quarta-feira, maio 18, 2011

De quem é a culpa?

"O Senhor prova o justo e o ímpio, 
a sua alma odeia ao que ama a violência"
 
Livro de Salmos, capítulo 11, versículo 5

    Injustiça e mesmo alguma humilhação vêm para todos, tanto para os que caminham com Deus quanto para os que não. Contudo, os próximos a Deus veem as aflições deste mundo de maneira diferente da maneira como veem os que estão distantes de Deus. 
    Abrindo parênteses logo de cara, não caminhar com Deus não implica necessariamente em fazer males, agir com injustiça, deixar de fazer o bem. O homem pode ter uma vida de ações aparentemente justas e boas sem que ande com Deus. 
    Fechando parênteses, a diferença está na ótica, na maneira como se vê a injustiça sofrida. O que caminha com Deus vê como uma provação, uma maneira de crescer, de vencer uma fraqueza sua que ainda está pendente. Por isso não coloca a culpa de tal injustiça nem nas pessoas e muito menos em Deus. Ele procura em seu coração forças para reagir de maneira benigna à injustiça, e é claro que se agir assim contará com a ajuda de Deus, com o consolo de Deus, com a paz de Deus. Essa paz tira do coração do homem todo o desconforto trazido pelas fantasias de violência. Sim, porque na maioria das vezes, os que andam com Deus não exteriorizam a violência mas são atormentados por fantasias dela.
   O que não anda com Deus, que pode até ser religioso e esforçado, não verá a injustiça como uma oportunidade de crescer. Ele se revoltará contra ela, procurará culpados para que ela exista. Ao invés de lutar contra a própria fraqueza, lutará contra as outras pessoas e até contra Deus, mesmo que chame Deus de "destino" ou genericamente de "vida". 
   Ação para vencer a própria fraqueza que não seja através de Deus, mesmo que tomada por quem caminha com Deus, é violência. O que é violência? Tudo aquilo que se faz que não seja a vontade de Deus. A vontade de Deus sempre confronta, em primeira instância, o próprio indivíduo e não os outros. O que caminha com Deus chama a responsabilidade para si mesmo. Violência é odiada por Deus, é justiça feita com as próprias mãos, que uma vez executada impede Deus de entrar na história. 
   Contudo, quando a injustiça é assimilada da maneira correta, diante de Deus, com o homem procurando entender o que ele pode melhorar e não jogando a responsabilidade para os outros, Deus mesmo se encarrega de lutar pelo injustiçado, é dado lugar à ira de Deus, dele será a vingança, caso ela seja necessária.
    Davi sabia muito bem o que era esperar pela justiça de Deus, enquanto estava foragido na caverna de Adulão, protegendo-se dos ataques de Saul, aguardando que se cumprisse a promessa de ser empossado como rei de Israel. Ele não se apressou, fazendo justiça com as próprias mãos, não faltou com respeito a Saul, mas esperou, sem violência. Na hora certa Deus cumpriu a promessa em sua vida.
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