quarta-feira, junho 29, 2022

Esse agora sou eu

      “E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.João 8.10-11

      Ouvi o testemunho de uma mulher, sobre como ela reagiu quando chegou em casa, e se olhou no espelho, após a retirada dos dois seios por causa de câncer. Ela disse: “essa agora sou eu, terei que viver com isso de agora em diante”. Por favor, não alie alguém passar por um problema sério, principalmente um tumor que rouba da mulher algo tão importante para ela, com a experiência da mulher pega em adultério no texto bíblico inicial. 
      Usei o texto porque existe uma coisa em comum entre a mulher da passagem e a mulher do testemunho, ambos os seres humanos, iguais merecedores de nosso respeito, terão que seguir vivendo com coisas que não poderão ser mudadas. A do testemunho com uma mudança em seu corpo, a da Bíblia com um passado moral vergonhoso. O que é pior? Tudo é ruim, cada um com sua dor e com sua prova, Deus é com os humildes que nele confiam. 
      Uma dificuldade que temos para aceitar novos modos de vida, às vezes é por acharmos que o que éramos antes era melhor. Podia até ser melhor, mas só em parte, e não no principal, eu creio que mesmo perdas difíceis são necessárias para que sejamos alguém melhor, e melhor principalmente em nossos espíritos, nas virtudes morais. Não sabemos, mas talvez se seguíssemos como éramos, poderíamos ter tido vidas piores que as que temos hoje.
      Outra dificuldade é que mesmo que um modo de vida passado traga-nos vergonha hoje, lá no fundo, algumas vezes somos tentados a achar que daquele jeito éramos mais felizes. Aos que têm essa tentação, uma orientação, cuidado, se uma vergonha não bastar para nos colocar no eixo, uma segunda e pior poderá acontecer, assim, sejamos humildes e aceitemos no que chegamos como pessoas feridas, mas consoladas e vitoriosas em Deus.
      Hoje, com mais de sessenta anos, sei que existem pessoas que me conheceram há trinta anos atrás e me julgam pelo que fui, até hoje têm na mente alguém que não sou mais. Posso olhar para o espelho hoje e dizer, “esse agora sou eu e estou muito feliz com isso”. Deus usa o tempo, mas só quando persistimos praticando boas obras, não basta errar todo dia e todo dia crer no perdão, temos que parar de errar e sermos insistentemente melhores. 

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