terça-feira, maio 10, 2011

Amado (poesia)

Sabes falar minha língua, não que eu seja erudita,
tu és o que me afina, os meus ouvidos tu livras.
Tens as palavras corretas que me ensinam mistérios,
o invisível revelas, tudo o mais fica belo.

Casa fechada, faxina que minha alma precisa?
Abres a porta, me limpa, deixas feliz o meu dia.
Tu tens o pote com água fresca em tempo de estio,
tu és a brisa que abraça meu coração ressequido.

Se não consigo correr, meus pés tropeçam no nada,
quero mas não posso ver, o mal é como fantasma?
Domas as sombras com as mãos, desfaz os laços, os nós,
tocas o meu coração, tiras meu corpo do pó.

Sabes chegar sem alarde, és educado, paciente,
sem criticar meu disfarce, vês o que outros não veem.
Podes ficar, cá comigo, o teu silêncio é doce,
és muito mais que amigo, és meu amado, meu noivo.  

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