terça-feira, maio 12, 2020

Reavaliemos Catolicismo e Protestantismo (12/30)

12. Catolicismo e Protestantismo

      Um conhecimento com embasamento mais científico, algo que ajudaria muito os crentes entenderem melhor o que creem, contudo, o que vemos em muitos púlpitos são pregadores demonizando ciência e filosofia, não entendendo (ou se fazendo de não entendedores propositalmente para não criarem ovelhas lúcidas) que elas são só ferramentas, não fim em si mesmas, e ferramentas da parte intelectual do homem, tão criação de Deus como o corpo e o espírito. Saber um pouco mais de história, por exemplo, pode nos fazer enxergar verdades claras sobre os processos evolutivos de muitas coisas, como das religiões e de seus textos sagrados. Existem livros de história universal, esses usados no ensino público, que em quatrocentas páginas nos dão uma ideia bem legal sobre história ocidental, império romano, idade média, etc, são informações importantes para entendermos o que é a Igreja Católica e a Reforma Protestante, com o tempo que levaríamos para ler um romance qualquer somos abastecidos com um conhecimento bem relevante para nossa fé.
      Muitos hoje, desconhecendo a história, não enxergam que durante a maior parte da trajetória do cristianismo no mundo ocidental, era a Igreja Católica quem imperava, assim ela era a representante oficial do cristianismo na Terra (eu disse do cristianismo, não de Cristo). Contudo, é preciso antes de tudo entendermos, que apesar dos católicos exigirem para si a continuidade legítima do cristianismo iniciado por Cristo e a igreja cristã fundada por Paulo, Pedro e outros apóstolos do século I, isso não confere. “Em 313, o imperador Constantino fez publicar o Édito de Milão, que instituía a tolerância religiosa no império, beneficiando principalmente os cristãos. Com isso, recebeu apoio em sua luta para se tornar o único imperador e extinguir a tetrarquia. Em 361, assumiu o trono Juliano, que tentou reerguer o paganismo, dando-lhe consistência ético-filosófica e reabrindo os templos. Três anos depois o imperador morreu e, com ele, as tentativas de retomar a antiga religião romana.” (Fonte Wikipedia). 
      A Igreja Católica que foi oficializada pelo imperador Constantino era extremamente distinta na doutrina, na hierarquia, nos objetivos, mas principalmente nos frutos, amargos e terríveis, que o Catolicismo colheu e colheria no decorrer de sua história, daquela fundada pelo Espírito Santo em Jerusalém na Festa de Pentecostes. Assim, se hoje evangélicos veem no catolicismo tantos erros, o que pensava Deus sobre o que era ensinado sobre ele, no mínimo entre o século IV e o século XVI, início oficial da Igreja Católica e época da reforma protestante? Se entendermos isso poderemos chegar a duas conclusões diferentes: ou a Igreja Católica está certa e os protestantes estão errados, e Deus está no catolicismo, ou Deus age indiferentemente do que é ensinado e ele não está nem aí com o que igrejas cristãs acreditam como sendo suas doutrinas oficiais e exclusivas para levarem os homens à verdade, sejam elas quais forem. 
      O que fica difícil de aceitar, e incrivelmente é o que os protestantes e evangélicos mais acreditam, é uma terceira conclusão, que a verdade sobre Deus só foi revelada ao mundo (ou a revelação foi restabelecida após mais de mil anos de catolicismo exclusivo) quando se fez a Reforma Protestante. É difícil crer que só a partir do século XVI (31 de outubro de 1517), quando Martinho Lutero publicou suas noventa e cinco teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, é que de fato tivemos uma Bíblia e sua interpretação realmente “corretas”. Dizer isso é dizer que por mais de mil anos as pessoas estiveram sem a luz da Bíblia, condenadas às trevas do verdadeiro conhecimento de Deus e presas à idolatrias e heresias. Está achando isso exagero? Em primeiro lugar é preciso saber se você está entendendo de fato o que está sendo dito aqui, você está? Senão, leia novamente, por favor. 
      A verdade é que Deus salva pelo Espírito Santo, não pela palavra escrita, Deus nunca teve a intenção de estabelecer na Terra uma embaixada oficial. Por outro lado, esse cânone bíblico que protestantes e evangélicos tanto idolatram, só foi largamente acessível há pouco tempo, na época anterior à reforma era escrito em latim e de estudo restrito a clérigos, a liderança lia, entendia e ensinava, o povo só ouvia e aceitava, sem questionar. Mas mesmo após a reforma, cópia da Bíblia na língua natal do país não era algo fácil de se ter, e as pessoas, muitas delas, nem sabiam ler. Seja como for, essa Bíblia que todos têm na mão hoje em dia com tanta facilidade, em tantas versões, encadernações e comentadas por tantos, é muito mistificada e é por isso que muitos não reavaliam suas crenças, acham que são a real palavra de Deus e ir contra elas seria ir contra o próprio Deus.
      Isso nos leva ao entendimento que usar a Bíblia, que protestantes e evangélicos têm nas mãos hoje em dia como palavra direta e plena de Deus, não é o mais sensato, ainda que ela contenha a palavra de Deus, ainda que seja singular entre todos os textos religiosos do mundo de todos os tempos, ainda que o centro dela seja Jesus, o caminho, a verdade e a vida, ainda que seus textos tenham sido escritos por homens inspirados pelo Espírito Santo. Mas se tivesse a relevância legalista e absoluta que muitos lhe dão, ela teria sido entregue aos homens no início e sempre estaria com eles, iluminando seus caminhos e mostrando o rumo ao altíssimo. Contudo, é por idolatrar a Bíblia que muitos se desviam de Deus, calam o Espírito Santo, negam o amor de Jesus, deixam de dar no mundo um testemunho verdadeiro, eficiente e poderoso, e são preconceituosos e intolerantes. 

Esta é a 12ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

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