domingo, maio 17, 2020

Reavaliemos Eternidade (17/30)

17. Eternidade

      Segue a terceira e última parte de reflexões sobre o tema céu e inferno.

      “Quem pós a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?Jó 38.36

      “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.Isaías 26.3

      “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.I Coríntios 2.16

      “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.Efésios 4.22-25

      Muitos pensam em ser humano como corpo e espírito, no corpo veem os desejos carnais, as paixões, e no espírito a parte que se comunica com Deus, que recebe a “unção“, pouco, contudo, se pensa sobre a mente. Na verdade a porta para o nosso ser não é o coração, que dizemos ser o centro de nossas emoções, mas é a nossa mente, antes de sentirmos, de querermos e de fazermos, nós pensamos. Já refletimos no “Como o ar que respiro” sobre tricotomia, que divide o homem em três partes, corpo, espírito e alma, bem, sentimentos e pensamentos, coração e mente, fazem parte da alma. Isso é um jeito simplista de entendermos as coisas, alguns pensam diferente, mas eu acho um jeito fácil de entendermos o ser humano. 
      Os textos iniciais citam a mente humana, que Deus a criou, que é a parte que retém a paz de Deus de forma lúcida, mas dizem também que o novo nascido em Cristo não tem mais uma mente comum, humana, mas divina. Ah, se as pessoas entendessem a verdade poderosa que existe nisso, o mistério que nos é revelado. “Mas nós temos a mente de Cristo”, isso é muito forte, mas é algo que precisamos aprender a guardar, a dar liberdade para que apareça e nos mostre a vontade de Deus, à medida que mortificamos a mente do homem natural que ainda continua conosco. Liberar a mente de Cristo em nós é construir o céu ainda neste mundo, é vivermos uma eternidade boa com Deus ainda neste plano físico. 
      Mas será que é isso, construímos em nossas almas e neste mundo o céu ou o inferno que teremos no outro mundo? Pode ser, somos ensinados pela Bíblia a crer num lugar maravilhoso, onde não haverá dor, nem culpa, nem tédio, só paz com e em Deus, talvez isso não seja a indicação de um lugar que teremos no mundo espiritual, mas algo que nos ensine sobre o lugar melhor que Deus pode nos dar, ensino que constrói em nossas almas o céu. Talvez a fé seja a melhor maneira que Deus tenha para que neste mundo, encarnados, nós possamos fazer uma construção mental que seguirá conosco na eternidade, a melhor construção daquilo que é uma eternidade boa com Deus.
      Contudo, por que é importante fazer essa construção em nossas mentes, através de uma imaginação movida pela fé em Deus, conforme a informações que a Bíblia nos dá sobre céu e inferno? Lembre-se que essa reflexão faz parte do estudo, “Reavaliemos nossas crenças”, assim a proposta é pensar um pouco além daquela maneira tradicional que pensamos na maioria das igrejas ensinados pela maioria de pregadores e teólogos. Veja, na outra vida não teremos corpos físicos, que ainda que limitados nos permitem alguns escapismos. Quando estamos tristes, por exemplo, dormimos, comemos algo gostoso, tomamos um café, enfim, achamos conforto, ainda que temporário, em prazeres do corpo.
      Mas imagine uma existência sem um corpo, suas necessidades e suas consequentes satisfações, teremos nosso espírito e nossa alma e só. Se o espírito tiver a presença do Espírito Santo de Deus, nossa alma, enfim, poderá viver em plena paz, mas se não tiver, teremos só uma alma atormentada, sem as distrações do corpo, sem os vícios e outros artifícios para escaparmos do sofrimento. A dor e a culpa, que tantas vezes se escondem de todo mundo neste plano físico, terão que ser encaradas sem desculpas e sem o Espírito Santo, isso não será um inferno? Indiferentemente de haver um local espiritual de fogo eterno, esse fogo de sofrimento já levarão muitos deste mundo, construído com orgulho e ausência de temor a Deus. 
      Por isso é tão importante sermos verdadeiros e sinceros do bem, querermos com todo o coração o caminho da verdade e da paz, termos uma boa intenção que se traduza, ao menos em parte, em boas obras. Ainda que tenhamos uma alma boa ela vive em luta? Sim, pois sabemos que o melhor que desejamos ser muitas vezes não conseguimos ser, mas ainda assim não deixamos de pedir perdão a Deus, às pessoas, de recomeçarmos, tantas vezes quanto necessárias, com humildade. Só conseguimos isso com Deus em nós, assim a primeira e principal obra é crer em Deus através de Jesus, para depois seguirmos com ele como amigo, focando na luz. Isso constrói um céu em nós ainda neste mundo, e esse céu é eterno.
      Por outro lado, não basta ter uma experiência religiosa ou mesmo cristã de imaginação, e muitos têm essa experiência vazia. Estão nas igrejas, ou conhecem muito bem a Bíblia, ou mesmo pregam a teologia tradicional protestante, de boca, na aparência, mas seus corações estão numa agonia sem fim, não experimentam de fato a libertação que há em Jesus, não têm a paz dos justos. Esses serão arrebatados na “primeira leva” dos salvos? Esse terão o céu na eternidade? Dificilmente, e muitos carregam o inferno nas almas, ainda que digam que vão para o céu, esses de fato nunca creram em Jesus como salvador, não têm as lâmpadas cheias de óleo, são as “virgens loucas” da parábola de Mateus 25.1-13. 

Esta é a 17ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

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