impossível, tendo em vista o que continuou no planeta Terra, no reino animal e na diversidade de raças humanas, a despeito dos limites do que foi preservado na arca. O dilúvio existiu, o princípio no registro bíblico nos ensina muito sobre a vontade de Deus, e mais, o texto pode conter mistérios que nem a ciência ainda descobriu, mas não tomemos o texto ao pé da letra, pode ter sido um dilúvio regional que ocorreu simultaneamente com outros em regiões diferentes da Terra. 
      O evento descrito em Gênesis foi o ocorrido com um patriarca da nação de Israel, a nação escolhida por Deus para testemunhar sua vontade ao mundo pela velha aliança e da qual sairia Jesus, a nova e eterna aliança entre Deus e todos os homens, ele foi resgistrado para que chegasse à civilização ocidental através da tradição judaica-cristã, mesmo que existam registros de dilúvios em outras partes do mundo por outras tradições religiosas. Abrindo parênteses, um assunto bíblico não resolvido aparece em Gênesis 6.4, os gigantes que viviam na terra antes do dilúvio, gigantes também aparecem em II Samuel 21, se são a mesma espécie de gigantes não sabemos, mas se são, teriam sobrevivido ao dilúvio, fechando parênteses.
      Mas o texto com certeza mais enigmático da Bíblia, que talvez seja justamente por ser o mais metafórico, são os três primeiros capítulos da Bíblia, e é assim que tem que ser, porque a maneira como foi registrado, que nunca teve a intenção de ser científica, foi a melhor maneira, ao meu parecer achada pelo Espírito Santo, de relatar fatos tão importantes, quanto grandiosos e misteriosos. Se hoje, a ciência ainda não conseguiu explicar muitas coisas sobre o universo e a vida, muito menos entendia ou poderia entender o homem na época da saída do povo de Israel do Egito, ou antes, por aqueles que passaram as histórias de Gênesis por tradição oral até que Moisés ouvisse e escrevesse a Torá (o nosso pentateuco, os cinco primeiros livros do antigo testamento).
      Princípios de temor a Deus estão em textos como os compartilhados no início desta reflexão, Abraão era amigo de Deus e Noé achou graça aos olhos do Senhor, esses foram poupados de juízos de Deus que são tão certos quanto terríveis sobre aqueles que negam o vontade do Altíssimo para a vida, para o planeta, para a eternidade. Assim, entendamos certo o que é pecado, o que é abominação, o que é justiça e o que é misericórdia, muitos serão salvos, desses religiosos viciados em igrejas, mas serão surpreendidos ao verem pessoas que eles lançaram no inferno estarem também no céu, e muitos que eles tinham certeza que estariam no céu, estarem no inferno. 

Este estudo é compartilhado em quatro partes aqui no “Como o ar que respiro”, entre os dias 18 e 21 de abril, se possível leia na íntegra para entendimento completo, José Osório de Souza.

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