sexta-feira, fevereiro 22, 2019

A quem você se dá?

       “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.Mateus 7.6

     Muitos passam a vida se esforçando, trabalhando, doando, o seu melhor, o seu tempo, o seu talento, então, percebem um dia que estão vazios e cansados. Por quê? Porque se deram para as pessoas erradas, se tivessem parado um pouco, ouvido a voz de Deus e obedecido essa voz, poderiam saber para quem realmente deveriam se dar. Viver para as pessoas erradas duplica nosso trabalho, pois fazemos o que temos que fazer mais o que os outros querem (ou achamos que querem) que façamos. Isso é abertura para doença, principalmente para depressão.
      Muitas vezes se dar para a pessoa errada nem é fazer algo diretamente para uma pessoa, mas fazer para terceiros para impressionar a tal pessoa, mostrar a ela que somos aquilo que achamos que ela considera importante ser. Muitos vivem assim equivocados com relação principalmente à família, a pais e irmãos, fazem um monte de coisas só para provar para esses que são bons filhos e irmãos, esforçados, trabalhadores. Se nos gastamos para o que não precisamos, deixamos de fazer para quem precisa de fato de nós. País que vivem para seus pais e irmãos acabam privando seus filhos da atenção que precisam.
      Se dar às pessoas erradas é um trabalho sem fim, “cães furiosos”, conforme o texto inicial, não se saciam e acabam se virando contra nós, mesmo depois de termos dado tanto a eles. Quando nos damos para as pessoas certas, no final da caminhada, há recompensa, há honra, há alegria, se não de homens, com certeza de Deus. É preciso que tenhamos na vida tal sensibilidade e diligência, quem adquire tal sabedoria não se decepciona nem perde tempo. Pare agora por um instante e faça a si mesmo essa pergunta: a quem tenho me dado, com quem tenho gasto minha vida, quem tem merecido minhas prioridades, meus anos, será que são as pessoas certas, conforme a vontade de Deus?

quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Só por Deus

      “Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.” Salmos 18.32

      Não tente viver para Deus, você não vai conseguir, antes, permita que Deus viva em você. Como isso é feito? Em primeiro lugar admitindo de coração, verbalizando em oração, assumindo a convicção de que nada somos sem Deus. Não podemos ser espirituais, virtuosos, evangélicos ou cristãos se Deus não ser tudo isso em nós através do Espírito Santo. Essa atitude é o que Jesus chama de humilde de espírito, é mais que parecer humilde, que praticar gestos altruístas ou caridosos, é muito mais que ser um bom religioso. É render-se ao Senhor e se deixar ser atraído por ele, guiado por ele, obedecendo o que ele ensina e então, consequentemente, sendo forte e tendo um caminho bom. É Deus quem nos cinge de força, é ele quem aperfeiçoa nosso caminho, é ele quem nos ama e nos amou primeiro e tem o maior interesse em que sejamos felizes. Tudo é Deus, vem de Deus, é por Deus e para Deus.

quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Amar é a única saída

      “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Mateus 5.44-45

      Precisamos ler esse texto todos os dias, para tentar praticá-lo ao menos um pouco, ele define um dos princípios básicos do evangelho, um daqueles antagonismos espirituais que só entende e pode viver os novos nascidos em Cristo. Antagonismo pois vai contra a “lei” que diz que podemos amar os amigos e não amar os demais, Jesus ensina o contrário. Isso, contudo, é mais que uma escolha de espiritualidade maior, é um mistério que entrega uma cura. Deus dá o exemplo de prática do mandamento maior, ele abençoa a todos, mesmo aqueles que não o amam.
      Quantas vezes nos confrontamos com pessoas que nos incomodam sobremaneira, e nós, querendo viver o evangelho não queremos odiá-las, só tentamos nos desvencilhar delas e seguir em frente. Todavia, parece que quanto mais tentamos despreza-las mais forte fica em nossos corações o sentimento de desconforto, nossas mentes não as esquecem, ficamos lembrando e lembrando delas, parece impossível seguir em frente sem a lembrança do que elas são e quanto nos irritam. Isso definitivamente nos rouba a paz e faz maior algo que tentamos deixar pequeno.
      Nos sentimos assim atormentados porque tentamos ser cristãos, espirituais, superiores, do jeito errado, ou nos colocamos debaixo da lei ou debaixo da graça, ou amamos ou odiamos, poucos conseguem ser indiferentes, se é que conseguem. A solução é amar, e nem pense que não consegue, se essa é a vontade de Deus, se você permitir, quiser, o Espírito Santo te dará amor mesmo por aquela pessoa que mais te incomoda. Amar nem é uma opção, é a única solução, o único caminho, a única saída, pelo menos para os verdadeiros filhos do pai de amor.

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Deus disciplina mas cura

      “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.Jó 5.17-18

      Eis uma diferença da dor que passamos como disciplina do Senhor. Os inimigos nos castigam e depois nos abandonam, pobre do homem que se distanciar de Deus e se deixar ser presa de homens ou demônios, perderá duas vezes. Mas a disciplina do Senhor é diferente, sim, ela é sofrida, e tem que ser, nós homens, infelizmente, só aprendemos com a dor, é o único jeito de parar nossa teimosia em fazer algo que não é o melhor para nós. Essa dor não é a mesma para todos os homens, cada um tem sua fraqueza, e cada um tem que ser disciplinado pelo Senhor de maneira específica. 
      Mas seja como for, a dor da disciplina tem fim, e mais que isso, depois que acaba Deus pai não nos abandonará enfraquecidos e quebrantados, ele também nos consolará, cuidará das feridas que ficaram, e nos levantará mais fortes e maduros. Prova isso os filhos rebeldes? Sim, mas só prova uma vez os que não permanecem rebeldes na disciplina, deixam-se ser tratados pelo Senhor, aceitam de coração a disciplina como algo saudável para suas vidas espirituais e emocionais. Depois, contudo, serão tratados, restabelecidos e erguidos, em honra, honra dupla, maior até que achavam possuir antes da disciplina. Felizes somos se podemos ser disciplinados como filhos pelo pai de amor.

segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Você é nascido do Espírito?

      “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?João 3.5-9


      O capítulo três do evangelho de João, um dos principais textos do cânone bíblico, um dos mais pregados e estudados, o encontro de um príncipe dos judeus, de um fariseu, Nicodemos, com Jesus e a verdade única do evangelho. Não vou fazer novamente um estudo detalhado do texto, apenas salientar a dificuldade que Nicodemos, com todo seu conhecimento religioso, bíblico, com toda seu status social e religioso, teve para entender o que é ser nascido do Espírito, e veja que Espírito está iniciando com letra maiúscula, referindo-se não a um espírito qualquer, mas à terceira pessoa da trindade, o Espírito Santo Deus.

      Como as pessoas se enganam com o que é ser espiritual, confundem essa qualidade com coisas diferentes. Algumas acham que acreditar e praticar uma vida com bons princípios morais, sendo boas cidadãs, sendo caridosas, mesmo se preocupando com o planeta, é ser espiritual. Muitas acham que serem fiéis a uma religião, que frequentarem reuniões e cultos, que terem cargos dentro de igrejas é ser espiritual. Outras ainda, consideram espiritualidade como conhecimento e interação com entidades espirituais, desenvolverem mediunidade em centros espíritas ou praticarem religiões orientais e esotéricas.

      Ser espiritual, à luz do evangelho, é ter o Espírito Santo morando em seu interior e manifestar obras coerentes com esse Espírito. Como se consegue ter o Espírito Santo? Nascendo novamente. Por que essa experiência é chamada de novo nascimento? Porque ela é um divisor de águas nas existências das pessoas, sem morrer fisicamente ou reencarnar, mudam-se as referências de certo e errado, prova-se uma real mudança de vida para melhor e tem-se uma comunhão com Deus, íntima e diferenciada, coisa que nenhuma outra experiência religiosa ou dita espiritual pode dar. Então eu pergunto, você é nascido do Espírito?

      Tem gente que estuda e fala de espiritualidade com profundidade, professa religiões com esforço e constância, tem práticas de caridade e ajuda ao próximo como poucos, ou ainda conhece o mundo dos “espíritos” e dos “anjos” no nível de iniciados do mais “alto” ocultismo mágico, mas ainda assim é só nascida na carne, nunca nasceu do Espírito. Gente assim pode ser erudita, filantrópica e mestre, mas terá no máximo acesso aos demônios e anjos caídos, não às riquezas espirituais do Deus verdadeiro manifestadas em Cristo. Gente assim, repito, precisa nascer do Espírito Santo e parar de se enganar.

      Ou se é nascido da carne, ou se é nascido do Espírito, não tem meio termo, e a diferença fica bem clara, aos que olham os homens à luz verdadeira. Não se engane, não achará nos nascidos do Espírito, os novos nascidos, necessariamente diferenças exteriores radicais, ao contrário, os genuinamente nascidos do Espírito são equilibrados e lúcidos. Você também não achará nos nascidos do Espírito gente que nega ao extremo os prazeres carnais, que tem regimes alimentares exóticos, que se veste de maneira diferenciada, que habita mosteiros e conventos, que se isola em locais distantes para só meditar e que não conviva com a vida comum de quem trabalha, se casa, se diverte e consome valores materiais em shopping centers, etc. 

      Mas os nascidos do Espírito provam um mistério, ensinado por Jesus, “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito”, é inclinado, e se obedecer, é movido pelo Espírito de Deus, não por religião ou por uma mente humana mais esclarecida. O nascido do Espírito conhece a Deus, o adora, quer agradá-lo e acha forças para ser alguém melhor, dependente sempre do perdão e do poder que há no nome de Jesus, o cordeiro de Deus, o verbo de Deus, o único mestre. Sim, você pode achar novos nascidos no meio de tantas igrejas protestantes evangélicas, mesmo naquelas com pastores equivocados, mas pela misericórdia de Deus também pode achá-los em outras religiões principalmente cristãs, mesmo que a salvação só exista através de Cristo.

      Se não tem certeza se é ou não um nascido do Espírito, você pode fazer uma oração simples e direta a Deus no nome único de Jesus pedindo o novo nascimento, mas não fique só nessa experiência. Procure uma igreja protestante ou evangélica, se não se sentir bem em uma, conheça outra, mas não desista até achar um lugar em que sinta paz e que te permita ver em tua vida mudanças para melhor. Contudo, você precisa entender, todos nós precisamos nascer de novo, um nascido gerado pelo Espírito Santo, para então seguirmos no caminho estreito do evangelho em vitória, só assim podemos ter satisfação espiritual, respostas espirituais, solução verdadeiramente espiritual, que nos farão de fato novas criaturas espirituais.

domingo, fevereiro 17, 2019

Não confie em sentimentos

      “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jeremias 17.9-10

      Geralmente usamos o texto acima para nos orientar com relação a algo que é errado, mas que o coração diz que é certo. E isso é verdade, é mais fácil nos equivocamos com o prazer, com algo que é agradável na carne, e que um coração viciado no pecado vai tentar nos enganar dizendo que não é errado. Mas eu penso que o cristão que experimenta esse equívoco ou é muito novo na fé ou é muito rebelde e duro de coração. Vivendo com Deus durante algum tempo, nosso coração aprende os caminhos do Senhor, sabe e habitua-se muito bem com aquilo que é a vontade de Deus e assim quando estamos diane de algo que desagrada ao Senhor, que vai nos fazer mal, o coração sente e avisa. 
      Contudo, o ponto nesta reflexão é falar sobre uma leitura oposta da orientação tradicional do texto inicial, é entendermos que a inclinação do coração pode ser o contrário, sentir que é errado algo que é certo, para Deus e para nós. Entenda que a revelação de Jeremias 17.9-10 é que o coração é enganoso e que nós seres humanos não conhecemos de fato todos os seus ardis. Quando a Bíblia usa a palavra “coração”, como no texto acima, ela se refere ao centro do ser humano que sente e pensa, a alma humana, aquilo que ainda não temos certeza de como funciona, nem a ciência tem, mas que define nossa identidade e que é imortal tanto quanto o nosso espírito.
      Sem fazer um estudo psiquiátrico mais profundo da alma humana, que pode ser mapiada, por exemplo, em id, superego e ego (conforme Sigmund Freud, veja este link para mais informações), podemos dizer que temos ao menos três partes dentro de nós. Uma que quer fazer as coisas de forma instintiva, buscando o prazer mais básico, outra, acumulada com o tempo e conforme nossa criação e religião, que reúne as referências daquilo que é certo é que nos mostra o que devemos fazer, se a primeira diz sim, a segunda diz não, e a terceira, a parte consciente, a que decide o que quer fazer na realidade e que administra nossa memória.
      Bem, a Bíblia diz que o coração é enganoso, assim todas essas partes podem se equivocar, é só o Espírito Santo, que nos habita após nossa conversão, que nos sela quando nós autorizamos e que obedecemos quando queremos (já que Deus nunca nos obriga a nada, mesmo depois de novos nascidos), que pode iluminar nossas trevas e nos mostrar a vontade de Deus, a melhor pra nós, assim como nos dar forças para obedecer essa vontade. Então, podemos também estar fazendo algo certo, conforme o Espírito Santo, algo que é o melhor para nós em todos os planos, e ainda assim nosso coração estar apontando como algo errado, nos privando de sentir paz, nos deixando desconfortáveis.
      Sim, isso é possível, principalmente se somos muito inseguros, se temos muito medo das pessoas, se possuímos um passado maior que o nosso presente para nos lembrar nossos erros e os erros dos outros. A solução, nesse caso, é o versículo que sinto como meu texto bíblico chave para 2019, e que já compartilhei em reflexão no dia dois de janeiro,  “Porque andamos por fé, e não por vista” (II Coríntios 5.7). Mesmo que à medida que andamos com Deus nosso coração tenda (e precisa tender) a estar em sincronia com o Espírito Santo, ainda assim “o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” (Hebreus 10.38), diz o Senhor, nossa fé precisa estar acima dos sentimentos. Talvez, uma geração tão viciada em sentimentos, que os buscam mesmo em “cultos” inflamados de música que muitos pensam ter “unção”, e que em muitos casos é só emoção, tenha dificuldades para andar por fé, não por vista ou por emocionalismo. 
      Portanto, avalie sua vida com inteligência, se os pecados estiverem confessados e deixados, se você estiver no lugar certo, na hora certa e fazendo a coisa certa, se você orou antes e houve bons frutos depois, o que fez é certo, mesmo que o coração sinta diferente. Andemos por fé, uma fé em Deus e por Deus, mas por fé! Quanto ao futuro, a Deus pertence, e será bom se foi plantado com sabedoria e fé, não tentemos ser Deus, somos homens, não tentemos prever tudo, isso não nos compete. Nos demos ao direito de sermos humanos, de termos corações complicados, que sentem muitas vezes erradamente, mas tenhamos  o dever de confiar no Senhor e de obedecer, em tudo o que nos é possível, a sua vontade. Depois de tudo isso, estejamos em paz, pela fé, andando um dia de cada vez e sempre sensíveis à voz do Espírito Santo.

sábado, fevereiro 16, 2019

O que sabemos de Deus?

      “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.” Efésios 3.8-12

      Não conhecemos Deus, temos uma mínima ideia do que ele é, do que ele faz, e mesmo do que ele pretende com tudo. Ainda assim, tantas vezes, nos achamos íntimos do Senhor, sabedores de sua vontade, entendidos de “Bíblia”, ainda assim muitos cristãos se acham melhores que os outros e se sentem espirituais, ungidos, servos de Deus. Quanto engano, quanta arrogância, quanta mesquinhez, quanta presunção, quanto atrevimento nosso, teu e meu. Segue uma definição sobre a palavra filosofía:

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente «amor pela sabedoria») é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. O termo foi cunhado por Pitágoras (570 – 495 a.C). Ao examinar tais questões, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentação racional; por outro lado, diferencia-se também das pesquisas científicaspor geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação racional, a análise conceitual, a dialética, a hermenêutica, a fenomenologia, as experiências de pensamento e outros métodos investigativos a priori. A Filosofia é o saber mais abrangente – na medida em que ocupa-se com os grandes temas da humanidade. A partir dela, são fundamentadas e desenvolvidas teoriasmetodologiaspesquisasprojetos educacionais, bem como elabora-se, inclusive, a própria fundamentação racional das instituições do conhecimento humano, i.e., as instituições científicasartísticasreligiosas e culturais. Fonte Wikipedia

      Poucos filosofam sobre a vida, muitos cristãos atuais consideram filosofía mesmo algo diabólico, contrário à Bíblia, como ciência e conceitos como evolução das espécies. Outros, contudo, mesmo gente simples e sem formação acadêmica, filosofam sem saber, adquirindo sabedoria ímpar sobre a vida e o ser humano. Eu gosto de filosofar, e creio que Deus nos deu cabeça pra isso, a filosofia não resolve os problemas que o Espírito Santo e o poder do nome de Jesus resolvem, mas nos ajuda a conhecer e a por em prática de maneira mais eficiente a vontade de Deus, seja no plano físico, seja no espiritual. Filosofía não precisa ter um fim em si mesma, mas é uma ferramenta, e como tal pode ser usada por pessoas diferentes e para finalidades distintas.
      Contudo, muitos crentes atuais, com escolaridade mediana, usam filosofia, mesmo sem saber, vou dar um exemplo. A Bíblia diz em Mateus 7.7, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.”, assim a princípio pedimos algo que queremos a Deus e esperamos uma resposta certa e rápida, afinal pedimos baseados naquilo que consideramos a palavra de Deus, um texto bíblico, e o fizemos com fé. Contudo, num determinado momento vemos que nossa oração não é respondida, então concluímos que a oração não bastou, outras coisas precisam ser feitas para que nossa solicitação a Deus tenha retorno dele, não basta só obedecer um texto bíblico interpretado ao pé da letra. Com o tempo entendemos a complementação do texto de Mateus 7.7, que está em João 15.7, “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”, é necessário um sincronismo com Deus, pedir certo e em obediência, para que façamos a oração que Deus responde.
      Tenhamos cuidado com pregações de pastores mal informados e ociosos que dizem que ciência e filosofia são coisas do diabo, que a palavra de Deus é superior a tudo isso, que basta crer que Deus dá a vitória, a coisa não é tão simplista assim, ainda que a verdadeira palavra de Deus seja simples. Os que leem a Bíblia debaixo da orientação do Espírito Santo conhecerão a sabedoria superior de Deus, poderão ver ciência e filosofia como ferramentas dadas por Deus ao intelecto humano, e entenderão que fé e ciência não se contradizem, mesmo que falem das mesmas coisas, mas com visões diferentes. O cristão realmente espiritual entenderá que Deus usou a evolução das espécies, não em uma semana de sete dias de vinte e quatro horas, mas em eras de milhões de anos, que a ciência está correta em suas descobertas, e que o criacionismo de Gênesis fala por metáforas de mistérios espirituais de maneira atemporal, não de forma materialista e científica, e ainda assim com muita profundidade, mesmo que para pessoas de todos os níveis intelectuais, culturas e tempos.
      Fiz uma longa introdução sobre filosofia, mas o ponto desta reflexão é outro, citado no primeiro parágrafo, é uma pergunta: o que eu sei sobre Deus? Será que sou tão espiritual quanto acho que sou? A resposta é: pouco sei e pouco sou! Entenda certo, eu não sou espiritual não porque não busco santificação, porque não oro, porque não conheço a Bíblia, porque não sou batizado no Espírito Santo (para os que consideram a exteriorização disso, como falar em línguas estranhas, relevante), posso fazer é ser tudo isso, é ainda assim só tocarei numa “molécula” de Deus (por falta de termo melhor para definir uma parte infinitesimal de um ser que não pode ser definido por referências humanas). Se estudarmos o que linhas metafísicas dizem sobre Deus, como o hinduísmo, o budismo, os esoterismos como a cabala e a magia, se tivermos acesso a essas informações, como cristãos habituados com a simplicidade popular da tradição judaica-cristã, nos perderemos nos números, milhões, bilhões, trilhões, que são usados para definir a eternidade do universo e do Altíssimo Absoluto, o Todo, que nós chamamos de Deus.
      Ainda assim, as filosofias dessas linhas religiosas, que se você tiver disponibilidade e autorização de Deus pode conhecer, e acredite, se souber ler verá que muita coisa bate com a teologia judaica-cristã tradicional dos protestantes evangélicos, isso tudo não confere ao ser humano a espiritualidade que, repito, a simplicidade pop do evangelho confere, mesmo que monges e outros dedicados estudiosos e praticantes dessas linhas digam e pensem o contrário. Mas um coisa essas linhas têm, mais que o cristianismo, um respeito maior por Deus, uma dimensão mais próxima, sob o ponto de vista filosófico, daquilo que Deus é, infelizmente essa maior acurasidade acaba afastando místicos, esotéricos e religiosos orientais da pessoalidade do Deus pai, filho e Espírito Santo do cristianismo. Talvez afaste justamente porque seja esse o objetivo das religiões alimentadas com mais informações espirituais e cósmicas advindas justamente de seres espirituais rebeldes, ou anjos caídos, talvez...
      Amo o texto bíblico compartilhado inicialmente de Efésios, Paulo fala de mistérios reveladores, que muitos leem mas não se atêm às suas importâncias:

- “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, 
por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo: Paulo fala de intimidades e detalhes sobre Deus, o universo e o ser humano sempre com muita humildade, reafirma sua chamada aos gentios (os não judeus), e coloca o evangelho numa posição diferenciada, entre religiões, aquele que tem a missão exclusiva de revelar à humanidade riquezas incompreensíveis, sim, incompreensíveis, assim, se achamos que sabemos tudo sobre Deus por sermos cristãos, saibamos que esse tudo está bem aquém daquilo que Deus é, para entender isso a primeira coisa é aceitar que as maiores riquezas que Jesus nos dá não são bens materiais, mas virtudes e sabedoria, sobre Deus e o universo, o conhecimento sobre a eternidade espiritual;

- “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus que tudo criou por meio de Jesus Cristo”: Paulo tinha ciência que era chamado autorizado por Deus para revelar um mistério que estava escondido com Deus desde o início dos tempos, esse mistério é Jesus, o que Deus quer que conheçamos dele está revelado em Cristo, em sua existência encarnada e ressuscitada, eis algo que outras religiões não permitem entender quando equiparam Jesus a outros profetas, sábios, líderes espirituais, Jesus é diferente e é tudo o que a humanidade precisa, mas será que já tomamos posse de todos os mistérios ocultos em Deus e revelados por Jesus? ou nos contentamos só com um conhecimento básico é superficial?

- “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”: Paulo descreve a missão singular da Igreja, que não é denominações, seitas, religiões ou qualquer espécie de grupo de homens reunidos em templos, mas o conjunto de seres humanos de todos os tempos que foram de fato selados com o Espírito Santo, uma missão que vai além de salvar homens e mulheres, mas que confronta principados e potestades no céu, isso é, exércitos de seres espirituais, do bem e do mal; por Cristo o cristão tem acesso a riquezas que nem anjos, arcanjos, serafins, querubins e outros seres têm, isso é muito forte e a revelação de um grande e poderoso mistério, isso Paulo no entrega, contudo, a palavra que mais em encanta neste texto é multiforme, sim, Jesus é todos esses mistérios que nos revelam todas as formas da sabedoria de Deus, talvez as convicções que tantos têm sobre Deus seja somente uma das formas do Senhor se mostrar, todas as formas só Jesus, o verbo de Deus, dá a conhecer;

- “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele”: Paulo reafirma a importância exclusiva de Cristo Jesus, ao qual temos acesso não por obras, ou pelo conhecimento e execução de rituais complexos e misteriosos, mas pela fé nele.

      Não tem nada errado em filosofar, em questionar, em querer saber mais, obviamente essa sede de saber não pode ser maior que o desejo de praticar o evangelho. Só o evangelho entrega ao homem meios de viver uma vida moral benigna, com libertação emocional e cura física, o evangelho não “viaja na maionese”, mas transforma o homem, e só ele faz isso. Mas se dê ao direito de filosofar em Deus, de conhecer os mistérios pelo Espírito Santo, usando todo o potencial que o próprio Deus nos deu como seres humanos, com inteligência, raciocínio, equilíbrio, sensatez. Conhecer de verdade só nos leva a uma certeza, de que pouco sabemos, como diziam os gregos, “sei que nada sei”, isso nos torna mais humildes e Deus, esplendidamente maior e maravilhoso. Encerro repetindo o texto que considero tema principal do blog “Como o ar que respiro”, João 17.3: "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.", vida eterna é conhecimento de Deus, então, não tenha medo de saber.

sexta-feira, fevereiro 15, 2019

Você é equilibrado?

      Você sabe como pode saber se é equilibrado e a favor do diálogo, em qualquer área da vida? Simples, você é tudo isso se consegue ver os defeitos de quem ama e as qualidades em quem não gosta. Querer amar só quem gostamos 100% é impossível, esse pensamento só nos conduzirá ao caminho oposto, odiar 100% a muitos. Veja que eu não disse no segundo caso, ver qualidades em quem não gosta, já que o cristão deve e pode amar a todos, mesmo aqueles que não gosta. Amar e gostar são coisas distintas, ódio e paixão são lados opostos, graus diferentes, de uma mesma experiência.
      Amar é desejar o bem, abençoar, querer o melhor, gostar é concordar com atitudes de alguém. Posso amar mesmo que não goste daquilo que a pessoa é, diz e faz, e pra fechar este ponto, enquanto amar é qualidade de cristão espiritual, é dever, não gostar é direito de todos, e podemos ter esse sentimento sem sentir ódio ou desejar o mal para quem não gostamos. Amar não faz bem só a quem é amado, mas antes e principalmente a quem ama, já que muitas vezes nem somos reconhecidos e recompensados por amarmos alguém, mas somos curados por isso.
      Mas voltemos ao ponto da reflexão, enchergar com lucidez os defeitos, os limites de gente que amamos, é transformar o simples gosto pessoal e emocional em amor espiritual e racional. Isso inclui nossos cônjuges, nossos filhos, nossos pais, nossos parentes e nossas igrejas, é preciso conhecer e aceitar todos esses em suas totalidades, com realidade e maturidade, senão estaremos sujeitos a decepções que nos impedirão de fazer alianças mais perenes, ter casamentos duradouros, provar amizades fiéis e vivenciar interação amadurecida com igrejas. 
      Por outro lado, mesmo daqueles que não gostamos, que até temos dificuldades para amar, é preciso que tenhamos a nobreza de reconhecer as qualidades, olhar esses com essa generosidade é um passo para transformar o não gostar em amar. Veja que o equilíbrio sempre oferece um caminho para o amor, amar é procurar, achar e promover as qualidades alheias, antes mesmo que as nossas. O equilíbrio também está sempre aberto ao diálogo, o ódio e a adoração não estão, com deuses e diabos não conversamos, ou os adoramos ou os odiamos, à distância.
      Infelizmente, nos tempos atuais, parece que é feio ser equilibrado, a maioria prefere adorar alguns ao extremo e odiar totalmente outros, vemos isso em muitas áreas, mas bastante na política. Faça o teste consigo, veja se consegue verbalizar qualidades em pessoas que você não gosta. Entenda que existem pessoas que de fato não temos nada para gostar, desses só temos que ter misericórdia e orar, em amor, pedindo a Deus que os abençoe. Por outro lado existem alguns que nos parecem não terem defeitos, eles nos agradam tanto, nos fazem tão felizes, que gostamos de tudo o que eles são. 
      Um ditado diz que gostamos das pessoas por suas qualidades, mas as amamos pelos seus defeitos. Enfim, ver as pessoas com bons olhos, com clareza, está diretamente ligado a como nós nos vemos, se nos vemos por inteiros, nos conhecemos e nos amamos, teremos muito mais facilidade para aceitar as idiossincrasias e humanidades de cada um. Deus é o único que podemos adorar ao extremo sem perdermos a sanidade e a inteligência, sem nos perdermos, o Senhor, quanto mais o conhecemos mais o amamos e mais o admiramos, nessa iluminação aprendemos mais sobre nós e sobre os outros.

      “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.1-3

quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Melhor é dar que receber

      “Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.Atos 20.32-35            

      Não é só uma atitude aleatória, feita quando se pode, quando é conveniente, não é uma exceção, mas deve ser, no verdadeiro cristão, um princípio de vida, uma regra, uma virtude que nasce no espírito e inunda o coração. Me refiro a querer sempre oferecer, antes de exigir, de dar, antes de pedir, de entregar, antes de receber, isso é disposição de gente madura espiritualmente, que entendeu de fato o espírito do evangelho. Isso deveria ser ao menos o final da vida de um novo nascido em Cristo, crente que passou dez, vinte, trinta anos no evangelho e não entendeu isso, talvez nunca tenha entendido de fato a conversão.
      Paulo abre seu coração neste texto e mostra a prática de seu cristianismo pessoal, suas prioridades, elas nunca foram possuir bens materiais. Ele não cobiçou prata, ouro, vestes, de ninguém, e possuía consciência e paz que tinha exatamente o que precisava. Paulo era satisfeito com sua vida, e por isso tinha tempo e energia para ajudar os outros, os fracos, enfermos, pobres e principalmente os que ainda não conheciam o evangelho. Paulo entendeu muito bem as palavras de Jesus, “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”. 

quarta-feira, fevereiro 13, 2019

Amadurecer é conviver com a morte e viver

      “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” Atos 14:22

      Crescer é passar por tribulações constantes e não vender a paz. Amadurecer é lidar com a dor de viver sem perder a fé. O reino de Deus não é conquistado sem sofrimento, a vida é inventar momentos de alegrias durante uma longa jornada de mortes. Quem ama a vida, a perde, mas quem morre, para si mesmo, para o egoísmo, para o materialismo, mas também para necessidades de vingança, de cobrança de direitos, esse acha a vida. 
      As crianças ainda retêm no olhar, no coração, na alma uma vida simples e feliz, estão mais próximas da eternidade que realizou seus espíritos no mundo. Mas à medida que envelhecemos, nos distanciamos da vida e nos aproximamos da morte, ela é a única certeza. O mistério do evangelho é o único conforto que vence a morte, mas essa vitória é conquistada, na grande maioria das vezes, dentro de nós, não na existência córporea exterior. 
      Nosso espírito no Espírito de Deus vive, mesmo que nossa alma desfaleça, aceitar isso, sem ilusões ou falsas esperanças, é enchergar além da morte e conhecer o Altíssimo. Quem, todavia, quer fugir da dor, tentando viver insana é obstinadamente, acaba sendo presa daquilo que mais nega e ao invés de achar vida em Deus, torna-se cativo dos senhores da morte. A ciência, as riquezas, o homem, não podem dar vida, a paz que eles dão é engodo.
      Tenhamos calma, que o tempo nos traga crescimento naquilo que importa, nas virtudes eternas que nos acompanharão na eternidade, que a fé cresça em nós, que a paz permaneça. Que descubramos uma vida além das vaidades, da vista, das posições sociais, que nossas alianças sejam firmes, que nossos casamentos sejam santos, que nossos cônjuges sejam nossos amantes e amigos e que nossos filhos tenham de nós paciência e amor, só assim a morte e a dor de cada dia não serão tão importantes.

terça-feira, fevereiro 12, 2019

Jejum: se Deus orientar, faça

      “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. Então te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o teu altar.Salmos 51.15-19

      Confesso, não sou muito a favor de jejum, pelo menos não a favor desses que muitos crentes atuais fazem. A razão é simples, a grande maioria de evangélicos não entende exatamente o que é jejum que agrada a Deus, dentro da heresia da teologia da prosperidade que direta ou indiretamente atinge tantas igrejas atuais, muitos usam o sacrifício de abstinência de comida e bebida assim como assiduidade a cultos e vigílias como moedas de troca com Deus por favores. O jejum não é para convencer a Deus, para fazer que ele veja a nossa insistência e nos responda, para exigir a ele nosso gabarito espiritual, Deus não precisa ser convencido de nada e muito menos precisa de créditos humanos para poder entregar suas aprovações e bens.
      O jejum assim como qualquer tipo de consagração é para nos convencer, são oportunidades que damos ao Espírito Santo para provar nossas intenções, para nos mostrar sua vontade melhor para então, finalmente, entendermos o que Deus quer nos dar e solicitarmos isso ao Senhor. Sim, Deus se agrada do jejum sincero de seus filhos, mas se quer saber, Deus não precisa dele, nós sim. Jesus vivia em oração e jejum? Paulo andava em consagração constante em vigílias e abstinências? Com certeza, mas isso não era um momento de exceção deles, era seus estilos de vida, coerentes com as chamadas especiais que tinham.
      Todos nós somos chamados para vidas limpas e vitoriosas? Sim. Todos nós podemos ser Paulos? Até podemos querer, e muitos insistentemente se forçam a ser, mesmo se autodenominam apóstolos, e alguns com sinceridade e consagração de vidas, mas poucos fazem isso por ordem de Deus. O José da Silva não é chamado para ser Paulo, o apóstolo, mas para ser o José da Silva, único, exclusivo, para o qual Deus tem um plano pessoal e insubstituível, ser o José da Silva de Deus. Nas minhas fraquezas tive a oportunidade de ser chamado pelo Senhor para fazer jejuns, não foram muitos, mas foram decisivos, cresci e tomei posse de curas e posicionamentos que levo até hoje comigo, neles obtive mudança de vida.
      Não, não use fé, jejum, assiduidade em cultos, fidelidade religiosa ou qualquer compromisso exterior para convencer o Senhor de algo, o pai nos dá de graça, por amor, e através do cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Em Cristo temos acesso e direito a toda espécie de benção, seja no céu ou na terra, e pra isso basta que você seja um homem ou uma mulher simples, que confia no Senhor e que é desprendida de vaidades, sejam materiais ou pseudoespirituais (eu disse “pseudo” porque espiritualidade verdadeira nunca é fruto de vaidades, não pode ser usada para que prevaleçamos sobres os outros, não nos faz melhor que ninguém e com direito de dominarmos sobre as pessoas, só uma falsa espiritualidade acha isso). 
     Contudo, ore a Deus, será que o Senhor não está direcionando você para fazer um jejum? Coisas especiais ocorrem como efeito de causa especiais, não vulgarize consagração, nem esfrie seu espírito a ponto de não entender mais a relevância ou de perder a sensibilidade de que a vida com Deus é mais que dormir, comer, beber, trabalhar, estudar, participar de cultos e se relacionar com as pessoas. Se Deus estiver te conduzindo para um momento diferenciado, talvez ele possa pedir de você uma consagração diferenciada, e se o direcionamento for dele, ele te dará forças mesmo para jejuar. Esse jejum marcará tua vida e abrirá uma porta que de outra maneira não se abriria. 
      Se o Senhor estiver orientando, jejue, senão, creia e fique em paz, mas não tente fazer negócios com Deus, muitos fazendo jejum sem ordem do Senhor acabaram mais fracos e não mais fortes. Por quê? Porque Deus deu um não para um pedido deles, mas eles insistiram em jejuar, achando que podiam fazer Deus mudar de ideia. Deus não muda de ideia, mas o rebelde e desobediente pode acabar se desviando para a heresia ou duvidando de Deus, porque não teve humildade para obedecer e aceitar a vontade do Senhor. Muitas vezes não fazer nada e crer é mais difícil que se sacrificar, e poderá mudar nosso caráter para melhor com muito mais eficiência, porque nos fará aceitar com mansidão nossas impotências e a potência de Deus mesmo quando diz não.

segunda-feira, fevereiro 11, 2019

A morte - Oremos pelo Brasil

      “Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio.Salmos 16.1

      A morte teve uma presença muito forte nos últimos dias em nosso país. Primeiro foi a tragédia causada pelo descaso de quem deveria fiscalizar o funcionamento adequado e de quem deveria dar manutenção periódica à estrutura, a queda da barragem da Vale em Brumadinho/MG no dia vinte e oito de janeiro, mais de trezentas pessoas morreram. Depois, após um temporal na cidade de Rio de Janeiro/RJ, que já foi terrível e que matou alguns, ocorreu no dia oito de fevereiro um incêndio no alojamento dos jogadores da base do time de futebol do Clube de Regatas do Flamengo, essa tragédia, que também pode ter sido ocasionada por descaso de alguns, matou dez adolescentes que tinham o sonho de se tornarem atletas reconhecidos e importantes. 
      Contudo, ainda sentindo a dor desses fatos, ainda enterrando jogadores do Flamengo e ainda tentando achar mortos desaparecidos em Brumadinho, cai na via Anhanguera, hoje, dia onze de fevereiro, na região da grande São Paulo, um helicóptero com o jornalista Ricardo Boechat, ele e o piloto faleceram. O que me tocou profundamente nesta última tragédia, foi a morte de um profissional atuante e competente, que eu e minha família assistíamos no Jornal da Band de segunda à sexta-feira. Morreu uma voz da boa crítica, independente, inteligente, irônico, corajoso, que com certeza fará falta em nosso país, um jornalista com furor, amor e humor. Sim, a morte alcança todos, implacável e muitas vezes imprevisível.
      Não sei quanto a você, mas diante de tudo isso eu me sinto absolutamente frágil, desprotegido, inseguro, por mais que eu creia e escreva constantemente que colhemos o que plantamos, que nada ocorre sem causa justa, que Deus é Senhor e sabe o que faz, essas tragédias imprimem em minha alma um sentimento intenso, descontrolado e contrário à qualquer convicção. Não, sentir-se assim não é pecado ou negar a Deus, somos humanos e temos direito à humanidade, em toda a sua extensão e profundidade e nada revela mais a nossa humanidade que a morte, que atinge a todos, pobres e ricos, ignorantes e cultos, de todas as raças, religiões e ideologias.
      Vida, morte, luto e vida, o luto é importante, não tente anulá-lo, não tente passar da morte diretamente para a vida sem sentir em toda a sua intensidade o luto. Quando fazemos assim, dando liberdade a um sentimento tão forte, o luto é experimentado até que se esvai, mas tentar aprisiona-lo só faz explodir o coração que depois terá mais dificuldades para seguir vivo. Contudo, eu pergunto, até quando durará nosso luto, até quando o Brasil chorará a morte, principalmente as causadas por uma impunidade reincidente? Oremos pelo nosso país, que toda essa dor seja da disciplina paternal, e não crueldade enganosa do mal, que só vem para roubar, matar e destruir.

      “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.João 10.10-14

José Osório de Souza, 11 de fevereiro de 2019 - Reflexão necessária

domingo, fevereiro 10, 2019

Religião, cristianismo e verdade

      “Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.Gálatas 3.5-7

      Ah, quem somos nós para julgar a religiosidade de cada pessoa? Quem somos nós, cristãos, para dizer que alguém tem ou não comunhão com Deus? Quem somos nós para saber o que de fato Deus pensa da religião de cada um, quem somos nós para entender o amor acessível e misericordioso do Senhor para se relacionar com o ser humano, independentemente da fé que cada um possui? Muitos cristãos evangélicos podem dizer, “eu creio em Jesus que disse que é o caminho, a verdade e a vida, se não for assim, não se tem acesso à salvação e à pessoa de Deus”. Mas até que ponto a interpretação e a prática desse texto não são baseadas só numa tradição de homens? Até que ponto o uso “fechado” desse texto expressa realmente a vontade de Deus? 
      Está reflexão não objetiva por a Bíblia em dúvida, mas confrontar doutrinas tradicionalmente protestantes com a verdade de fato. Muitos protestantes que arrogam ter posse do evangelho mais verdadeiro, não se atentam ao fato que durante mais de mil e duzentos anos, entre a criação oficial da igreja católica no século IV e o protestantismo no século XVI, a representante oficial e praticamente exclusiva do evangelho no planeta era o catolicismo, que eles tanto criticam. Onde estava essa verdade do cristianismo primitivo renascido no protestantismo que evangélicos acham ser a única verdade que salva? Deus deixou a humanidade sem salvação durante mil e duzentos anos? Todos os católicos que morreram nesse tempo foram para o inferno? Deus os condenou como idólatras e pagãos?
      Outro detalhe histórico é que muitas regiões do mundo ainda não haviam sido inteiramente alcançadas pela civilização europeia nos primeiros séculos, como extremo oriente, África, e outras regiões, como as Américas, nem tinham sido descobertas. Dessa forma, durante centenas de anos, mais de mil, talvez, pessoas nasceram, viveram e morreram sem terem tido contato com o cristianismo, mesmo o católico. Aliás, quem fez um trabalho eficiente de evangelismo em todos os continentes foram justamente os protestantes, a partir dos séculos XVI, e bastante no século XIX. Como Deus tratou essas vidas com relação à salvação eterna? Sim, Jesus realizou sua obra de redenção por eles também, mas muitos podem ter sido salvos sem uma decisão consciente e de acordo com a doutrina de tantos cristãos evangélicos atuais. 
      Meus queridos e queridas, não foram dez anos, cinquenta, nem cem, foram mais de 1.200 só com o catolicismo, isso é história! Não, não nego que esse cristianismo protestante é mais próximo do cristianismo primitivo do século I que o catolicismo, contudo, nego a necessidade de Deus precisar ter uma religião “perfeita” como ferramenta para salvação da humanidade, isso não é a realidade, de forma alguma, quem abrir os olhos para a história entende isso. Se aquilo que acreditam evangélicos e protestantes fosse verdade, além de condenar bilhões, cobraria deles viver um cristianismo de muito mais qualidade que católicos, ortodoxos ou outras religiões e seitas cristãs, mas não é isso o que acontece, nem nunca aconteceu, não mesmo.
      O cristianismo está errado? O evangelho está errado? A igreja católica está errada? Não necessariamente, está errado aquilo que muitos fanáticos arrogantes achar ser o que Deus pensa, ou como Deus trabalha. Se houver doutrina pura e próxima àquilo que Jesus pregou, Deus salva, mas se não houver, Deus salva também, como sempre fez, antes de Cristo e durante os séculos católicos da idade média, durante a venda de indulgências, inquisição, a perseguição injusta e cruel aos que pensavam diferentemente, enquanto impediam o leigo de conhecer a Bíblia com missas rezadas em latim. Da mesma forma no tempo atual, em meio a tanta heresia e ganância das igrejas evangélicas protestantes, que geram lucros materiais, não qualidade de vida.
      Deus nunca precisou e nunca vai precisar de dogmas, doutrinas ou representantes humanos para salvar o homem, Deus só precisa da sinceridade do coração de um homem que deseja ser um homem de bem. Do que adianta trocar catolicismo por protestantismo, protestantismo por “evangelicismo”, “evangelicismo” por pentecostalismo, pentecostalismo por neo-pentecostalismo, se continuamos a ser fanáticos, arrogantes, crendo num Deus conforme nossas conveniências, assim, criando “deuses”, sendo idólatras ideológicos que é tão idolatria quanto os que idolatram imagens e esculturas? 
      Tudo isso Deus contempla e olha o coração do que o busca, Deus vê o católico fervoroso e praticante tanto quanto o batista estudioso da Bíblia como o assembleiano que buscou com tanta devoção o dom de línguas estranhas para ser um crente melhor, não nos enganemos sobre isso. Mas na verdade, nada disso importa, não tanto como achamos, é tempo de termos coragem para admitir isso, ou então, vivamos de fato o que acreditamos, a nossa verdade, e demos exemplo por ações não por discurso que tenta convencer os outros com palavras, que o nosso cristianismo é melhor. 
      O sábio não julga, ninguém, nunca, em nenhuma instância, mas vive o caminho que achou com humildade, sem absolutamente nenhuma intolerância ou preconceito para com o que os outros pensam e vivem sobre religião, cristianismo ou verdade. No final cada um será julgado, não pela luz do outro, mas pela sua, por aquela luz que achou, Deus conhece bem os filhos da luz, sabe quem é de fato homem e mulher de bem, humildes de espírito e que nunca se renderam à vaidade e ao engano, esses serão avaliados por aquilo que acreditam ser o caminho, a verdade e a vida. 
      Jesus é o único salvador de toda a humanidade, eis a verdade, mas nem todos que não têm consciência absolutamente evangélica disso serão condenados, muitos são filhos de Abraão e nem sabem, mas temem a Deus mais que muito frequentador assíduo de templo cristão e conhecedor de doutrina, repito, doutrina de homens, não de Deus. Pobre dos que acharam no verbo de Deus, Jesus Cristo, o caminho, a verdade e a vida, mas que não viveram de acordo com a fé que professaram e que ainda lançaram nos rostos alheios hipocrisias e julgamentos. Esses serão considerados por Deus com muito mais rigor, e poderão ainda passar muita vergonha neste mundo até que entendam como funciona o amor e a graça do Altíssimo, eu creio assim.

      “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.Mateus 16.27

sábado, fevereiro 09, 2019

Crer e saber - Sempre!

      “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de DeusColossenses 1.9-10

      Por favor, entenda certo a reflexão a seguir, vou abrir meu coração e compartilhar um desejo muito particular meu, não penso, sendo assim, ser melhor que ninguém por isso, talvez seja justamente o contrário, como diz os ditados, “o conhecimento tem seu preço”, “felizes os ignorantes”. Ocorre que eu sou uma pessoa de um tempo ou de um tipo que tem muita curiosidade intelectual e espiritual, assim não aceito nada como dogma, quero me aprofundar num assunto, saber mais e conhecer principalmente a evolução histórica de um princípio. Vejo relevância em saber porque isto e aquilo é tido como verdade e tradição hoje em dia, principalmente dentro das religiões cristãs, isso não é duvidar de Deus nem de sua palavra, mas averiguar se algo que homens dizem ser de Deus realmente é de Deus ou de homens.
      Os cristãos, de posse da verdade sobre a salvação e comunhão com Deus que é Jesus, o verbo encarnado, se limitam muito no conhecimento, acabam aceitando muita informação equivocada, é claro que eles têm o conhecimento principal, que lhes dá paz e cura neste mundo e vida eterna com Deus no outro. Mas gente como eu pensa que a vida é mais que isso, é isso é muito bom. A pergunta é: sabemos o que cremos, ou cremos no que sabemos? É costume dizer, a ciência trata do conhecimento, a religião, da fé, não é preciso saber para crer, nem crer, após saber. Sim, Deus é inconhecível em sua totalidade e eternidade, o conhecemos através de suas manifestações, físicas, emocionais e espirituais, em nós, seres humanos, e na natureza, principalmente através de Jesus. Mas isso se refere à pessoa de Deus, não às tradições religiosas.
      O fato é que quando somos curiosos e não aceitamos muita coisa que se diz nos púlpitos como verdades indiscutíveis, não perdemos a fé, talvez nos homens, mas não em Deus, em Deus nossa confiança aumenta, à medida que nos aprofundamos em saber sobre a história, sobre a Bíblia, sobre espiritualidade, sobre tudo. Muitos cristãos não entendem o quão especial e competente é o homem, querendo evitar de valorizar o ser humano mais que Deus, acabam deixando as faculdades humanas ociosas, assim o humanismo acaba sendo ferramenta mais eficiente nas mãos dos ateus, dos materialistas e do inimigo, num desequilíbrio oposto que se esquece de Deus e entroniza o homem. Equilíbrio, que só achamos de fato em Deus, não na religião ou na negação dela, se o cristão tem dificuldade em vivê-lo, quanto mais o homem sem Cristo.
      Se o coração é bom, nenhum conhecimento o faz se perder, se há intimidade com Deus, não há preconceitos nem temores, contudo, o conhecimento traz responsabilidade e do que mais sabe, mais lhe é cobrado. Melhor saber pouco e praticar tudo, que saber muito e se embriagar com teorias, se achando superior só pelo simples fato de saber. Assim, o mais sábio, para o que quer saber mais, é guardar o conhecimento para si, não exibi-lo nos palcos, antes deixando que os outros vejam somente uma prática de vida simples, santa e equilibrada. Para que serve o conhecimento se não for para regar com a água limpa da sabedoria a árvore das virtudes? Ninguém precisa saber das raízes, por isso elas ficam ocultas sob a terra, mas os frutos doces podem ser colhidos por todos os ávidos pelo verdadeiro alimento espiritual. 
      O sábio acumula para dar aos outros, não para dominar sobre eles, o sábio é irmão mais experiente, não pai prepotente, o sábio sabe que nada sabe, é discreto e permite ao tempo mostrar sua competências e honrar-lhe. Mas o que de tão importante se tem mais a saber? A maioria das pessoas não se preocupa com isso, e em se tratando de religião, o princípio de que quem crê não precisa saber, mais as prioridades do dia a dia de trabalhar, se alimentar, “namorar” e dormir, fazem que sua existência seja simplista (não necessariamente simples, sob nenhum aspecto). Isso não prejudica essa maioria das pessoas, não a princípio, mas gera, alimenta e empodera líderes inescrupulosos, que têm na ignorância uma massa social fácil de dominar, manipular e tirar lucros. 
      Você sabe de fato no que crê, conhece sua religião, as doutrinas e ritos dela? Você crê de verdade no que sabe, aquilo que pensa ser sua religião, você aceita na íntegra de maneira a por isso em prática? Não seja ignorante, nem hipócrita, mas medite e pratique o que Paulo ensinou nos versículos da carta aos Colossenses, sejamos cheios do conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e inteligência espiritual, para que possamos andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus. Conhecimento não é supérfluo, nem característica de arrogantes, mas é fruto de quem acredita no Deus verdadeiro, que tem em seu coração o Espírito Santo e que foi restaurado pelo verbo de Deus, Jesus Cristo.