quarta-feira, outubro 28, 2020

28. Humildade: único jeito de crescer

Espiritualidade Cristã (parte 28/64)

      “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céusMateus 5.3

      Sábio é querermos melhorar, não nos acomodarmos, mudarmos por dentro e não confiarmos na aparência, aparência pode ser enganadora. Aproveitemos bem nosso tempo neste plano físico, a vida encarnada é uma existência muito especial, uma oportunidade de mostrarmos nossa melhor essência e de construir a porta para a eternidade. Na verdade quem muda é humilde, não importando em que nível começou, os que tratam os pecadores com arrogância, que não lhes dão a chance de serem melhores, que os julgam pelo passado, além de descrerem do poder do perdão que há em Jesus, nunca experimentaram mudança em suas vidas, ainda que nunca tenham escandalizado ninguém. Esses não provam espiritualidade, mas só a carne, mesmo que ostentem aparências de virtudes. 
      Muitos, talvez, só tivessem que fazer uma escolha em suas vidas e não fizeram, escolherem ser humildes, eles nasceram com melhores possibilidades, com mais atenção, pelo menos mais que outros que tanto mal colheram e plantaram, mas ainda assim continuaram orgulhosos. Por medo de perder o que tinham não investiram em nada, foram tímidos, foram covardes, e timidez é só um outro nome para arrogância, não é virtude. A eternidade, contudo, revelará o nível de espiritualidade real que cada um de nós alcançou, não no início de nossas vidas, muitas vezes nem na maior parte delas, mas no final. Temos até o último instante aqui neste plano para mudarmos, os orgulhosos, contudo, poderão passar seus dias finais em UTIs, só para entenderem isso, só para escolherem ser espirituais. 
      A vida passa muito depressa, não deixemos para depois o que é mais importante. O mais importante para cada um de nós, que é algo pessoal e específico, sempre nos conduz à humildade, pois nos leva a pagar preços, a perder para ganhar, quem de fato foi atrás de sua verdade, de ser feliz teve que mudar, e quem mudou para melhor é humilde. Os que não querem pagar preços, que não querem perder, que são escravos dos outros, que se sentem obrigados a mostrar para os outros coerência e justiça dos outros, nunca serão quebrados para que precisem se reconstruir, assim nunca mudarão e não se sentirão na obrigação de serem humildes. Dentro de um coração arrogante tem um escravo, que por ser escravo agrada a muita gente, pode até ser honrado por muitos, mas é um escravo infeliz. 
      Uma pergunta precisamos fazer a nós mesmos: que tipo de pessoa eu sou? Eu sei, sou do tipo que errou muito, muitos ainda me julgam pelo meu passado. Mas como devo reagir a isso, levantar minha voz e dizer que Jesus me perdoou e ninguém tem o direito de me acusar? Não, devo ser humilde, e isso não é fácil, mas preciso confiar que quem me salvou e me perdoou também pode me defender, ele não precisa de meus argumentos. Esteja certo de uma coisa, causa deixada nas mãos de Deus com fé e em humildade Deus toma, e faz o melhor, ninguém duvide ou zombe disso. Terrível é cair nas mãos do Deus altíssimo, os acusadores dos lavados pelo sangue do cordeiro caem nesse juízo, sejam demônios ou homens.
      O texto inicial diz algo muito importante sobre humildade, os cidadãos do céu, um reino que começa na terra, nos corações dos homens, são humildes. A versão NVI desse texto, contudo, diz “bem-aventurados os pobres em espírito”, assim pode não ser tão fácil entender o que o escritor quis dizer com pobres nesse contexto, mas nesse caso pobre não é ter menos virtude espiritual, mas é ter mais à medida que não se dá importância a valores materiais. Todavia, o fato de termos menos condições econômicas não faz de nós, necessariamente, pessoas humildes, o que faz é nossa atitude de não confiar nessas condições para nos posicionarmos como melhores. O que nos faz melhores são as virtudes espirituais que aperfeiçoam nossa moralidade, quem tem essas virtudes não se coloca como superior aos outros. 
      O pobre de ou em espírito é humilde, abre mão de tudo aquilo que pode lhe dar aprovação humana ou status social através de valores de aparência externa, ele não se importa com essas medidas e pode achar felicidade e paz diretamente em Deus. Esse pobre não precisa provar nada a ninguém, se defender e muito menos acusar, a ele basta saber o que Deus pensa dele, fez e faz por ele. Em Deus ele sabe que não é pobre, que está perdoado, é cidadão do reino dos céus e é riquíssimo, isso é suficiente para que ele caminhe firme e de pé, sem orgulho, mas também sem medo, protegido contra as setas dos acusadores, protegido contra seu próprio passado ruim. Bom é ser humilde, ainda que por obrigação, mas todos os que provam a Deus de verdade se sentem obrigados, não por força, mas pelo Espírito, a serem humildes.

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

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