segunda-feira, maio 11, 2020

Reavaliemos “A Bíblia é a palavra de Deus” (11/30)

11. “A Bíblia é a palavra de Deus”

            Continuando nossa série de reflexões sobre reavaliar crenças, uma reavaliação sobre a Bíblia, tema que já refletimos bastante no estudo “Bíblia do jeito certo”. Este tema será apresentado em duas partes do estudo “Reavaliemos nossas crenças”, nesta e na próxima reflexão, que desta vez será focado em responder uma questão, de importância fundamental à teologia cristã protestante: a Bíblia é a palavra de Deus ou ela contém a palavra de Deus? 

      É importante que protestantes e evangélicos (e católicos, e ortodoxos, para se falar com mais abrangência de cristãos) estejam cientes que muitas coisas que eles creem como verdades indiscutíveis, como dogmas, como doutrinas básicas e delimitadoras de experiências e ideias do que eles vivem como cristãos, foram estabelecidas por séculos de tradições orais passadas de geração para geração, de escritos em línguas e materiais distintos, e depois por concílios e consensos teológicos estabelecidos por homens. Como a religião, textos sagrados são construções humanas, Deus nunca desceu do céu para definir princípios, selecionar esse ou aquele texto como inspirado, elencar essa ou aquela doutrina como verdade. 
      Aqueles que inocentemente acreditam que antes de qualquer dessas reuniões de lideranças eclesiásticas, uma busca a Deus, verdadeira e santa, foi feita, para que se conhecesse a real vontade do Senhor para os homens, se enganam. Muitas doutrinas foram estabelecidas por pura conveniência humana, para manter o controle político (e mesmo econômico e militar) nas mãos de alguns, para dominar sobre a maioria, para se estabelecer como povo e nação, ainda que abrindo mão de pureza de intenções. Enfim, tanto a nação de Israel, como a Igreja Católica e os Reformadores Protestantes, escolheram o que era de seus interesses, e isso é ensinado até hoje. O processo histórico é construído com falsas verdades? Sempre.
      Mas e a soberania do altíssimo sobre tudo, como fica? Não acompanhou e direcionou tudo conforme sua vontade para que homens fossem abençoados e conhecessem a Deus? Com certeza isso é argumento também de homens, mas a resposta é sim e não. O livre arbítrio sempre tem prioridade, tanto para os que selecionam o que deve ser crido, como para os que escolhem no que querem crer. Contudo, ainda assim, creio num Deus amoroso, que conhece os limites humanos, que protege os homens deles mesmos, mas que muitas vezes tem que agir como pai de crianças, não de adultos, dizendo não para algumas coisas, não porque sejam erradas em si mesmas, mas porque crianças não estão preparadas para administra-las. 
      Vou me posicionar, eu penso que a Bíblia contém a palavra de Deus, não penso que ela é. A verdadeira palavra de Deus com certeza foi falada ao coração de Moisés, de Samuel, de Davi, de Salomão, de Daniel, de Isaías, de Marcos, de Lucas, de Pedro, de Paulo, de João evangelista e de tantos outros que registraram os textos bíblicos, Deus sempre fala com todos, principalmente com os que o buscam. Mas eles registraram isso com fidelidade? Não, não podiam porque eram limitados como indivíduos em suas espiritualidades, e como homens de seus tempos em suas intelectualidades, mas também nem precisavam, Deus nunca exigiu isso deles e não exige de ninguém. 
      O que precisamos entender é que achar a palavra de Deus na Bíblia é exercício de homens íntegros, inteligentes e espirituais, que querem de fato conhecer a Deus, não obedecer cegamente e ao pé da letra um livro de regras morais. É preciso se dar ao trabalho, de estudar e orar, não só de decorar e repetir, isso permite que homens e mulheres cresçam em suas plenitudes como seres, no corpo, na alma e no espírito. Isso difere robôs de humanos, manada de animais irracionais de ovelhas espirituais do verdadeiro pastor. Isso nos permite ler os mitos (assunto que refletiremos mais a frente neste estudo) e entender as verdades, escondidas dos ociosos e hipócritas, mas reveladas aos simples. 

Esta é a 11ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

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