terça-feira, maio 26, 2020

Reavaliemos Sabedoria (parte 1) (26/30)

26. Sabedoria (parte 1)
 
      “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. 
      Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção, Antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão, Também de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. 
      Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor: Não aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto comerão do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.”
Provérbios 1.20-33

      Muitos interpretam o termo sabedoria que aparece no livro de Provérbios, como algo só espiritual, mas será que o pleno temor de Deus contempla só a comunhão direta entre o Senhor e o homem através do Santo Espírito? Não, temer a Deus abrange todas as esferas da vida humana, em todos os planos, no corpo, na alma, no espírito, na interação entre homens, com a natureza, além de com o mundo espiritual. A apologia que Salomão (e possivelmente outros escritores que também escreveram o livro de Provérbios) faz da sabedoria não se refere só à sabedoria moral, social e religiosa. 
      Salomão é célebre por ter tido um entendimento singular da existência humana, sabedoria que recebeu de Deus (I Reis 3.1-15), ele também se refere à ciência, à medicina, à química, à física, à matemática e a tudo o mais que permite ao homem dominar este planeta e seguir civilizado e evoluindo. Nesta reflexão, dividida em duas partes, pensemos sobre o valor do estudo, da formação acadêmica, do conhecimento científico e da intelectualidade, na vida não só do homem em geral, mas também do cristão, tudo incluído, como entendemos, na sabedoria orientada na Bíblia, segue a primeira parte.

      Bom estudo, melhor oportunidade de trabalho, maior influência no mundo, testemunho mais abrangente, essa é uma cadeia natural de coisas conquistadas neste planeta do jeito correto, com esforço, com melhores escolhas, com status quo mais alto e com sabedoria para usufruir isso tudo com justiça social e respeito com a natureza. Uso da ciência com inteligência e boa formação acadêmica é o que faz o homem um verdadeiro rei neste mundo, conquistando e dominando da maneira certa, não com violência ou egoísmo, mas com lucidez e conhecimento (já refletimos um pouco sobre o tema desta reflexão em “Intelectualidade não é pecado...”). 
      Você já pensou se o homem não tivesse pecado originalmente (seja lá o que isso signifique de verdade, além dos mitos), como seria este mundo? Em que nível científico estaríamos, o quanto de outros planetas e sistemas solares já teríamos visitado? Muitos acham que um homem sem pecado viveria o céu na terra, mas não é assim que funciona, o céu é puramente espiritual. A criação material foi algo muito especial de Deus, se o mundo espiritual fosse suficiente Deus não precisaria criar o plano físico, a Terra, o Sol, a Lua, as estrelas, a natureza, os animais, o ser humano. Sem o pecado a vida no mundo seria algo único, nunca provado pelos anjos. O que Deus tinha em mente para um plano físico sem pecado?
      Será que haveria morte física? Lembre-se que pelo livro de Gênesis os homens viviam muito tempo antes do dilúvio, dilúvio que também foi outra consequência do pecado do homem. Por outro lado, entendemos pela Bíblia que originalmente era proibido ao homem comer só da árvore do conhecimento do bem e do mal, já o fruto da árvore da vida só foi proibido depois que o homem comeu o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.9,16-17), assim talvez, sem pecado, o homem pudesse viver eternamente encarnado. Quanto desenvolvimento a humanidade não alcançaria em pouco tempo, e tudo com temor a Deus, com justiça social e respeitando a natureza.
      O que de fato são as árvores de Gênesis? O que representam? Se referem a dois poderes que os humanos almejam muito, conhecimento e longevidade. Mas que conhecimento é esse, moral, espiritual, científico? “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.” (Gênesis 3.22-23). Como tudo nos capítulos iniciais de Gênesis, essa passagem tem vários mistérios, Deus referindo-se a si mesmo na primeira pessoa do plural e a única informação bíblica sobre o que é a árvore da vida.
      Uma coisa é certa, num plano físico sem pecado não haveria qualquer embate entre fé e ciência, entre matéria e espírito, nessa realidade a evolução intelectual do ser humano não o levaria a uma arrogante posição de duvidar de Deus, antes permitiria que ele conhecesse as verdades de Deus encarnado. Os mistérios do universo seriam mostrados sem véus, entenderíamos a mente de Deus neste mundo, ainda que com trabalho e com tempo, mas seria uma experiência diferente, que sequer podemos imaginar hoje. Mas por que ciência tornou-se sinônimo de oposição a Deus? Por causa do pecado dos ateus, sim, mas também por causa da ganância de líderes evangélicos que para manterem o controle escravizam ovelhas à ignorância. 

Esta é a 26ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário