quarta-feira, abril 24, 2019

Esforce-se para ser bom

      “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.Gálatas 6.8-9

      Não, não é fácil, o mundo luta contra, os “diabos”, internos e externos, lutam contra, nosso passado luta contra, mas precisamos, principalmente como cristãos, nos esforçarmos para sermos melhores, para sermos homens e mulheres realmente do bem. A principal arma que temos para isso é o perdão, pois nossos erros reincidentes originados de nossas fraquezas insipientes, sempre buscarão no conformismo, nos cansarem de pedir perdão, dizendo a nós que é mais fácil aceitar a nós e aos outros como pessoas não tão boas. 
      Isso não é luta de um tempo, de um momento de paixão pelo evangelho, mas é condição para toda a nossa caminhada com Cristo, é preciso orar a Deus e repetir isso a nós mesmos, no Espírito Santo, todos os dias, devo me esforçar para ser bom. Os amargos não nos ajudarão, os religiosos não nos ajudarão, familiares, que nos conhecem mais de perto, muitos deles não nos ajudarão, mas esse é o caminho estreito do evangelho e se é vontade de Deus, Deus sempre nos ajudará. 
      Mas precisamos nos esforçar, andar uma milha a mais com o que nos desrespeita, dizer uma palavra de carinho ao que nos trata com displicência, guardar com boa preferência no coração aquele que sempre se distancia de nós. Ser bom inicia-se mantendo um bom coração, mesmo depois de errar tantas vezes em ações estúpidas, o perdão de Jesus renova nosso coração e nos revela que ser bom é possível. Depois do coração estar curado e de fato bem intencionado, nos coloquemos a por em prática a bondade.
      O grande mistério por trás de uma atitude bondosa é que ela nos abençoa, antes de abençoar os outros, ela restaura o que busca ser bom, antes do que aquele que recebe a bondade, o bondoso nunca se sente saqueado de alguma forma, seja de atenção ou de honra, bondade nos faz ver o lado do outro. O realmente bondoso se vê como devedor, não comprar cobrador, e na bondade acha a solução de Deus para equilibrar todas as necessidades afetivas, pondo-se como instrumento de amor nas mãos de Deus. 
      O homem bom se parece com Jesus encarnado, tem um sorriso puro, uma palavra sempre adequada, compartilha paz verdadeira, e encontra misericórdia de Deus para suas fraquezas, a bondade encobre pecados. Dessa forma, nos esforcemos, a cada dia, a cada luta, com todos os que Deus nos mandar, e com os outros, mesmo nos mantendo mais longe, sejamos bons também, queiramos a bondade para todos, abençoemos, sempre, ser bom é bom demais e deixa a vida mais leve. 

terça-feira, abril 23, 2019

Pessoas são diferentes

      A afirmação parece simples, óbvia, as pessoas são diferentes, mas na prática não pensamos assim, e o pior é que nos pomos geralmente como referência para os outros, seja para o bem, seja para o mal. O que é pecado para um pode não ser para outro, e não me refiro a pecados básicos e convencionais, digamos assim, não sempre, aqui os de fato espirituais entenderão. O que algumas pessoas fazem corretamente com facilidade, outras têm dificuldades para fazer, o que não representa tentação para alguém, pode ser uma tentação terrível para outro. O que pode ser uma porta para um abismo profundo para alguém, por exemplo uma taça de vinho para um viciado em drogas e álcool, pode ser só um momento de relaxamento sem maiores consequências para outro.
      O importante é não julgar, achar que porque é fácil para nós, tem que ser fácil para o outro, ou por outro lado, não projetar no outro um defeito de caráter nosso, por exemplo taxar o outro de orgulhoso, quando os orgulhosos somos nós. Pessoas são diferentes, muitas bem melhores que nós e algumas até piores, mas a referência é Jesus, ele é a luz para todos, enquanto nós só devemos ter misericórdia uns dos outros, generosos uns para com os outros, não nos achando deuses que sabem tudo e que conhecem os corações. Só Deus conhece, e ele sempre dá novas oportunidades para que as pessoas acertem assim como espera sempre que estejam fazendo o melhor.
      “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”, o capítulo 9 de II Coríntios se refere a coleta de ofertas materiais, aliás um texto bíblico que as igrejas evangélicas devem seguir como ensinamento para o tema e não textos do antigo testamento como Malaquias 3.10-11. Contudo, o verso 2 citado, pode ser usado como princípio para muitas coisas, incluindo as idiossincrasias humanas que fazem com que cada oferta, cada entrega, cada trabalho, cada ministério e mesmo cada dom espiritual, seja diferente.
      “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.”, Romanos 14.4-5 também nos faz uma exortação séria sobre julgar um servo que não é meu, nem seu, mas de Deus. Paulo, o possível escritor da carta aos Romanos, trata no texto sobre a conversão de alguns judeus ao evangelho, que diferentemente dos não judeus, pensavam que mesmo convertidos deveriam continuar obedecendo às leis da antiga aliança. 
      O autor não julga, nem proíbe essa atitude, antes ressalta que aquilo que alguém faz para Deus os outros não devem condenar, mesmo que discordem e mesmo que não façam. Na verdade, muitas coisas, mesmo morais, fazer ou não fazer não fazem diferença, não para Deus, mas se alguém acha importante que faça. Mas o que faz não condene o que não faz, nem o que não faz não se ache mais espiritual que o que faz, as pessoas são diferentes, Deus é senhor de pessoas diferentes, mas a todos trata com igual amor e dá iguais oportunidades e honra.
      “Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar”, atentemo-nos, contudo, a Mateus 18.6, devemos tomar cuidado com aquilo que para nós é liberdade, que isso não escandalize outro cristão que não tem essa liberdade. Esse cuidado devem ter principalmente os que servem nas igrejas, os com ministérios, os que pisam o que é chamado de “altar” (mesmo que no novo testamento esse conceito se refira ao coração e não ao palco e púlpito dos templos). Que minha diferença não faça mal a ninguém e seja aprovada pelo Senhor. 

segunda-feira, abril 22, 2019

O amor desconcerta

      “E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele curou a todas. E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissemMateus 12.14-16

      A lucidez, o equilíbrio, desconcertam os que vêm em nossa direção armados com rancor, com inveja, com ódio. Os mal intencionados se calam diante da sabedoria genuína que muitas vezes reage com o silêncio, com o distanciamento, com nenhum argumento. Quem vence a vaidade de querer ganhar no grito, que não precisa se convencer e muito menos aos outros, quem olha nos olhos e consegue discernir quem quer construir e merece atenção de quem quer só se manter como vítima e dono da verdade, esse não será entendido pelas trevas, a luz desconcerta as trevas. O amor, todavia, é o que mais desarma, mas mesmo ele não deve ser usado com quem absolutamente não quer ser amado. Os arrogantes complicarão tudo, deixarão o perdão para amanhã, alegando que foram feridos demais, mas os humildes acharão facilmente a paz, verão o lado do outro, e terão de Deus a mesma misericórdia que derão aos seus semelhantes. O amor conserta os bons, mas desconcerta os maus. 

domingo, abril 21, 2019

Bíblia do jeito certo (Estudo na Íntegra)

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 
      E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
Gênesis 1.1-8

      A maioria dos evangélicos que lê a Bíblia não faz ideia dos mistérios existentes só nesses primeiros oito versículos de Gênesis, no que foi criado nos dois primeiros “dias divinos”, a extensão dessas “eras”, e o que de fato é abismo, trevas, águas, luz e céu. Se soubessem os evangélicos, não demonizariam a ciência como fazem muitos, e por outro lado, se soubesse a ciência, não menosprezariam os cientistas, muitos deles pelo menos, aos cristãos. Deus nunca erra, o homem, sim, engana-se sempre, traído pela vaidade e pela má vontade de conhecer de fato os grandes mistérios e a si mesmo, o homem está mais interessado no que vai comer ao meio-dia e com quem vai dormir à meia-noite. O homem não entende a criação do universo, não entende a criação da natureza, não entende a criação dele mesmo, não entende o que é a árvore do conhecimento do bem e do mal, não entende a própria queda... antropomorfiza tudo, paganiza tudo, vê só a serpente, não o arcanjo, não o querubim, não os Elohim... assim está fadado a cair de novo, e de novo...

      “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” 
      “ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” 
      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.”
Gênesis 2.9, 16-17, 22-23

      Para quem usa a afirmação “Deus criou só homem e mulher”, baseada numa interpretação equivocada do livro de Gênesis, para defender sexualidade, vai uma conclusão lógica: então, de acordo com essa ótica, se “Deus criou só homem e mulher”, além de não ter criado originalmente homossexuais e seres humanos com outras disposições sexuais, Deus também não criou doentes mentais, esquizofrênicos, deficientes físicos e tantos outros homens e mulheres que nascem com enfermidades, deformidades físicas, transtornos psicológicos, ou que adquirem essas características durante a vida por esse ou aquele motivo, como diabetes, depressão, impotência masculina, esterilidade feminina etc. Entendam que não estou comparando, generalizando ou diminuindo nenhuma dessas características, apenas citando peculiaridades.
      Pergunto aos que interpretam a Bíblia ao pé da letra, sem levar em conta o contexto histórico e cultural, e sem aprender o que a Bíblia ensina de melhor, os princípios de moral, respeito e liberdade, e não as leis sociais de povos de lugares e tempos específicos: vocês também tomam como regra aquilo que o antigo testamento ensina sobre mulheres estéreis, por exemplo, como elas eram consideradas por suas dificuldades em gerar filhos? Pois se condenam ao inferno de maneira genérica homoafetivos, deveriam também desprezar tudo o que foge desse modelo utópico e enganoso que vocês pensam que seja o ser humano adequado para Deus, seja sexualmente, emocionalmente ou fisicamente, mesmo que numa época fossem desconsiderados socialmente até por Israel, o chamado povo de Deus, como as mulheres estéreis.
      Os princípios da Bíblia podem ser atemporais, se os entendermos pelo Espírito Santo, e não como leis fechadas. Os ociosos espiritualmente, que não buscam a Deus, mas acham numa interpretação tradicional um jeito fácil de parecerem espirituais e cristãos, interpretam ou deveriam interpretar I Coríntios 14.34-35, “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.”, como uma regra que proíbe mulheres de falarem nas igrejas e de serem submissas a seus maridos, quase que como escravas, uma realidade social da época em que Paulo escreveu o texto.
      Não, meus queridos e queridas, eu preciso repetir e repetir essa verdade, os evangélicos, e principalmente e em primeiro lugar os pastores, precisam parar de pregar nos púlpitos aquilo que nem eles vivem, e não vivem não por serem pecadores em desobediência à palavra de Deus, mas porque na prática e no evangelho não funciona mais mesmo. Ainda assim pregadores têm medo de dizer que a Bíblia está totalmente certa quando entendida seus princípios, mas que ela não pode ser olhada como livro de regras e que muitas das leis que os cristãos tiram da Bíblia, principalmente nas áreas sexual, familiar e social, não devem ser obedecidas hoje.
      Por que isso, será porque Deus mudou? Por que o pecado está invadindo as igrejas e a Bíblia está sendo desvirtuada? Porque é o final da tempos? Não, não é por nenhum desses motivos, e os que pensam que é, só dão mais lugar ao diabo, pregam um evangelho falso, e criam mais álibis para tantos odiarem o cristianismo e não fazerem parte de igrejas cristãs. É porque a Bíblia é o início de nosso aprendizado sobre Deus, não o fim, é porque a palavra de Deus é o Espírito Santo, não um conjunto de normas tiradas do cânone bíblico, é porque o ser humano do século XXI já está maduro o suficiente para entender a vontade de Deus de forma mais abrangente, coisa que não estava nos tempos de Moisés ou de Paulo. 
      Mas se a igreja evangélica protestante insistir em tradições ultrapassadas, crendo numa palavra escrita morta e não na palavra viva do Espírito Santo, só estará repetindo o que a Igreja Católica faz há mais de 1.600 anos, dominando e controlado pela ignorância, pela falsa moralidade e pela hipocrisia de quem matou o Espírito em seus corações e ficou à mercê de heresias e paganismo. A igreja evangélica protestante atual, pelo menos em sua maioria, ainda não caiu no paganismo, o Espírito Santo, principalmente nas pentecostais, ainda é presente, misericordioso e vivo, mas não abusem, a distância não é grande entre a heresia, mais leve que seja, e o paganismo da idolatria e de ritualismos. 
      Acima de tudo é preciso nos dias atuais termos uma vida de oração realmente no Espírito Santo que nos conduza à intimidade de Deus, que nos permita ouvir a palavra genuína do Senhor, que leve a conhecer de fato a vontade do Altíssimo, mas isso é para os que querem e têm coragem de seguir a Deus, não aos homens religiosos. Esses conhecerão mistérios escondidos na Bíblia e entenderão que ela na verdade nunca esteve errada, nunca foi superficial, nunca foi contra a verdadeira ciência nem nunca se limitou a um conjunto de leis morais ultrapassadas.

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      “E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os. E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” 
Gênesis 18.16-18

      “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” 
Tiago 2.23

      “E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” 
Gênesis 6.7-8

      “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.” 
Lucas 17.26-30

      Meus queridos, sei que muitos não querem entender isso, sei que outros até concordam, mas seriam incapazes de verbalizar, principalmente ministrando estudos bíblicos e pregando, mas precisamos de uma vez por todas entender certo o que Deus quer nos ensinar com os textos que são certamente os mais polêmicos da Bíblia, todos localizados em Gênesis: a criação e a queda do homem (capítulos 1 ao 3), o dilúvio (capítulos 6 ao 8) e o pecado em Sodoma e Gomorra (capítulos 18 ao 19), por favor, leia os textos bíblicos na íntegra para melhor entendimento. 
      Sobre Sodoma e Gomorra, o pecado não era a homossexualidade em si, mas a promiscuidade, e mesmo considerando a homossexualidade, lembremos de outros assuntos que eram considerados pelos textos bíblicos de maneira bem diferente que consideramos hoje. Naquela época pessoas feitas escravas eram consideradas posse de outras pessoas, como se fossem coisas e não gente, e isso não era pecado para o povo de Deus. Mesmo as mulheres, como já dissemos, não tinham o respeito que hoje têm, e isso, o considerado povo de Deus não recriminava. 
      As coisas mudaram, mesmo recentemente, há cento e poucos anos atrás dizer que mulher podia votar, fazer faculdade e ter certas liberdades, era considerado pecado pela sociedade em geral e por igrejas cristãs. Sodoma e Gomorra foram condenadas pela promiscuidade que inclui pecados sexuais contra pessoas do mesmo sexo, além de outros perversidades e devassidões, mas o texto não pode ser usado nos dias de hoje para demonizar todo tipo de expressão homoafetiva. Precisamos, como cristãos sérios e santos, assumirmos isso nos púlpitos, já que no dia a dia muitos já assumem, e pararmos de dar lugar ao diabo insistindo em legalismos que nada têm a ver com o ensinamento do Espírito Santo. 
      O dilúvio, se analisarmos o fato descrito por Moisés em Gênesis ipsis litteris, veremos que cientificamente é impossível, tendo em vista o que continuou no planeta Terra, no reino animal e na diversidade de raças humanas, a despeito dos limites do que foi preservado na arca. O dilúvio existiu, o princípio no registro bíblico nos ensina muito sobre a vontade de Deus, e mais, o texto pode conter mistérios que nem a ciência ainda descobriu, mas não tomemos o texto ao pé da letra, pode ter sido um dilúvio regional que ocorreu simultaneamente com outros em regiões diferentes da Terra. 
      O evento descrito em Gênesis foi o ocorrido com um patriarca da nação de Israel, a nação escolhida por Deus para testemunhar sua vontade ao mundo pela velha aliança e da qual sairia Jesus, a nova e eterna aliança entre Deus e todos os homens, ele foi resgistrado para que chegasse à civilização ocidental através da tradição judaica-cristã, mesmo que existam registros de dilúvios em outras partes do mundo por outras tradições religiosas. Abrindo parênteses, um assunto bíblico não resolvido aparece em Gênesis 6.4, os gigantes que viviam na terra antes do dilúvio, gigantes também aparecem em II Samuel 21, se são a mesma espécie de gigantes não sabemos, mas se são, teriam sobrevivido ao dilúvio, fechando parênteses.
      Mas o texto com certeza mais enigmático da Bíblia, que talvez seja justamente por ser o mais metafórico, são os três primeiros capítulos da Bíblia, e é assim que tem que ser, porque a maneira como foi registrado, que nunca teve a intenção de ser científica, foi a melhor maneira, ao meu parecer achada pelo Espírito Santo, de relatar fatos tão importantes, quanto grandiosos e misteriosos. Se hoje, a ciência ainda não conseguiu explicar muitas coisas sobre o universo e a vida, muito menos entendia ou poderia entender o homem na época da saída do povo de Israel do Egito, ou antes, por aqueles que passaram as histórias de Gênesis por tradição oral até que Moisés ouvisse e escrevesse a Torá (o nosso pentateuco, os cinco primeiros livros do antigo testamento).
      Princípios de temor a Deus estão em textos como os compartilhados no início desta reflexão, Abraão era amigo de Deus e Noé achou graça aos olhos do Senhor, esses foram poupados de juízos de Deus que são tão certos quanto terríveis sobre aqueles que negam o vontade do Altíssimo para a vida, para o planeta, para a eternidade. Assim, entendamos certo o que é pecado, o que é abominação, o que é justiça e o que é misericórdia, muitos serão salvos, desses religiosos viciados em igrejas, mas serão surpreendidos ao verem pessoas que eles lançaram no inferno estarem também no céu, e muitos que eles tinham certeza que estariam no céu, estarem no inferno. 

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        “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.” Êxodo 3.13-15

      O ensino correto de Gênesis sobre a criação através da evolução acompanhada pela vontade soberana de Deus deveria ser feito pelos pastores, o que acabaria de vez com essa batalha que na verdade não existe, entre fé e ciência, entre criação e evolução, o embate que existe é entre desinformados, dos dois lados, que julgam sem conhecer. Se temos fé para crer que Deus pôde criar tudo em sete dias de vinte e quatro horas, por que não termos fé para crer que Deus pode criar tudo em sete eras de milhões de anos através da evolução? Deus age e existe da mesma forma, só que assim haveria mais coerência com a ciência que também é fruto da inteligência do homem, uma criação de Deus. Eu creio da segunda maneira, mas se quer saber, isso não faz a menor diferença, nem diminui, sob nenhum aspecto, Deus. “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (II Pedro 3.8).
      O melhor jeito de entender certos textos bíblicos é entender que Deus pode tudo, mas não manifesta tudo do jeito que achamos, ele pode, mas não faz, não fez e nunca vai fazer, porque não é assim que Deus funciona, que as coisas funcionam, que o homem funciona. Cristãos, se se consideram assim, genuínos e crentes, então usem a fé para crescerem no conhecimento de Deus, em sua sabedoria e em seu poder, não para limita-lo. Quem tem mais fé, o que crê que Deus criou o mundo, a natureza e o homem em sete dias de vinte e quatro horas, ou o que crê que Deus manifestou a matéria nos astros, nos planetas, nos satélites, no nosso mundo, na água, na luz, na terra, no reino animal, no reino vegetal, no homem e na mulher, através de milhões de anos de evolução? 
      Quem limita Deus a sete dias de vinte e quatro horas, antropomorfiza Deus, isso é tão equivocado quanto achar que Deus é um homem velho de barbas brancas, o conceito de macho e fêmea é inerente à matéria, Deus é espírito, está muito além disso. Deus também não envelhece, nem precisa de mãos pra tomar, pés para andar, boca para falar, ouvidos para ouvir, nem olhos para ver. Se queremos saber sobre a aparência e a essência de Deus estudemos mais a passagem de Êxodo capítulo 3, onde uma manifestação de “Deus” (o “Anjo” do Senhor na sarça que ardia mas não queimava) revela seu nome, o “Eu Sou o que Sou”, o grande “Eu Sou”, quanta verdade entregue sobre o maior dos mistérios, mas só aos que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver, olhos e ouvidos espirituais, não físicos, e que sem medo de agradar a homens escolhem o solitário caminho do verdadeiro conhecimento espiritual. 
      Antropomorfismo, que é colocar Deus em formas físicas e com reações emocionais humanas, é uma maneira da alma humana interpretar visões e reações de Deus em suas mentes e corações. Por exemplo, o texto de Salmos 5.4-5, “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.”, foi registrado pelo salmista dizendo que Deus odeia, mas será que isso é verdade? Deus pode odiar, ou melhor, Deus precisa odiar? Sim, existe uma reação terrível para os que se afastam de Deus, isso pode ser interpretado como sofrer um enorme desagrado de Deus. Contudo, a palavra odiar, a reação humana de ódio, uma ira descontrolada e movida pelo mal, não é o termo mais adequado para definir a reação de um Deus infinito, todo poderoso, santíssimo, onipresente, justíssimo mas misericordioso se o buscamos debaixo do perdão que há em Jesus. 
      A Bíblia está repleta de antropomorfismos, e eles são úteis, mas são ferramentas para ensinamento de crianças espirituais, homens maduros deveriam ir além disso. Aliás, a presença desses antropomorfismos nos revela uma das “chaves mágicas” (me perdoem o uso do termo, mas ele é muito adequado) para entendemos não do que a Bíblia fala, mas como ela fala e quem na verdade fala através dela e a escreveu. Os apressados dirão, “a Bíblia foi escrita pelo Espírito Santo”, aos quais responderei, correndo com certeza o risco de ser mal interpretado, “não, a Bíblia não foi escrita pelo Espírito Santo, pelo simples fato do Espírito Santo não ter mãos”. Parece uma resposta tola? Mas não é. 
      Com certeza o Espírito Santo falou aos escritores bíblicos e de uma maneira pra lá de especial e exclusiva, começando por Moisés e chegando a João o evangelista, mas entre o espírito humano “ouvir” a voz do Espírito de Deus até as mãos humanas registrarem o texto através da escrita num antigo pergaminho, muitos “ruídos” interferiram nessa comunicação. Não tinha como ser de outra maneira, o ser humano encarnado é absolutamente limitado para ter uma comunhão perfeita com Deus, assimilamos esboços, rascunhos, subjetivos e superficiais, e o lado positivo disso é que homens diferentes, com doenças emocionais distintas acham curas variadas numa única e completa manifestação de Deus.
      A mesma palavra de Deus transmitida pelo Espírito Santo a homens diferentes terá registros finais diferentes, e não se apressem os inimigos de Deus e da Bíblia tentando achar nisso desculpas para tirar do cânone bíblico coesão espiritual. Ainda assim, com tantos “ruídos” na comunicação, a Bíblia mantém-se coesa e coerente, mas somente para os que a interpretam debaixo do Espírito Santo. Só quem inspirou os escritores originais pode fornecer o melhor entendimento sobre o texto, ou sobre a intenção que tinha no momento da inspiração do texto. A verdade é que palavras espirituais só se entendem com ouvidos espirituais, assim, ler a Bíblia do jeito certo implica em lê-la em oração, em intimidade com Deus, de outro jeito só será uma coleção de leis morais de contextos históricos, culturais, sociais, que nada mais têm a ver com a contemporaneidade. 
      A revelação mais clara sobre quem é Deus foi feita por João no capítulo 1 de seu evangelho, versículos 1 ao 4, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.”. Quer saber quem é Deus? Deus é Jesus, que encarnado nos ensina o que de melhor podemos ser como filhos de Deus neste mundo. Como será que Jesus encarnado reagiria a certos entendimentos preguiçosos e egoistas que tantas cristãos têm hoje em dia sobre tantas coisas? Como Jesus entenderia o livro de Gênesis? 
      Sabe como? De um jeito que ainda hoje muitos não estão prontos a entender, assim que achem que Deus fez o mundo e o homem em sete dias de vinte e quatro horas e que evolucionismo é um sacrilégio, isso não é verdade, mas pelo menos mantém as pessoas crentes num Deus que tudo pode, mesmo que não faça tudo do jeito que as pessoas pensam que faz. Mas eu sinto que até o final dos tempos, o final mesmo, não esse que muitos acham que é, eu penso que só os que encarrarem a verdade de Deus de maneira madura e de fato espiritual, terão forças para suportar a tentação que virá sobre o mundo. As trevas serão grandes e mui ardilosas, só a luz pura de Jesus livrará os salvos de terem que pagar com a própria vida por aquilo que de fato acreditam.

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      “E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do SENHOR é a vossa força. E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.” Neemias 8.9-11

      Como é bom entristecer-se diante da consciência de que pecamos contra Deus e precisamos mudar de vida, esse é o único tipo de tristeza que conduz à alegria, a felicidade de ser recebido por Deus, como o pai recebe ao filho pródigo, de ser perdoado por ele e então ser novamente honrado pelo Senhor. O ser humano, contudo, é um contumaz equivocado, da mesma maneira que teima em se alegrar quando o momento é de tristeza, que insiste em cantar louvores de festa, quando o momento é de pranto, de arrependimento, ele também pode insistir na tristeza quando já é tempo de celebração, aprovada e permitida pelo Senhor. Assim, se já se consertou com Deus, fique em paz e não se sinta abatido, a alegria do Senhor e a tua força, uma alegria que não vem de você, que não é humana, carnal, mas espiritual, conquistada por Jesus na cruz. 
      Mas o texto inicial tem outra lição a nos ensinar. Para o tempo do acontecimento narrado, sua interpretação é ao pé da letra, “comei as gorduras e bebei as doçuras e enviai porções aos que não têm nada preparado para si”, que é: usufruam de banquetes, de comidas e bebidas, de salgados e doces, à vontade, o momento é de alegria. Do jeito que o mundo vai, talvez alguns se escandalizem com o texto, e se não hoje, daqui a um tempo alguns podem chegar a dizer que as orientações que Neemias deu ao povo são inadequadas a uma vida saudável. Gorduras e doçuras? Isso faz mais à saúde, devemos tomar cuidado com o colesterol ruim e com exagero no açúcar. Você acha que estou exagerando? Pois não estou, não em relação a tantas coisas que hoje as pessoas já consideram fora de contexto, sejam culturais ou sociais, nos textos bíblicos originais, que dizem ser politicamente incorretas. 
      Como temos dito aqui, com a Bíblia se aprende os princípios, e eles são atemporais, não as interpretações ao pé da letra do antigo e do novo testamento. O princípio, indiferente se se comemora com gorduras e doçuras ou com alimentação vegana e adoçante artificial, é alegre-se na presença de Deus, não pela comida ou pela bebida, mas porque nossos pecados são perdoados, porque o Senhor nos aceita como filhos, cuida de nós e nos orienta em vitória. Que aprendamos a discernir os princípios de Deus em toda a Bíblia, ao invés de só obedecermos preguiçosamente leis ao pé da letra, a lei mata, mas o princípio é do Espírito Santo e esse é vida eterna. 

José Osório de Souza, 18/04/2019

Bíblia do jeito certo (4ª parte)

      “E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do SENHOR é a vossa força. E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.” Neemias 8.9-11

      Como é bom entristecer-se diante da consciência de que pecamos contra Deus e precisamos mudar de vida, esse é o único tipo de tristeza que conduz à alegria, a felicidade de ser recebido por Deus, como o pai recebe ao filho pródigo, de ser perdoado por ele e então ser novamente honrado pelo Senhor. O ser humano, contudo, é um contumaz equivocado, da mesma maneira que teima em se alegrar quando o momento é de tristeza, que insiste em cantar louvores de festa, quando o momento é de pranto, de arrependimento, ele também pode insistir na tristeza quando já é tempo de celebração, aprovada e permitida pelo Senhor. Assim, se já se consertou com Deus, fique em paz e não se sinta abatido, a alegria do Senhor e a tua força, uma alegria que não vem de você, que não é humana, carnal, mas espiritual, conquistada por Jesus na cruz. 
      Mas o texto inicial tem outra lição a nos ensinar. Para o tempo do acontecimento narrado, sua interpretação é ao pé da letra, “comei as gorduras e bebei as doçuras e enviai porções aos que não têm nada preparado para si”, que é: usufruam de banquetes, de comidas e bebidas, de salgados e doces, à vontade, o momento é de alegria. Do jeito que o mundo vai, talvez alguns se escandalizem com o texto, e se não hoje, daqui a um tempo alguns podem chegar a dizer que as orientações que Neemias deu ao povo são inadequadas a uma vida saudável. Gorduras e doçuras? Isso faz mais à saúde, devemos tomar cuidado com o colesterol ruim e com exagero no açúcar. Você acha que estou exagerando? Pois não estou, não em relação a tantas coisas que hoje as pessoas já consideram fora de contexto, sejam culturais ou sociais, nos textos bíblicos originais, que dizem ser politicamente incorretas. 
      Como temos dito aqui, com a Bíblia se aprende os princípios, e eles são atemporais, não as interpretações ao pé da letra do antigo e do novo testamento. O princípio, indiferente se se comemora com gorduras e doçuras ou com alimentação vegana e adoçante artificial, é alegre-se na presença de Deus, não pela comida ou pela bebida, mas porque nossos pecados são perdoados, porque o Senhor nos aceita como filhos, cuida de nós e nos orienta em vitória. Que aprendamos a discernir os princípios de Deus em toda a Bíblia, ao invés de só obedecermos preguiçosamente leis ao pé da letra, a lei mata, mas o princípio é do Espírito Santo e esse é vida eterna. 

Este estudo é compartilhado em quatro partes aqui no “Como o ar que respiro”, entre os dias 18 e 21 de abril, se possível leia na íntegra para entendimento completo, José Osório de Souza.

sábado, abril 20, 2019

Bíblia do jeito certo (3ª parte)

        “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.Êxodo 3.13-15

      O ensino correto de Gênesis sobre a criação através da evolução acompanhada pela vontade soberana de Deus deveria ser feito pelos pastores, o que acabaria de vez com essa batalha que na verdade não existe, entre fé e ciência, entre criação e evolução, o embate que existe é entre desinformados, dos dois lados, que julgam sem conhecer. Se temos fé para crer que Deus pôde criar tudo em sete dias de vinte e quatro horas, por que não termos fé para crer que Deus pode criar tudo em sete eras de milhões de anos através da evolução? Deus age e existe da mesma forma, só que assim haveria mais coerência com a ciência que também é fruto da inteligência do homem, uma criação de Deus. Eu creio da segunda maneira, mas se quer saber, isso não faz a menor diferença, nem diminui, sob nenhum aspecto, Deus. “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (II Pedro 3.8).
      O melhor jeito de entender certos textos bíblicos é entender que Deus pode tudo, mas não manifesta tudo do jeito que achamos, ele pode, mas não faz, não fez e nunca vai fazer, porque não é assim que Deus funciona, que as coisas funcionam, que o homem funciona. Cristãos, se se consideram assim, genuínos e crentes, então usem a fé para crescerem no conhecimento de Deus, em sua sabedoria e em seu poder, não para limita-lo. Quem tem mais fé, o que crê que Deus criou o mundo, a natureza e o homem em sete dias de vinte e quatro horas, ou o que crê que Deus manifestou a matéria nos astros, nos planetas, nos satélites, no nosso mundo, na água, na luz, na terra, no reino animal, no reino vegetal, no homem e na mulher, através de milhões de anos de evolução? 
      Quem limita Deus a sete dias de vinte e quatro horas, antropomorfiza Deus, isso é tão equivocado quanto achar que Deus é um homem velho de barbas brancas, o conceito de macho e fêmea é inerente à matéria, Deus é espírito, está muito além disso. Deus também não envelhece, nem precisa de mãos pra tomar, pés para andar, boca para falar, ouvidos para ouvir, nem olhos para ver. Se queremos saber sobre a aparência e a essência de Deus estudemos mais a passagem de Êxodo capítulo 3, onde uma manifestação de “Deus” (o “Anjo” do Senhor na sarça que ardia mas não queimava) revela seu nome, o “Eu Sou o que Sou”, o grande “Eu Sou”, quanta verdade entregue sobre o maior dos mistérios, mas só aos que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver, olhos e ouvidos espirituais, não físicos, e que sem medo de agradar a homens escolhem o solitário caminho do verdadeiro conhecimento espiritual. 
      Antropomorfismo, que é colocar Deus em formas físicas e com reações emocionais humanas, é uma maneira da alma humana interpretar visões e reações de Deus em suas mentes e corações. Por exemplo, o texto de Salmos 5.4-5, “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.”, foi registrado pelo salmista dizendo que Deus odeia, mas será que isso é verdade? Deus pode odiar, ou melhor, Deus precisa odiar? Sim, existe uma reação terrível para os que se afastam de Deus, isso pode ser interpretado como sofrer um enorme desagrado de Deus. Contudo, a palavra odiar, a reação humana de ódio, uma ira descontrolada e movida pelo mal, não é o termo mais adequado para definir a reação de um Deus infinito, todo poderoso, santíssimo, onipresente, justíssimo mas misericordioso se o buscamos debaixo do perdão que há em Jesus. 
      A Bíblia está repleta de antropomorfismos, e eles são úteis, mas são ferramentas para ensinamento de crianças espirituais, homens maduros deveriam ir além disso. Aliás, a presença desses antropomorfismos nos revela uma das “chaves mágicas” (me perdoem o uso do termo, mas ele é muito adequado) para entendemos não do que a Bíblia fala, mas como ela fala e quem na verdade fala através dela e a escreveu. Os apressados dirão, “a Bíblia foi escrita pelo Espírito Santo”, aos quais responderei, correndo com certeza o risco de ser mal interpretado, “não, a Bíblia não foi escrita pelo Espírito Santo, pelo simples fato do Espírito Santo não ter mãos”. Parece uma resposta tola? Mas não é. 
      Com certeza o Espírito Santo falou aos escritores bíblicos e de uma maneira pra lá de especial e exclusiva, começando por Moisés e chegando a João o evangelista, mas entre o espírito humano “ouvir” a voz do Espírito de Deus até as mãos humanas registrarem o texto através da escrita num antigo pergaminho, muitos “ruídos” interferiram nessa comunicação. Não tinha como ser de outra maneira, o ser humano encarnado é absolutamente limitado para ter uma comunhão perfeita com Deus, assimilamos esboços, rascunhos, subjetivos e superficiais, e o lado positivo disso é que homens diferentes, com doenças emocionais distintas acham curas variadas numa única e completa manifestação de Deus.
      A mesma palavra de Deus transmitida pelo Espírito Santo a homens diferentes terá registros finais diferentes, e não se apressem os inimigos de Deus e da Bíblia tentando achar nisso desculpas para tirar do cânone bíblico coesão espiritual. Ainda assim, com tantos “ruídos” na comunicação, a Bíblia mantém-se coesa e coerente, mas somente para os que a interpretam debaixo do Espírito Santo. Só quem inspirou os escritores originais pode fornecer o melhor entendimento sobre o texto, ou sobre a intenção que tinha no momento da inspiração do texto. A verdade é que palavras espirituais só se entendem com ouvidos espirituais, assim, ler a Bíblia do jeito certo implica em lê-la em oração, em intimidade com Deus, de outro jeito só será uma coleção de leis morais de contextos históricos, culturais, sociais, que nada mais têm a ver com a contemporaneidade. 
      A revelação mais clara sobre quem é Deus foi feita por João no capítulo 1 de seu evangelho, versículos 1 ao 4, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.”. Quer saber quem é Deus? Deus é Jesus, que encarnado nos ensina o que de melhor podemos ser como filhos de Deus neste mundo. Como será que Jesus encarnado reagiria a certos entendimentos preguiçosos e egoistas que tantas cristãos têm hoje em dia sobre tantas coisas? Como Jesus entenderia o livro de Gênesis? 
      Sabe como? De um jeito que ainda hoje muitos não estão prontos a entender, assim que achem que Deus fez o mundo e o homem em sete dias de vinte e quatro horas e que evolucionismo é um sacrilégio, isso não é verdade, mas pelo menos mantém as pessoas crentes num Deus que tudo pode, mesmo que não faça tudo do jeito que as pessoas pensam que faz. Mas eu sinto que até o final dos tempos, o final mesmo, não esse que muitos acham que é, eu penso que só os que encarrarem a verdade de Deus de maneira madura e de fato espiritual, terão forças para suportar a tentação que virá sobre o mundo. As trevas serão grandes e mui ardilosas, só a luz pura de Jesus livrará os salvos de terem que pagar com a própria vida por aquilo que de fato acreditam.

Este estudo é compartilhado em quatro partes aqui no “Como o ar que respiro”, entre os dias 18 e 21 de abril, se possível leia na íntegra para entendimento completo, José Osório de Souza.

sexta-feira, abril 19, 2019

Bíblia do jeito certo (2ª parte)

      “E levantaram-se aqueles homens dali, e olharam para o lado de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os. E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” 
Gênesis 18.16-18

      “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” 
Tiago 2.23

      “E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.” 
Gênesis 6.7-8

      “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.” 
Lucas 17.26-30

      Meus queridos, sei que muitos não querem entender isso, sei que outros até concordam, mas seriam incapazes de verbalizar, principalmente ministrando estudos bíblicos e pregando, mas precisamos de uma vez por todas entender certo o que Deus quer nos ensinar com os textos que são certamente os mais polêmicos da Bíblia, todos localizados em Gênesis: a criação e a queda do homem (capítulos 1 ao 3), o dilúvio (capítulos 6 ao 8) e o pecado em Sodoma e Gomorra (capítulos 18 ao 19), por favor, leia os textos bíblicos na íntegra para melhor entendimento. 
      Sobre Sodoma e Gomorra, o pecado não era a homossexualidade em si, mas a promiscuidade, e mesmo considerando a homossexualidade, lembremos de outros assuntos que eram considerados pelos textos bíblicos de maneira bem diferente que consideramos hoje. Naquela época pessoas feitas escravas eram consideradas posse de outras pessoas, como se fossem coisas e não gente, e isso não era pecado para o povo de Deus. Mesmo as mulheres, como já dissemos, não tinham o respeito que hoje têm, e isso, o considerado povo de Deus não recriminava. 
      As coisas mudaram, mesmo recentemente, há cento e poucos anos atrás dizer que mulher podia votar, fazer faculdade e ter certas liberdades, era considerado pecado pela sociedade em geral e por igrejas cristãs. Sodoma e Gomorra foram condenadas pela promiscuidade que inclui pecados sexuais contra pessoas do mesmo sexo, além de outros perversidades e devassidões, mas o texto não pode ser usado nos dias de hoje para demonizar todo tipo de expressão homoafetiva. Precisamos, como cristãos sérios e santos, assumirmos isso nos púlpitos, já que no dia a dia muitos já assumem, e pararmos de dar lugar ao diabo insistindo em legalismos que nada têm a ver com o ensinamento do Espírito Santo. 
      O dilúvio, se analisarmos o fato descrito por Moisés em Gênesis ipsis litteris, veremos que cientificamente é impossível, tendo em vista o que continuou no planeta Terra, no reino animal e na diversidade de raças humanas, a despeito dos limites do que foi preservado na arca. O dilúvio existiu, o princípio no registro bíblico nos ensina muito sobre a vontade de Deus, e mais, o texto pode conter mistérios que nem a ciência ainda descobriu, mas não tomemos o texto ao pé da letra, pode ter sido um dilúvio regional que ocorreu simultaneamente com outros em regiões diferentes da Terra. 
      O evento descrito em Gênesis foi o ocorrido com um patriarca da nação de Israel, a nação escolhida por Deus para testemunhar sua vontade ao mundo pela velha aliança e da qual sairia Jesus, a nova e eterna aliança entre Deus e todos os homens, ele foi resgistrado para que chegasse à civilização ocidental através da tradição judaica-cristã, mesmo que existam registros de dilúvios em outras partes do mundo por outras tradições religiosas. Abrindo parênteses, um assunto bíblico não resolvido aparece em Gênesis 6.4, os gigantes que viviam na terra antes do dilúvio, gigantes também aparecem em II Samuel 21, se são a mesma espécie de gigantes não sabemos, mas se são, teriam sobrevivido ao dilúvio, fechando parênteses.
      Mas o texto com certeza mais enigmático da Bíblia, que talvez seja justamente por ser o mais metafórico, são os três primeiros capítulos da Bíblia, e é assim que tem que ser, porque a maneira como foi registrado, que nunca teve a intenção de ser científica, foi a melhor maneira, ao meu parecer achada pelo Espírito Santo, de relatar fatos tão importantes, quanto grandiosos e misteriosos. Se hoje, a ciência ainda não conseguiu explicar muitas coisas sobre o universo e a vida, muito menos entendia ou poderia entender o homem na época da saída do povo de Israel do Egito, ou antes, por aqueles que passaram as histórias de Gênesis por tradição oral até que Moisés ouvisse e escrevesse a Torá (o nosso pentateuco, os cinco primeiros livros do antigo testamento).
      Princípios de temor a Deus estão em textos como os compartilhados no início desta reflexão, Abraão era amigo de Deus e Noé achou graça aos olhos do Senhor, esses foram poupados de juízos de Deus que são tão certos quanto terríveis sobre aqueles que negam o vontade do Altíssimo para a vida, para o planeta, para a eternidade. Assim, entendamos certo o que é pecado, o que é abominação, o que é justiça e o que é misericórdia, muitos serão salvos, desses religiosos viciados em igrejas, mas serão surpreendidos ao verem pessoas que eles lançaram no inferno estarem também no céu, e muitos que eles tinham certeza que estariam no céu, estarem no inferno. 

Este estudo é compartilhado em quatro partes aqui no “Como o ar que respiro”, entre os dias 18 e 21 de abril, se possível leia na íntegra para entendimento completo, José Osório de Souza.

quinta-feira, abril 18, 2019

Bíblia do jeito certo (1ª parte)

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. 
      E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

Gênesis 1.1-8


      A maioria dos evangélicos que lê a Bíblia não faz ideia dos mistérios existentes só nesses primeiros oito versículos de Gênesis, no que foi criado nos dois primeiros “dias divinos”, a extensão dessas “eras”, e o que de fato é abismo, trevas, águas, luz e céu. Se soubessem os evangélicos, não demonizariam a ciência como fazem muitos, e por outro lado, se soubesse a ciência, não menosprezariam os cientistas, muitos deles pelo menos, aos cristãos. Deus nunca erra, o homem, sim, engana-se sempre, traído pela vaidade e pela má vontade de conhecer de fato os grandes mistérios e a si mesmo, o homem está mais interessado no que vai comer ao meio-dia e com quem vai dormir à meia-noite. O homem não entende a criação do universo, não entende a criação da natureza, não entende a criação dele mesmo, não entende o que é a árvore do conhecimento do bem e do mal, não entende a própria queda... antropomorfiza tudo, paganiza tudo, vê só a serpente, não o arcanjo, não o querubim, não os Elohim... assim está fadado a cair de novo, e de novo...

      “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” 
      “ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” 
      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.”
Gênesis 2.9, 16-17, 22-23

      Para quem usa a afirmação “Deus criou só homem e mulher”, baseada numa interpretação equivocada do livro de Gênesis, para defender sexualidade, vai uma conclusão lógica: então, de acordo com essa ótica, se “Deus criou só homem e mulher”, além de não ter criado originalmente homossexuais e seres humanos com outras disposições sexuais, Deus também não criou doentes mentais, esquizofrênicos, deficientes físicos e tantos outros homens e mulheres que nascem com enfermidades, deformidades físicas, transtornos psicológicos, ou que adquirem essas características durante a vida por esse ou aquele motivo, como diabetes, depressão, impotência masculina, esterilidade feminina etc. Entendam que não estou comparando, generalizando ou diminuindo nenhuma dessas características, apenas citando peculiaridades.
      Pergunto aos que interpretam a Bíblia ao pé da letra, sem levar em conta o contexto histórico e cultural, e sem aprender o que a Bíblia ensina de melhor, os princípios de moral, respeito e liberdade, e não as leis sociais de povos de lugares e tempos específicos: vocês também tomam como regra aquilo que o antigo testamento ensina sobre mulheres estéreis, por exemplo, como elas eram consideradas por suas dificuldades em gerar filhos? Pois se condenam ao inferno de maneira genérica homoafetivos, deveriam também desprezar tudo o que foge desse modelo utópico e enganoso que vocês pensam que seja o ser humano adequado para Deus, seja sexualmente, emocionalmente ou fisicamente, mesmo que numa época fossem desconsiderados socialmente até por Israel, o chamado povo de Deus, como as mulheres estéreis.
      Os princípios da Bíblia podem ser atemporais, se os entendermos pelo Espírito Santo, e não como leis fechadas. Os ociosos espiritualmente, que não buscam a Deus, mas acham numa interpretação tradicional um jeito fácil de parecerem espirituais e cristãos, interpretam ou deveriam interpretar I Coríntios 14.34-35, “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.”, como uma regra que proíbe mulheres de falarem nas igrejas e de serem submissas a seus maridos, quase que como escravas, uma realidade social da época em que Paulo escreveu o texto.
      Não, meus queridos e queridas, eu preciso repetir e repetir essa verdade, os evangélicos, e principalmente e em primeiro lugar os pastores, precisam parar de pregar nos púlpitos aquilo que nem eles vivem, e não vivem não por serem pecadores em desobediência à palavra de Deus, mas porque na prática e no evangelho não funciona mais mesmo. Ainda assim pregadores têm medo de dizer que a Bíblia está totalmente certa quando entendida seus princípios, mas que ela não pode ser olhada como livro de regras e que muitas das leis que os cristãos tiram da Bíblia, principalmente nas áreas sexual, familiar e social, não devem ser obedecidas hoje.
      Por que isso, será porque Deus mudou? Por que o pecado está invadindo as igrejas e a Bíblia está sendo desvirtuada? Porque é o final da tempos? Não, não é por nenhum desses motivos, e os que pensam que é, só dão mais lugar ao diabo, pregam um evangelho falso, e criam mais álibis para tantos odiarem o cristianismo e não fazerem parte de igrejas cristãs. É porque a Bíblia é o início de nosso aprendizado sobre Deus, não o fim, é porque a palavra de Deus é o Espírito Santo, não um conjunto de normas tiradas do cânone bíblico, é porque o ser humano do século XXI já está maduro o suficiente para entender a vontade de Deus de forma mais abrangente, coisa que não estava nos tempos de Moisés ou de Paulo. 
      Mas se a igreja evangélica protestante insistir em tradições ultrapassadas, crendo numa palavra escrita morta e não na palavra viva do Espírito Santo, só estará repetindo o que a Igreja Católica faz há mais de 1.600 anos, dominando e controlado pela ignorância, pela falsa moralidade e pela hipocrisia de quem matou o Espírito em seus corações e ficou à mercê de heresias e paganismo. A igreja evangélica protestante atual, pelo menos em sua maioria, ainda não caiu no paganismo, o Espírito Santo, principalmente nas pentecostais, ainda é presente, misericordioso e vivo, mas não abusem, a distância não é grande entre a heresia, mais leve que seja, e o paganismo da idolatria e de ritualismos. 
      Acima de tudo é preciso nos dias atuais termos uma vida de oração realmente no Espírito Santo que nos conduza à intimidade de Deus, que nos permita ouvir a palavra genuína do Senhor, que leve a conhecer de fato a vontade do Altíssimo, mas isso é para os que querem e têm coragem de seguir a Deus, não aos homens religiosos. Esses conhecerão mistérios escondidos na Bíblia e entenderão que ela na verdade nunca esteve errada, nunca foi superficial, nunca foi contra a verdadeira ciência nem nunca se limitou a um conjunto de leis morais ultrapassadas.

Este estudo é compartilhado em quatro partes aqui no “Como o ar que respiro”, entre os dias 18 e 21 de abril, se possível leia na íntegra para entendimento completo, José Osório de Souza .

quarta-feira, abril 17, 2019

Não passe vergonha

      “E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.Efésios 4.23-25

      Infelizmente, às vezes, para não passar uma grande vergonha precisamos escolher passar por uma pequena vergonha, seja como for, em alguns momentos, não poderemos fugir de passar alguma vergonha. Passa vergonha quem passa do tempo, quem não acerta uma situação no momento certo e fica adiando a solução. Adiamos porque achamos que assumir certas situações pode-nos envergonhar, quando na verdade, se assumirmos no tempo correto, nem seremos envergonhados. Mas postergar só faz aumentar o problema, e não nos iludamos, alguns problemas não diminuem com o tempo, só crescem, por isso é melhor termos a coragem de passar ao menos alguma vergonha.
      Passar vergonha nunca é bom, mas quem constrói relacionamentos honestos, terá apoio de amigos e principalmente da família, se tiver que passar uma situação difícil. Relacionamentos construídos com verdade não nos envergonham, antes encontramos neles apoio, generosidade, misericórdia e honra mesmo diante de um problema sério. Mas quem mente, mostra o que não é, esconde seus limites, criando assim uma falsa reputação, assim se tiver numa situação difícil ela será aumentada porque as pessoas descobrirão que além de termos um problema nós mentimos para elas sobre quem nós somos, e isso é ainda pior se quem descobrir a verdade for nossa esposa ou esposo.
      Aos casados um conselho, nossos companheiros devem ser nossos melhores amigos, amigos nos conhecem por inteiro, não precisamos construir personagens para eles, e se nos amam, deve ser pelo que somos de verdade. Dessa forma diante de uma situação difícil, cônjuges serão os primeiros a estarem ao nosso lado, a nos apoiarem, serão nossos amigos e não o contrário. Triste, contudo, são os que mentem para os cônjuges, que mesmo com boas intenções fingem, mostram o que gostariam de ser, o que talvez o cônjuge queira que eles fossem, mas que não são. Assim, um relacionamento enganoso se constrói, de um lado um covarde mentiroso, do outro, um mimado enganado, ambos orgulhosos.
      Um casamento assim está fadado a sofrer um abalo se tiver que enfrentar um problema mais sério, e acredite, a vida sempre nos leva a enfrentá-la com seriedade, de um jeito ou de outro, principalmente, nos dias atuais, na área financeira. O problema mostrará a verdade, sem dó, para todos, verdade que só será enfrentada com amor se houver, de ambas as partes, vontade de amadurecer e continuar juntos. Caso contrário uma grande vergonha será passada, muitos não conseguem superar situações assim, adoecem, se isolam, para que isso não ocorra enfrente já o problema, às claras, e ache uma solução, mesmo que tenha que passar alguma vergonha. O que se humilha sempre é exaltado por Deus.

terça-feira, abril 16, 2019

Uma catedral em chamas


      “Portanto fala com eles, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Qualquer homem da casa de Israel, que levantar os seus ídolos no seu coração, e puser o tropeço da sua maldade diante da sua face, e vier ao profeta, eu, o Senhor, vindo ele, lhe responderei conforme a multidão dos seus ídolos; Para que eu possa apanhar a casa de Israel no seu coração, porquanto todos se apartaram de mim para seguirem os seus ídolos.Ezequiel 14.4-5

      “No seu coração”, antes de desenhar, pintar, esculpir, manufaturar, o ídolo nasce no coração, isso é o que mais desagrada a Deus, pois o coração humano é um lugar muito especial, o mais íntimo do homem, nele só Deus deveria ser entronizado, e não se enganem também crentes não católicos e que não adoram ídolos materiais, o pior ídolo se mantém no coração. 

      No dia 15 de abril de 2019 vimos a Catedral Notre Dame de Paris, França, queimar em proporções bem significativas, uma construção pioneira na arquitetura gótica que teve sua construção iniciada em 1163 e que levou aproximadamente 200 anos para terminar. Um símbolo francês, marco zero de Paris, mais visitada que a Torre Eiffel, um tesouro histórico, um monumento religioso, monarcas famosos foram empossados lá, supostos restos de ícones cristãos eram guardados lá, uma obra de arte ímpar, o revestimento interior todo em madeira, as estátuas, os vitrais das janelas, as torres, a flecha (um pináculo de mais de 90 m de altura), os sinos, o órgão de tubos, os gárgulas etc. Quantas metáforas nos vêm à mente com esse triste acontecimento, sobre os tempos em que vivemos, sobre os últimos tempos, sobre religião, sobre o paganismo do catolicismo, sobre a mentira que homens contam aos homens para dominarem sobre eles e os explorarem, sobre aquilo que colocamos em nossos corações neste mundo e que são só coisas passageiras. 

      “E todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todas as suas ofertas serão queimadas pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu farei uma assolação; porque pela paga de prostituta os ajuntou, e para a paga de prostituta voltarão.” Miqueias 1.7

      Muitos não fazem ideia de como a idolatria desagrada a Deus, a Bíblia a compara à prostituição por nesse ato o homem compartilhar o que tem de mais íntimo com uma pessoa errada, idolatria é prostituição espiritual, algo nojento diante de Deus. 

      O ser humano é intrinsecamente idólatra e idolatria religiosa é tudo que se adora no lugar de Deus. Ídolos são construções humanas, limitados à imaginação não ungida pelo Espírito Santo, assim eles se revelam na cabeça, na mente, que então podem ser manifestados na realidade por meio de imagens, em pinturas, desenhos ou esculturas. Mas antes de subirem para a mente, um ídolo tem origem no coração de homens que se rebelam contra o Deus verdadeiro e altíssimo do qual não temos nenhuma expressão física que não seja a vida encarnada de Jesus. Mas ainda assim, fazer uma imagem de Jesus e adora-la é no mínimo falta de sabedoria, pois facilmente nos desviaremos do Cristo verdadeiro que ressuscitou e vive no céu espiritual e nos atentaremos para a imagem física, para um pedaço de papel, de madeira, de pedra, de gesso. Como foi dito, o ser humano é um idólatra intrínseco, facilmente substitui o verdadeiro espiritual por uma suposta cópia material, mesmo que seja de Deus.

      “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. I Coríntios 3.11-15

      Deus ouve a oração de todos e mesmo dentro da idolatria católica existem filhos de Deus, não nos enganemos com relação a isso condenando de forma genérica todos ao inferno, contudo, mesmo que se construa obras erradas sobre o verdadeiro fundamento, poderá haver salvação, o verdadeiro fundamento que existe em cada coração só Deus conhece. 

      A verdade é que amamos mais esta vida que a outra, mesmo sem colocar nada no lugar de Deus, nos apegamos demais a muitas coisas, isso não significa que não haja legitimidade em nos sentirmos extremamente tristes com certas perdas, e a perda da Catedral Notre Dame é uma perda para o mundo. Mas ver algo antigo virando pó faz-nos sentir a brevidade desta existência, a fragilidade do ser humano e da civilização que ele constrói, quanto mais quando perdemos um parente próximo, um amigo amado, ou mesmo um bem que nos custou tanto adquirir quando o vemos destruído num acidente ou levado por um criminoso. Entendamos com clareza que o homem que não aceita a maneira como as coisas funcionam pelo verdadeiro evangelho, que não veem necessidade de salvação porque pensam que não precisam ser salvos e assim não entendem a verdadeira importância do salvador Jesus, esses homens querem estabelecer o céu na terra, querem um mundo equilibrado, justo e tolerante, neste planeta, mas um céu sem Deus.

      “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.Apocalipse 18.2-4

      Muitos estudiosos interpretam a grande babilônia citada em Apocalipse como o Vaticano, a Igreja Católica, com certeza o tipo de relação promíscua descrita entre essa identidade e os poderes deste mundo nos levam a essa conclusão, um relacionamento que visa poder no mundo e que se vende para manter esse poder por muito tempo.

      Quando algo terrível como o incêndio de Notre Dame ocorre, todos ficam chocados, perdem o chão. Porque um símbolo religioso foi destruído? Porque isso abalou suas crenças em Deus? Não, porque um marco da civilização humana caiu por terra. Repito, eu também fiquei triste com o acontecido, amo artes e sei das relevâncias dessa igreja católica francesa, mas o Espírito Santo faz queimar em meu coração a presença de um Deus muito maior, imperecível, poderoso e eterno que tem sua manifestação mais excelsa no terceiro céu, não na terra, seja na França, no Vaticano ou em Itu. Enfim, vai ao fogo e lá se encerra o que sempre foi sentenciado ao fogo, que nunca iluminou o homem, que sempre o acorrentou às trevas, seja religiosa ou científica, a religião que mesmo a mídia espírita e materialista nunca se levanta contra, e assim é porque a Igreja Católica representa poderes deste mundo, ou do segundo céu, o céu dos diabos, nada tem a ver com Deus.

      “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim por em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” Mateus 10.34-38

      Seguir a Deus e dar testemunho dele não é ser violento, seja em ações ou eu palavras, mas é se posicionar no coração, contudo, adorando e servindo ao Senhor mesmo que isso vá contra o que a família ensinou. Só existe honra diante de Deus se honrar pai e mãe não significar desonrar a Deus, mesmo se os filhos forem jovens e ainda dependentes economicamente dos pais, assim por Deus podemos enfrentar a todos, mas que isso seja feito com sabedoria. 

      Saiam das catedrais romanas os sinceros, saiam e busquem a Deus sem outro intercessor além de Jesus, católicos que o são por medo de tradições, por verem equivocadamente a Igreja Católica como representante oficial do cristianismo, mas que ainda que sejam católicos por livre arbítrio são gente de bem, que temem a Deus, filhos de Abraão. Tenham essa coragem a tempo, antes do arrebatamento desencadear os eventos do Apocalipse, afastem-se da grande babilônia com humildade e parem de ouvir homens, que manipulam apoiando idolatria, que servem a si mesmos não ao Altíssimo, que sempre usufruíram das riquezas, dos prazeres deste mundo, a troca de vender aquilo que Deus entrega graciosamente. Uma catedral de mais de 850 anos queima? Mais ainda queimarão os que usaram o nome de Deus em vão, os idólatras, os que adoram uma “notre dame” que não existe, porque Maria mãe de Jesus homem foi só uma mulher, sem capacidade de intercessora e que não precisa ser celebrada em uma catedral. 

segunda-feira, abril 15, 2019

Não tem como dar errado se fizer certo

      “Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra.” Isaías 1.17-19

      Não tem como dar errado, se fizermos em comunhão com Deus, sincronizados com sua vontade e fiel às alianças do plano material. Espiritualmente estamos fazendo certo quando andamos perdoados e em obediência, mas também temos que fazer certo fisicamente, não somos só espírito, somos também corpo e alma. Andando por este mundo, vivendo e sobrevivendo nele, fazemos alianças, profissionais, afetivas, familiares, ministeriais e mesmo com a nossa saúde, nosso corpo, nossos limites. Se há cuidado em respeitar tudo isso e humildade para assumir que temos que fazer o possível, mas que podemos deixar nas mãos de Deus o que não é, e como seres humanos não conseguiremos fazer tudo certo sempre, mesmo que nos esforcemos, nossa vida irá bem. O homem não é justo, mas as leis divinas sobre o universo são.
      Cuidado, contudo, os que olham para um lado e desprezam o outro lado, os que se enganam e tentam enganar os outros, os que se colocam como vítimas, mas ainda assim não entregam suas vidas nas mãos de Deus. Não adianta depositar todas as fichas na área profissional, ou mesmo ministerial, enquanto a família é desprezada, enquanto um filho se cria sozinho, no mundo, longe de um pai ou de uma mãe que só pensa em sua realização profissional. Também não ache quem só pensa em se divertir e que é infiel nos relacionamentos que terá essa felicidade egoista e infantil para sempre, isso é negar uma necessidade que ser humano maduro possui, não podemos generalizar, mas a aliança de família é direcionamento natural para a maioria dos seres humanos sadios, caso não queira velhice sozinha e desamparada. 
      Também não releguemos a um segundo plano nossa saúde, seja física ou emocional, quem quebra essa aliança, mesmo sendo assíduo a cultos e atividades dentro de templos, também colherá frutos amargos. Sim, não tem como dar errado, mas se fizermos certo, formos fiéis com Deus, com nós mesmos, com nossa família, com nossa profissão e com nosso ministério em igrejas, nessa ordem. Quem faz certo, não desanime, nem perca a esperança, continue fazendo, Deus nunca se atrasa, na hora certa colherá em honra diante dos homens, assim como com em dignidade e tranquilidade na vida material. Mas acima de tudo coloquemos nossa comunhão com Deus como prioridade e ensinemos isso aos filhos, de nada adianta ganharmos o mundo e perdermos nossas almas e as de nossos próximos mais queridos.