domingo, junho 30, 2019

Não basta sermos crentes, temos que ser cristãos

      “Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou. Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.João 6.26-9

      O que as pessoas dizem sobre fé e milagres?

- “O que importa é ter fé, quem crê recebe o milagre”: nesse pensamento os evangélicos precisam entender que muitos católicos que vão à cidade de Aparecida do Norte creem e recebem milagres, outros tantos que vão a curandeiros espíritas para submeterem-se a cirurgias espiritualistas e outras práticas também creem e recebem milagres, assim como muitos que fazem ioga, praticam o budismo ou o islamismo, dessa forma ter fé basta par se receber milagres? Sim, mas a pergunta é: o milagre vem de Deus?

- “Mas eu frequento igreja evangélica, não sou idólatra, nem satanista, meu milagre vem de Deus”: sim e não, em primeiro lugar quem sabe se o milagre provado por católicos, espíritas e de outras religiões não vem de Deus? Deus ama e ouve a todos, ainda que só salve para a eternidade por Jesus, abençoa a todos neste mundo, indiferente de suas crenças. Em segundo lugar fazer parte de igreja evangélica não legitima uma ação como divina. Mas alguém pode argumentar, “o que isso importa? Importa é que as pessoas recebam o que buscam com fé”. 

- “Pensamento positivo cura”: sim, e isso até a ciência estuda, uma atitude emocional e mental positiva, benigna, não ansiosa, tranquila, pode desencadear mecanismos químicos em nossos organismos que propiciam cura física, às vezes de maneira surpreendente. Nessa disposição tanto cristãos como não cristãos, religiosos como ateus, podem receber milagres, ainda que não seja uma ação divina extraordinária. Mas como Deus age, o que de fato é milagre, o que é fé? Se a pessoa recebe algo de bom isso já não representa uma manifestação do pai de luz, de Deus?

      O que precisamos aceitar é que o ser humano é essencialmente espiritual e crente, os que se dizem ateus ou confiantes apenas na ciência, poucos deles de fato conseguem praticar o que dizem, se é que mesmo esses conseguem. A maioria só substitui o objeto da fé, o chama por outro nome, mas ainda assim crê no mundo espiritual e exercita uma crença. Assim, fé não é direito exclusivo de cristão, de protestante ou evangélico, e muitos se convertem de fato ao evangelho, recebem a salvação, mas continuam vendo fé e milagre sob um ponto de vista profano.
       É preciso entender que a fé que salva é diferente, é dom de Deus, talvez seja o único, primordial e genuíno milagre, ela nos permite enxergar a especificidade de Cristo, o poder exclusivo de Jesus, a verdade única do evangelho, evangelho aliás que é muito mais que amar o próximo e ter práticas sociais de justiça. Quando essa primeira fé é experimentada nossas vidas entram em sincronismo com a vontade de Deus, Jesus nos sintoniza com o altíssimo, nessa “frequência”, se nos mantivermos obedientes, vivenciamos uma vida de milagres não excepcionais, mas naturais e constantes.  
      O novo nascido em Cristo não busca milagres, mas anda neles, o tempo todo, por isso é tão importante adorar, agradecer, mais que pedir, em Jesus já recebemos tudo, na terra e no céu, para sempre. Jesus não faz milagres, é bem mais que isso, ele é o milagre, milagre que habita-nos para sempre pelo Espírito Santo, assim qualquer intenção de pagar preços para se receber algo de Deus, além de ser ineficaz é desnecessária, para o verdadeiro filho de Deus. O salvo tem direito a tudo de graça, os que querem pagar para receber, seja por promessas, sacrifícios, dízimos ou mesmo assiduidade em cultos, esses ou ainda não são salvos ou não entenderam o que é serem salvos. 
      Por que essa discussão é importante? Bem, é relevante para os que querem conhecer mais de fato a Deus, quem só quer uma religião, algo para crer, ou só receber algo que precisa de um jeito sobrenatural já que por algum motivo não o pode receber por maneiras naturais, pra esses tanto faz. Mas nós, que seguimos o verdadeiro cristianismo, a estrada de fato estreita do evangelho, a Jesus o caminho, a verdade e a vida, que queremos ser mais que novos nascidos, mas cristãos maduros, nós buscamos muito mais que milagres físicos. Nós desejamos mudança de caráter, de comportamento, buscamos exercitar misericórdia, perdão, sermos curados de mágoas e rancores, termos a paz que permanece.
      Por que eu insisto tanto nesse assunto aqui no “Como o ar que respiro”? Porque vender milagres físicos é fácil, e pastores inescrupulosos têm se aproveitado disso, mas o mesmo tipo de povo imaturo espiritualmente que quer ouvir isso hoje em dia, queria ouvir na época em que Jesus andou na terra como homem encarnado. Sim, Jesus fez muitos milagres, e precisava fazer para convencer um povo superficial, carnal, incrédulo, mas se isso tivesse bastado para convencer o povo sobre quem era Cristo, Jesus não teria sido crucificado sozinho, sem apoio popular, trocado por Barrabás. Os que de fato entenderam quem era Jesus o seguiram depois e pagaram com o sacrifício das próprias vidas por isso, nenhum milagre os livrou disso.
      As perguntas finais que faço são: eu quero seguir a Jesus? De verdade? Ou só o busco para receber milagres? Qual a qualidade da minha fé? Ela se satisfaz com a oração de emprego, de casamento, ouvida? Ou tenho fé que o Senhor me dá forças, me dá paz, ainda que eu faça tudo certo e mesmo assim só tenha o suficiente materialmente para viver, ainda que o homem seja injusto comigo, ainda que eu nunca seja valorizado, respeitado, como eu gostaria de ser? Eu de fato estou pronto para ver morrer meu ego e viver o propósito maior de Jesus em mim? Ou faço as coisas do meu jeito e ainda, mesmo que inconscientemente, exijo que Deus me dê vitória só porque creio? Fé pode até alcançar coisas, mas só a genuína fé de Deus, em Deu e para Deus, pode nos aproximar de Deus e nos fazer seres humanos melhores. Não basta sermos, crentes, temos que ser cristãos. 

sábado, junho 29, 2019

Conheça a Deus, não o difame

      Considero está reflexão muito séria, muitos não a entenderão, se você for um novo convertido eu aconselho que busque a ajuda de seu pastor sobre o assunto, mas leia o texto. Talvez não o entenda ou concorde com ele hoje, mas um dia, depois de viver um pouco com Jesus e de avaliar com honestidade a vida e o cristianismo ensinado em muitas igrejas poderá entender, quiçá concordar. Que fique claro, eu, com 43 anos de caminhada no evangelho e com 60 de vida, amo ao Senhor, provo sua realidade todos os dias e algumas vezes de maneira fantástica, andar com ele é o que dá sentido a tudo, glória ao Altíssimo Deus para sempre. 
José Osório de Souza, 6/03/2019

      “O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem.” Provérbios 19.8

      A maioria dos cristãos, para não generalizar, acredita numa mentira, vive uma grande incoerência, dia após dia, aprende e ensina ilusões e não exerce qualquer crítica sobre isso, não avalia e não chega a conclusões porque não pensa, e não pensa porque não quer a realidade, mas repito, quer a ilusão. Dessa forma, essa maioria torna o cristianismo uma ideologia como qualquer outra, um vício religioso para colocar no lugar de outros vícios, mais danosos às suas saúdes físicas e emocionais. Essa ideologia acha, por exemplo, que pelo mundo estar nas mãos de Deus, quem sofre sofre porque merece. Veja que muitos crentes podem não assumir isso conscientemente, mas na prática, de seus costumes, é o que vivem.
      Enquanto isso crianças inocentes passam fome, gente é injustiçada sem que tenha feito qualquer coisa para merecer tal injustiça. Ainda assim, mesmo sem ter resposta às suas preces, muitos cristãos, depois de orarem muito só por si mesmos, como que com algum remorso, lembram-se de orar por aqueles que não têm quem os ajude e que nem sabem orar, e continuam dizendo que Deus tem tudo em suas mãos e que só não são abençoados os que não querem, os que não buscam a Deus. Mas que culpa têm tantos injustiçados de receberem injustiças, repito, principalmente crianças, nas Américas, na África, na Ásia, que nunca fizeram mal à ninguém? 
      Deus é mal? Deus é seletivo? São os cristãos que não oram direito ou o suficiente? Ou são os cristãos que têm uma visão errada sobre o que é Deus? E mais, ou é a maior parte dos cristãos que não entende, e se entende não age, que é só o homem quem pode ajudar o homem, admitindo ou não esse homem que exerce essa ajuda pela graça de Deus? Se o que pensam a maioria dos cristãos sobre Deus fosse verdade, bastaria a oração de um justo para que inocentes de todo o mundo não sofrecem mais, mas não é assim que acontece. Quando nós cristãos vamos abrir a mente e entender que muita coisa que ouvimos e falamos nas igrejas é pura teoria, pregações e orações apaixonadas que nos dão alguma espécie de prazer dentro dos templos, mas que não refletem a realidade, não mudam absolutamente nada?
      Então eu devo deixar de ser cristão? Devo abandonar a fé? Não, o que nós precisamos é conhecer melhor o Deus verdadeiro, um Deus que mesmo que as pessoas não o entendam direito, que não o busquem do jeito e pelos motivos mais íntegros, as abençoa, a todos os que desejam estar em sintonia com ele, que querem sincronizar-se com seu Santo Espírito, e isso só através de Cristo Jesus. A verdade é que o planeta, a humanidade, a natureza foram dados ao ser humano para serem administrados, estando esse ser humano ou não ligados a Deus pela verdade redentora do evangelho, Jesus salva o espírito humano individual, mas só a humano pode salvar a Terra. 
      Se você pensa diferentemente, me desculpe, mas é porque você na verdade não pensa, não com clareza, se o Deus verdadeiro fosse esse pregado na maioria dos púlpitos, inocente não sofreria no mundo, não ocorreria tantas injustiças com tantos que nunca fizeram nada para merecer tanto sofrimento. Talvez a culpa de tantos cristãos terem sobre esse assunto um entendimento incorreto, seja, novamente, o “veo-testamento-centrismo” na teologia das igrejas, que classifica o mundo entre nações que temem a Deus e recebem dele proteção, e nações que não o temem e são punidas por isso. Mas essa visão não se aplica mais ao mundo, não depois que Jesus fez sua obra de redenção. 
      Nós também não podemos simplesmente dizer que os que são da Igreja espiritual, os cristãos novos nascidos e convertidos, são abençoados, sejam eles das nações que forem, e todo o resto sofre na perdição. Jesus não disse isso, mas nos orientou a sair pelo mundo pregando o evangelho, nesse ponto podemos fazer outro questionamento, que Tiago em sua carta chama tanto a atenção: o que é evangelizar, é compartilhar a boa nova espiritual do evangelho ou fazer obras materiais de caridade, dando comida, roupa, casa, saúde, ensino e direitos, a quem não tem? Os cristãos se tornaram teóricos demais, falam e não vivem, cantam, mas não adoram, oram e não praticam paz e misericórdia, enquanto o mundo padece.
      O mínimo que devemos ter é coerência, ganhamos isso pondo em prática tudo o que falamos ou falando menos, tendo mais cuidado com aquilo que dizemos que devemos fazer, mas principalmente tendo muito mais cuidado com o que dizemos que Deus é e faz. Senão estaremos promovendo no mundo difamações contra Deus, sim, é isso o que muitos fazem. Isso só serve de desculpa para muitos se afastarem mais ainda do cristianismo. Muitos cristãos pensando sinceramente que estão proclamando as virtudes do altíssimo, insanamente só difamam ao Senhor, pois jogam sobre ele a responsabilidade de fazer coisas que ele nunca disse que faria, pelo menos não nos dias atuais, pelo menos não do jeito que dizem que ele faz. 
      O que Deus faz? Ele nos perdoa, ele nos salva, ele nos cura emocionalmente num processo longo e que dura uma vida. Enquanto isso devemos ajudar a todos, em primeiro lugar os que recebem o evangelho, depois os próximos que se deixam ser ajudados, e então, os mais enfraquecidos e injustiçados do mundo, mesmo que não tenham recebido o evangelho e mesmo que estejam distantes. Não percamos tempo com soberbos e mentirosos de barrigas cheias, nem com vagabundos irresponsáveis, contudo, tenhamos consciência de que o mundo é responsabilidade nossa, que não devemos usar igrejas e religião como fuga do mundo, e que o templo de Deus que deve abençoar as pessoas são as nossas vidas.

sexta-feira, junho 28, 2019

Honra a quem honra merece

      “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Hebreus 13.7

      Glória a quem glória merece, a Deus e só a Deus, mas honra a quem honra merece, e nesse quesito os verdadeiros pastores de Cristo merecem de mim e de todos os quem temem a Deus respeito, cuidado e honra. Num mundo atual, com a sombra do final dos tempos já se levantando no horizonte, a fé de muitos têm esfriado, o amor tem sido corrompido, as igrejas têm se desviado, e muitos falsos pastores, interessados só em poder e grana, têm usado heresias para manipular um povo que não quer ouvir o verdadeiro evangelho do Espírito Santo, mas mentiras que lhe deem uma sensação de religião com promessas de prosperidade material. 
      Mas esse não é ponto desta reflexão, sobre isso já falamos bastante aqui no blog, o ponto aqui dessa vez é um depoimento, o meu depoimento pessoal, dizendo que sim, ainda existem profetas que não se venderam a Mamom e à insanidade e que ainda pastoreiam as ovelhas que não são deles mas de Jesus com trabalho árduo e santo, muitas vezes debaixo de perseguição e de injustiças. Existem bons homens e mulheres de bem que pisam no lugar mais alto dos templos com temor e tremor, cuja unção é do altíssimo, não de Lúcifer, esses têm nos celeiros de seus corações alimento do céu para os filhos do Senhor. 
      Por isso eu exorto a todos os que buscam a genuína água viva da palavra de Deus para alimentar suas almas, não se acomodem com igrejas estranhas, com os pastores mal intencionados, ainda que as igrejas sejam grandes e confortáveis e mesmo que os líderes tenham uma palavra doce e convincente. Esses de modo algum estão preparando uma igreja para o arrebatamento. Mas busquem e acharão, ainda existem boas igrejas cristãs no mundo com pastores realmente servos de Deus, isso acontece por causa do amor do Senhor para com seus pequeninos, aqueles que de fato querem seguir a Jesus e não a homens. 

quinta-feira, junho 27, 2019

Dobremos os joelhos a tempo

      “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.Filipenses 2.9-11

      Isso vai acontecer, um dia, querendo o ser humano ou não, querendo demônios e diabos ou não, todos terão que dobrar os joelhos diante de Jesus, e todos confessarão que Cristo é o Senhor, seja para a vida com Deus no céu, ou longe dele no inferno. Mas para estar com Deus na eternidade, esse quebrantamento, Deus nos dá a oportunidade de vivenciar ainda neste mundo, se assim for teremos direito à paz eterna, contudo, felizes os que fazem isso a tempo. A tempo de não terem que passar os últimos dias de vida com o corpo e a alma em sofrimento para alcançarem a humildade de dobrar os joelhos diante de Jesus, a tempo de não terem que fazer “horas extras” num leito de hospital para confessarem, não com a boca, mas com o espírito, que Jesus é o Senhor. Se orgulho é porta para todos os males, humildade é chave para todas as bênçãos, assim, quem anda de joelhos espirituais nunca cai.

quarta-feira, junho 26, 2019

Medo de morrer?

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23.6

      Talvez as pessoas se dividam em dois grupos, o grupo das quem têm medo de morrer e o grupo das que não têm medo. Também se diz que quem não tem medo da morte é porque tem medo da vida, o contrário também é válido? Eu nunca tive medo da morte, ao contrário, estar livre espiritualmente sempre me fascinou, libertado do corpo, das paixões, dos medos, das fraquezas. Mas é em Jesus que acho certeza para não temer a morte, o que vem depois que meu corpo parar de funcionar e meu espírito estiver solto. O problema, contudo, não é a morte, mas o que vai levar meu corpo a ela, muitas vezes é um processo lento e doloroso. 
      Contudo, eu tenho certeza que o mesmo Deus que nos dá uma vida de vitória, de honra, que nos supre em tudo, a nós e aos nossos queridos mais próximos que dependem de nós, esse mesmo Deus, movido pelo mesmo amor e com o mesmo poder, pode nos dar uma partida menos sofrida e em paz. Se estivermos ligados a ele, obedientes, temendo o nome dele, e como consequência disso tudo, fiéis às nossas alianças, casamento, vida financeira, amizades e ministérios, o Senhor será fiel e gracioso, nos livrará da violência e da dor sem remédio. O justo em Cristo, assim como viveu pela graça de Deus, também nela morrerá, na hora e no lugar certo, cercado de uma família e de amigos que o amam. 

terça-feira, junho 25, 2019

Justiça ou misericórdia?

      “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.Efésios 4.32

      Enquanto vivemos neste mundo Deus é justo com aqueles que não têm comunhão com ele através de Jesus, com aqueles que ainda não nasceram de novo em Cristo. Isso independe de religião, de boas obras, de ser alguém do bem e que faz bem ao próximo, se tudo isso houver, mesmo que não se seja filho de Deus o Senhor é justo e retorna bênçãos neste mundo. Mas com aqueles que são filhos, que nasceram de novo, que de fato se converteram a Jesus, Deus é misericordioso, para esses o Senhor pode fazer o impossível, mesmo o não merecido neste mundo, para abençoar os que o buscam com intimidade, e na eternidade dá uma posição espiritual perto dele, em paz, em glória. E nós seres humanos, como devemos tratar os outros, com misericórdia ou com justiça? A melhor resposta é, obedecendo a Deus, ainda que o evangelho nos oriente como regra geral que devemos ser misericordiosos, existem momentos que o Espírito Santo manda que sejamos justos. Isso não é tratar ninguém mal, mas com justiça. 
      Eu entendo o texto inicial como uma orientação de Paulo para tratarmos principalmente os da fé, os irmãos em Cristo, mas para o nosso bem é bom que demos a todos o perdão, já que ausência de perdão pode prejudicar mais ao que não dá que ao que não recebe. Contudo, para que Deus trabalhe, em alguns casos é bom perdoarmos, mas permanecermos distantes, não tentarmos uma reaproximação, entregar nas mãos de Deus e deixar que Deus aja e que a pessoa mude. Isso pode acontecer em certas situações onde tentamos resolver um problema de relacionamento e não conseguimos, você já deve ter tido experiências onde parecia que quanto mais tentava consertar mais o problema se complicava. Essa é uma situação típica de opressão espiritual, de atuação de demônios, e se o mal não está com você, que orou, pediu perdão e perdoou, o mal deve estar com o outro. Assim, entregue nas mãos de Deus e fique longe, em paz, não se pode vencer todas, nem todos querem estar próximos a nós e alguns passarão a vida dizendo que têm razão e que o problema somos nós. 

segunda-feira, junho 24, 2019

Deus é vivo

      “A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.” Salmos 84.2

      Desde que iniciei este espaço virtual, o blog “Como o ar que respiro”, em abril de 2011, tenho conseguido compartilhar uma reflexão por dia. Às vezes o Espírito Santo me adianta muitas postagens, assim já cheguei a ter postagens programadas para dois meses. Contudo, sempre que parece me faltar um tema, o Senhor me diz, fale do que você vive, não do que os outros vivem, nem do que você gostaria de viver, mas de sua realidade dia a dia. Sim, muitas reflexões são críticas às igrejas cristãs atuais, mas ainda assim fazem parte da minha realidade, falo porque tento ser parte da mudança, como membro atuante e vivo nos ministérios. 
      Vivo, esse é o ponto dessa reflexão, Deus vivo, e se ele é vivo o é todos os dias, quem caminha com um Deus vivo tem experiências renovadas todos os dias. Todo dia Deus nos fala, nos ensina, reafirmando sua aliança conosco em Cristo, quando achamos que isso não acontece é porque não prestamos a atenção correta à voz do Senhor. Para isso é preciso parar, ao menos um pouco, todos os dias, e permitir que a voz do Espírito Santo fale mais alto em nossos corações que nossas ansiedades, medos, mágoas. Se isso ocorrer bastará uma pequena frase de Deus para nós levantar, encorajar, vivificar, quem tem essa experiência tem algo pra compartilhar, sempre, algo de bom, de vivo, do Deus vivo. 

domingo, junho 23, 2019

Deus nos conduz

      “Bom e reto é o Senhor; por isso ensinará o caminho aos pecadores. Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o seu caminho.Salmos 25.8-9

      Deus sempre nos conduz para o melhor caminho, o seu caminho. Durante toda a nossa vida, tudo o que nos acontece, debaixo da permissão de Deus, de bom e de ruim, é o Senhor nos conduzindo. Se formos obedientes e humildes, a maioria das coisas serão boas, e mesmo as ruins, serão suportáveis, mas se formos rebeldes, egoistas, orgulhosos, injustos, coisas muito ruins poderão acontecer, para quebrar nossa dura cerviz. O objetivo final do Senhor é o melhor para nós, em todas as áreas. Na área emocional ele quer nos dar cura, perdão, confiança e amor próprios, no corpo ele quer nos dar saúde e libertação de vícios, no espírito ele quer ter conosco uma íntima comunhão, preparando-nos para a eternidade. Assim, não existe surpresas, apenas correções de rumo, e se algo parece acabar, e porque algo melhor pode começar, a vida só acaba quando Deus determina, e isso só ocorre quando todas as tentativas divinas se encerram, conseguindo levar-nos ao melhor de Deus, ou não, mas sempre respeitando nossos livres arbítrios. Eu, porém, estou seguro que uma vez salvo Deus será comigo até o fim, e no fim, chegarei onde o Senhor quer que eu chegue, em paz e pronto para viver com ele para sempre na eternidade. 

sábado, junho 22, 2019

Santidade e unção

      “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.Eclesiastes 9.8

      Como um versículo pode conter tanta profundidade espiritual em duas simbologias perfeitas que só o Espírito Santo pode ao homem inspirar. Roupas alvas, roupas brancas, roupas limpas, ninguém civilizado se apresenta socialmente nú, mas vestido, não se vê o corpo, mas as vestes que cobrem o corpo. Roupas dão identidade às pessoas, conhecemos o gosto, o estilo de alguém, mesmo ante de alguém falar e expressar suas opiniões, pelo que ele veste. O escritor bíblico, o sábio Salomão, dá como princípio de sabedoria que o homem esteja sempre com vestes brancas, ele não se refere a uma preferência de cor de vestimenta, mas à santidade, da alma e do espírito. Uma consciência limpa e uma mente leve são consequências de limpeza interior, só o evangelho pode limpar o ser humano e dar a ele roupas alvas. Mas essa é só metade da benção que só o evangelho concede ao ser humano, e só o evangelho pode cumprir a palavra de Salomão, “em todo o tempo”. 
      Óleo sobre a cabeça, é a segunda metáfora, que significa unção espiritual, presença abundante de Deus, plenitude no Espírito Santo, uma coisa é consequência da outra. Não podemos ter a unção genuína de Deus sem antes sermos limpos por ele, só o santo pode ser ungido, assim tenhamos cuidado, muitos que se dizem e parecem ungidos, podem não ser. Muita alegria e liberdade emocional que se vê por aí em pregações e ministrações com música, mesmo usando palavras proféticas podem ser só paixão e carisma humanos, não óleo do Espírito Santo, se não houver na vidas das pessoas o temor que vem da santidade adquirida quando se está de fato diante do trono do Senhor. O evangelho nos dá um privilégio que o povo de Deus no antigo testamento não tinha, acesso ao Espírito Santo para sempre. Isso só aconteceu depois de completa a obra redentora de Jesus, a partir da descida do Espírito Santo na festa de pentecostes em Jerusalém, narrada no livro de Atos. 
      Santos e ungidos em todo o tempo, na prática nós conseguimos isso? Não, mas isso sempre deve ser nosso foco, nosso objetivo, nunca menos que isso.

sexta-feira, junho 21, 2019

Quem teme a Deus é amigo do tempo

      “Temei ao Senhor, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem.” Eclesiastes 9.8

      Temer a Deus é saber que não se pode fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, em qualquer tempo, de qualquer jeito e a qualquer um. Temer a Deus é andar com cuidado, ouvir com atenção, falar só quando necessário, mas agir depressa se Deus mandar. O que teme ora sempre, ouve a voz do Senhor, tem convicção do que Deus fala, não por ouvir dizer, não porque aprendeu um dia, o que teme a Deus conhece o Deus de um presente eterno, porque busca o Senhor todos os dias e tem no coração uma unção sempre fresca. Quem teme a Deus não teme armadilhas, surpresas, acidentes ou violências, Deus o avisa antes, Deus o avisa sempre, Deus o poupa, quem teme a Deus anda na luz e sabe quando falar e quando fazer. O temor ao Senhor nos faz amigos do tempo, do “universo”, não temer o futuro ou o desconhecido, pois apesar de não termos controle sobre tudo somos amigos íntimos de quem tem, e esse, não deixa que sejamos envergonhados, para quem teme ao Senhor nada falta. 

quinta-feira, junho 20, 2019

Efeitos da culpa

       “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” I Pedro 2.21-24

     Quando nos sentimos culpados, ou agredimos os outros, ou nos machucamos, a culpa, contudo, pode ser legítima ou não, mas de um jeito ou de outro só uma comunhão verdadeira com Deus pode nos curar dela, não obrigações ou acusações. Alguns agridem para não serem agredidos, assim tomam a iniciativa para se sentirem no controle, com poder, mesmo que no fundo saibam que são eles os errados. Outras pessoas se enchem de trabalhos, mesmo de ministérios, porque se sentem acusadas, acham que isso pode compensar pecados escondidos e que elas não querem deixar ou mesmo pecados que nem existem, mas que elas sentem porque não tiveram cura emocional.
      Sacrifício humano não compra créditos morais ou espirituais, seja para ganhar algo bom ou anular algo ruim, direito a perdão de toda culpa só em Jesus, e esse perdão ganham os que querem, buscam e tomam posse. O inocente, todavia, a exemplo de Cristo, mesmo sem culpa, não culpa os outros, injuriado, não injuria, ainda que padeça, não ameaça, mas confia no justo Deus e cumpre sua missão. A consciência limpa é arma contra todo tipo de cativeiro e violência. Em paz não nos colocamos debaixo de cargas injustas, nem submetemos os outros a elas, purificados de todo o pecado vivemos para a justiça, sarados de toda enfermidade emocional e espiritual. 

quarta-feira, junho 19, 2019

Família, uma dádiva de Deus

      “Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada.” Cantares 4.12

      “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.” Salmos 127.3

      Muitos dizem atualmente, estou só por opção, não sou casado por escolha, não tenho filhos pois penso que isso é o melhor para mim. Longe de mim desrespeitar isso, seja como escolha, seja como realidade mesmo não escolhida e imposta por tantas variáveis, longe de mim, duvidar do desejo sincero de muitos em quererem esses estilos de vida, longe de mim duvidar que Deus faz pessoas diferentes felizes de maneiras diferentes, inclusive em relação às minhas escolhas, preferências e realidade. Contudo, é bom demais estar casado com a pessoa certa, é bom demais ver essa relação resistir ao tempo, às mudanças das partes, e a experimentar que a soma dessas duas partes é muito mais que dois, é três, quatro, oito, dezesseis, cem, mil, e não me refiro com isso ao casal ter um, dois, três, quatro, cinco filhos. 
      Um casamento feliz já nos faz mil, ganhamos força, viramos exército, e com Deus à frente conquistamos e mantemos o que conquistamos. Com filhos, então, somos uma tribo do povo de Deus, eternizamos nossos valores, fazemos diferença no mundo e não envelhecendo na alma, ainda que no corpo. Filhos nos fazem reviver e reviver, somos crianças de novo, jovens de novo, descobrindo e redescobrindo os sabores e as paixões, entendendo a complexidade humana, respeitando o tempo, dependendo mais de Deus e multiplicando a luz do Espírito Santo no planeta. Família, uma dádiva de Deus, que recebi sem merecer ainda que sempre desejasse, filhos me fizeram um homem melhor, esposa me fez querer ser esse homem para sempre, filhos e esposa me levaram mais perto de Deus, me fortaleceram contra o diabo e o homem mal, sou grato ao Senhor por ter e ser uma família. 

terça-feira, junho 18, 2019

Às vezes só nos resta orar e esperar

      “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.” I Tessalonicenses 5.14

      É muito triste ver alguém passando uma dificuldade, saber que uma pessoa está experimentando uma situação que a está entristecendo, mesmo humilhando-a, uma dificuldade que conhecemos, que sabemos o quanto é complicada, porque nós mesmos já passamos. Mas me corta o coração me sentir com as mãos amarradas para ajudar uma pessoa, simplesmente porque a pessoa não me deixa, nem a mim, nem a ninguém, ajudá-la, o orgulho é tão grande que ela mesmo constrói ao seu redor uma muralha, que diz não, eu me viro sozinho, não preciso da ajuda de ninguém. 
      Em situações assim precisamos ter sabedoria, pois uma aproximação mesmo bem intencionada, pode fechar de vez mesmo o pequeno acesso que temos à pessoa, nesses casos é preciso sensibilidade e acima de tudo respeito pela escolha do outro, ainda que seja uma escolha orgulhosa. Em casos assim temos que orar e vigiar, esperando no Senhor uma oportunidade para ser benção, não acusador, solução e não mais problema, em situações assim precisamos amar de verdade, só o amor pode derrubar as muralhas do orgulho e exercer a paciência de esperar em silêncio. 

segunda-feira, junho 17, 2019

Ajudar financeiramente: considerações

      “O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.Salmos 37.21

      “O rico domina sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta.Provérbios 22.7

      “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” Romanos 13.8

      “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício.Provérbios 19.17

      Nos tempos em que vivemos, de crise econômica e de muito desemprego, de empresas falindo e gente tendo que baixar seu padrão de vida, todos nós enfrentamos a situação de ter que ajudar alguém financeiramente ou mesmo de precisar que alguém nos ajude, a Bíblia dá algumas orientações com relação a isso. Os versículos iniciais resumem tudo, quem ajuda, convém dar, e não emprestar (1º texto), já com o coração pronto para não ganhar nada por isso, sejam juros sobre o valor ou algum poder sobre o que recebe. Dar pra ganhar, seja em valor material ou no orgulho, não está ajudando, mas escravizando, prendendo alguém (2º texto), por outro lado quem recebe precisa ter essa consciência, e aqui não me refiro a alguém pobre, mas a alguém que está numa situação financeira difícil seja por circunstâncias do mercado, seja pela própria inabilidade (ou irresponsabilidade) em administrar seus bens. 
      O melhor é não pedir nada a ninguém (3º texto), principalmente em se tratando de dinheiro, antes, orar a Deus e fazer mesmo os sacrifícios necessários para sair da situação, ainda que abrindo mão do orgulho próprio. Mas quem ajuda precisa, antes de tudo, ter a consciência espiritual cristã de que se ele pode abençoar alguém com sua situação financeira melhor, é porque Deus, em sua grande misericórdia, permitiu isso (4º texto). Isso não é mérito próprio, e se alguém ainda se equivoca achando que tem o que tem e é o que é só por esforço pessoal, é porque ainda não entendeu e se entendeu não aceitou, a fragilidade que todo ser humano experimenta neste mundo, que todos estamos sujeitos a surpresas desagradáveis e mesmo terríveis, como acidentes e enfermidades. Convém a todo nós andarmos em humildade, nos colocando sempre no lugar do outro e entendendo que a vida dá voltas.