sábado, maio 07, 2011

Ter

      Liberdade somente existe quando se pode escolher o que não se quer fazer. Se digo que sou livre, mas faço tudo, então sou escravo, escravo de tudo. O livre faz somente uma parte das coisas, a melhor parte, que escolheu fazer. A melhor parte é aquilo que nos deixa presos a Deus, é o bem. Não existe liberdade acima de tudo, do bem e do mal. Deus está acima de tudo e ser livre é ser servo de Deus, somente presos a ele é que somos livres.

      Bem, ou se é 100% dele, ou se é do mal. 99% de bem, ainda é o mal, já que 1% de mal faz tudo ser do mal. O bem vem de Deus, é feito em Deus e é oferecido para Deus. As três coisas têm que acontecer concomitantemente para que haja bem, sendo assim o fim não justifica os meios. Algo que se originou do mal não perde a maldade por ser oferecido ao bem. Por outro lado, algo que nasceu do bem perderá sua benignidade se for dedicado ao mal. Uma casa construída com tijolos maus, não será boa só porque abriga o bem após a sua construção. Por outro lado, usar bons tijolos na construção de uma casa, não a fará boa, se a casa for usada para o mal após construída.

      Prazer, ninguém disse que servir a Deus é não usufruí-lo. Sempre seremos atraídos pelo prazer. Contudo, a satisfação que a alegria espiritual dá é o único tipo de prazer que é 100% bem. O prazer da carne e da alma sempre termina e findando ele, fica a dor. Dor é não querer sentir dor, o prazer da carne e da alma sempre está lutando para não se acabar, mas ele se corrompe em si mesmo e isso causa dor. O prazer do espírito, enchido com o Espírito de Deus, não luta, não segura, não se prende, ele simplesmente é, existe, descansa, se solta, deita nos braços de Deus. O corpo envelhece e a alma se entedia, o espírito cheio do Espírito de Deus voa e se expande, infinitamente.

      Aventura é querer conhecer a Deus. As entidades do mal, os demônios, nada sabem, nada podem criar. O mistério que elas vendem aos homens é criado pela curiosidade dos próprios homens, pela sede que eles têm de Deus. As entidades apenas repetem as questões que ouvem do espírito humano. A eficácia da sedução não está na capacidade de quem seduz, mas na qualidade de ser seduzido que existe no homem. Quando a sede do homem é saciada pela presença do Espírito Santo, os demônios perdem as forças. A alma do homem, essencialmente curiosa, sente prazer em viajar nas questões eternas, as espirituais. Ela sabe que essa é a maior das aventuras, porque esse é o caminho para se conhecer a Deus. O Espírito Santo responde a todas as questões, e a melhor resposta é a que dá contentamento mesmo quando não recebe resposta alguma.

      Destino, por mais que tentemos não podemos fugir daquilo que nos tornaremos no final de nossa existência natural, o que levaremos em nossa identidade para sempre. Destino é o lugar de chegada da essência humana, essência essa que vem conosco do outro lado da eternidade, quando nascemos. O destino fica preso entre a porta de entrada e a porta de saída, início e fim da nossa única encarnação. Existir é ser testado a responder uma única pergunta: queremos caminhar com Deus? A mesma pergunta se repete vez após vez, em tempos e espaços distintos, durante toda a nossa vida neste mundo. Deus, para quem o tempo é um presente constante, sempre sabe dessa resposta, portanto conhece o nosso destino e acredita em nós, em todo o tempo.

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