sexta-feira, novembro 30, 2012

O jovem rico dentro de cada um de nós

    "E um homem importante perguntou-lhe: Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? Jesus lhe respondeu: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não darás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe. O homem disse: Tenho obedecido a todas essas coisas desde a minha juventude.
Quando ouviu isso, Jesus lhe disse: Ainda te falta uma coisa. Vende tudo quanto tens, reparte com os pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo isso, ele ficou muito triste, porque era muito rico.”
Lucas 18.18-23

Recentemente meu pastor deu uma palavra sobre essa passagem, passagem tão conhecida, de interpretação e aplicação, a princípio, tão óbvias, mas será que são óbvias mesmo?
Vamos refletir um pouco mais sobre o jovem, ele não era uma pessoa distante de Deus, ao contrário, era diligente em sua religiosidade, obediente aos mandamentos, e mais que isso, tinha discernimento sobre quem era Jesus, visto que o chamou de bom mestre. Jesus percebeu que havia algo de errado com o moço desde o início, não aceitou o elogio, pois não sentiu nele sinceridade.
Vou me dar ao direito de imaginar algumas coisas sobre o jovem: Jesus orientou-o a vender tudo o que ele tinha e repartir com os pobres. Será que no dia a dia do rico rapaz, ele era uma pessoa gananciosa, preso ao dinheiro, mesquinho? Eu acredito que não, ele devia inclusive ajudar os menos favorecidos com suas posses. Mas talvez ele fizesse isso, e repetindo, eu estou imaginando, com o que lhe sobrava.
Todavia, mesmo que ele ajudasse os outros com tudo o que possuía, como acontece com aquilo que é feito pela carne e não movido pelo Espírito de Deus, sua vida piedosa era para agradar a ele, mesmo que tivesse atitudes aparentes de uma pessoa espiritual, em seu coração ele devia se envaidecer com o estilo de vida que tinha. Não, isso não é só imaginação, não, já que é só a presença muito forte de Deus, num coração realmente humilde, que pode fazer o ego humano perder a evidência, permitindo que Deus receba a glória. Pela reação que ele teve quando Jesus pediu para que ele abrisse mão de riqueza, essa tinha pra ele um valor grande demais.
Quando Jesus orientou-o a vender tudo, tudo mesmo, ele sentiu que perderia aquilo que ele usava para “barganhar” sua falsa espiritualidade, sua religiosidade, que lhe dava um status no meio social em que vivia. É isso o que um coração com o ego entronizado quer, receber glórias de seus semelhantes. O que nos dá essa necessidade equivocada? Baixa autoestima, carência de elogios, complexo de inferioridade? Chame a psicologia do nome que for, essa é a maior vaidade humana, mais que querer ser mais rico ou mais bonito, mas querer ser mais espiritual. Sim, querer ser visto como alguém espiritual também pode ser vaidade e pecado, talvez o maior deles, foi essa vaidade que Lúcifer teve, foi essa a glória que ele quis receber, a glória de Deus.
Não, nós não precisamos ser milionários para cair nesse erro, querer mostrar para os outros que somos mais espirituais, o que podemos usar para barganhar espiritualidade pode ser menos que uma grande fortuna assim como pode ser coisas diferentes de poder material. Nossos talentos podem ser usados para estabelecer uma superioridade diante das pessoas. Pergunte a um músico se ele estaria disposto a deixar tudo por Deus, até seu talento. Muitos argumentariam que o talento que eles possuem é para servir a Deus, Deus não o tiraria isso deles, mas somente depois do talento ser entregue nas mãos de Deus, como um “isaque”, é que a vaidade é deixada em segundo plano para que somente o Senhor seja glorificado através desse talento.
Essa vaidade, porém, sempre gera incoerência. Enquanto um lado nosso quer mostrar espiritualidade, o outro poderá ser escravo de coisas materiais, de vezes pequenas e fúteis. Como saber se temos essa incoerência em nosso coração? Faça uma autocrítica, responda a si mesmo: o que você não abriria mão? E eu não estou me referindo a coisas grandes não, mas a pequenas. Existem coisas que ninguém sabe, mas que nós dificilmente viveríamos sem, dificilmente encararíamos as outras pessoas sem essas coisas. São muletas das quais ficamos dependentes. Muitas vezes disfarçamos essas coisas dando a elas outros nomes: “ah, esse é meu jeito de ser”, “é só uma pequena vaidade, não faz mal a ninguém”, “não vou enfrentar o público sem isso”, “não, isso é o que tenho de melhor, de mais importante, não posso viver sem”, etc...
Vou confessar uma fraqueza minha: cultura. Não me importo se minha roupa ou mesmo meu carro, sejam mais baratos ou mais feios do que os dos outros, mas não gosto de me sentir burro. Tenho a tendência de sempre me nivelar, e isso é uma muleta, sentindo dentro de mim, em segredo, sem que ninguém saiba, que eu sou mais culto, mais inteligente, mais “sacado”. Sim, confesso, esse é meu pecado, minha vaidade, e já precisei ser humilhado várias vezes para abrir mão disso.
(A psicologia diz que não existe complexo de superioridade, ninguém se acha melhor que ninguém, é por nos acharmos piores que reforçamos certos atributos e posses para nos colocarmos acima do outros. Tudo na verdade é complexo de inferioridade, o que muda é a forma como reagimos. Uns se encolhem de vez, inferiorizando-se, se sentido a pior das criaturas, outros se elevam, bancando uma posição arrogante, achando-se superiores.)
Mas voltando a mim, para mostrar essa superioridade sempre quis que os outros me vissem de posse de bons livros, com conhecimento de filosofia, de ciência, e mesmo de teologia. Tenho várias Bíblias, sim, elas me são úteis para fazer meus estudos e reflexões, Deus me abençoa e tem me usado nisso. Contudo, até que ponto isso é vaidade e não necessidade? É vaidade quando eu gosto de expor em público uma Bíblia diferente, melhor, mais nova, vaidade disfarçada de espiritualidade.
A prova disso é que numa ocasião eu comprei uma Bíblia muito especial, com a versão que eu queria, e no formato, tamanho e capa que eu desejava. Então, na mesma tarde, Deus me mandou dar a tal Bíblia a um amigo. Se Deus tivesse me mandado dar a ele um cheque de mil reais eu não me sentiria tão mal, mas era uma Bíblia, um livro, do jeito que eu queria, algo que faz com que eu me sinta especial. Sim, eu dei a Bíblia, foi bênção na vida de meu amigo, mas a doação foi algo extremamente doloroso que me revelou algo muito importante sobre mim.
Bem, no meu caso, aquela Bíblia foi a riqueza do jovem rico, percebi como eu estava amarrado a coisas materiais, a coisas que me davam um falso status, a coisas que poderiam me fazer sentir superior as outras pessoas. Desculpe-me por contar essa minha privacidade, mas não achei um jeito melhor de compartilhar essa reflexão com você.
E você, do que é que você não abre mão, o que é que te faz sentir-se melhor, mais forte, mesmo superior, e que você não consegue viver sem, diante dos outros? Para as mulheres pode ser um penteado de cabelo, uma roupa, um calçado, uma joia, não, não estou dizendo que não temos o direito de estarmos bonitos e bem arrumados, mas precisamos saber até que ponto esses valores externos são mais importantes que os internos, os realmente espirituais. Até que ponto o cabelo desarrumado nos envergonha mais que um pecado não confessado?
Feliz é o homem que descobre que seu maior bem é Jesus, é a presença de Deus em seu coração, é a opinião de Deus sobre a sua vida, e que o resto, sejam coisas visíveis ou virtudes subjetivas, não podem dar a ele paz, não podem fazer dele alguém melhor. Na verdade somos alguém melhor quando somos templo do Espírito Santo, quando levamos em nós o doce cheiro do Evangelho, quando nosso coração é um trono limpo e bem conservado para que Deus se assente e reine. Quando é assim, não precisamos ter nada, nenhum bem, nenhum reconhecimento humano, apenas a confiança de que Deus mora em nós e é glorificado através de nossas vidas.

Quem mais eu tenho no céu, senão a ti? E na terra não desejo outra coisa além de ti.” (Salmos 73.25).
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quinta-feira, novembro 29, 2012

Os fins não justificam os meios

        "Os fins justificam os meios", é uma frase que representa o maquiavelismo e quer significar que os governantes e outros poderes devem estar acima da ética e moral dominante para alcançar seus objetivos ou realizar seus planos.
Essa frase de Nicolau Maquiavel (Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527, historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento), também representa o princípio básico das religiões de maneira geral, mas é o contrário do que prega o genuíno cristianismo. Não, não espero que você concorde com isso, já que isso toca no cerne da maioria das crenças, justifica o pensamento da fé na fé, que diz que se sincera, não importa a onde esteja e de que modo seja executa. É por isso que o verdadeiro cristão tem tantos inimigos, ele não pensa assim e tem coragem de dizê-lo.
O cristianismo diz que Jesus é a verdade e somente a fé nele é que poderá salvar o homem, sinceridade somente, não salva ninguém. Bem, muitos nem acham que precisam ser salvos de alguma coisa, isso também é com a consciência de cada um, mas como eu disse, não espero que você concorde com isso...
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quarta-feira, novembro 28, 2012

Cheios do Espírito!

    "Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder, nem com o que haveis de dizer. Porque o Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer." (Lucas 12.11-12).

Deus não precisa necessariamente de bons oradores, mas Deus usa tanto bons quanto os não tão competentes oradores, desde que estejam cheios de seu Espírito Santo. Claro que é muito prazeroso ouvir um orador competente e cheio do Espírito falando, mas testemunhar e adorar é direito e dever de todo filho de Deus, diferente de chamada específica para pastorear e ministrar o louvor. Contudo, quem deve nos motivar sempre é Deus, mais nada!!
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terça-feira, novembro 27, 2012

Tem certeza?

    Agradecer a Deus por tudo, reconhecê-lo no caminho e nas pessoas, não é necessariamente ter uma vida de comunhão verdadeira com Deus. Os homens de maneira geral, por religiosidade ou por algum tipo de misticismo, também o fazem. Você tem certeza que sua vida está no centro da vontade de Deus? Tem certeza que está agradando a Deus com sua devoção? Tem certeza que está pronto para enfrentar a eternidade? Por nos amar, o Espírito Santo está sempre nos exortando sobre a seriedade das escolhas que fazemos nessa existência.
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O mais perdoado é o mais grato

    “Certa vez, um dos fariseus convidou Jesus para comer com ele; Jesus, então, entrando na casa do fariseu, sentou-se à mesa.
E havia uma mulher pecadora na cidade. Quando soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, ela trouxe um vaso de alabastro com perfume;
e pondo-se atrás dele e chorando aos seus pés, começou a molhar-lhe os pés com as lágrimas e a enxugá-los com os cabelos;* e beijava-lhe os pés e derramava o perfume sobre eles.
Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, saberia quem o está tocando e que espécie de mulher ela é, pois é uma pecadora.”
Lucas 7.36-39 (leia até o verso 50 para um entendimento melhor)

O fariseu olhou a mulher, trouxe à tona o pecado dela, é assim o arrogante, olha pra baixo, vê o homem, procura o pior no homem. É assim aquele que não assume seus erros, ou que nem os cometeu, não por temer a Deus, mas pelas próprias forças, e obra assim sempre glorifica o homem, não a Deus. Mas o fariseu, em sua arrogância, não conhecia o principal, a Jesus, duvidou dele quando disse que Ele não era profeta, não sabia quem era a mulher.
A mulher, chamada de pecadora porque devia ter uma reputação ruim, provavelmente uma prostituta, ela sim, sabia quem era Jesus. O texto diz que ela chorava enquanto lavava os pés de Cristo com suas lágrimas e derramava sobre eles o perfume do vaso de alabastro. Infelizmente, a maior sensibilidade, a ótica correta da referência do certo, do santo, do divino, muitas vezes só é aprendida depois de muito se pecar, depois de muito se sujar, depois de ser muito humilhado.
Não despreze o pecador arrependido, aquele que errou, que foi marginalizado por isso, envergonhado, assim como entenda que muitas vezes o maior temor e sabedoria não estão naquele que aparentemente nunca cometeu grandes deslizes. Quantas vezes usamos de preconceito com pessoas que chegam machucadas e estigmatizadas na igreja, ex-viciados, divorciados, gente que já teve uma vida promíscua e mundana. Esses, depois de lavados e sarados, podem ser os vasos mais usados por Deus dentro de sua casa.
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segunda-feira, novembro 26, 2012

As flores estão na terra

     "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu problema." (Mateus 6.34)

Preocupa-me quem não espera em Deus um futuro melhor, a resposta para algo impossível, mas me preocupa também quem não vive o presente de maneira satisfeita, agradeça a Deus por esse momento, pelo que você tem agora, e faça isso todos os dias. Você pode até descobrir que o que mais pede já te foi dado, está bem pertinho de você e você não viu. As estrelas estão no céu, mas as flores estão ao redor de você, na terra em que você pisa.
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Voltar atrás, às vezes, a única saída

    Uma vez um pastor me disse: "Deus conta com nossos erros", por mais ante-teológica que pareça a frase, isso é às vezes a única maneira que Deus tem para trabalhar em nosso homem interior. Alguns de nós nos protegemos de tal forma, nos mantemos corretos de um jeito, e isso na força humana, que Deus simplesmente não pode manifestar seu poder em nossas vidas. Infelizmente, para nós, é preciso uma queda, para valorizarmos o braço forte do Senhor nos levantando. Eu nem estou me referindo a pecado explícito, esse erro Deus não quer contar mesmo. Refiro-me a acidentes de percurso, decisões que tomamos na vida em uma direção, quando melhor seria tomássemos em outra.
Por que Deus não nos avisou antes de errarmos? É claro que Deus avisou, mas nós estávamos cegados por uma intenção às vezes correta, nesse caso me parece que Ele nem insiste muito. Isso porque é somente vivenciando esse erro, sentindo-o todas as suas consequências, no fundo de nossas almas, é que aprenderemos determinada lição. Mas não se preocupe, quando entender isso, volte atrás, sem medo, refaça o caminho, às vezes só ganhamos quando perdemos. Nada é tão grande que Deus não possa recuperar, dinheiro, bens, relacionamentos? Deus faz milagres, restaura e em dobro, como aconteceu com Jó, aliás, o maior exemplo de alguém que parecia estar fazendo tudo certo e tudo acabou desandando.
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domingo, novembro 25, 2012

Aos casados: namore

        Aos casados: o tempo e a vida podem priorizar a esposa, a mãe, a companheira de luta em comum pelo lar e pelos filhos, mas não deixe que se perca a namorada em sua amada. A paixão é o que dispara uma relação, é a base dela, não pode nunca ser relegada. Arrume um tempo, pare tudo, e namore, um amor verdadeiro nunca esquece como é namorar, nunca deixa perder-se a juventude que há no coração de todos nós, juventude que é mantida pelo amor. Um casamento completo e satisfeito, em todos os sentidos, é fonte de santificação, protege-nos das armadilhas do Diabo, das fraquezas da carne, permite que subam com liberdade nossas orações ao Pai.

Aos músicos da igreja: notoriedade, é necessária?

        Nessa minha caminhada com Jesus, no meio de sua Igreja, já vi muita gente de talento musical, bons cantores, excelentes instrumentistas, diga-se de passagem, que não ficavam devendo nada para músicos seculares. Essa honra é nossa, dos evangélicos, como é de conhecimento geral, nos Estados Unidos da América, é tradição artistas tops terem sido criados no ceio da igreja evangélica, no meio gospel.
Já vi também muito líder querendo ministério musical reconhecido, vender CDs, emplacar hits nas igrejas e rádios, encher estádios com shows mirabolantes. Então eu torno a questionar: é assim que a coisa funciona no meio do povo de Deus? Bastar ter talento musical e querer notoriedade para que o ministério aconteça?
Talvez a pergunta certa seja até que ponto tal notoriedade serve a Deus? Não, por favor, não entendam errado, Deus chama, sim, pessoas especiais para ministérios especiais, Deus prepara pessoas, com talento, unção e carisma, para estar debaixo de holofotes e levar o Evangelho às multidões. Temos visto isso, graças a Deus, no Brasil, ministérios de música de excelente qualidade artística e aprovados com uma unção diferenciada do Senhor. Esses ministérios têm sido divisores de água no trabalho da igreja evangélica em nosso país. Mas eu torno a perguntar, precisa ser notório para ser útil nas mãos de Deus?
Claro que não, e notoriedade não é pra qualquer um. Já disse isso outras vezes, mas não concordo com aquele ditado que fala que “Deus não chama os preparados, mas prepara os chamados”, em minha opinião Deus prepara os preparados para obras específicas. Quem é preparado? Todos, de alguma forma e para um determinado fim. Portanto precisamos ter discernimento para entender o que Deus quer de nossas vidas, mesmo sabendo do potencial que temos.
O problema é que às vezes pensamos assim: “tenho talento, tenho convicção de minha chamada, então Deus tem grandes coisas pra mim”. Já tive a oportunidade de compartilhar na postagem Síndrome de super-herói minha opinião sobre sair da igreja local em carreira solo, ter um ministério independente de uma igreja local, sem estar sob a liderança direta de um pastor específico. Como disse nesse texto, respeito essa postura e acredito que ela possa vir de Deus, contudo penso que ela é exceção, não regra. As pessoas devem orar bastante quando sentem que esse deve ser o caminho para seus ministérios. Em minha experiência, na maioria das vezes, nós músicos, e eu sei disso porque sou músico, queremos é uma plateia maior, queremos mais aplausos, queremos quantidade, e não realmente obedecer a voz do Espírito, reinterando, essa é minha opinião e minha vivência.
Nessa atitude, que pode ser impulsiva, por faltar paciência para esperar em Deus que Ele nos use dentro e através da igreja local, nos colocamos numa liberdade perigosa que pode nos levar ao esfriamento e mesmo ao desvio. Não basta querer e poder tecnicamente para fazer, Deus tem que querer e só Deus pode fazer de um ministério musical uma bênção para as nações. Estendo essa minha opinião aos pregadores, que também podem ter essa tendência de carreira solo. Na verdade o que eu acredito é que a ligação com uma igreja local, que estar debaixo da autoridade de um pastor, conviver com uma comunidade, com sua hierarquia, com os departamentos, no dia a dia, é indispensável para que recebamos o tratamento do Senhor em nossas vidas, tratamento esse que tem como objetivo moldar nosso homem interior. O personagem de artista pode ficar mais evidente que o servo de Deus, esse último não é personagem, não é uma capa, mas a realidade do coração que obedece verdadeiramente a Deus em humildade e em simplicidade.
Lembro-me de Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750), músico alemão. "Sua habilidade ao órgão e ao cravo foi amplamente reconhecida enquanto viveu e se tornou legendária, sendo considerado o maior virtuose de sua geração e um especialista na construção de órgãos. Também tinha grandes qualidades como maestro, cantor, professor e violinista, mas como compositor seu mérito só recebeu aprovação limitada e nunca foi exatamente popular, ainda que vários críticos que o conheceram o louvassem como grande. A maior parte de sua música caiu no esquecimento após sua morte, mas sua recuperação iniciou no século XIX e desde então seu prestígio não cessou de crescer." (fonte: wikipédia).
Bach trabalhou em várias cidades e desempenhar diversas funções como instrumentista, cantor, compositor, professor e música e construtor de órgãos, mas praticamente, na maior parte do tempo, Bach foi músico local alemão (cantor chefe e organista) de igreja luterana, não um artista pop reconhecido em toda a Europa como outros (Handel e Mozart, por exemplo). Hoje ele é considerado "um dos mais prolíficos compositores do ocidente. O número exato de suas obras é desconhecido, mas o catálogo BWV assinala mais de mil composições, entre elas inúmeras peças com vários movimentos e para extenso conjunto de executantes. A vastidão de sua Obra fica ainda mais óbvia quando se sabe que possivelmente metade dela se perdeu ao longo do tempo." "Na apreciação contemporânea Bach é tido como o maior nome da música barroca, e muitos o veem como o maior compositor de todos os tempos, deixando muitas obras que constituem a consumação de seu gênero." (fonte: wikipédia).
Não, fama e reconhecimento da maioria nada significam, principalmente para um servo de Deus que só quer adorar ao seu Senhor através de sua musicalidade, isso basta, só isso.
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sábado, novembro 24, 2012

A vida não é só festa

        "E também como aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e construíam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, do céu choveu fogo e enxofre, destruindo a todos." (Lucas 17.28-29).

Temos direito à alegria, mas temo por aqueles cuja alegria está somente em comer, beber e festejar.
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Pare e obedeça!

    Então nós dizemos: "estou fazendo tudo certo, estou me esforçando, estou trabalhando, mas a bênção não vem, parece que nunca me sinto satisfeito, qual é o problema?". Deus é educado, se alguém fala, Ele se cala, se alguém faz, Ele espera. Pare de fazer a coisa errada, mesmo que ela aos seus olhos pareça a certa. Deus não faz porque nós nos esforçamos, mas porque nós o obedecemos. Pare de cavar em poços secos, não adianta insistir e ir mais para o fundo, pare e ouça a voz de Deus. Ela te orientará a cavar o poço certo, sim, você terá que fazer a sua parte, mas ela não lhe será pesada, e as águas vivas logo aparecerão, alimentando seu corpo, sua alma e seu espírito.
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sexta-feira, novembro 23, 2012

Um caniço agitado pelo vento

       "E, quando os mensageiros de João se retiraram, Jesus começou a dizer às multidões a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Pois eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há outro maior que João" Lucas 7.24,28a

Um caniço agitado pelo vento, somos nós, quando Deus nos usa, mais do que isso? Um pedaço de bambu vazio, cujo som que produz nada mais é que o movimento do vento por seu interior? Esvaziados de tudo, podemos fazer algo de útil a não ser deixar que o Espírito Santo passe por nós e crie uma bela melodia?
Mesmo assim tem muita flauta querendo soprar a si mesma...

Religião, para que religião?

    Alguns a usam para fugir da culpa, participam das cerimônias e rituais com a severidade de quem toma um remédio amargo, que não se sabe bem pra que serve, mas se é remédio é pra ser tomado. Outros se apaixonam pela teoria das religiões, já que buscam respostas intelectuais, se encantam com as ideias, mas mantêm-se longe da prática. Poucos se envolvem com a prática, e desses muitos se decepcionam com a realidade dos praticantes.
Mas com tudo isso, ninguém que buscou uma experiência real com Deus, não apenas esporádica, quase que por sorte, mas experiência alcançada com meticuloso cuidado, e nem vou usar a palavra fé, já que ela é álibi para se acreditar em qualquer coisa, todo mundo que buscou uma experiência assim encontrou um Deus pessoal e que age de forma positiva na vida das pessoas.
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quinta-feira, novembro 22, 2012

Músico, sê fiel no pouco

         “E ele lhes disse: Acompanhai-me a um lugar deserto e descansai um pouco. Porque os que iam e vinham eram muitos, e eles não tinham tempo nem para comer. Assim, eles se retiraram de barco para um lugar afastado e deserto. Todavia, muitos os viram partir e os reconheceram; e, vindo de todas as cidades, correram a pé para lá e chegaram antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão dela, pois eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas.” Marcos 6.31-34

Tantas vezes Jesus quis se retirar, ter uma privacidade só ou somente com os apóstolos, mas a multidão o seguia e Ele, mesmo cansado, por compaixão, ensinava as pessoas e até as alimentava fisicamente.
Então eu penso no ministério musical, quantas vezes por ser um culto com menos pessoas, e não menor por causa disso, mas por ser um evento menos frequentado na igreja, os músicos deixam de participar. O que se passa na cabeça deles? Só Deus sabe, mas sei que na minha já passou o pensamento equivocado de que eu não preciso ficar desgastando minha atuação com trabalhos pouco evidentes.
Será que Jesus agiu assim? Quando precisava compartilhar coisas importantes com os apóstolos, e esses tinham prioridade já que seriam eles que compartilhariam o Evangelho com o mundo depois que a obra redentora fosse feita, será que Jesus se sentia constrangido em ter que dar atenção à multidão?
Como ter um ministério verdadeiro sem que haja humildade? É preciso servir ao indivíduo, antes do coletivo, é precisa morrer para que Cristo viva, é preciso desaparecer, não no meio da multidão, mas entre um grupo pequeno de pessoas, para que a obra de Deus seja feita sem vaidade. Para isso não se negue a servir numa pequena congregação, só ou com companheiros de ministério, às vezes, com menos experiência musical. Celebridade, fama, dinheiro? Essas necessidades não existem no coração de um servo, elas podem até ser consequências, mas não motivações. 
Músico, sirva a Deus servindo as pessoas, sem se importar com o número delas, com a relevância do culto, já que todos os cultos são importantes pra Deus assim como todas as pessoas podem ser abençoadas, sejam no número que forem, através do seu cantar e do seu tanger de harpa.

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.” Lucas 16.10
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