sexta-feira, junho 19, 2020

Um momento único no tempo

      A postagem de hoje é a primeira parte de uma reflexão que será encerrada amanhã, se possível leia a postagem de amanhã para melhor entendimento, obrigado.

     “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terraEfésios 1.9-10

      Penso que todos nós, obviamente de acordo com nossas especificidades, temos uma oportunidade única na vida para brilhar de forma diferenciada, num momento que poderá disparar um período significativo de trabalho aproveitado por um número maior de pessoas, quando o nosso melhor poderá despertar o melhor de muitos. Mas esse momento tem que ser devidamente aproveitado, senão passa e nunca mais tornará a acontecer, não com o mesmo grau de oportunidade. A pergunta é: quem de nós sabe quando esse momento está acontecendo, ou, estamos preparados para aproveitar essa oportunidade?
      Muitos de nós não sabem e muito menos estão preparados, assim, anos depois, quando conseguimos avaliar-nos no tempo, entendemos que um dia tivemos uma chance única de brilharmos muito e não sabíamos, não tínhamos noção do que ocorria. Mas faço outra pergunta, por que Deus não nos diz quando esse momento está acontecendo, ou por que não nos prepara para ele? A resposta para isso está em desconstruir o que pensamos sobre como Deus age ou sobre como deveria agir, e entender a maneira como de fato o universo funciona e como o altíssimo Deus trabalha.
      Penso que só Jesus viveu uma existência absolutamente sincronizada com Deus, que o permitiu viver tudo no seu tempo adequado e brilhar sobremaneira no exato momento de sua vida e do tempo da humanidade para que cumprisse uma missão única. Nós tentamos, queremos, muitos até conseguem, e muitos sem saber, mas outros não conseguem, visto estarem presos a tantas outras variáveis que os inabilitam para serem seus melhores no melhor tempo para o maior número de pessoas. Que variáveis são essas? Elas são bem conhecidas e respeitadas por Deus.
      Deus nos conhece por inteiros, nos respeita por inteiros, por isso certas coisas não acontecem quando achamos que é o melhor momento, ele sabe que se acontecerem será muito ruim para nos, nos colocará em posições para as quais não estamos preparados e que se tivermos acesso a elas naquele momento, único e que nunca mais se repetirá, nos levarão a vergonhas terríveis, a sermos escândalo que acabará fazendo de nossas vidas o exato oposto que poderia ser, machucará muita gente e envergonhará o evangelho. Deus zela por nós, pelos outros, mas muito por ele mesmo.
      O topo neste mundo, principalmente nas áreas profissionais e ministeriais, que têm a ver com nossos sucessos individuais, não como família, só se pisa uma vez. Quem não está preparado, mas teme a Deus, consegue retornar a tempo e depressa, frustrado mas seguro. Quem está preparado e teme a Deus, permanece lá e cumpre uma missão ímpar, por um bom tempo. Quem está preparado e não teme a Deus também permanece lá, cumpre uma missão singular, veja todos os artistas e políticos no mundo que não temem a Deus, quanta fama e quantos bens conquistam. 
      Contudo, quem não está preparado e conhece a Deus como salvador, mas teima em ficar no topo, perde a noção do perigo, experimenta trevas terríveis sob a montanha, vê de perto coisas tão espetaculares quanto desconhecidas, mas finalmente, ainda que usufrua por um tempo o sucesso, despenca de lá, precipício abaixo, como despencou o príncipe dos seres espirituais corrompidos. Esse é disciplinado por Deus de maneira dura, muitos desses nunca se recuperam, têm que aceitar uma posição de humilhados para sempre, tendo como objetivo segurar nas mãos sua salvação, perdem tudo, menos a salvação em Cristo.
      Um momento único no tempo, todos nós, que já vivemos um pouco, o temos nas memórias. Deus sempre sabe tudo e sempre nos avisa, Deus não se cala para lançar luz no caminho dos homens, nós, porém, não enxergamos isso, e só discerniremos as coisas com o passar do tempo. Não é Deus que trabalha devagar, somos nós que permitimos que ele trabalhe em nós aos poucos, em Cristo temos tudo de uma vez, mas tomarmos posse disso demora. Por isso o tempo é ferramenta tão importante nas mãos de Deus, em vidas como as nossas, escravizadas ao tempo enquanto na carne, neste plano físico do universo.

quinta-feira, junho 18, 2020

Sejamos fiéis!

      “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá. O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos.Salmos 101.6-7
 
      A vida não é fácil, pra ninguém, nos decepcionamos com as pessoas, decepcionamos as pessoas. Decepcionamos a Deus? Na verdade não, Deus conhece todos e sempre, assim não se ilude, quem não se ilude não se decepciona. Mas existe um mistério na chamada que Deus faz aos homens, que eu não chamarei de predestinação porque muitos não entendem isso, e podem até chamar Deus de injusto no entendimento errado, achando que Deus chama uns e não chama outros. Deixo o esclarecimento desse mistério para a eternidade, lá conheceremos como somos conhecidos. 
      Contudo, aqueles que caminham neste mundo como verdadeiros chamados de Deus de um jeito ou de outro, levando o tempo que for necessário, sempre cumprirão suas chamadas, serão fiéis a Deus. Se Deus chama porque sabe antes que alguém vai segui-lo até o fim e não chama porque sabe que alguns se deixarão levar pela mentira e pela vaidade, pelo orgulho e pelo egoísmo, não posso dizer aqui, e nem preciso. Mas o fato é, não desista de seguir com Deus, insista, levante-se, persista, ainda que perca muitas coisas, não negue aquela palavra inicial, simples e poderosa, que existe na salvação em Cristo. 
      Muitos vezes não teremos nem forças pra sentir, mas creremos, racionalmente, outras vezes não acharemos razão para crer, mas sentiremos, algo único e forte que nos manterá seguindo em frente, fiéis a Deus e à chamada que ele nos fez lá no início de nosso caminho. Não neguemos aquele que tem cuidado de nós, por tanto tempo, que tem nos protegido, mesmo quando não tínhamos nem noção que precisávamos de proteção, aquele que nos trouxe até aqui íntegros e que nos dá uma paz que não se abala, junto da família e de fiéis amigos, que não nos deixam sozinhos. 
      Sejamos fiéis, até o fim, vale a pena. O pior já passou? Sim, mas os dias atuais são estranhos, o fim se desenha no horizonte, o mundo se torna unido, repleto de gente, mas mais frágil ao mal, e o mal virá no final, diferente de como muitos cristãos acham que virá, por isso surpreenderá a muitos, mesmo escolhidos. O que nos salvará será nossa fidelidade a um Deus fiel, que sabe os que realmente são seus, os que trilham o caminho reto, e esses serão resgatados de maneira milagrosa, espantosa, formidável. Glórias a Deus, que nos atrai a ele, que nos dá um espírito fiel, que nos faz mais fortes que o mal.

quarta-feira, junho 17, 2020

Fidelidade no pouco

      “Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação.Provérbios 15.16

      “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.Lucas 16.10

      Alguns têm pouco e nunca terão muito porque querem ter muito do jeito errado e para os fins errados, querem mostrar que são melhores pelos bens exteriores, pela aparência material. Acabam nunca sendo felizes, não sendo fiéis com suas realidades, não aceitando suas realidades com humildade, acham que têm muito mas acabam perdendo até o pouco que têm. Sejamos felizes e satisfeitos com o pouco, não achando nisso motivo para nos acomodarmos, antes nos esforçando de maneira honesta e verdadeira para mantermos e se possível aumentarmos nosso pouco, contudo, não para nos exibirmos diante dos outros como melhores, mas para sermos fiéis a Deus que nos deu o talento para sermos úteis e produtivos.
      O ímpio se esforça do jeito errado, vive uma mentira e no final acaba sem nada, o humilde trabalha em Deus, assume sua verdade diante dos homens não querendo aparentar o que não é. Esse no final verá que nunca foi pobre, nunca foi menos, mas tinha o principal, a aprovação de Deus que dará a ele uma riqueza na eternidade maior do que jamais imaginou, pois estará pronto para ser rico, não em bens materiais, mas em riquezas espirituais. O segredo é não ter vergonha de ser simples materialmente neste mundo e diante dos homens, ainda que sendo diligente e esforçado para fazer render o talento que se recebe, mas saber que a maior honra aguarda-nos na eternidade, para aqueles que sempre olharam para Deus e não para o mundo. 

terça-feira, junho 16, 2020

O amor irá além...

      “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.Colossenses 3.14

      Muitos de nós desejam praticar várias virtudes, sabemos que isso é bom, que é cristão, contudo, fugimos de uma virtude, achamos para isso mil desculpas, em nossos passados, nas injustiças que recebemos neste mundo, essa virtude que muitos têm tanta dificuldade para dar e mesmo para receber é o amor. Quanto antes aprendermos a amar, antes nos prepararemos para a eternidade, lá, a única virtude que será necessária para se viver o melhor de Deus é o amor, já que não precisaremos lutar contra o mal, só viver em comunhão com o Senhor e com os irmãos em Cristo. 
      Quem morará no céu, quem terá direito ao “seio de Abraão”? Quem tiver no mais íntimo de seu ser o mais puro e incorruptível amor. Não, amor não é uma virtude secundária, não é um sentimento piegas e que de alguma maneira nos fragiliza, não o verdadeiro amor, esse nos fortalece à medida que fortalecemos os outros. O genuíno amor é a essência do genuíno filho de Deus, do verdadeiro cristão, é o fruto maior da espiritualidade legítima. Mas quem de fato entende neste mundo o que é o amor? Quem de fato o vivencia desinteressadamente? O amor não tem qualquer interesse senão amar.
      Na verdade o amor é efeito final, o vínculo da perfeição, quem busca e pratica várias virtudes finalmente consegue amar. Em primeiro lugar é preciso ser humilde, para servir e para perdoar, e o humilde perdoa porque sabe que não é melhor que ninguém e que não precisa ser servido, ele é equilibrado, se conhece, e serve com alegria. Nesta disposição buscamos paz sempre, ainda que saibamos que não a teremos com todos, mas o pacificador não tem inimigos, não retém em seu coração o mal alheio, não carrega mágoa e nunca busca vingança, seja ela como for. 
      Um coração leve assim, humilde, perdoador, servo e pacificador consegue amar, e o faz naturalmente, sem falsidade ou vaidade. O verdadeiro amor serve ao próximo e adora a Deus, e nunca age de maneira inconveniente, ainda que com dano próprio, o que ama sabe que Deus tudo vê e tudo retorna com justiça, o que ama teme a Deus. Quem buscar em Deus as virtudes, não para ter ou ser, mas só para agradar a Deus, esse amará o mais verdadeiro amor, aquele que levaremos para a eternidade conosco e nos dará a identidade de habitantes do céu.
      “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.I Coríntios 13.9-13

segunda-feira, junho 15, 2020

Sinai ou Gólgota?

      A postagem de hoje é a segunda e última parte de uma reflexão que foi iniciada ontem, se possível leia a postagem de ontem para melhor entendimento, obrigado.

      “E, descendo o Senhor sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu. E disse o Senhor a Moisés: Desce, adverte ao povo que não traspasse o termo para ver o Senhor, para que muitos deles não pereçam.” Êxodo 19.20-21

      “E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.” João 19.17-18

      Isso que foi dito na primeira parte desta reflexão (na postagem de ontem), pode ser, contudo, uma visão superficial, humana, de como as coisas funcionam, de como Deus de fato trabalha. Em primeiro lugar, por que o melhor de alguém só pode ser provado quando esse toca o topo do mundo? E em segundo lugar, por que permanecer humilhado no anonimato não é o melhor para alguém? Como Deus trabalha o melhor em nós, é do mesmo jeito em todas as pessoas? É só na fama, é só no anonimato, é só no reconhecimento público ou é só na solidão, que há “a mão do oleiro moldando o vaso de barro”?
      Por outro lado, um momento único no tempo que nos coloca em sincronia com o melhor de Deus e de nós mesmos muitas vezes é provado num instante de oração, sozinhos em casa, quando como que uma luz pura, forte, ainda que através de um raio pequeno (e os que têm intimidade com o mundo espiritual entenderão que isso não é metafórico), toca nosso espírito e nos faz entender como a vida funciona, como Deus trabalha, como o universo é, experiência que depois nos deixa uma paz que nunca antes sentimos e que nos liberta para sempre de muitas coisas. 
      Não, meus queridos e minhas queridas, o topo do mundo pouco pode significar, eu, como músico, o que permite fama e admiração de muitos (assim como inveja e ódio de outros), e mais, como músico gospel, tive a oportunidade de por os pés no topo do meu monte, não era nenhum Everest, mas era suficientemente alto para as minhas referências. Foi único, hoje quando me lembro me sinto satisfeito, mas infelizmente também me sinto muito frustrado, porque não tive a noção da importância e da exclusividade daquele momento, eu não estava preparado para ele, de forma alguma, nem como músico, nem como ser humano.
      Eu tinha menos de 30 anos na época, mas hoje, com mais de 60, e depois de anos olhando para o passado, achando que ele tinha sido meu melhor momento e que nunca mais se repetiria, começo a ver um novo monte, e pasmem, ele é muito, mas muito mais alto que aquele. Todavia, seu topo não é um lugar que será visto por muitos, no qual ficarei para abençoar um grande número de pessoas de maneira mais óbvia e objetiva, não é isso. E quer saber? Hoje isso nem importa mais pra mim, o reconhecimento de grande público, eu não quero holofotes de baixo, dos homens, mas a luz que vem de cima, do altíssimo Deus.
      Hoje começo a entender que esse é o monte que Deus sempre quis que eu subisse, ele é real, o outro era ilusão, ele é espiritual, o outro era material, ainda que no outro eu desempenhasse também uma missão religiosa, mas nem tudo que é religioso é de fato espiritual. Sinai ou calvário? Em um a glória e a lei, no outro a dor e a morte, em um o início de Canaã física, no outro o início da Canaã celestial. No Sinai um velho de 80 anos recebe orientações espirituais para um ser humano ainda infantil, despreparado para o conhecimento mais alto, no Gólgota um homem de 33 anos entrega sua vida para salvar uma humanidade já madura, preparada para o conhecimento mais alto de Deus.
      O corpo envelhece, mas o espírito que anda com Deus se vê cada vez mais novo. Aos 30 anos eu era um velho num monte de ilusão, hoje aos 60 sou um jovem subindo um monte infinitamente alto, não chegarei ao seu topo neste mundo, mas o que importa é que descobri qual é o monte melhor para galgar. Infelizmente muitos passam a vida tentando permanecer no topo de montes de ilusões, não conseguem se libertar da carência de aprovação humana. Jesus subiu ao Gólgota para que nós não precisássemos subir, ainda assim o melhor monte tem seu preço, ache-o e comece a subi-lo, o quanto antes.
      Aos jovens: arregalem os olhos espirituais, atentem-se ao que são, ao que têm, ao que fazem, a quem amam, a quem não amam, ao que representam na sociedade, na igreja, na família, mas acima de tudo, ao que representam para si mesmos. Não aceitem hipocrisia nem vida com duas caras, fujam da falsa moralidade, não façam alianças que não possam cumprir, ainda que tenham que se afastar, que não usufruir de direitos e de aprovações. Busquem as suas verdades sob verdade maior de Deus, não se iludam com as verdades de homens, mesmo de cristãos, tenham coragem para viver o presente coerentemente.

domingo, junho 14, 2020

“O Senhor consolará a Sião”

      “Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia. Atendei-me, povo meu e nação minha, inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e o meu juízo farei repousar para a luz dos povos. Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação, e os meus braços julgarão os povos; as ilhas me aguardarão, e no meu braço esperarão. Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a terra em baixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra se envelhecerá como roupa, e os seus moradores morrerão semelhantemente; porém a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será abolida. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, povo em cujo coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias.“ Isaías 51.3-7

      “Sião ou Tzion (em hebraico ציון Tzion ou Tsion "cume", em árabe صهيون Ṣuhyūn) originalmente era o nome dado especificamente à fortaleza jebusita próxima da atual Jerusalém, que foi conquistada por Davi. A fortaleza original ficava na colina a sudeste de Jerusalém, chamada de monte Tzion, aportuguesado como Monte Sião. Monte Sião é o nome de uma das colinas de Jerusalém e que por extensão tornou-se sinónimo da Terra de Israel e que pela definição bíblica é a Cidade de David. Após a morte do rei David, o termo Sião passou a se referir ao monte em Jerusalém, o Monte Sião, onde se encontrava o Templo de Salomão. Mais tarde, Sião passou a se referir ao próprio templo e aos terrenos do templo. Depois disso, Sião foi usado para simbolizar Jerusalém e a Terra Prometida. Sião seria uma adequação geofônica, do idioma hebraico para o Português, referente ao nome de um acidente geográfico mencionado na Bíblia que ficava no centro de Jerusalém. Sião, para algumas denominações cristãs, será a última cidade possível de viver depois do Armagedom.” Fonte Wikipedia

      Essa palavra não é para o mundo, muito menos para o Brasil, essa palavra é para a nova Sião, para a Igreja, para o povo de Deus. Muitos podem pensar que estou sendo cruel, desumano, mesmo não evangélico, mas não é isso não, tenho convicção do que Deus me mostra. Coisas grandes como essa doença que está fragelando o mundo devem ser entendidas do jeito certo, isso não é um acidente, aliás acidentes não existem, não referindo-se a coisas erradas que surpreendem quem está certo, o universo é justo.
      Se algo assim ocorre é porque coisas erradas foram plantadas, e a colheita ruim está sendo colhida, não por pouca gente, mas pelo mundo todo. Disciplina tem que ser sofrida, não se pode fugir dela, e ela só acaba quando terminar de cumprir sua missão, isto é, deixar o disciplinado menos rebelde, menos irresponsável e mais humilde e consciente. Consciente de que? Que a vida é séria, mesmo que tenhamos direito a alegrias, que as coisas têm consequências e todos as colhemos, ainda neste mundo.
      Contudo, quanto àquele que de fato se colocou como filho de Deus, que procurou o Senhor, que se humilhou, que se arrependeu, que consertou sua vida, que buscou andar certo no conhecido e no secreto, que acreditou não em homens, em religião, ou na ciência, ainda que tenha tido o bom senso de seguir as orientações científicas, mas que focou sua fé no Altíssimo e Santo Deus, esse faz parte da verdadeira Igreja espiritual, o corpo de Cristo, a noiva do cordeiro amada por Jesus, a palavra acima é para esse. 
      Estamos neste mundo para melhorar, e a vida nos dá oportunidades para isso todos os dias, se não aproveitamos uma, outra nos é dada, se tornamos a não aproveitar, outra nos é concedida, contudo, a cada oportunidade perdida o preço sobe, a dor aumenta, e o que a princípio pode ser até um jugo suave, torna-se disciplina pesada, doida. Teremos oportunidade para melhorar até nosso último instante neste mundo, Deus sempre espera que todos se salvem e que se aproximem dele, de um jeito ou de outro. 
      “Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, povo em cujo coração está a minha lei”, a palavra acima é para os que andam certo, e que num mundo globalizado como o atual também sofrem quando os errados são disciplinados, sofrem, mas são livrados do pior, eu creio. Somos livrados para darmos testemunho, não de um evangelho ignorante que demoniza a ciência, nem de um cristianismo estúpido que põe sua fé num governante político, mas de um Deus santo, que não se corrompe, e verdadeiro, que não se desvia. 

      “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.João 17.9

sábado, junho 13, 2020

“Truque de mestre”

      A série de filmes “Truque de mestre” (três foram lançados entre 2013 e 2020), tem um tema citado o tempo todo (principalmente no nome original em inglês, “Now you see me”), o tema é desvio de atenção (feito também pela invocação mágica “abracadabra”), um conceito básico de mágicos. Ele diz que quando se quer esconder algo mostre-se muitas coisas e chame as pessoas para verem essas coisas de perto, em outras palavra esse conceito diz, quanto mais perto você vê, menos enxerga. O “agora você me vê” (tradução de “Now you see me”) de verdade só acontece quando o mágico permite, se é que ele de fato permite isso em algum momento, mágico verdadeiro nunca revela seus segredos. O segredo para entender o mistério é nunca olhar tão perto, mas se afastar e olhar de longe, tendo em vista não o objeto no presente, mas no tempo, passado e futuro, e nos espaços, não só o físico, mas também o mental e o espiritual. 
      Isso também é um conceito usado por historiadores, afastarem-se para entenderem melhor os fatos, para que não haja um envolvimento emocional no julgamento, acontece também na medicina, médicos são orientados a não tratarem parentes ou a si mesmos. A maioria não percebe, mas esse princípio é o truque que a grande mídia mundial, no Brasil representa pela rede Globo e pelo jornal Folha de São Paulo, dentre outras empresas, utiliza. O número de informação têm aumentado, seus divulgadores se auto-denominam paladinos que lutam contra a “fake news” e a favor da ciência, assim se enchem de legitimidade e de qualidade, com tecnologia moderna como ferramentas de divulgação de informação. Isso dá ao desavisado a impressão que está vendo a verdade, e que ela é de total confiança, contudo, é justamente o contrário, nem é o fato jornalístico que vê, mas só a opinião tendenciosa de uma empresa mal intencionada. 
      “Mágica é enganação, mas uma enganação feita para entreter, encantar, ela envolve confiança e fé”, eis outra fala do 1º filme “Truque de mestre”. Muitos acreditam cegamente no Jornal Nacional da Globo, se acostumaram com ele por décadas, têm uma ligação afetiva com ele, quando o tema musical toca já ficam na expectativa de ouvirem um relato verídico da realidade do mundo no dia, eu sei disso, já senti isso, mas hoje não sinto mais. Somos mais facilmente enganados por quem gostamos, de quem não gostamos nos afastamos e nem lhe damos atenção, ou pior, consideramos tudo que diz mentira. Mas grande parte dos cidadãos brasileiros confia no que certos jornais e telejornais dizem porque gosta deles, a rede Globo sabe disso, e tenha certeza, usa isso para atingir seus fins, e eles não são legais, não sob a ótica da tradição religiosa judaica-cristã. Não se deixe enganar pela qualidade das novelas da Globo, são só “abracadabra”.
      Não sei quantos pensam assim, mas considero os filmes “Truque de mestre”, principalmente o 1º filme, extremamente reveladores, mas eles mesmos utilizam o princípio para não revelarem seu principal segredo, envolvem os espectadores nos truques de mágica que pensam estarem vendo só mais um filme divertido. Na TV é a mesma coisa, enquanto nos encantamos em nossos lares com uma quantidade enorme de séries disponibilizadas na Netflix e outras streamings, não nos atentamos às forças que de fato querem nos dominar. Morre-se pela boca? Não, pelos olhos e pelos ouvidos, que presos às telas de TVs, computadores, celulares e tabletes não percebem manipuladores roubando suas almas. Tenhamos cuidado, mas tenhamos ainda mais cuidado quando o “olho” (termo usado no 1º filme referindo-se a uma ordem secreta) disser que está revelando seu segredo, um “olho” está sempre um passo à frente de seu discípulo.

      A melhor maneira de não ser enganado, seja por homens ou por espíritos malignos, é olhar tudo sob o ponto de vista de Deus. Isso só pode ser feito no Espírito Santo e através de Jesus, com conhecimento bíblico mas principalmente com muita oração e consagração de vida. Só o Deus altíssimo, não entidades espirituais ou qualquer outros espíritos ou anjos, nos dá o distanciamento espiritual das ilusões do mundo e das fantasias de nossas almas, que permite lucidez porque nos dá acesso à luz mais pura e mais alta. Sim, essa posição é possível, repito, pelo nome de Jesus por meio de uma íntima comunhão com o Espírito Santo. Essa posição exclusiva é oferecida gratuitamente aos que de fato são simples e humildes, aos que não buscam qualquer espécie de vaidades, nem de promoção social, mas os que querem a verdadeira espiritualidade, no amor, na santidade e em paz, para adorar a Deus e ser um com ele. 

      “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.Salmos 91.1

sexta-feira, junho 12, 2020

Entrega, mas entrega mesmo!

      “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará.Salmos 37.5

      O versículo acima é um dos mais lembrados pelos cristãos, nós o repetimos sempre que queremos paz numa situação complicada, sempre que nos  achamos numa encruzilhada e não sabemos que direção tomar. Contudo, muitas vezes não entendemos o que ele diz, não compreendemos o que é de fato entregar algo nas mãos de Deus. Quando temos um problema nós até buscamos a Deus, desejamos confiar nele, mas fazemos isso querendo ter uma solução na cabeça, de imediato, não confiamos em entregar algo nas mãos de Deus mesmo que não tenhamos a mínima ideia de qual é a direção que Deus quer que tomemos. Na verdade temos muita dificuldade em parar, queremos estar sempre em movimento, donos de nossos caminhos.
      É por isso que muitas vezes nossas orações nos levam a nada, não nos trazem paz, começamos a orar angustiados e terminamos, ainda que com palavras bonitas, bíblicas, do mesmo jeito. Queremos fazer o trabalho de Deus, e quando fazemos isso Deus educadamente nada faz, porque nós não o autorizamos a fazer algo. O que autoriza Deus a agir é a fé, o que tem fé se lança no escuro sabendo que Deus de alguma maneira vai segura-lo, mesmo sem saber como. Entregar é entregar mesmo, mudar algo de mãos sem que tenhamos nenhuma necessidade de saber o que Deus fará com aquilo que entregamos. Enquanto isso esperamos parados, sem retroceder, mas também sem nos apressarmos seja para o lado que for.
      Por que é assim? Porque muitas vezes a solução não vem na hora, no momento que estamos orando, Deus às vezes quer trabalhar em nossas vidas, moldar nosso caráter, nos curar, e ele usa o tempo para isso. Esperar sem saber o que vai acontecer, parados, mas ainda assim permanecer em paz, confiando em Deus, é vitória sobre ansiedade, sobre a nossa carne, é subir de nível na verdadeira espiritualidade. Pode parecer difícil, ficar tranquilo mesmo sem saber o que fazer, mas isso dá plena liberdade para o Espírito Santo agir, no tempo melhor, no lugar melhor, enquanto nossa alma é tratada. Entrega teu caminho ao Senhor, mas entrega mesmo, com total confiança de que Deus fará o melhor, como e quando ele quiser. 

quinta-feira, junho 11, 2020

Mentira

      “Embrutecido é todo o homem, no seu conhecimento; envergonha-se todo o artífice da imagem de escultura; porque a sua imagem de fundição é mentira, e nelas não há espírito. Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação perecerão.Jeremias 51.17-18

      Andar na verdade mais alta não é algo fácil, é algo muito difícil, por qualquer deslize nos desviamos dela e seguimos na verdade de homens, de nós mesmos, de religiões, de diabos, toda mentira é um ídolo. Para andar na verdade mais alta, temos que estar em uma comunhão profunda com Deus, orando, estudando, ouvindo, orando, se arrependendo, e aprendendo com o universo inteiro, pois Deus nos mostra sua verdade mais alta por vários meios. Uma coisa, contudo, precisamos entender, como seres humanos não aprendemos a verdade mais alta assim de uma vez e rapidamente, Deus a revela aos poucos aos homens que a buscam, somos limitados para receber a iluminação maior de qualquer jeito e depressa. 
      Só liberta-se da mentira o iluminado com a verdade, senão segue-se mentido, e como somos mentirosos. Mentiras são buscadas obsessivamente pelos homens, e depois que as acham, eles as veneram como deuses. Por quê? Porque elas trazem proteção e consolo, ainda que falsos. O que descobre a verdade sente, a princípio, justamente o oposto, desamparo e desconforto, a verdade não nos leva a enfrentar a morte de frente. Depois, contudo, se for de fato a verdade mais alta, iluminará, curará, nos libertará principalmente da necessidade de mentir e de idolatrar mentiras. A mentira enche a boca de soluções, a verdade cala, a mentira incha o ego, a verdade humilha-o, a mentira atrai o diabo, a verdade adora a Deus.

quarta-feira, junho 10, 2020

Insensatez

      “O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.Provérbios 12.15

      Ao insensato você dá um toque uma vez, aconselha uma segunda vez, se houver oportunidade exorta em uma terceira, mas se ainda assim ele não der ouvidos deve ser deixado, só com sua insensatez. O insensato não tem sensatez, não segue o juízo, age como louco porque se acha certo e sempre, acredita nisso, e não muda de opinião mesmo diante de argumentos sensatos. Um coração insensato pode conviver com um intelecto desinformado, em uma pessoa que ignora a sabedoria e a ciência, mas ele também pode dividir espaço com a alma de um intelectual. Assim a insensatez pode sair de boca inteligente, bem informada, com amplo conhecimento sobre muitas coisas e que talvez tenha sido sensato por muito tempo.
      Por que uma pessoa bem informada e inteligente se torna insensata? Porque não segue aprendendo, acha que chegou a um ponto onde já sabe tudo e não precisa mais mudar de opinião. O insensato pode ser um sensato que adquiriu tamanha sensatez que acabou achando que era um deus. O que sabe, contudo, mudar de opinião na hora certa, que não dorme em zonas de conforto, principalmente dos extremos, mas que se dá ao trabalho de buscar o ponto de equilíbrio, esse fugira da insensatez. Escapa da insensatez o que ouve a todos sempre, pois de todos podemos aprender coisas novas e boas. O sensato sempre se coloca como aluno, o insensato se acha mestre antes do tempo, e o tempo de ser mestre é só na eternidade.

terça-feira, junho 09, 2020

Vaidade

      “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente.Efésios 4.17

      Vaidoso é aquele que quer promover a ferramenta e não aquilo que a ferramenta faz. Por exemplo, dizer que um martelo é excelente, feito com os mais sofisticados materiais, com um design perfeito, enfim, gastar tempo e esforço para deixar bem claro que o martelo é mais que bom, é o melhor de todos. O vaidoso faz isso, mas não faz nada de prático com o martelo, ou algo de fato digno de ser promovido. O vaidoso promove a si mesmo, e não deixa que seja conhecido pelos frutos do que faz, quer ser famoso para ser famoso, por ser o que é, não por seu trabalho. O vaidoso quer fama, não obrigações, quer aplausos, não apresentar um ofício que faça bem às pessoas, o vaidoso quer adoração, quer ser Deus.
      Quem de fato quer fazer algo bom, algo útil, e útil para os outros, para a sociedade, não para si mesmo, pouco se importa consigo mesmo, usa a ferramenta que tem à mão, não idolatra a ferramenta, não é egocêntrico, e faz não para ser reconhecido, não para aparecer, mas porque deve fazer, é sua missão, sendo ou não reconhecido pelas pessoas. Depois de agir certo, o que não busca vaidades ganha fama? Não, não na maior parte das vezes, e quer saber? Isso nem importa para ele, ele já foi liberto de vaidades, do ego, de querer ser famoso. Ele não depende de aprovação humana para fazer ou ser feliz, ele tem paz em Deus, que tudo sabe e vê, e a todos recompensará no tempo e no lugar certo, ainda que seja só na eternidade.

segunda-feira, junho 08, 2020

Gotas (2)

      “Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como gotas de água sobre a relva.” Deuteronômio 32.2

      A fé verdadeira é presente de Deus, não convicção humana para comprar favores divinos.
      O jejum correto é Deus quem nos leva a fazer, não sacrifício físico e emocional feito por nós.
      A oração melhor é saber o que Deus quer nos dar, não pedir o que nós queremos receber.
      O louvor mais puro é reconhecimento do que Deus é, não pagamento pelo que Deus faz.

      A paz que permanece não se abala pelo que não possui, nem se encanta com o que possui.
      O perdão é amargo na boca, mas doce no estômago, a misericórdia não tem gosto, tem resultados.
      A razão é carga desnecessária, grandes vitórias não vêm sem uma pequena derrota, a do próprio ego. 
      O generoso não exige o que é seu por direito, mas faz valer pro outro até direitos que esse não tem.

      A liberdade é falsa, o prazer é curto, esperança é construída, conhecimento é praticado.
      O humilde se cala e não se acha lesado, o orgulhoso exige e ainda acha que não recebeu o suficiente.
      A alma faz, ri, chora, depois se arrepende, de ter feito, de ter rido, de ter chorado, tudo é vão.
      O que erra sem conhecimento sente só algum peso, o que erra julgando-se sábio pesa seu erro dobrado.

      A alegria é melhor para o que não se deita nela, quem evita a dor só sente mais dor. 
      O homem é injusto, o universo é justo, a carne é ilusão, Deus é real, plantamos, mas depois colhemos.
      A vida leva todos ao mesmo lugar, a morte eterniza o melhor ou o pior que cada um trouxe no coração.
      O espírito é um passageiro, o corpo, um barco de papel, o tempo é o mar, e o amor, os remos.

domingo, junho 07, 2020

Palavras finais aos romanos

      "Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas simples no mal. E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém." Romanos 16.19-20

      Essas últimas palavras de Paulo na carta (a maioria dos estudiosos o reconhecem como autor da epístola), já que as palavras que vêm depois é de outra pessoa, pelo que entendemos Paulo podia ditar uma carta a alguém, assim o texto era dele mas escrito por outro (esse que escreveu também se manifestou no final, veja o que diz versículo 22 do mesmo capítulo, ”eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor”), essas palavras finais da epístola nos entregam três ensinos importantes. Eles têm a ver com o assunto que Deus tem trazido a meu coração nestes dias, reavaliação de crenças. 
      Em primeiro lugar Paulo expressa sua alegria pelos cristãos de Roma, porque eles são obedientes e essa obediência é conhecida por outros. Não basta parecer, tem que ser, quem dá testemunho é reconhecido, luz verdadeira não pode ser escondida. Contudo, em minha ótica, nunca foi tão difícil dar real testemunho de cristão como em nossos dias. Por quê? Porque o cristianismo já foi tão pregado, existem tantas igrejas, tantos cristãos, incluindo católicos, a cultura cristã já está tão enraizada na cultura (ocidental), que o evangelho acabou banalizado, tornou-se fácil parecer, ainda que não se seja.
      O apóstolo parabeniza os obedientes, mas o que é ser obediente atualmente? Depende de quem se quer obedecer, escolher obedecer a Deus, todavia, e não as religiões, pode fazer com que sejamos taxados como desviados por outros cristãos. Hereges acham hereges os que não são iguais a eles. A situação atual só comprova o que os primeiros cristãos aprenderam, que todos que seguem a Jesus padecem perseguição. Contudo, hoje em dia, os verdadeiros cristãos não são perseguidos pelo mundo, mas pelos falsos cristãos, nas igrejas, os novos coliseus, não há mais leões, mas hereges.
      Paulo ensina algo mais no texto, com aquela sabedoria que quando é profunda e eterna é simples nas palavras, “sejais sábios no bem, mas simples no mal”. Como muitos fazem exatamente o contrário, são rápidos e fáceis para o mal, mas são complicados e lerdos para o bem, e com o mal não me refiro só a buscar prazeres carnais, mas a distorcer a palavra de Deus e acreditar em mentiras, dentro de igrejas e ditas por pastores. Abro parênteses aqui para dizer que nossa crítica como cristão não deveria ser do mundo, mas de nós mesmos, mas como os púlpitos gostam de criticar o mundo. 
      O mundo é o mundo, sem Deus, jaz no maligno (I João 5.19), treva não precisa ser criticada, mas evitada, ainda que andemos nelas em luz para testemunhar do pai das luzes. Quem precisa de avaliação são as igrejas, porque elas podem mudar, devem caminhar para a luz. Contudo, quando certos púlpitos criticam o mundo desviam o foco para fora, o que faz com que muitos cristãos se achem certos só pelo fato de estarem sentados assistindo cultos dentro de igrejas e não olhem para dentro das igrejas, para si mesmos. Cristão deve verificar fé e obras da igreja, não do mundo, fecho parênteses.
      Quer uma palavra simples de Deus para seguir? “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento“ (Mateus 3.8), simples assim, e se não estamos produzindo avaliemos nossas crenças pois algo deve estar errado, ou no que cremos ou no que queremos através dessa fé. O que não podemos fazer é passar a vida cantando música em cultos, ouvindo pastores que consideramos “ungidos”, nos sentindo acusados quando não damos dízimo ou faltamos a uma programação da igreja, enfim acharmos que seguir o evangelho é ser religioso, isso é complicar a vida cristã. 
      Seguir o evangelho é seguir a Jesus, e para isso devemos ter comunhão com ele mais que com igrejas, pastores ou mesmo outros cristãos. Quem segue a simplicidade profunda e poderosa do evangelho de Cristo tem direito ao último ensino de Paulo, “o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés”. Quantos passam vidas dentro de igrejas e ainda assim oprimidos pelo mal, gente que lidera ministérios e mesmo que pastoreia rebanhos são escravos, seja por ignorância, por timidez (que leva à ignorância) ou por não querer pagar o preço (que é timidez).
      O preço não liberta, não é a causa da libertação, libertação não tem preço, é de graça, o preço é a consequência, é aquilo com o qual temos que conviver depois que escolhemos ser libertados. Qual a preço da liberdade? A verdade, conviver com ela, assumi-la diante não só do mundo mas da igreja, os que não querem assumir suas verdades e a de Deus diante dos homens permanecerão cativos, escravos de conveniências sociais, religiosas, e de vaidades. Mas os que escolhem testemunhar de Deus a qualquer preço terão vitória, sobre si mesmos, sobre o mundo e sobre Satanás.
    

sábado, junho 06, 2020

O templo do Espírito

      Algumas coisas, em alguns momentos, feitas com algumas pessoas, ou sozinhos, podem nos dar algum prazer, mas depois fazem com que nos sintamos culpados, essas coisas são pecados, coisas que Deus não planejou inicialmente que nós as fizéssemos, não em um determinado momento, com algumas pessoas ou sozinhos. Quando nos sentimos culpados nosso coração dói e nossa mente pesa, coisas como vícios, bebidas alcoólicas, comida, desejar ou possuir o que não é nosso, bens, mesmo pessoas, fazer sexo no momento errado ou com pessoas erradas, ou até sozinhos, enfim, tantas coisas que parecem agradáveis no momento, mas que depois sujam nossos corpos. Maculam o templo do Espírito?

      “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Coríntios 3.16

      O que seria de fato o templo do Espírito Santo? O que fica maculado, antes de tudo, quando pecamos? Muitos acham que é o corpo físico, os membros, mas é mais que isso. Quando obtemos prazer sexual sozinhos, por exemplo, nosso corpo é violentado, e por nós mesmos, que o forçamos a ter uma satisfação de um jeito errado, isso é fato. Contudo, ninguém tem essa experiência, que para muitos é vício sem fim e sem cura, pensando em coisas boas, imaginando as cataratas do Niágara. A masturbação precisa de uma certa disposição mental para que o corpo se excite e chegue ao clímax sexual, assim, o pecado se instala, antes de tudo, na mente, é ela quem adultera e se prostitui, antes que o corpo.
      Numa experiência sexual com nosso cônjuge, numa troca sadia e normal, não fazemos sofrer o corpo, nem forçamos nossas almas, pensamentos e emoções têm uma experiência leve e natural porque é exercida com amor e do jeito correto. Mas do jeito errado, mesmo que seja com outra pessoa, e às vezes mesmo com nossos cônjuges, suja nossa alma, nosso coração e nossa mente são maculados. Se o corpo pode ser lavado com água limpa, a mente é mais difícil de ser limpa, pensamentos errados ficam mesmo depois que o corpo se esquece e são portas para outros pecados. Mesmo que o coração não sinta mais, uma mente suja lembra e relembra coisas ruins, uma mente errada escraviza todo o nosso ser. 

      “Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” I Coríntios 6.18

      O templo do Espírito é acima de tudo a nossa mente, é ela quem decide buscar a Deus e quem entende a vontade de Deus passada pelo Espírito Santo ao nosso espírito. O segredo da libertação de muitos vícios, principalmente sexuais, é limpar a mente, antes mesmo que tentar controlar o corpo, o corpo só obedece a mente, assim antes de tentar dominar um desejo físico, que pode vir à tona por interações físicas, limpe a mente, e faça isso bem depressa. Se um pensamento ruim não permanecer na mente, não desencadeará um processo físico errado, como diz o ditado, não se pode impedir o pássaro de pousar, mas pode-se impedi-lo de fazer ninho, depois que fizer um ninho fica muito mais difícil de mandá-lo embora. 
      Como manter a mente limpa? Limpando-a em primeiro lugar com o perdão que há em Jesus, e nunca desista disso, principalmente na vida sexual, mas depois ocupando-a com coisas certas, o melhor para isso é a vontade de Deus, descobri-la, praticá-la, satisfazer-se nela. Quem está ocupado fazendo aquilo que Deus mandou que fizesse terá bons pensamentos e bons sentimentos, e não terá espaço, na mente e no coração, para bobagens. Não, não tente só controlar o corpo, muitas práticas religiosas até tentam, mas se não forem a vontade de Deus, o homem estará, ainda que bem intencionado, lutando sozinho. Conheça a vontade de Deus e a faça, só isso nos fará de fato templos do Espírito Santo, fortes para resistir ao pecado.

      “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.I Coríntios 10.13

      E quanto aos solteiros, que andam com Deus e querem obedecê-lo, como se livrarão da tensão sexual inerente a todo ser humano sadio, física e mentalmente? Deus é perfeito, sempre dá escape que não deixa o ser humano pecar. Obviamente, a primeira orientação é, evite situações que possam precipitar essa tensão, como já dissemos, fazer a vontade de Deus é a melhor solução para isso. Mas se alguém anda com Deus e mantém a mente limpa, o corpo “resolverá” naturalmente a tensão sexual acumulada, durante o sono ou mesmo acordado, sem que haja necessidade de se violentar o corpo ou sujar pensamentos e emoções com prostituição e adultério, essa experiência não é pecado. Se alguém não pensa assim, ande certo e entenderá.