domingo, julho 21, 2019

A verdadeira espiritualidade

      A verdadeira espiritualidade pessoal não precisa ser explicada aos homens, não necessita que seja falada nos púlpitos e nem se espera reconhecimento por ela, muitas vezes experimentamos a mais genuína das espiritualidades na privacidade, em segredo, e dela ninguém saberá. Podemos usar a espiritualidade dos outros como bons exemplos nos discursos e textos, mas a nossa, se existir, deve ser sabiamente calada, nas palavras, não na prática. A verdadeira espiritualidade produz frutos doces que permanecem e as pessoas os provam e são abençoadas por eles, alimentadas por eles. 
      A falsa espiritualidade quer ser vista pelos homens, deseja reconhecimento público, pode até produzir frutos, mas por buscarem a glória de homens por homens serão frutos amargos ou de pouca duração. Só o Espírito Santo num coração humilde e liberto de toda vaidade pode produzir a verdadeira espiritualidade. A verdadeira espiritualidade nasce em Deus, é exercida em Deus e recebe honra só de Deus. Isso infelizmente muitos demoram a entender, alguns acham sinceramente que são espirituais praticando a mais falsa das espiritualidades, fazem e falam, mas só para serem vistos por homens. Se a esses fosse pedido que ficassem um tempo sem púlpito, sem títulos e sem microfone, rapidamente não achariam razão para serem “espirituais”. 
      Se a maioria dos líderes evangélicos entendessem de fato isso, existiriam menos pessoas sentadas nos lugares mais altos dos templos, no chamado altar, menos pessoas desejosas de títulos e cargos, ao contrário, as pessoas teriam temor de serem conhecidas como pastores, diáconos, presbíteros, ministros, apóstolos e outros. A maioria estaria lá embaixo, amando, vivendo, tendo misericórdia, orando, estando próxima das pessoas e buscando ajudá-las. Desçam dos púlpitos, falsos espirituais, dispam-se de todos os títulos, vistam-se com mantos brancos de humildade e pratiquem o evangelho, falsos espirituais enojam o Espírito de Deus tanto quanto os adúlteros. Não posso encerrar esta reflexão sem compartilhar o texto a seguir, é desnecessário dar a ele mais explicações.

      “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. 
      E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

Mateus 6.2-6

sábado, julho 20, 2019

Livre para ser livre

      Os cristãos dizem simplesmente que são livres porque são cristãos, porque Cristo os libertou, e isso deveria ser verdade, mas como acontece em várias áreas da vida do crente, do evangélico, do protestante, usa-se os ensinos cristãos, bíblicos, evangélicos, como fins, preguiçosamente param nos princípios estabelecendo dogmas, e não como inícios de uma reflexão profunda, que pode levar uma vida para ser processada, mas que conduz e revela o  melhor da existência em todos os planos. 
      Os cristãos não filosofam, e isso se deve a ensinamentos equivocados de muitos púlpitos que dizem que ciência e filosofia são antíteses de Deus, grande engano, filosofar é usar uma parte importante do ser humano, que pode levar a enganos se usado só, mas em comunhão e equilíbrio com orar, mente funcionando bem com o espírito e tudo iluminado pelo Espírito Santo do altíssimo, conduz o ser humano à maturidade plena. 
      Vendo as coisas dessa maneira podemos refletir melhor sobre o que é ser livre, assim vamos dar uma definição de liberdade: ser livre é escolher o que se gosta e gostar do que se escolhe. O cristão escolhe o que diz gostar, a vontade de Deus, mas muitas vezes, na prática, não é feliz com isso, não gosta de fato do que escolhe, assim se frustra, faz para se desvencilhar da culpa, do remorso, mas não acha na vontade de Deus para ele um prazer pleno e profundo, não se realiza de fato. 
      Por que isso acontece? Porque querem usar só o lado espiritual, o lado religioso com o qual se interage pela fé, fazem isso porque aprendem desde sempre (e isso é o catolicismo vivo e ativo dentro do protestantismo) que a carne é errado, é pecado, e que tudo que vem dela, incluindo intelectualidade, também é pecado. Muitos não usam corretamente o texto de I Coríntios 2.14-16, “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.”. 
      Quando nascemos de novo e nos convertemos, somos restaurados por completos, em algumas áreas de forma instantânea, em outras temos acesso a um começo de processo que as restaurará por completo, se assim permitirmos. Libertação de posse demoníaca é instantânea, assim como perdão de pecados e outras bênçãos puramente espirituais, já para cura emocional e física é dado um “start” que nos levará, com tempo e esforço, a uma libertação completa. Nessa restauração, contudo, está incluída uma nova forma de pensar intelectualmente, que não demoniza ciência e filosofia, mas entrega a elas lucidez e maior clareza. 
      Um cientista, com boa formação acadêmica e talento natural, e convertido a Jesus, pode ir bem mais longe na ciência que um profissional com iguais (ou até superiores) características técnicas, porém sem um novo nascimento em Cristo. Outro alerta sobre o que dizem pastores hereges e manipuladores, mas também sobre muitos pastores sinceros, verdadeiros, contudo, mal informados: ciência e filosofia, assim como formação intelectual, são militam necessariamente contra as coisas da fé, do Espírito, o plano ideal de Deus é que o homem seja bem formado em todas as áreas, um novo Adão em Cristo.
      Mas voltemos ao ponto desta reflexão, liberdade, tentei delinear os erros que crentes cometem sobre ela, erros que fazem que mesmo cristãos libertos em Cristo continuem escravos e infelizes porque se prendem a uma ideia limitada do plano de Deus para suas vidas. É preciso pensar e levar agrados e desagrados a Deus, e ainda que prontos a fazer morrer o ego, prontos a cumprir deveres mais que usufruir direitos, não nos acomodarmos com pouco, em nenhuma área de nossas existências terrenas. Contudo, quem mais se engana sobre o que é liberdade são os ainda não nascidos em Jesus, os não convertidos.
      Para esses o engano ocorre porque não entendem a definição que foi dada no início, ser livre é escolher o que se gosta e gostar do que se escolhe. A ideia geral que o mundo tem hoje sobre liberdade, muito difundida pela mídia e outros agentes da agenda “anti-Cristo”, é que ser livre é poder fazer tudo e sempre. O grande erro dessa ideia é que as pessoas acabam escolhendo tudo e nada ao mesmo tempo, estar preso a tudo é não ser livre de nada, e nisso não há liberdade, não há escolha, mas escravidão. Para ser livre é preciso poder uma escolha, fazer essa escolha e ser fiel a ela, ninguém pode ser tudo ao mesmo tempo, só Deus, e Deus é luz, é bem, é amor, o tempo todo.
      Liberdade implica em escolha, que não pode escolher ou escolhe tudo, ou tem que escolher tudo, não é livre, é escravo sem opção de selecionar o que quer. Atualmente existe, pregada pela mídia, quase que uma obrigação de se ter tudo e não estar preso a nada, liberdade irrestrita imposta não é liberdade, mas a mais tenebrosa das prisões. A verdade é que o ser humano não pode ser livre desse jeito, ele sempre estará preso a algo, e é por isso que o verdadeiro evangelho é tão especial, quem escolhe Jesus, porque sabe que é o melhor pela fé, e depois descobre nele o seu melhor, por trabalho, oração, estudo, terá Deus como Senhor, só nessa relação há real liberdade. Só sendo servo de Deus é que se é livre, e nisso existe um mistério que o diabo faz de tudo para negar. 
      Todavia, o que precisamos entender é que o que está por trás dessa agenda “anti-Cristo” atual, é justamente o oposto do que ela prega. Ela diz que deve haver tolerância religiosa e liberdade sexual? Mas é o contrário que na prática ela deseja, se todos têm que aceitar tudo, não se pode discordar de nada, assim não há liberdade, mas cativeiro. Entendam que não estou defendendo violência, de qualquer espécie, de quem pensa de um jeito contra quem pensa de outro, mas sim o direito de se pensar diferentemente, de se pregar isso nos templos e de se ensinar isso no ceio familiar aos filhos, principalmente crianças e adolescentes ainda em formação.
      A agenda “anti-Cristo” quer tirar a liberdade do cristianismo e da família para impor libertinagem pelas escolas e mídia, eis a verdade. As igrejas, por outro lado, chamam de libertinagem tudo que não é aprovado pela sua leitura raza e descontextualizada dos textos bíblicos. Com isso, sofrem homoafetivos verdadeiros, safam-se viciados imorais, perde a autoridade o evangelho e satisfaz-se o diabo, preparando o cenário mundial para o final dos tempos. Quanto à liberdade, continua uma utopia, e assim será sempre neste plano físico, já que liberdade genuína e eterna só por, com e em Jesus na eternidade.

sexta-feira, julho 19, 2019

Livres de culpa

      "Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito." Romanos 8.1

      A maior dádiva do evangelho, o perdão que nos livra de toda culpa, ainda que possamos ter que conviver de maneira madura e responsável com as consequências neste mundo de alguns de nossos erros. Mas culpa, isso não, se há arrependimento, convicção para deixar de errar e confiança na eficácia do nome de Jesus para nos perdoar, não podemos e não devemos seguir sem paz e culpados. Isso é de vital importância para termos curas emocionais, psicológicas, físicas, assim como autoridade espiritual para resistir às hostes espirituais das trevas. 
      Muitos tentam se vestir com todas as peças da armadura espiritual de virtudes, mas ainda guardam no coração um resto de culpa, isso é perigoso, o diabo é muito astuto para perceber e usar essa brecha para nos deixar rendidos, fracos, e essa brecha pode servir de porta para outros pecados. Assim o que é uma mentira, falta de paz ainda que perdoado por Deus, torna-se um novo e verdadeiro pecado, infelizmente muitos de nós se viciam de tal maneira na culpa que não sabem viver sem ela, acabam achando nela uma identidade.
      Precisamos ter e manter em nossas mentes e corações, em nossos pensamentos e sentimentos, uma disposição de não culpados, não por ser isso uma posição positiva e vitoriosa, não porque é uma atitude sadia para nossas almas que nos protege mesmo de infermidades, mas porque é um direto que temos adquirido por Jesus Cristo em sua obra de salvação. O nascimento, a vida e a morte sem pecado, mais a ressurreição dos mortos, conferiram a Cristo a posição de cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É nesse poder que cremos, é ele que nos dá o direito de seguirmos sem culpa, e ninguém, ninguém pode dizer o contrário. 

quinta-feira, julho 18, 2019

Deus está sempre no controle

      “Pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas, quando eu a ti clamei. Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba. Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.Salmos 31.22-24

      Deus está no controle e não entendermos ou não confiarmos nisso é o que nos leva a cometer muitos erros, a pecarmos muitas vezes. Olharmos para os homens, sejam eles quem forem, mesmo lideranças de igrejas, e nos sentirmos presas deles, cativos por eles, impedidos por eles, não compreendidos por eles, injustiçados por ele, é negar que Deus está no controle. Da mesma forma se olhamos para nós mesmos, para o nosso passado, para as nossas fraquezas, para os nossos limites, para a nossa dor, para as nossas impotências, e nos sentimos escravos de nossos egos, de nossos “demônios” psicológicos, isso também é duvidar que Deus está sempre no controle. Deus está no controle simplesmente porque Deus é maior e mais alto. 
      Não, as coisas não acontecerão sempre do jeito que imaginamos, no tempo que queremos, no lugar que desejamos, mas se estão nas mãos de Deus, controladas por ele, e principalmente, se nós as entregamos de coração e com fé nas mãos dele, acredite, Deus está no controle. Acima dos homens, acima do diabo, acima de nós mesmos, de todo poder na terra ou no céu espiritual, Deus está, tudo sustenta, tudo conduz, tudo controla, e isso basta para que sejamos felizes e alcancemos nossos objetivos. Assim, descance, tempo de espera é tempo de descanso, e isso não significa fazer nada, mas continuarmos fazendo bem nossas responsabilidades no presente enquanto esperamos, mas se a espera for agonia, não usufruiremos da vontade de Deus para nossas vidas enquanto nela. 
      Talvez ninguém, no cânone bíblico, tenho sido confrontado mais com a verdade que Deus está no controle que Davi, e isso fica notório em muitos salmos. Isso por causa da história que conhecemos de Davi principalmente antes dele ser estabelecido como rei de Israel pelo povo, ele já tinha legitimidade de Deus e sabia que Saul que o perseguia não tinha mais, ainda assim, foragido, marginalizado, vivendo entre párias, precisava esperar em Deus, não fazer justiça com as próprias mãos e confiar que Deus sempre está no controle. Deus é perfeito e harmonioso, tanto quanto poderoso e eterno, assim tudo faz parte do sistema que ele controla, tudo está sincronizado e sintonizado com ele, nada acontece por acaso, fora de seu plano, Deus não se surpreende, ainda que se alegre com aqueles que acreditam de todo o coração que ele está no controle de tudo.

quarta-feira, julho 17, 2019

Respeite a chamada dos outros

      “Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.” Mateus 18.12-14

      Um costume que havia nas igrejas mais antigas, e que ainda existe em poucas, é ter um cadastro com os dados dos membros, cadastro feito assim que alguém chega à igreja e demonstra desejo de ser membro. Colhe-se informações como tempo de conversão, experiências anteriores em ministérios, habilidades e talentos, intelectuais, artísticos, espirituais, outros interesses e mesmo a área profissional de atuação. Com essas informações as pessoas são colocadas em contato com departamentos e lideranças adequados que podem tornar o membro eficiente mais rapidamente dentro do corpo de Cristo. 
      Atualmente, na maioria das igrejas, onde existe a cultura de “alta rotatividade”, onde se chega, fica-se por um tempo e logo se vai, as igrejas usam pouco as pessoas e na verdade é apenas um pequeno grupo que trabalha e a faz funcionar, quase que um clube fechado, de difícil acesso. Sentar-se, assistir o culto, cantar e dar dízimo é fácil, bem recebido, mas mais do que isso é difícil. Contudo, se pessoas comuns têm dificuldade, membros de mais qualidade intelectual são ainda mais distanciados, ou são tratados como arrogantes ou simplesmente duvida-se de suas aptidões, as pessoas são niveladas sempre por baixo. 
      Não, não estou exagerando, isso ocorre e muito, a igreja evangélica atual, em sua maioria, não está preparada para todos, a intolerância existe maquiada de um tradicionalismo baseado num conhecimento raso da Bíblia, e de uma experiência imatura com o Espírito Santo. Se os pastores têm medo de cristãos que levantam dúvidas sobre princípios que a maioria aceita como dogmas, ou se são esses mesmos líderes desinformados sobre o que cristãos com melhor formação acadêmica podem fazer para o reino de Deus, tanto faz, o que ocorre no final das contas é que o diabo arregimenta para si os melhores enquanto a igreja simplesmente usa o álibi “Deus não escolhi os capacitados, mas capacita os escolhidos”. 
      Se nós devemos respeitar as chamadas dos outros, não julgar ninguém pela aparência ou pela diferença, nem nos colocarmos como referências, o que na maioria das vezes conduz a enganos, os outros também precisam se dar ao trabalho de respeitar nossas chamadas. Bem, para isso, em primeiro lugar, igrejas e líderes, precisam se dar ao trabalho de conhecer de fato as pessoas, ao invés de julgarem para menos, o amor tão pregado no púlpito precisa ser praticado de fato. Algo tão simples como sentar e bater um longo papo com o irmão que está chegando não é feito, um cumprimento rápido e um sorriso educado basta para muitos acharem que cumpriram sua obrigação de amor. 
      Se não conseguimos ser cristãos dentro do templo, o que se dirá no mundo? Não precisamos ser próximos de todos, nem Jesus era, mas se andarmos com temor a Deus e sensíveis à voz do Espírito Santo, saberemos quando parar e dar uma atenção especial a alguém que talvez esteja precisando urgentemente de nossa proximidade para não desistir de vez do evangelho. Cuidado, não permitamos que a roda viva dos trabalhos da igreja nos afaste do mais importante, daquele pelo qual Cristo se deu, daquele para o qual a igreja existe, o ser humano, e cada um tem uma chamada especial e importante para Deus. 

terça-feira, julho 16, 2019

Respeite a tua chamada

      “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” I Coríntios 6.12

      Dentre as situações que mais me causaram indisposições sociais, em primeiro lugar, obviamente, estão aquelas em que eu claramente pequei, contra Deus, contra mim mesmo, contra as alianças que estabeleci por escolha própria, isso infelizmente são experiências comuns a todos nós. Contudo, outras situações deixaram um gosto amargo em meu coração, nessas eu errei não por cometer um pecado explícito, mas por não respeitar a minha chamada pessoal. Para entender isso é preciso entender que cada um de nós tem uma chamada específica, pessoal, em Cristo. Não é porque é certo que deve ser feito, não é porque é lícito, que convém, não é porque podemos fazer que devemos fazer, na verdade só dará certo, só servirá de fato para abençoar, aquilo que se faz debaixo da obediência direta do Senhor. 
      Sobre algumas coisas podemos ter muito conhecimento, até certa vivência, e ainda assim não sermos chamados por Deus para compartilha-las com os outros, são experiências que o Senhor nos permitiu vivenciar somente para o nosso crescimento individual. Na prática ocorre o seguinte, podemos conhecer profundamente um assunto, mesmo praticá-lo, mas se não tivermos respeito pelas pessoas para ensiná-lo, é melhor guarda-lo só para nós mesmos. Muitos pecam por acharem que saber lhes dá legitimidade para ensinar, assim ao invés de abençoarem as pessoas acabam afastando-as do objeto de ensino, elas acabam pegando certo “nojo”, digamos assim, de algo, porque tiveram um professor ruim. 
      O que nos leva a desrespeitar nossas chamadas pode ser a princípio o desconhecimento do que ela é de fato, muitos gostam de cantar, e tanto, que acham que por gostarem podem cantar em público para qualquer um, e em se tratando de igreja, até liderar o louvor. Sim, na privacidade da família ou de amigos próximos quase tudo é possível, mas precisamos ter noção de nossos limites, vergonha na cara, para ser mais claro, e sabermos o que de fato fazemos melhor, o que de fato é a nossa chamada. Mas assim como a ignorância pode nos levar a passar vexame, a arrogância também pode, e é ela que nos leva a cometer o engano de achar que se sabemos intelectualmente, podemos ensinar socialmente, ainda que sem cuidado. 
      Contudo, mesmo os que têm uma chamada legítima para algo podem pecar por desempenha-la no momento ou/e no lugar errado, é preciso paciência para esperar a ordem de Deus para fazer, vencendo a tentação de revelar nossos tesouros para as pessoas erradas ou no momento em que elas ainda não estão preparadas para conhecer e usufruir de nossos tesouros. Isaías 39 relata a passagem onde o profeta Isaías exorta o rei Ezequias por ter mostrado seus tesouros aos babilônios, essa revelação, talvez motivada por vaidade ou por simples irresponsabilidade imatura, mostrou a uma nação perigosa e distante que a nação dos filhos de Deus tinha riquezas a serem cobiçadas. A pressa mesmo em fazer o bem pode nos trazer o mal, sejamos sábios.

segunda-feira, julho 15, 2019

Respeite a chamada do pastor

      “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.Hebreus 13.17

      Não somos obrigados a nada, e em se tratando da obra de Deus, dos ministérios desenvolvidos dentro das igrejas, convém que façamos somente o que Deus manda. Fazer por vaidade, por insegurança, na pressa, ainda que na melhor das intenções, acaba mais atrapalhando que ajudando, a quem? Àqueles que de fato estão fazendo sob ordem do Senhor. Dessa forma, tenhamos calma, paciência, domínio próprio, humildade para esperar em Deus, e só fazer sob ordem dele. 
      Também não julguemos mal, nem critiquemos, muitas vezes por pura inveja, quem está fazendo a obra de Deus debaixo de sua vontade no momento em que nós não estamos fazendo algo, ainda que achemos, em nossa presunção, que poderíamos fazer melhor, e isso é o mais difícil. Quem tem chamada para liderar e ensinar dentro de igreja, tem muita dificuldade para ficar parado, e muitas vezes essa situação é necessária, nos prova, nos dá crescimento, coloca nós, as pessoas e Deus nos lugares certos. 
      Contudo, respeitemos com todo coração, os pastores verdadeiros do Senhor, que perseveram no tempo, que suportam perseguições, que padecem com suas famílias muitas vezes necessidades para fazerem a obra de Deus com poder, em santidade e de verdade. Esses dificilmente podem parar, esses têm que depender de Deus plenamente para terem forças para cumprirem suas chamadas sem pausas. Se Deus cobra os que atrapalham os inocentes, muito maior cobrança terão os que agem de maneira inconveniente com os genuínos pastores de ovelhas do Senhor. 
      Nesse caso, o texto “o Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor” (I Samuel 26.11), usado atualmente tantas vezes de forma equivocada por maus pastores, é orientação do Espírito Santo para os verdadeiros servos do Senhor. Muitos se esquecem que o tal ungido ao qual Davi se referiu era Saul. O texto é muito mais uma aprovação a Davi que não se apressou em punir o rei que a Saul, naquele momento já destituído da aprovação (e da unção) de Deus. No contexto bíblico quem se coloca como o ungido se põe no lugar de Saul, não de Davi, para interpretar a passagem de forma direta e histórica.

domingo, julho 14, 2019

Um minuto de mil anos

      “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter, nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morteEclesiastes 8.8a

      A vida passa depressa, dura um minuto, um minuto de mil anos, sim, isso é poesia, não é teologia ou ciência, mas a vida também é poesia, tanto quanto teologia, tanto quanto ciência, a ciência é a ampulheta, a teologia, a areia e a poesia está nos olhos do observador. 
      Quem habita o corpo o vê envelhecer, as enfermidades virem e ficarem, assiste o ânimo diminuir, a dor se expandir, e o que parecia fácil e desvalorizado se tornar difícil, a alma e o espírito que habitam o corpo continuam vivas, ainda que o corpo inicie-se na morte. 
      Quando nos aproximamos do final tudo parece ter durado um minuto, mesmo que certos momentos tenham sido retidos na mente como eternos, e a mente só guarda o que o corpo sentiu intensamente, com paixão, seja no prazer ou na solidão.
      No final ainda se quer amar como nunca, criar com origininalidade, sentir o impossível, dizer o inefável, mas falta cabeça para pensar, faltam mãos para tocar, faltam pernas para andar, ainda que sobeje coração para sonhar, espírito para crer, imaginação não acaba. 
      No final a ciência não fará diferença, e mesmo a teologia terá suas muralhas derrubadas, no final não haverá limites para o que está mais do que nunca limitado, e essa é a grande agonia do fim, no final só haverá poesia.
      Se o jovem arroga construir poesia, só o velho pode vivência-la de fato, se o jovem deseja a morte, só o velho a merece de fato, ainda que lute para não aceitá-la, se o jovem sente-se eterno por estar próximo da eternidade antes de antes de seu nascimento, só o velho, distante dela, conhece-a de fato. 
      O velho experimentou a fé inexplicável, e testemunhou a ciência falhar quando ele mais precisou dela, o velho entendeu que religião não é desculpa ou fuga dos ignorantes, mas o único poço que alimenta aquilo que nunca vai morrer.
      Contudo, no final se conhece a maior virtude de Deus, a poesia, o criador faz tudo com arte, se fosse só com ciência o universo seria funcional, não belo, no ultimo segundo dos mil anos se terá a chance de se ter lucidez para entender que se vive só para rimar dois versos, eu e Deus. 

sábado, julho 13, 2019

Pecados e pecados

      “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.” Provérbios 16.18-19

      Já compartilhei este assunto aqui antes, mais de uma vez, mas preciso fazê-lo outra vez. Pecado é sempre pecado, nos afasta de Deus e do melhor de nós mesmos, tanto para com as pessoas quanto para conosco, contudo, as causas dos pecados são diferentes. Alguns pecados que cometemos vêm das tentações diárias e comuns a todos os seres humanos, nossa área sexual é bastante tentada, e assim será enquanto estivermos vivos e fisicamente sadios, não se equivoque, ser tentado sexualmente, sendo levados a desejar o que não é nosso, ou pelo menos não é nosso naquele momento, tem um lado bom, mostra que estamos vivos. Os demônios que junto de nossas próprias concupiscências nos tentam, não podem realizar os desejos carnais e eles invejam isso dos homens. Outros pecados nascem de traumas, rancores, inseguranças e vícios, físicos e emocionais, ainda não curados. Contudo, existem aqueles que vem de algo denominado pelo apóstolo-teólogo Paulo como espinho na carne, é esse tipo de fraqueza que desejo relembrar aqui nesta reflexão.
      O “espinho na carne”, e eu nem vou citar o texto de II Coríntios 12 de novo, se puder, releia-o, bem, o “espinho” não é o pecado em si, mas uma disposição para o pecado, e uma disposição que se for de fato como o “espinho” de Paulo não tem cura, teremos que conviver com ela, para o nosso bem, enquanto estivermos neste mundo. Sim, para o nosso bem, porque “espinho na carne” é um sistema de alarme que toca quando nosso ego se inflama e deixamos de andar humildemente próximos de Deus. É importante discernirmos pecado de maneira geral de pecado efeito do “espinho”. Se estarmos em determinados lugares, com determinadas pessoas, fazendo determinadas coisas, nos colocam em posição de tentação, confrontam nossas maiores fraquezas, é adequado evitarmos certos lugares, certas pessoas e certas coisas, simples assim. Contudo, se for “espinho na carne” só isso não bastará, vencer o tipo de pecado que somos tentados pelo “espinho” não tem a ver com o que fazemos, mas com o que somos, não tem a ver com o corpo e a alma, mas com o espírito. 
      Paulo orou especificamente três vezes, ele é claro sobre isso no texto bíblico e existe aí uma grande lição, orou e recebeu de Deus a resposta objetiva que ele não seria curado ou livrado desse “espinho”, ele teria que conviver com ele e ponto. Mas o “espinho” não dói o tempo todo, ele se mostra como um alarme, tocaria sempre que Paulo quisesse se achar superior ou melhor que os outros pela intimidade que ele tinha com o Senhor. (Veja que Paulo não foi tentado a se gabar de riquezas ou proezas da carne, valores falsos, mas de uma experiência maravilhosa e puramente espiritual). Assim, muitas vezes, se enfrentamos algumas fraquezas e vemos que mesmo orando, jejuando, vigiando, nos guardando, continuamos fraquejando e pecando, não conseguindo nos livrar de uma ira, de uma mágoa, de um incômodo com algumas pessoas, é porque a solução não é deixar o pecado em si. É necessário que entendamos que o “espinho na carne” está soando o alarme e que precisamos urgentemente voltar a Deus em humildade, aprumarmos nossa fé, e aceitarmos que nada somos sem o Senhor e sua misericórdia. Como sempre na vida espiritual, humildade e mansidão são as soluções, mas em se tratando de “espinho na carne”, é preciso que tenhamos ainda mais humildade e mansidão.
      Pessoalmente já entendi que quando devo ter mais humildade e mansidão é quando preciso aceitar minha total impotência diante de uma situação, de uma relação social, que eu definitivamente não posso mudar, não posso consertar, não posso melhorar, principalmente se o que me colocou nessa situação diante de alguém foi eu mesmo. Quando é o outro podemos usar a desculpa que o problema é insolúvel porque o outro não quer resolver, e infelizmente muitas pessoas fazem isso, colocam a culpa nos outros, assim é mais fácil de viver, ainda que baseando-se numa mentira. Mas quando sabemos que o erro foi nosso, se tivermos alguma lucidez sofreremos com isso, mais difícil de perdoar os outros e perdoarmos a nós mesmos, por quê? Porque isso é algo que ninguém vê, é algo que fica entre nós e Deus, é uma virtude que não pode ser exposta, que não agrada à nossa vaidade. Acertar uma situação só no espírito, tendo só o Espírito Santo de Deus como testemunha, e poder depois seguir em paz, indiferente do que os homens pensam, homens que poderão continuar nos tratando mal por causa de um erro que nós mesmos cometemos, bem, só aceitando o “espinho na carne” com muita humildade e mansidão, esperando em Deus um milagre de reconciliação. 

sexta-feira, julho 12, 2019

Vingança: retire-a de tua agenda

      “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” Romanos 12.14

      Todos nós desejamos, em algum momento de nossas vidas, sermos vingados, principalmente quando alguém age com muita injustiça para conosco, nos maltrando de maneira desproporcional, nos dando um mal que nós absolutamente não merecemos, não se dando ao trabalho de conversar conosco, de nos conhecer melhor, de nos dar uma chance, mas nos julgando mal e deixando em nós feridas difíceis de serem curadas. Mas o evangelho nos ensina de maneira clara que não devemos nos vingar, e mais que isso, que não devemos desejar vingança, mesmo que ela pareça justa, o evangelho nos ensina que o desejo de toda reação ao mal devemos entregar nas mãos de Deus para que ele aja da maneira que lhe aprouver. E Deus, o Deus da nova aliança, do novo testamento, que revelou sua vontade maior, melhor e eterna por Jesus, ele se vinga? Não, Deus não se vinga. 
      Alguns podem dizer, “mas na Bíblia existem muitos textos falando sobre Deus se vingar, mostrando homens de Deus pedindo vingança sobre seus inimigos”, bem, esse é só mais um motivo para que leiamos, entendamos e pratiquemos a Bíblia sob a ótica do Espírito Santo do novo testamento, e não pela visão que os escritores do antigo testamento tinham. Infelizmente, interpretando a Bíblia erradamente, muitos têm praticado um cristianismo no mínimo imaturo, e na pior das situações, herege. Repetindo o que tantas vezes já foi dito aqui no “Como o ar que respiro”, a Bíblia deve ser obedecida à luz do Espírito Santo do novo testamento, respeitando o contexto histórico, nunca ao pé da letra e muito menos sob a interpretação dos costumes do velho testamento.
      Se o homem não deve alimentar a vingança antes extingui-la totalmente, para o bem não do que fez o mal, mas do que o sofreu, e se Deus não se vinga, já que isso não faz parte da essência do altíssimo, existe alguém que se vinga sempre, proporcionalmente, no tempo certo, quem? A vida, ou o universo como dizem muitos, e ela faz isso debaixo de leis universais, imutáveis e que valem para todos, leis criadas por Deus. O bom cristão sabe disso, mas ainda assim não vive pensando ou querendo isso, contudo, sente, não alegria, mas temor de Deus quando vê a justiça sendo feita e o homem mal e irresponsável receber por aquilo que ele mesmo plantou. É triste, mas já testemunhei muitas vezes o “mundo dar voltas” e principalmente gente que zombou de cristão, ainda que naquele momento o cristão estivesse errado e debaixo de disciplina do Senhor, colhendo fruto amargo por ter feito um filho de Deus sofrer. Console-se em Deus, cada lágrima que você derramou Deus viu, a justiça será feita, mas perdoe e não pense em vingança, para o seu bem. 

quinta-feira, julho 11, 2019

Viver o cristianismo, mas para quem?

      Penso que a grande maioria de nós passa muito tempo da vida querendo ser bom cristão, querendo praticar um cristianismo de qualidade, contudo, para as pessoas erradas. Bem, na verdade qualquer pessoa, incluindo nós mesmos, é errada, para ser nosso objetivo e motivo para ser um ser humano melhor, por várias razões. Em primeiro lugar porque a maioria das pessoas está ocupada com ela mesma, não com os outros, não nos iludamos, na verdade poucos dão a nós alguma importância e mesmo esses não nos conhecem com profundidade. Em segundo lugar porque ninguém é justo nem conhece de verdade a sinceridade dos outros, muitos nos julgarão para sempre por erros que cometemos no passados, mesmo que nos aceitem sempre nos julgarão para pior.
      A verdade é que devemos querer ser bons para Deus e para mais ninguém, só Deus pode nos mostrar o que é ser bom, como ser bom e finalmente nos recompensar de maneira misericordiosa pelo nosso esforço de ser bom. Isso parece fácil de escrever, mesmo de entender e de concordar, mas é muito difícil de se praticar, principalmente à medida que vivemos e somos confrontados com tanta falsidade, crueldade, falta de generosidade e distância humanas. Isso depende de uma vida realmente de fé, de crer no invisível, de esperar pela eternidade, de confiar em valores interiores, que os homens não veem, só Deus. 
      Toda essa realidade humana nos cansa, nos desanima, mas também nos revela mesmo de forma dura e dolorida que só Deus merece o nosso melhor, o nosso foco, a nossa sinceridade, a nossa boa vontade de realmente praticar um cristianismo de qualidade. Não para que os homens vejam, aprovem e nos honrem, não para que isso faça qualquer diferença para os outros, mas simplesmente para agradar a Deus, o altíssimo, o eterno, onisciente, onipresente e onipotente. Se não entendermos e vivermos isso de fato em um determinado momento de nossas existências aqui neste mundo, nunca viveremos um cristianismo genuíno, mas só seremos farsantes, interpretando papéis para uma plateia vazia e que não quer nos aplaudir, não com sinceridade, mas só nos escravizar. 
      Vivamos para Deus, em Deus e por Deus, só isso vale a pena e nos conduz em vitória e em esperança, motivados até o fim para sermos seres humanos melhores. Quem vive para Deus não desiste de ser cristão porque os irmãos não o amam como ele precisa, porque o pastor não o valoriza como ele quer, porque a igreja não é pura e verdadeira como o evangelho orienta que deve ser. Quem vive para Deus não desiste de ser um bom cristão no mundo, mas também dentro das igrejas, mas se importa somente com o que o Senhor pensa, quer, é e faz para ele. Não posso encerrar essa reflexão sem citar Hebreus 12.2-3:

      “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.

quarta-feira, julho 10, 2019

A eterna renovação da vida

      “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.Tito 3.4-7

      Diz-se que a morte é feminina (é mulher, para os esotéricos) porque ao mesmo tempo que ela dá a luz à vida física ela enclausura a matéria no corpo e o corpo está fadado à morte a partir do momento em que nasce. Assim, como também se diz, a morte é a única certeza da vida, contudo, o espírito que habita o corpo não é um espírito de morte, mas de vida, já que ele é eterno, por isso sempre há espetanca, sempre há uma deliciosa expectativa de usufruir a vida à luz do dia. O nascer do sol a cada manhã entrega essa benção ao ser humano, lhe oferece uma nova chance, uma outra oportunidade, para ser feliz, renovando as forças e revivicando as motivações. 
      Veja que até aqui não falei dos novos nascidos em Cristo, que são selados com o eterno Espírito Santo de vida de Deus, o espírito humano original já é um sopro de vida do altíssimo, mesmo que ainda não restaurado pela obra de salvação messiânica, esse já confere ao homem esperança e renovação, se não fosse assim a humanidade não teria resistido à primeira geração de seres humanos separados de Deus pelo pecado. Sim, sem Cristo sempre há morte porque ainda que o corpo se renove o espírito está morto, mas a misericórdia de Deus entrega oportunidades para viver um novo e melhor dia a todos. 
      Em Jesus nossa renovação é verdadeira e certa, porque não se baseia em paixões ou mentiras, nem só nas coisas do plano material, mas no pai eterno dos espíritos e naquilo que há de melhor e mais alto não só para uma vida, mas para a eternidade. Glórias a Deus que nos renova todos os dias, ainda que os anos passsem, que nossos corpos envelheçam, que o homem seja mal, falso e injusto, e o diabo mentiroso, astuto e enganador. Glórias a Deus que nos permite viver numa eterna renovação de vida. 

terça-feira, julho 09, 2019

Nenhuma ilusão, nenhuma desilusão

      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pós querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” Gênesis 3.22-24

      Não esperemos mais deste mundo que o que de fato ele pode dar. O que ele pode dar? Para os justificados em Cristo, o suficiente com paz, mas para os afastados do Deus verdadeiro, até pode dar muito, mas sem paz. O porquê disso foi revelado lá no começo da Bíblia, no texto inicial acima, a condição de expulso do Éden não dá ao ser humano direito à justiça no plano físico, dessa forma se enganam cristãos que acham que por terem sido resgatados por Jesus com direito à eternidade com Deus terão neste mundo prosperidade e vitória plenas. Aceitar isso o quanto antes é parar de se iludir para então não ter mais desilusões, isso, contudo, não significa pararmos de nos esforçar em buscar o melhor aqui. Se é difícil para quem trabalha, imagina para o vagabundo, desistir só o levará a achar álibis para não confiar em Deus e se entregar a uma existência no crime. Assim, façamos o possível e um pouco mais, acreditemos num Deus de milagres, ainda que milagres aconteçam naturalmente para o que anda em comunhão com o altíssimo, mas sem esperar que o limoeiro dê laranjas, isso não acontece, pelo menos não o tempo todo. O evangelho genuíno de Jesus não foi entregue ao homem para mudar o mundo, mas para mudar o homem, e dar a ele consolo e bom ânimo para seguir até o fim desta vida em paz e com esperança. 

segunda-feira, julho 08, 2019

“Sem mim nada podeis fazer”

      “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15.4-5

      Repetirei este texto muitas vezes aqui, pois é uma verdade absoluta para todos nós, em todo o tempo, sem Deus, nada podemos! Nem vou dizer que precisamos de Deus quando nos sentimos fracos, impotentes, isso é óbvio, e isso na verdade ocorre sempre. Contudo, às vezes, nos iludimos, por um motivo ou outro achamos que podemos fazer algo com competência simplesmente porque temos experiência no assunto, porque nos preparamos com trabalho e esforço para tal. Mas por experiência própria, já tentei fazer algo que faço muito bem, e não consegui, então parei e orei a Deus, pedi que o Senhor me abençoasse, que me desse forças, que me desse paz e tranquilidade. Foi só depois dessa oração que aquilo que eu tinha no coração para fazer foi feito, como num milagre. 
      Foi porque Deus me capacitou? Não, nesse caso a capacidade já estava em mim, mas foi porque eu dei glórias a Deus pelo que eu queria fazer, foi porque eu assumi que o aquilo que eu realizaria só aconteceria se Deus quisesse, não porque eu podia fazer. Essa lição parece simples, óbvia, como eu já disse, mas é a maior lição de todas, e por não a entenderem e praticarem, muitas pessoas, bem intencionadas, benignas, esforçadas, poderão conquistar o mundo, mas perderão suas almas. Isso não é vingança divina, Deus não se vinga de ninguém, mas isso é consequência de uma traição. Quem não adora a Deus e depende dele trai a si mesmo, ao seu espírito, que só vive quando está em plena comunhão com o pai de todos os espíritos, Deus, o altíssimo. Assim, digamos e vivamos o tempo todo a verdade, sem Deus nada podemos fazer, dependamos dele sempre.