O pregador deve
saber em primeiro lugar que o Evangelho é uma porta aberta para a comunhão com
Deus, para isso deve haver reconhecimento de pecado e tomada de posse de perdão
do pecado reconhecido através do cordeiro de Deus, Cristo Jesus. Por meio do
perdão cremos que o homem está apto a receber a intervenção de Deus em sua
vida, bênçãos, curas, seja na área material ou espiritual, no corpo, na alma ou
no espírito. Como porta aberta, até a morte da pessoa o Evangelho deve ser
pregado a ela, com amor, com paciência, com fé, de que pode haver uma
transformação poderosa em sua vida, caso ela se converta ao Senhor Jesus. Essa
deve ser a segurança do pregador, sua convicção, seu princípio fundamental,
pois que crédito tem o médico que não acredita em seu diagnóstico e em seu
tratamento de cura?
Tendo em vista essa
convicção tem-se que confiar que se a salvação pode acorrer até no último
momento de vida, não podemos lançar uma pessoa a um julgamento antes do tempo.
O amor ao não salvo deve ser exteriorizado principalmente pelo respeito por ele,
e o que deve ser mais respeitado é sua condição de perdedor, de escravo de
vícios, de detentor de uma condição que o envergonha. Sim, o pecado deve ser
odiado, mas não o pecador, resumindo, nada é desculpa para que não tratemos as
pessoas com amor e com respeito.
A pergunta que desejo fazer com essa reflexão é a seguinte: até
que ponto a igreja evangélica está preparada para receber, conviver e tratar
pessoas com a “questão” homossexualidade?
Não, a igreja não
está pronta para receber essas pessoas quando de púlpito se chama homossexuais
por termos pejorativos, que ofendem, humilham tais indivíduos. É preciso
entender que homossexual não pode ser colocado no mesmo nível de um viciado em
drogas, de um alcoólatra, ou mesmo de um promíscuo. Com alguma dificuldade as
pessoas admitem ter problemas com drogas, cigarro ou álcool, mas é bem mais
difícil admitir que se convive com a questão homossexualidade. Tratar essas
pessoas com termos pejorativos é afastá-las ainda mais da “solução”. (Será que
tal solução existe? Será que é uma doença que precisa de cura? Nem a ciência
tem ainda uma resposta pra isso.)
Quem se aproveita
dessa atitude de falta de respeito é o Inimigo, que fomenta ódio no coração dos
homossexuais e simpatizantes pela igreja e pelo Evangelho. Outros, que foram
criados dentro da igreja com essa questão, permanecem nas igrejas, mas calados,
guardando para si angustiosamente um problema que lhes parece ser sem solução. Esses
ou vivem toda uma vida na hipocrisia ou se afastam da igreja com a mesma
revolta que os incrédulos que nunca frequentaram uma igreja.
Tratar as pessoas
com essa questão de forma vulgar é uma forma de generalizar o problema, quem
faz isso tem a falsa impressão de facilitar a solução, mas mesmo que seja essa
a razão ainda assim não é desculpa para negar amor. Mas cada caso é um caso,
existem motivos e atitudes diferentes dos homossexuais, colocar todos dentro de
uma só panela é uma disposição covarde. Nem todos os homossexuais são
promíscuos, nem todos são radicais violentando seus corpos com transformismos,
nem todos experimentam essa situação buscando formas torpes de prazer carnal. O
que existe, na maior parte dos casos, é a necessidade de ser amado, de se ter uma companhia
especial para o resto da vida, muitos nem estão a procura de sexo, mas de
afeto, como tantos nesse mundo, como eu, como você.
Se a maioria dos
evangélicos não está pronta para receber homossexuais em suas igrejas, muito
menos está pronta para conviver com eles. Você já imaginou um travesti
participando de um culto com você, sentado ao seu lado? Você conseguiria
conviver com um casal gay aprendendo a Bíblia junto de você numa célula
familiar? Indiferente da posição que você tenha sobre o assunto, poucos teriam
paciência para caminhar com essas pessoas, esperando uma interferência divina. Se
receber e conviver é difícil para a maior parte dos evangélicos, mais difícil
ainda é tratar essas pessoas, buscar uma cura.
Caso você não tenha
concordado com a opinião que expressei aqui, por favor, faça a você só uma
pergunta: você já conviveu com pessoas com essa questão? Se você conviveu, já caminhou
com elas? Se você caminhou, foi durante quanto tempo? Se você testemunhou uma
mudança nessas vidas, essa mudança foi duradoura? Sim, acredito que por um motivo ou por outro, muitos que caminhavam na homossexualidade mudaram de vida, mas muitos não conseguem sair desse caminho. Não, esse assunto não é
simples, eu não tenho uma palavra final sobre ele, um veredicto, uma acusação
ou uma defesa, muito menos uma solução genérica, contudo o Espírito Santo me
orienta que devo ter amor por essas pessoas e que nesse amor, há uma solução.
Se todos devem
tratar os homossexuais com respeito, muito mais aqueles que acreditam que tais
pessoas podem mudar de vida, infelizmente, na maior parte das vezes, são esses
justamente os que menos demonstram respeito, a maioria fala de um assunto que
na verdade não conhece, não respeita porque nunca esteve realmente próxima
dessas pessoas para amá-las da maneira como elas precisam ser amadas.
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Tema bem delicado que poucas pessoas de Deus teria a sabedoria pra comentar... Parabéns irmão!!! Que Deus continue te usando!!!
ResponderExcluirO ponto nessa reflexão não foi estabelecer qualquer espécie de julgamento, mas foi lembrar a relevância do amor, julgar é fácil, amar não é, muito obrigado pela participação.
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