domingo, maio 03, 2020

Reavaliemos Mitos (3/30)

3. Mitos

      “Um mito (em grego clássico: μυθος; transl.: mithós) é uma narrativa de caráter simbólico-imagético, ou seja, o mito não é uma realidade independente, mas evolui com as condições históricas e étnicas relacionadas a uma dada cultura, que procura explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser das personagens, a origem das coisas (do mundo; dos homens; dos animais; das doenças; dos objetos; das práticas de caça, pesca, medicina entre outros; do amor; do ódio; da mentira e das relações, seja entre homens e homens, homens e mulheres e mulheres e mulheres, humanos e animais etc.). Sendo dessa maneira, é correto dizer que o mito depende de um tempo e espaço para existir e para ser compreendido. Ao mito está associado o rito. O rito é o modo de se pôr em ação o mito na vida do homem - em cerimônias, danças, orações e sacrifícios. 
      O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades. Acontecimentos históricos podem se transformar em lendas, se adquirem uma determinada carga simbólica para uma dada cultura, e serem erroneamente chamados de mito. Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos das civilizações antigas, mas há de se lembrar que muitas comunidades contemporâneas ainda se valem e muito do mito que, organizados, constituem uma mitologia - por exemplo, a mitologia grega, a mitologia romana, etc.” 

      Para entendermos melhor a Bíblia, é importante que reavaliemos também o elemento mítico contido nela. A descrição da criação de Gênesis, Adão, Eva, a Serpente, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, mesmo o dilúvio e Noé, podem ser mitos, e se existem esses mitos, por que não podemos entender também o céu e o inferno descritos na Bíblia como mitos? Símbolos de personagens, eventos e lugares, sejam físicos ou espirituais, reais, mas registrados como foram na Bíblia, de uma forma mais simples, para que uma humanidade, ainda sem informação científica ou formação psicológica, pudesse aprender o caminho de Deus? 
      Não estamos colocando um mito grego no mesmo nível de uma tradição religiosa hebréia ou evangélica, mas ambos tecnicamente são mitos e com origens em verdades espirituais reais, ainda que um em histórias dos grandes anjos caídos passadas por homens e o outro em experiências com o Deus altíssimo passadas por homens ditos inspirados pelo Espírito Santo. Mas como mito, tanto um como o outro teve com o tempo, e principalmente pela tradição oral (contar uma história de geração para geração através de palavras sem usar registro da escrita), adições e subtrações aos fatos reais, exageros e desprezos, conforme as características e mesmo interesses de quem contou. 
      Assim a verdade sobre Deus colocando seu sopro de vida no primeiro homem, tornou-se no mito de Adão, a verdade sobre um homem que construiu uma arca para proteger sua família e os animais de sua região de um grande temporal, se transformaria no mito do dilúvio e Noé. O que temos que entender é que mitos não são as narrações ao pé da letra de fatos genuínos preservadas fielmente no tempo e no espaço por homens preocupados com uma verdade científica. Mesmo o acompanhamento real e amoroso de Deus não anulou o livre arbítrio de Moisés e de outros escritores hebreus e do novo testamento no registro dos textos bíblicos, a Bíblia é especial, sim, mas ainda que seja mítica em muitos pontos. 
      Mitos não são, ou não eram, intencionais, eles se tornaram com o tempo, e isso ocorreu durante muito tempo da história da humanidade. Talvez a partir do último XX, principalmente com meios mais precisos para se registrar uma quantidade maior de fatos, como os computadores, novos mitos deixem de ser criados, talvez o homem contemporâneo não entenda o conceito de mito, nem sua relevância. Mas isso infelizmente não tem tornado o ser humano, principalmente os cristãos, mais lúcidos com a maneira como avaliam sua religião e seus textos sagrados, ocorre é que muitos mitos antigos contém muito mais verdades espirituais que muitos fatos mais novos, comprovados por meios mais científicos.
      O ser humano tem se tornado radical, nos dois polos, ou é exigente ou cego num polo ou é cético ou cego no outro, veja que ser cego é ruim tanto num extremo quanto no outro, incorre-se no mesmo erro, ausência de crítica para não negar ou aceitar sem reavaliar. O homem é maravilhoso justamente porque é um ser que contém as duas coisas, matéria e espírito, ciência e fé. Deus é sábio, Deus é equilíbrio, Deus é matéria e espírito, o Espírito Santo de Deus que habita no novo nascido em Cristo é conduzido, atraído, para ser isso também, se não consegue ser é por escolha própria, escolhe-se isso porque é mais fácil, mais cômodo. O verdadeiro conhecimento está no equilíbrio, e isso inclui o conhecimento da Bíblia.

Esta é a 3ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

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