domingo, maio 08, 2011

Todo trabalho seja honrado diante de Deus

         "Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá, tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, tem gente enganando a gente, veja nossa vida como está, mas eu sei que um dia a gente aprende." Renato Russo

       Escrevo esta reflexão com uma tristeza muito grande em meu coração, você, que me acompanha neste blog, peço que me entenda nesta cumplicidade de ser humano com ser humano, se eu conseguir te ajudar em alguma coisa com isso, glórias a Deus, senão, tenha apenas misericórdia e ore.
        Estou triste por ver como algumas pessoas, e pessoas de liderança que precisariam estar mais preparadas para valorizar todo mundo, sem distinção, não valorizam trabalho intelectual e artístico. Isso é uma ofensa direta a mim e a minha família, onde estudo é prioridade. Não, não somos melhores que ninguém, de forma alguma, mas gostamos de usar o cérebro, e de trabalhar com compartilhamento de conhecimento. Minha esposa é mestra em matemática, eu vivo de aprender e compartilhar sobre cultura de música e instrumentos musicais, além de estudar prática de piano e órgão, minhas filhas têm um excelente aproveitamento em todas as escolas que frequentam.
        Contudo, para alguns, trabalho de verdade é só o braçal, eu respeito o trabalhador braçal, tanto quando respeito o neurocirurgião, mas sei que o neurocirurgião se esforçou, ou porque teve oportunidade ou porque escolheu se esforçar, muito mais que uma faxineira. Não, emocionalmente e espiritualmente somos todos iguais, diante de Deus e de estados civilizados, mas devemos honrar a quem honra merece, ao invés de ficar incentivando as pessoas a fazerem atividades que exigem pouco estudo, a se acharem até melhor que pessoas cultas e bem formadas. Infelizmente são muitos desses desinformados, não todos, que pagam hereges e pilantras nas igrejas, que elegem corruptos e manipuladores na política.
         Então, que trabalhadores braçais deem aulas aos filhos desses que não valorizam conhecimento, que quem se satisfaz com pouco estudo escrevam os livros científicos para esses que desrespeitam os que se esforçam mais, que primitivos batedores de tambor produzam a música utilizada no entretenimento e nas cerimônias religiosas, no lugar de violinistas, pianistas e trompistas, que se esforçaram para desenvolver suas aptidões naturais através de horas a fio de estudo.
      O mais ingrato e injusto disso tudo, é que tais equivocados não entendem, que do trabalho braçal se descansa fácil, uma boa noite de sono e já estamos novos. Agora de tocar um instrumento musical, lendo partitura, administrando mãos, dedos e teclas, prestando atenção a um regente, e ainda tento que fazer tudo isso com sentimento, não de forma repetitiva e fria, como se fazem alguns trabalhos físicos em chão de fábrica, descanso para isso é difícil. Muitos entram em estresse e depressão profundos, após se dedicarem por anos a preparo e ministração de aulas, tentamos dormir e notas e números, ideias e raciocínios, ainda permanecem grudados em nossas mentes.
        O que me consola é Deus, é sempre Deus, esse é justo, amoroso, e realmente nos conhece, sabe de nosso trabalho e esforço, esse Deus, a quem sirvo, recompensará cada um conforme a obra que fez, nesse Deus eu não julgo ninguém, nem me considero melhor, nesse Deus eu espero, a esse Deus eu obedeço, é esse Deus que tem sustentado a mim, minha esposa e minhas filhas, de maneira maravilhosa, esse Deus tratará com cada um. Repito, aqui não existe qualquer tipo de desrespeito para com os trabalhadores braças, mas sim, respeito para com os que se esforçam intelectualmente.

        "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados." Mateus 5.6

José Osório de Souza, 5/09/15, 22:45 horas

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