sábado, maio 07, 2011

Homossexuais: estamos preparados para amá-los?

   Pra começar a falar sobre o assunto, primeiro gostaria de refletir sobre qual deve ser a disposição do que se põe na posição de evangelista, de entregador de boas novas aos homens, sejam os homens quais forem, tenham eles os problemas que tiverem. Isso é indiferente do posicionamento que se possa vir a ter sobre o assunto homossexualidade: se é pecado ou se não é; se é escolha, que se adquire por opção e pode então ser revertida; se é enfermidade que se nasce com ou que se adquire com a criação, mas que pode ser curada; se deve ser encarada como característica e não como doença, logo não precisa de cura.
O pregador deve saber em primeiro lugar que o Evangelho é uma porta aberta para a comunhão com Deus, para isso deve haver reconhecimento de pecado e tomada de posse de perdão do pecado reconhecido através do cordeiro de Deus, Cristo Jesus. Por meio do perdão cremos que o homem está apto a receber a intervenção de Deus em sua vida, bênçãos, curas, seja na área material ou espiritual, no corpo, na alma ou no espírito. Como porta aberta, até a morte da pessoa o Evangelho deve ser pregado a ela, com amor, com paciência, com fé, de que pode haver uma transformação poderosa em sua vida, caso ela se converta ao Senhor Jesus. Essa deve ser a segurança do pregador, sua convicção, seu princípio fundamental, pois que crédito tem o médico que não acredita em seu diagnóstico e em seu tratamento de cura?
Tendo em vista essa convicção tem-se que confiar que se a salvação pode acorrer até no último momento de vida, não podemos lançar uma pessoa a um julgamento antes do tempo. O amor ao não salvo deve ser exteriorizado principalmente pelo respeito por ele, e o que deve ser mais respeitado é sua condição de perdedor, de escravo de vícios, de detentor de uma condição que o envergonha. Sim, o pecado deve ser odiado, mas não o pecador, resumindo, nada é desculpa para que não tratemos as pessoas com amor e com respeito.
A pergunta que desejo fazer com essa reflexão é a seguinte: até que ponto a igreja evangélica está preparada para receber, conviver e tratar pessoas com a “questão” homossexualidade?
Não, a igreja não está pronta para receber essas pessoas quando de púlpito se chama homossexuais por termos pejorativos, que ofendem, humilham tais indivíduos. É preciso entender que homossexual não pode ser colocado no mesmo nível de um viciado em drogas, de um alcoólatra, ou mesmo de um promíscuo. Com alguma dificuldade as pessoas admitem ter problemas com drogas, cigarro ou álcool, mas é bem mais difícil admitir que se convive com a questão homossexualidade. Tratar essas pessoas com termos pejorativos é afastá-las ainda mais da “solução”. (Será que tal solução existe? Será que é uma doença que precisa de cura? Nem a ciência tem ainda uma resposta pra isso.)
Quem se aproveita dessa atitude de falta de respeito é o Inimigo, que fomenta ódio no coração dos homossexuais e simpatizantes pela igreja e pelo Evangelho. Outros, que foram criados dentro da igreja com essa questão, permanecem nas igrejas, mas calados, guardando para si angustiosamente um problema que lhes parece ser sem solução. Esses ou vivem toda uma vida na hipocrisia ou se afastam da igreja com a mesma revolta que os incrédulos que nunca frequentaram uma igreja.
Tratar as pessoas com essa questão de forma vulgar é uma forma de generalizar o problema, quem faz isso tem a falsa impressão de facilitar a solução, mas mesmo que seja essa a razão ainda assim não é desculpa para negar amor. Mas cada caso é um caso, existem motivos e atitudes diferentes dos homossexuais, colocar todos dentro de uma só panela é uma disposição covarde. Nem todos os homossexuais são promíscuos, nem todos são radicais violentando seus corpos com transformismos, nem todos experimentam essa situação buscando formas torpes de prazer carnal. O que existe, na maior parte dos casos, é a necessidade de ser amado, de se ter uma companhia especial para o resto da vida, muitos nem estão a procura de sexo, mas de afeto, como tantos nesse mundo, como eu, como você.
Se a maioria dos evangélicos não está pronta para receber homossexuais em suas igrejas, muito menos está pronta para conviver com eles. Você já imaginou um travesti participando de um culto com você, sentado ao seu lado? Você conseguiria conviver com um casal gay aprendendo a Bíblia junto de você numa célula familiar? Indiferente da posição que você tenha sobre o assunto, poucos teriam paciência para caminhar com essas pessoas, esperando uma interferência divina. Se receber e conviver é difícil para a maior parte dos evangélicos, mais difícil ainda é tratar essas pessoas, buscar uma cura.
Caso você não tenha concordado com a opinião que expressei aqui, por favor, faça a você só uma pergunta: você já conviveu com pessoas com essa questão? Se você conviveu, já caminhou com elas? Se você caminhou, foi durante quanto tempo? Se você testemunhou uma mudança nessas vidas, essa mudança foi duradoura? Sim, acredito que por um motivo ou por outro, muitos que caminhavam na homossexualidade mudaram de vida, mas muitos não conseguem sair desse caminho. Não, esse assunto não é simples, eu não tenho uma palavra final sobre ele, um veredicto, uma acusação ou uma defesa, muito menos uma solução genérica, contudo o Espírito Santo me orienta que devo ter amor por essas pessoas e que nesse amor, há uma solução.
Se todos devem tratar os homossexuais com respeito, muito mais aqueles que acreditam que tais pessoas podem mudar de vida, infelizmente, na maior parte das vezes, são esses justamente os que menos demonstram respeito, a maioria fala de um assunto que na verdade não conhece, não respeita porque nunca esteve realmente próxima dessas pessoas para amá-las da maneira como elas precisam ser amadas.
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2 comentários:

  1. Tema bem delicado que poucas pessoas de Deus teria a sabedoria pra comentar... Parabéns irmão!!! Que Deus continue te usando!!!

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  2. O ponto nessa reflexão não foi estabelecer qualquer espécie de julgamento, mas foi lembrar a relevância do amor, julgar é fácil, amar não é, muito obrigado pela participação.

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