segunda-feira, maio 09, 2011

Ilumina-me (poesia)

Nasça em meu quarto, o dia, uma manhã de setembro, 
a novidade da brisa, lança no ar teus temperos. 
Como jardim cor de rosa numa cidade pequena, 
como romance de outrora, como as canções de setenta. 

Tua presença em meu quarto, depois da noite tão negra, 
quando viver era fardo, onde vingava a descrença, 
faz o meu mundo tranquilo, águas frescas de rio, 
trem que viaja nos trilhos rumo ao teu infinito. 

Quero a vontade que é tua, sinceridade desnuda, 
que não tem medo das ruas, e faz a vida mais lúdica. 
Me ilumina com risos, apruma assim minha alma, 
faz-me de novo menino, que acredita em sagas. 

Saga de príncipe nobre que vai livrar sua amada 
de uma fera disforme numa masmorra encantada. 
Saga de jovem franzino que um gigante enfrentou 
para cumprir seu destino e libertar seu amor. 

Vem, arreganha as cortinas, deixa o Sol me tocar, 
escandaloso, desminta a escuridão do lugar. 
Quero acordar desse jeito, abrir os olhos sem luto, 
encher de paz o meu peito, tão satisfeito com tudo. 

E encontrar na cozinha mesa repleta, cuidados, 
leite, café, pão, família, o que for do teu agrado. 
Depois da porta da sala, ver que há um novo dia, 
a esperança me aguarda, uma porção de alegria. 

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