sexta-feira, maio 29, 2020

Reavaliemos Jesus reavaliou! (29/30)

29. Jesus reavaliou todas as religiões

      “Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mateus 12.34-37

       Em Mateus 12 Jesus confronta a hipocrisia dos religiosos judeus, como eles podiam dizer que falavam coisas boas quando possuíam corações maus? Jesus não se deixou enganar pelas palavras, ele conhecia os corações. Mas ainda que as palavras sejam boas elas não são desconsideradas pelo juízo de Deus, caso sejam falsas. Não basta parecer, tem que ser, não basta falar, tem que viver. Muitas igrejas e pastores atuais teimam em afirmar que pregam o evangelho, que possuem autoridade legítima para isso, mas como podem pregar o bem se possuem corações maus, que agem com preconceito, superficialidade, imaturidade espiritual? Cuidado, seria melhor a esses nem pregar o evangelho, ou só pregar aquilo que de fato vivem. O correto, contudo, seria que eles reavaliassem suas crenças à luz do Espírito Santo.
      Jesus, encarnado como homem, era um questionador, por isso era odiado, avaliou a religião de seu povo, por isso foi perseguido, mostrou sem medo, ainda que com sabedoria, a incoerência, a hipocrisia, a ineficiência das crenças de judeus, gregos e romanos, por isso foi morto. A encarnação de Jesus foi uma reavaliação de todas as religiões feita por Deus. Não podemos ser como Jesus, mas fomos chamados para segui-lo, temos o Espírito Santo que continua em nós a obra do Cristo homem, agora na autoridade do Cristo Deus, temos por isso direito à comunhão com Deus, mas também responsabilidades sobre deveres. O principal dever que temos é o de suportar as perseguições em paz, se alguém não quer perseguição que se acomode às crenças dos outros, esses, contudo, nunca terão paz verdadeira. 
      Jesus não tinha um lugar fixo, confortável, oficial, para receber donativos que sustentassem sua obra, ele ensinava onde dava, nas montanhas, nas praias, nos campos, em barcos, nas casas de amigos. Jesus sabia que para poder reavaliar as interpretações humanas sobre religião precisava ser livre, de tudo e de todos, isso lhe dava autoridade para pregar a verdade, ele não tinha “rabo preso com ninguém” (desculpem-me o termo). Quanto falamos, ouvimos, pregamos e cantamos que somos cristãos, que seguimos a Jesus, que somos diferentes do mundo, que acreditamos na religião verdadeira e que as outras são mentiras, mas na realidade tudo o que queremos é uma tradição religiosa que nos proteja de remorsos, do nosso passado, do diabo, e de tantas coisas que por não podermos ter ou ser, demonizamos.
      Isso nos leva a aceitar tradições sem questionar, a respeitar igrejas e pastores, calados e temerosos, faço uma pergunta, se Jesus se encarnasse hoje, de que igreja, de que denominação cristã faria parte? Da Congregação Cristã? Da Assembleia de Deus? Da Universal? Da Renascer? Da Lagoinha? Da Presbiteriana? Da Batista? Da Católica? Ou de uma desconhecida, essas pequenas e pobres e com poucos membros? Quer a verdade? De nenhuma e de todas, mas não por ser essa melhor que aquela (nem pior), por ter uma doutrina mais próxima aos seus verdadeiros ensinos, por ser mais pura e menos herética, não por nada disso. A Igreja de Jesus, a genuína, na verdade é o coração do homem que o busca com sinceridade e em verdade, a esse ele se apresenta, vive nele e lhe mostra o caminho (João 14.20-23).
      Na verdade, Deus não está nem aí com igrejas e religiões. Para entender isso temos que perguntar a ele, não a pastores, padres, teólogos, e muito menos a mim, enquanto isso Deus continua nos abençoando, do jeito que estamos, onde estamos, indiferente do nosso nível de fé e de intimidade com ele. Se achamos que só o agradamos vestidos de ternos, os homens, e de saias e com longos cabelos, as mulheres, Jesus assim nos salva. Se acharmos que só o agradamos conhecendo a Bíblia com profundidade teológica, ele nos salva assim. Se acharmos que só o agradamos falando em línguas espirituais estranhas e experimentando vários dons espirituais, ele nos salva dessa maneira. Mas não se iluda, se acharmos que podemos confiar em santos e em Maria, ele também pode nos salvar, não se engane quanto a isso.
      Mas isso é o ideal de Deus? Não. A pergunta é: até quando viveremos na exceção de Deus, por sua misericórdia, fazendo muito menos que podemos para experimentar muito menos que Deus pode nos dar? Isso não depende de Deus, mas de nós. Uma qualidade de Deus que provamos muito mais que percebemos é a educação, ele não se mostra a quem não o quer, e se mostra em parte a quem o quer em parte. Ocorre que muitos que só o desejam em parte e o buscam em parte, querem exigir que Deus dê a eles o que recebem os que buscam de forma mais completa. Contudo, o mistério é que no plano espiritual as coisas acontecem de forma inversa, é o próprio evangelho que diz que só nascemos quando morremos, que é dando que se recebe, que os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
      Quanto mais se busca a Deus, quanto mais intimidade se tem com ele, menos se exigi, pelo menos no que se refere ao plano físico. Os que querem mais de Deus querem o conhecimento das verdades espirituais para serem mais espirituais. Só entenderemos de fato a vida plena e eterna que Deus quer nos dar em Jesus, quando reavaliarmos nossas crenças. Fazer as mesmas coisas só nos levarão aos mesmos lugares, assim, se já entendemos que não fomos muito longe agindo como agimos, então é sinal que temos que fazer coisas diferentes, reavaliar nossas crenças em muitos aspectos, em várias áreas de nossas vidas. Não nos enganemos, o grande número de denominamos cristãos no mundo não reflete uma presença atuante de Cristo na realidade, e isso acontece porque a grande maioria é só religiosa, não de fato seguidora de Cristo. 

Esta é a 29ª de 30 partes do estudo
“Reavaliemos nossas crenças”,
se possível leia todo o estudo
para ter o entendimento correto
do “Como o ar que respiro”
sobre o assunto, obrigado.

José Osório de Souza, 13/04/2020

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