quarta-feira, outubro 26, 2022

Acima dos símbolos (87/92)

      “Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses.” Salmos 135.5

      Existe outro aspecto importante sobre símbolos, verificado com representações de seres híbridos, parte homem, parte animal. Também se referem a seres espirituais, mas cada parte tem um significado, e assim podem conter vários significados espirituais. A esfinge, parte humana, parte leão, parte pássaro, conforme o ocultismo é mais que um animal mítico, é um conjunto de símbolos esotéricos. Quem foca em uma imagem de animal, não está adorando um animal, mas evocando significados espirituais. 
      Povos originais (indígenas) da América do norte têm ligações espirituais com animais, um urso, uma águia, uma cobra, sendo que cada animal representa um espírito ou um significado espiritual específico. Por outro lado religiões hinduístas já consideram certos animais como possuidores de espíritos especiais, por isso, por exemplo, os bovinos são respeitados, mas nesse caso não é simbolismo. Assim, a conexão espiritual que não com Deus por Jesus, pode ser bem variada e complicada. 
      Toda a velha aliança de Israel, recebida e codificada por Moisés, é um grande simbolismo da nova aliança que seria entregue por Jesus (refletimos a respeito em “Os templos de Jerusalém“). Não que os judeus adorassem a construção do templo, ou os objetos usados nas festas e cerimônias, mas Deus ensinava ao homem sobre a obra redentora do Cristo através dos protocolos da religião israelita. Isso construiu um símbolo mental muito poderoso usado pelo catolicismo e pelo protestantismo.
      Por que nos sentimos tão eficientemente purificados quando pedimos que Deus nos lave com o “sangue” de Cristo? Não sei quanto a você, mas eu me sinto, me pego usando esse simbolismo muitas vezes. Ainda que mental, é um símbolo porque o sangue físico e real de Cristo não vem nos limpar quando oramos assim. Jesus hoje é espiritual e numa posição espiritual elevadíssima, acima de toda sorte de seres espirituais e físicos. Mas essa figura funciona, como funcionam outras figuras.
      Baseada em Lucas 22.19-20 a Igreja Católica tem, talvez, o simbolismo mais forte de todos, que mais que um símbolo, creem eles, é uma manifestação física. No sacramento da Eucaristia a hóstia se transforma, dentro do corpo do crente, em corpo e sangue do Cristo (“transubstanciação”). No meio protestante e evangélico a interpretação da ceia varia muito, não é consenso, para uns aproxima-se bastante da doutrina católica, para outros a ceia é só um culto de memória e de confirmação de fé. 
      Pessoalmente acredito que não devemos julgar mal ninguém por usar símbolos materiais para focar ou reforçar sua comunicação com Deus e o mundo espiritual. Deus ouve e atende a todos, indiferente de símbolos, religiões e mesmo de intenções. Contudo, como alguém que tem certeza de suas convicções e acredita que conhece certas verdades, humildemente posso aconselhar. Busquemos a Deus, focando mentalmente nele, e através da verbalização do nome de Jesus Cristo, isso basta.  
      Concluo lembrando algo já dito aqui, nossa comunicação com o plano espiritual é mental, assim imagens, vistas ou imaginadas, não são só percepções e invenções de nossas cabeças, podem ser usadas para interagirmos com Deus e com outros seres. Não faço aqui qualquer juízo de valor, dizendo o que é certo e o que é errado, mas posso dar um testemunho. Buscarmos ao Deus Altíssimo, e não outro “deus”, nos cura, nos limpa, nos protege e nos conduz sem confusão sempre em vitória. 

Leia na postagem de ontem
e na postagem de amanhã
as outras partes desta reflexão

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