quinta-feira, junho 02, 2022

Sofrimento como correção

      “Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.Hebreus 12.6-8

      Estarmos tristes pode ser por causas até patológicas, que necessitam de tratamento psicoterápico ou até de medicação, mas ainda que isso seja feito (e deva ser), Deus tem sempre um propósito em nos dar especificações de fábrica, principalmente aquelas que nos impedem de fazer certas coisas. São maneiras de nos colocar no caminho certo, de nos impedir de pecarmos, de buscarmos elevação moral e santidade espiritual. O humilde e temente a Deus verá as coisas sob esse prisma, e ainda que não se acomode, saberá que se respeitar certos limites e responder corretamente a alguns sofrimentos crescerá e terá aprovação de Deus. 
      Muitos limites existem para serem superados, eles nos impulsionam a trabalhar para que alcancemos a vontade melhor de Deus, nos permitem conquistas no mundo, mas também vitórias sobre passado, culpas, mágoas, vícios e ansiedades. Contudo, depois de buscarmos a Deus com todo o nosso coração, de nos avaliarmos e reavaliarmos, de nos reconhecermos e nos esforçarmos muito, entenderemos que certos limites que temos, em nossas facilidades ou dificuldades para fazer certas coisas e viver com certas pessoas e em certos lugares, não podemos e não devemos ultrapassar. Eles não existem para o nosso mal, mas para o nosso bem. 
      Se insistirmos perderemos mais que ganharemos, e então, não só nós mesmos, mas a própria vida e os homens nos resistirão com autorização de Deus. Deus usa nossos limites para nos orientar quando nos dá características físicas e emocionais, mesmo enfermidades. Sabe quando você se sente mal por ter feito algo e desconta na comida, mesmo sabendo que isso o engordará? Eis um limite teu, mas Deus também coloca perto de nós, principalmente na família, duros sentinelas, que a qualquer erro nosso nos cobrará. Alguns podemos evitar, mas com outros temos que conviver sempre, esses também são delimitadores permitidos pelo Altíssimo.
      Limites certos não nos impedem de fazer o bem, mas de fazer o mal, ainda que a princípio nos pareçam coisas boas, esses limites nos fazem sofrer e é importante que entendamos que nem todo sofrimento é negativo. Vivemos especialmente um tempo onde as pessoas não querem sofrer, muitos coaches, palestrantes motivacionais, livros de autoajuda e mesmo pregadores cristãos, têm exagerado na orientação dada a coachees mimados, burgueses e orgulhosos, que todos podem ter uma vida onde os sonhos podem ser realizados (frase tão presente em filmes da Disney), assim muitos fogem do lado positivo do sofrimento. 
      Todos não podem tudo e sempre, só Deus pode tudo e sempre. Mas como sistema de alerta para o mal, Deus pode nos permitir sofrer diretamente por ações espirituais. Sim, Deus pode usar anjos e demônios, uns para nos consolar e os outros para nos atormentar, e nesse último caso temos que buscar o Senhor urgentemente e colocar nossas vidas em ordem. O mundo espiritual tem grande influência sobre nós, principalmente sobre nossas mentes e sentimentos, isso é algo que a maioria dos evangélicos não liga muito, crê que o diabo impede-os de ganhar dinheiro, não de usufruir paz, não entende que o mal pode ser mental. 
      Obviamente é preciso sabedoria nessa percepção, se não poderemos ser levados a colocar a culpa do nosso sofrimento em algo externo, não assumindo nós mesmos responsabilidade por eles, e Deus só autoriza opressão em nossas vidas quando nós legalizamos essa ação antes, fugindo para as trevas. Quem anda na luz o mal não toca, seus sentimentos são tranquilos e felizes. O importante é sofrermos como filhos de um pai que nos ama, que é impedido de nos abençoar por nós mesmos, que não tem prazer nisso, mas que precisa autorizar isso para que aprendamos o melhor caminho para sermos vitoriosos, felizes e crescermos. 
      Alguns sofrem com qualquer coisa que lhes digam, mas eles não se poupam de jogar seus pontos de vista na cara dos outros, querem falar, mas não sabem ouvir. Se não sabe ouvir, não fale, sentir-se ofendido por muitas coisas não é fraqueza tua, mas limite permitido por Deus para que você não fale demais. Muitas vezes isso pode ser nem porque o que você tem a dizer seja algo errado, mas simplesmente porque não é para ser dito. Termos algo a dizer não nos confere legitimidade para dizer, não se quisermos andar na vontade de Deus, pode ser só para que oremos pelos que sentimos em Deus que estão enganados sobre algumas coisas.

      “Nos muitos cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas consolações me alegram a alma.” Salmos 94.19

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