sábado, maio 07, 2011

Conversão

      Minha mãe era católica, por conta disso eu e minha irmã fomos batizados ainda bebês. Por conta disso também, aprendi a pensar em Jesus à noite, sempre que me faltava o sono. Desde pequeno tenho dificuldades para dormir, então minha mãe dizia para eu pensar em Deus, eu me sentia muito bem com isso. Meu pai gostava de esoterismo, de todos eles. Também era muito exigente com relação à moralidade. Cobrava isso da gente com uma austeridade exacerbada, mesmo que ele, em sua vida secreta, não conseguisse praticar muito as suas teorias. Ele era maçom e nos criou no espiritismo kardecista, o de mesa branca.
      Por fora, minha família vivia uma vida honesta, construída em cima do trabalho de meus pais e uma negação a qualquer tipo de ostentação. Havia uma abnegação forçada, que não era por opção espiritual, mas por falta de alta estima mesmo. Meus pais, mesmo tendo condição financeira para viverem, como adultos, uma vida confortável, viviam como os pobres e solitários que foram na infância e na adolescência. Na verdade eles nunca conseguiram verem-se livres de suas infâncias sofridas. O espiritismo caía bem, nestas almas angustiadas e escravizadas. Pregando que deve haver abnegação e negação aos valores carnais, para que haja evolução, fazer parte dessa religião era só se dispor a frequentar as reuniões e entender as doutrinas, a prática de vida eles já tinham.
      Logo que comecei a entender a vida e a sentir culpa, a culpa que todos sentem, eu optei pela doutrina kardecista. Ela me seduziu, já que explicava coisas que cristianismo primitivo não explicava. Não estou me referindo à ética, o certo e o errado, o amor ao próximo, a caridade para com os menos afortunados. Não se enganem, esses princípios todas as religiões possuem, até os ateus os seguem. Mas as repostas que o espiritismo dava e que me enchiam os olhos, são aquelas para as três perguntas básicas do ser humano: de onde vim, para onde vou e quem sou.
      O espiritismo tem respostas pelas quais é difícil da gente não se apaixonar: reencarnação e comunicação com os mortos. Quem perde um ente querido, sabe o tamanho do desejo que se tem de se falar com o que partiu. A reencarnação por sua vez nos dá uma segunda chance, uma terceira, bem, infinitas chances. Não existe inferno, e isso responde muito bem o princípio que nós mesmos construímos de que Deus é bom demais para lançar alguém numa condenação eterna.
      Bem, com quinze anos eu comecei a devorar os livros espíritas. Não cheguei a ter, isso por misericórdia de Deus, experiência com mediunidade, se bem que nunca faltou espírita de plantão que dissesse que eu  tinha o espírito de algum célebre. Mas isso, como vim a descobrir depois, é dito para todo mundo. Se todos que ouviram que seu espírito foi o de um personagem famoso do passado cobrassem isso, o mesmo espírito teria que ser dividido em centenas, para atender a todos os corpos.
      Por fora, o espiritismo continuou servindo à minha família, agora não era somente o meu pai que tinha simpatia por ele, eu também o seguia. Contudo por dentro, nas almas minha, de meus pais e de minha irmã, havia enfermidades físicas e psicológicas que demorariam muito tempo para serem curadas. Essa é a grande armadilha do espiritismo, parece lindo, explica tanta coisa, “um caminho de luz”, mas vai engolindo as vidas, aprisionando-as, frustrando-as, até chegar o ponto que não são mais as pessoas que comandam seus espíritos, que exercem suas existências, mas os espíritos enganadores, que se apossam do corpo e da alma, com violência, acabando com qualquer possibilidade de paz. Eu sei, eu vivi isso.

      Não acredito em magia, em mudanças radicais na vida das pessoas que ocorrem assim, em um estalo de dedos. Não que seja impossível, creio que quando isso acontece é somente porque ocorreu uma coincidência de um monte de coisas. Basicamente é o tempo de Deus que cruza com o tempo do homem, e eles entram em acordo. Porém, normalmente o homem demora muito, e Deus fica aguardando com o seu inexplicável amor, até que o homem esteja pronto. Essa demora é por conta do tempo que o Espírito Santo precisa para levar a nova criatura, gerada no espírito humano, para o coração e a mente do homem. Esse processo pode levar uma vida. Contudo a minha conversão ao cristianismo (me lembro da noite em que verbalizei em público minha decisão, foi numa 5a. feira, dia 16 de setembro de 1976), fez um milagre em minha vida, me libertou do espiritismo. Eu entendi que os espíritos humanos, que o espiritismo dizia que se comunicavam com os vivos, não passavam de anjos caídos, demônios, atores mentirosos e ardilosos, que sabiam o que dizer e fazer para amarrar as pessoas a essa crença malévola. Quando você tem a primeira experiência com o Espírito Santo, todo espírito imundo é revelado e afugentado, nunca mais terão lugar na vida do convertido.
      Ficou pra depois a cura de tantas doenças emocionais que foram lançadas sobre minha vida durante o tempo que fui exposto ao espiritismo. Essa cura está sendo executada até hoje, mas devo declarar que o pior já foi, mas não foi fácil não. Depois que eu e minha irmã começamos a caminhar com Deus, alguns anos depois, meus pais também saíram do esoterismo e vieram para o cristianismo. Mais velhos e com as enfermidades da alma mais antigas, junto com uma insistência em permanecer do jeito que são por arbítrio, meus pais ainda convivem até hoje com resquícios do espiritismo. Tenho orado para que eles não partam desta vida sem que experimentem uma cura mais completa.
      Quero ressaltar que o mal maior que o espiritismo faz não vem das respostas tão interessantes que ele dá para os questionamentos humanos, muito menos pela moral que ele ensina, essa é até positiva. Mas ele consegue afastar as pessoas da única forma legítima de libertação do mal que Deus dá, o perdão, através do nome de Jesus Cristo. Como ele ensina que as pessoas devem crescer por suas próprias forças, e que Jesus, apesar de estar num alto grau de evolução, é apenas uma criatura de Deus, não o próprio Deus, as pessoas ficam absolutamente sozinhas com as suas culpas. Essas culpas só aumentam, enquanto que as almas das pessoas são totalmente apossadas pelos espíritos imundos. Mesmo que o ser humano vivesse mil vidas, não conseguiria se aperfeiçoar, e se isso fosse verdade o nosso planeta estaria numa situação bem melhor.
      Sim, é preciso acreditar que o nome de Jesus é totalmente capaz de perdoar o homem. Nesse perdoar há purificação completa e fim. Todavia é preciso também humildade para aceitar a justiça de Deus, sua determinação com relação ao tempo de vida que cada um tem neste mundo. Um conselho de quem já esteve escravizado pelo espiritismo: nem comece com ele, mas busque a Deus, sem exigências, com o coração no chão, pronto para aceitar o que for preciso, mas para conhecer a Deus, não a nenhum outro intermediário. Caminho para isso só existe um, Jesus Cristo. Eu te desafio a buscar a Deus com todo o teu coração e não ter uma experiência que não vai apenas reformar você, por uma roupagem nova num sujeito velho, mas mudá-lo totalmente, de uma maneira como você nunca pensou que você possível. Eu sei que isso é possível, eu experimentei isso, Deus te abençoe.

         O que a Bíblia diz das práticas espíritas:

        Reencarnação: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”, Hebreus 9:27-28

         Comunicação com os mortos: “Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles.”, Levítico 20:27

        Doutrina contraditória: “Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!”, Gálatas 1:8 - “Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.”, II Coríntios 11:4

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